Tuesday, September 27, 2016

Complete Unknown

Ainda me recordo quando este realizador surpreendeu o mundo do cinema com o seu Maria Cheia de graça que valeu a Catarina Sandina Moreno a nomeaçao para o oscar. Anos volvidos e sem ter conseguido cumprir o que prometeu, depois de passagens pela televisao surgiu este thriller com um optimo elenco, mas que estreou quase sem qualquer visibilidade com resultados criticos medianos e com comerciais praticamente inexistentes principalmente se tivermos em conta que o mesmo nos tras Shannon e Weisz como protagonistas.
Sobre o filme, podemos dizer que se trata de um filme complicado, principalmente porque é um filme pequeno, com sequências muito longas, que o torna claramente aborrecido, e porque por outro lado o filme tem alguma dificuldade em ser intenso, mesmo quando entra no seu climax. E por isso parece-nos um filme sem grandes motivos de interesse, um filme que nunca consegue passar ao espetador a intensidade da sua linhagem narrativa que apenas parece um comboio em movimento lento destinado a um filme pouco intenso.
E é facil perceber que o filme poderia valer mais principalmente pelos seus executantes, por uma premissa que poderia dar frutos se trabalhasse mais o passado da personagem central, do que propriamente se interessar pelo aqui e agora, e principalmente se o filme tivesse mais do que dialogos situacionais. Isso faz o filme ser demasiado lento, sem chama, sem intensidade e quando assim o é, acaba por se tornar aborrecido para o espetador.
Porque condimento é uma necessidade nos thrillers todos necessitam de surpreender, de um objeto intenso que nos prenda ao ecra, aqui, ate a revelaçao que surge a meio do filme, tudo parece demasiado desligado, no aqui e no agora, não pensamos muito no futuro e não se aborda o passado mesmo que ele seja relevante para tudo que ocorre depois
A historia fala de uma mulher que depois de assumir diversas identidades ao longo do seu passado, regressa ao seu ponto de partida de forma a interagir com um dos amortes da sua vida, que entretanto formou uma nova familia.
O argumento pese embora possa ter uma boa premissa tem obviamente falhas de intensidade e da forma como o sentimento e transmitido ao espetador. A opçao por sequencias muito longa esgota demasiado o que o filme tem para dar em cada uma delas, e os dialogos não sao suficientemente fortes para segurar o filme.
Na realizaçao Marston e daqueles prodigios que nunca concretizou e aqui se percebe que desistiu de arriscar, temos uma realização simples, muitas vezes sem cor, sem arte que da a primazia aos bons executantes que não tem nos outros complementos um acompanhamento ao nivel. Talvez por este tipo de projetos e que o realizador acabou na televisao.
Weisz e Shannon sao dois dos actores mais intensos da atualidade e aqui estao apagados porque o filme nunca lhe exige mais. Fica a sensaçao que esta uniao e desprediçada num filme tao cinzento.

O melhor – A mão de obra.

