
Os biopic
tem muitas vezes mais que um efeito creativo nos seus filmes um
efeito de conhecimento de dar a conhecimento o que realmente foram
algumas das figuras do cinema de outros tempos, mas tambem o contexto
politico aparentemente tao distante onde viveram, e nesse particular
e um filme obviamente rico, poderá sempre ser considerado algo
tendencioso, mas todos os biopics parecem ser no sentido de potenciar
as ideias ou mesmo formas de vida da figura central e aqui parece
claro que o filme tem tambem esta tendencia.
Mas o
filme e mais que isto, principalmente na forma como conujuga com arte
sequencias reais com sequencias produzidas tras aqui a maios
creatividade e ponte mais artistica do filme que acaba por ser um
biopic demasiado tradicional nas suas virtudes, principalmente
documentais e nos seus defeitos como alguma tendência por um dos
lados e mais que isso alguma falta de ritmo do filme, algo redundante
e circular a partir de determinada altura.
Por isso
mesmo penso que mais que um grande filme aqui temos um filme
informativo sobre um periodo negro na industria que tanto gostamos,
um periodo de perseguiçao simplesmente pela cor politica e a forma
como isso condicionou formas de viver. Mais que uma obra de arte e
numa altura em que a guerra fria parece novamente estar latente, não
é a toa que o cinema lança diversos filmes sobre o tema para que
tudo não caia de novo no mesmo caminho.
O filme
dá-nos os anos em que Dalton Trumbo e outros profissionais do cinema
estiveram na Lista Negra de Hollywood e a forma que estes tiveram de
no lado escuro continuar a tentar trabalhar numa industria que o
colocou totalmente de lado.
O
argumento e baseado obviamente numa prespetiva concreta dos factos,
quase diferenciando bons e maus algo que sinceramente acho sempre
muito primario num biopic, o certo e que o argumento tem bastantes
qualidades na forma como enriquece cada dialogo do protagonista dando
o exemplo de tudo que ele escreveu e que muitos agradou.
Jay Roach
foi sempre um realizador de comedia que aqui teve uma tarefa
aparentemente dificil para o seu genero, que era um biopic dramatico
sobre uma figura singular. Mesmo não tendo um registo muito
ambicioso e muito funcional na forma simples com que conjuga imagens
reais com produzidas. Algo sempre dificil mas que o realizador
consegue com alguma eficacia. Necessitara de mais filmes como este
para ganhar espaço na elite.
No cast
Cranston é neste momento um dos actores da critica e aqui tem um
papel forte, intenso, físico com a dimensao que a personagem pedia,
a melhor palavra para o definir parece ser singular. Mesmo com todas
as qualidades da sua interpretaçao, num ano forte como este, mesmo
aceitando a nomeaçao para o oscar parece-me que outras mais fortes
ficaram de fora a corrida, principalmente Depp em Black Mass. Mesmo
assim domina todo o filme deixando apenas algum espaço para a sempre
interessante espontaneadade de Hellen Mirren.
O melhor
– O relato de um contexto politico
O pior –
A sempre tendencia de um biopic ser parcial
Avaliação
- B-
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