Saturday, January 23, 2016

Trumbo

Hollywood por diversas vezes gosta de fazer mea culpa por algumas das atitudes internas das suas politicas sempre influenciadas por politicas gerais. Com um filme da dimensao da personagem temos aqui o primeiro grande biopic a Trumbo, lançado em epocas de premios nada melhor do que o filme sobre alguem que para os ganhar teve de mascarar a sua identidade por questoes politicas. Contudo sabemos sempre a resistencia de alguns criticos mais tradicionais a este filme que foi recebido bem mas sem entusiasmo. Comercialmente os biopic nunca foram filmes com alcance a longa escala.
Os biopic tem muitas vezes mais que um efeito creativo nos seus filmes um efeito de conhecimento de dar a conhecimento o que realmente foram algumas das figuras do cinema de outros tempos, mas tambem o contexto politico aparentemente tao distante onde viveram, e nesse particular e um filme obviamente rico, poderá sempre ser considerado algo tendencioso, mas todos os biopics parecem ser no sentido de potenciar as ideias ou mesmo formas de vida da figura central e aqui parece claro que o filme tem tambem esta tendencia.
Mas o filme e mais que isto, principalmente na forma como conujuga com arte sequencias reais com sequencias produzidas tras aqui a maios creatividade e ponte mais artistica do filme que acaba por ser um biopic demasiado tradicional nas suas virtudes, principalmente documentais e nos seus defeitos como alguma tendência por um dos lados e mais que isso alguma falta de ritmo do filme, algo redundante e circular a partir de determinada altura.
Por isso mesmo penso que mais que um grande filme aqui temos um filme informativo sobre um periodo negro na industria que tanto gostamos, um periodo de perseguiçao simplesmente pela cor politica e a forma como isso condicionou formas de viver. Mais que uma obra de arte e numa altura em que a guerra fria parece novamente estar latente, não é a toa que o cinema lança diversos filmes sobre o tema para que tudo não caia de novo no mesmo caminho.
O filme dá-nos os anos em que Dalton Trumbo e outros profissionais do cinema estiveram na Lista Negra de Hollywood e a forma que estes tiveram de no lado escuro continuar a tentar trabalhar numa industria que o colocou totalmente de lado.
O argumento e baseado obviamente numa prespetiva concreta dos factos, quase diferenciando bons e maus algo que sinceramente acho sempre muito primario num biopic, o certo e que o argumento tem bastantes qualidades na forma como enriquece cada dialogo do protagonista dando o exemplo de tudo que ele escreveu e que muitos agradou.
Jay Roach foi sempre um realizador de comedia que aqui teve uma tarefa aparentemente dificil para o seu genero, que era um biopic dramatico sobre uma figura singular. Mesmo não tendo um registo muito ambicioso e muito funcional na forma simples com que conjuga imagens reais com produzidas. Algo sempre dificil mas que o realizador consegue com alguma eficacia. Necessitara de mais filmes como este para ganhar espaço na elite.
No cast Cranston é neste momento um dos actores da critica e aqui tem um papel forte, intenso, físico com a dimensao que a personagem pedia, a melhor palavra para o definir parece ser singular. Mesmo com todas as qualidades da sua interpretaçao, num ano forte como este, mesmo aceitando a nomeaçao para o oscar parece-me que outras mais fortes ficaram de fora a corrida, principalmente Depp em Black Mass. Mesmo assim domina todo o filme deixando apenas algum espaço para a sempre interessante espontaneadade de Hellen Mirren.

O melhor – O relato de um contexto politico

O pior – A sempre tendencia de um biopic ser parcial


Avaliação - B-

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