O pior – As sequencias longas sem conteudo


Avaliação - D+

Monday, September 26, 2016

Swiss Army Man

Depois das primeiras aparições em Sundance que este filme que conseguiu o prémio de melhor realizador chamou a atenção pelo seu peculiar argumento, e acima de tudo pela sua ideia pouco comum. Pese embora o premio em Sundance os resultados criticos foram positivos mas não entusiasmantes talvez por isso o filme tenha estreado muito cedo na competiçao aos oscares, ficando desde logo fora da corrida. Comercialmente para um filme que estreou em poucos cinemas podemos facilmente considerar o resultado como competente.
Sobre o filme, e indiscutivel que a abordagem do filme é extremamente original e que o mesmo tem momentos de cinema unicos, como o cinema, como o festival de marionetes que acaba por ser o filme, mas por outro lado o filme tem um claro problema de objtividade a determinada altura o filme desiste de fazer sentido como um todo e acaba por ser mais peculiar do que interessante, no final ficamos marcados mais por pequenos momentos do filme do claramente pelo seu resultado final, ou seja é um filme que tinha muito para funcionar mas acaba por entrar num emaranhado narrativo impossivel de sair, a tarefa não seria facil mas era esta resoluçao que o poderia conduzir para altos voos.
Mesmo com este defeitos existe determinados valores que me parecem ser bastante funcionais no filme, o risco de um guião diferente, mesmo que muitas vezes sem sentido, um realizaçao muito competente e excelentes interpretaçoes, o problema e que o prato ao ser demasiado elaborado tinha que ter um sabor final especial e nesse particular o filme acaba por ser sempre diferente mas nem sempre saboroso.
O mal de muitos filmes sustentados em ideias diferentes e a dificuldade de o tornar no veiculo de uma mensagem, de algo concreto e nisso o filme passa por claras dificuldades, muitos podem dizer que a determinada altura o filme tinha de ser uma fabula imaginaria, mas alguma coesão interna era mais necessaria para fazer este objeto estranho mesmo assim funcionar.
A historia fala de um jovem que cansado de estar sozinho numa ilha deserta no momento em que tenta se suicidar acaba por encontrar um cadaver com quem cria uma relação que o faz deixar de se sentir sozinho, tentando o trazer a vida.
EM termos de argumento a ideia de base é dificil de assimilar e dificil de concretizar e nem sempre o filme consegue ser isso, a ideia e muitas vezes imperceptivel, e parece muitas vezes adoptar o caminho mais dificil, a ideia era arriscada e o resultado esteve longe de ser perfeito.
A dupla de realizadores tem um trabalho interessante e dificil conseguem momentos de cinema bonito mesmo com um cadaver a mistura, temos risco, temos uma abordagem diferente e nisso devemos valorizar esta dupla a dar os primeiros passos, mas que nos parecem ser sustentados.
Mas e no cast que o filme tem as suas mais valias, se Dano é normalmente consistente em tudo o que faz, e em Radcliffe que acaba por estar o maior destaque numa interpretação excelente, dificil, de impacto, de um actor que me parece principalmente no ultimo ano estar a construir uma carreira muito consistente. Claramente me parece que tem sublinhado de oscar esta intepretação pelo menos se ainda alguem se lembrar dela la para Dezembro.

O melhor – O cast

O pior – Uma ideia demasiado recambolesca para resultar a 100


Avaliação - C+

Sunday, September 25, 2016

Cafe Society

Tem sido impressionante a cadência de filmes de Woody Allen nos ultimos anos, com a periodicade de um filme por ano aqui temos visto filme e filmes sucessivos nos generos mais habituais. Este ano e para apadrinhar o festival de Cannes veio mais um, mais soft mais comedia. O resultado tem sido o mais recente, ou seja filmes que ate conseguem avaliações na generalidade positivas, mas sem grande entusiasmo, e comercialmente já foi territorio que deu uvas ao realizador que agora ve o mercado de uma forma quase residual.
Sobre o filme, podemos dizer que quantos mais filmes Allen lança ano a ano parece obvio que a sua qualidade vai decaindo, pelo menos na minha opinião, sendo Blue Jasmin o seu ultimo filme realmente diferenciador. Aqui temos mais do mesmo, uma boa contextualizaçao temporal, alguma intriga, se bem que muito menos do que na maior parte dos seus filmes, e dialogos interminaveis no caso deste filme muitas vezes desligados de uma acção ou um fio condutor onde realmente quase nunca acontece nada de particularmende determinante. E por esta falta parece que os filmes de Allen saem de uma maquina com uma assinatura mas sem qualquer elemento de arte que diferenciou durante anos os seus filmes.
Aqui basicamente de registo encontramos o facto de ter encontrado um protagonista com grande paralelismo daquilo que foi Allen como actor, ou seja dialogos longos, e rapidos, muitas vezes sem sentido direto. Mas o filme perde porque a personagem é aborrecida, repetitiva, nunca com graça, e para um filme onde a personagem quase domina todas as cenas a falta de qualidade ou quimica da mesma com o espetador e desde logo um mau prenuncio para aquilo que realmente acontece na hora e meia seguinte.
Em suma, um filme onde se percebe ser de Woody Allen, pela musica, pela forma de realizar, pelos dialogos, mas sem qualidade sem o sumo da maior parte dos seus filmes, acabando por ser claramente hora e meia de cinama aborrecido onde parece que Allen quer dar uma mostra de todo o seu conhecimento sobre as figuras do cinema dos anos 30 deixando a intriga e mais que isso o corpo do filme completamente de lado.
A historia fala de um sobrinho de um agente de estrelas que tenta a sua sorte em Hollywood onde se acaba por apaixonar pela assistente do seu tio. Contudo a mesma acaba por perferir a relação com o seu tio o que acaba por colocar toda a definição de vida dele em causa.
Em termos de argumento a historia de base do filme e particularmente inexistente, não tem conflito, não tem climax, e um filme que parece criar oportunidades para dialogos entre personagens e mesmo esses não fazem o filme evoluir. Muitas personagens completamente indiferentes ao desenvolvimento da historia.
Confesso sentir-me um pouco cansado pela falta de inovaçao de Allen tras de filmes para filmes, sequencias repetitivas, dialogos muito rapidos, a musica omnipresente. A capacidade de um realizador surpreender e o que lhe permite manter-se na mó de cima, e pelo menos nos ultimos três anos, com melhores ou piores filmes Allen tem estado mais proximo da vulgaridade.
Por fim em termos de cast, poucas repetiçoes algo que não e muito normal, mesmo apostando numa dupla que já interagiu junta, nem sempre as coisas funcionam em termos de quimica, principalmente porque stewart nos ultimos tempos criou uma imagem demasiado descuidada. Eisenberg tem muito paralelismo com Woody Allen mas ao longo do tempo pela forma vincada das suas caracteristicas faz com que a as suas personagens sejam demasiado parecidas. Necessita de um refresh rapido.

O Melhor – Alguma simbologia isolada de Allen em algumas frases dos seus dialogos.

O pior – Muitos filmes tem sido sinonimo de menos qualidade na filmiografia do realizador


Avaliação - C-

Bridget Jone's Baby

15 e 12 anos depois dos primeiros filmes, de um dos maiores sucessos literarios dos ultimos tempos eis que a equipa se reuniu de novo para uma nova fase da vida de Bridget Jones. Os primeiros filmes tornaram-se facilmente num dos maiores sucessos produzidos na europa, muito por culpa de um livro já de si famoso. Este ano surgiu este filme com criticas interessantes se bem que não avassaladores e comercialmente nos EUA parece ter algumas dificuldades algo contudo que me parece inerente a qualquer produçao europeia.
Eu confesso que nem sempre fui adepto da saga por pensar que demasiado feminina no humor que utiliza principalmente na sexualização do mesmo, pelo tradicionalismo ingles de comedia que por vezes se torna repetitivo mas pela pouca possibilidade do que relata, o que acaba por tornar o diario de uma mulher comum muito pouco comum, e este filme trás-nos ainda que de forma moderada aquilo que já os anteriores tinham efetuado, com apenas alguns pontos que o tornam ligeiramente melhor.
Assim desde logo a inclusão de uma personagem que acaba por humiristicamente ser subtil mas que faz o filme a este aspeto ser muito mais do que o tradicional humor feminino que é a medica interpretada por Emma thompson muito bem escrita, muito subtil e engraçada proporcionando as maiores gargalhadas durante todo filme. De resto mais do mesmo um conjunto de pensamentos femininos e preocupações, e o conjunto estranho de amigos que sempre foi marco deste tipo de cinema, na forma como representam cada um dos pontos que o filme quer dar.
O resultado uma comedia romantica muito na base do que já tinha sido anteriormente feito na saga, algo repetitivo nas piadas sexuais femininas, algo fisico em determinado tipo de humor, com um bom balanço entre as personagens que faz a saga resutlar principalmente entre as mulher alvo maximo não só do livro mas tambem do filme.
A historia segue Bridget Jones apos dez anos de encontros e desencontros com Mark sendo que a mesma continua bem na carreira e mal no amor, ate que dois encontros nada esperados conduz a sua gravidez, contudo a mesma não sabe que é o pai, estando novamente dividade entre dois amores.
Em termos de argumento e estando na origem do mesmo a mentora e criadora do projeto e obvio que existe fidelidade ao que era feito, isso por vezes pode tornar o filme algo previsivel nos momentos em que poderia inovar. Um bom balanço de personagens, bons momentos humoristicos mas por vezes alguma repetição e um tom demasiado feminino.
Na realização Maguire regressa à sua saga depois de muito tempo parada, mas tambem ela e um dos elementos da triada de sucesso do projeto e não o poderia abandonar, uma sensibilidade interessante em fazer do mundo de Bridget ao mesmo tempo modesto mas acolheder e isso passa.
Em termos de cast, Zelweeger é Bridget Jones independentemente das plasticas lhe ter tirado o ar ternurento dos primeiros filmes. A actriz funciona neste registo principalmente no lado mais desleixado. Uma actriz versatil e intensa que tem mais uma boa prestação como já tinha tido nos filmes anteriores. A secundarizar Dempsey e Firth repetem papeis de sempre no seu curriculo e destaque para Emma Thompson com a melhor personagem do filme, que interpreta com a segurança natural.

O melhor – A personagem de Emma Thompson.

O pior – O filme ser demasiado feminino


Avaliação - C+

Saturday, September 24, 2016

The Dressmaker

Nos últimos anos o cinema australiano tem estado em franca evolução, sendo que as suas produções para além de lançarem os novos produtos de hollywood já conseguem por si so ir buscar algumas das estrelas mundiais para os seus filmes. E o caso deste filme, que foi um dos grandes vencedores dos premios australianos de cinema em 2015, e da sua protagonista Kate Winslet. Pese embora os excelentes resultados criticos e comerciais naquele pais, em termos globais as coisas foram bem mais modestas, criticamente com avaliações bem mais medianas, mas também em termos comerciais, estreando muito tempo depois e em poucos cinemas.
Quanto ao filme, eu sempre achei os filmes australianos demasiado crus e nem sempre muito objetivos nos seus propositos, e nisto o filme tem um bocadinho deste problema, principalmente por nunca conseguir encontrar o seu tom, o filme vacila demasiado entre uma comedia de costumes, quase uma satira teatral, com um drama mais violento quase western, onde as armas são substituidas por maquinas de costura, e este é o principal problema do filme, sendo que funciona muito melhor no segundo registo do que no primeiro.
E o que funciona mal no primeiro, a existência de personagens apenas com este objetivo que acabam por nada dar ao filme, principalmente pelo exagero de tiques com valor humoristico, e depois porque o filme é muito mais rebelde na questão da vingança e na questão mais crua, mesmo que o estilo funcione do que propriamente na primeira vertente.
E em face desta mistura e não sendo uma obra prima em nenhum dos dois, é um filme que vai do menos ao mais, quando se torna mais objetivo naquilo que quer para si, consegue potenciar melhor as suas ideias e fazer tudo funcionar de uma forma mais declarada, tornando-se num melhor western do que num filme satirico de epoca. Percebe-se que o cinema australiano esta em clara ascenção embora nos pareça que ainda falte o filme que o potencie para o primeiro patamar.
O filme fala de uma costureira que regressa a sua aldeia de origem de onde foi expulsa alegadamente por matar um jovem de quem sofria bullying aqui vai ter que rever os fantasmas do passado e acima de tudo lidar com uma progenitora decadente com tudo o que aconteceu.
Em termos de argumento PJ Hogan regressa depois de algum tempo afastado da primeira linha, pese embora alguma dificuldade em encontrar o tom, embora ache que tal se deve mais a uma realização menos definida, o filme vai do menos ao mais, e torna-se numa interessante historia de vingança que nunca necessita de grande originalidade ou tirar coelhos da cartola
Assim como Hogan Moorhouse regressa depois de muitos anos de fora para cuidar dos seus dois filhos autistas novamente num filme no feminino algo que foi comum nos anos mais fulgurantes da sua carreira, tem uma boa dimensão espacial, o ritmo spaghetti funciona, a caracterização demasiado satira teatral nem sempre me parece o melhor tom, mesmo assim um regresso interessante.
No cast ter Winslet normalmente e sinonimo de competencia, e assim resulta, mesmo não sendo dos seus papeis mais imponentes, Winslet da sempre intensidade e recursos as suas persoangens, deixando espaço para Davis brilhar mais, num filme tambem mais potenciado para a sua personagem. Weaving num papel que embora diferente penso que é demasiado pensado para os creditos e um Hemsworth que pouco mais consegue do que o basico.

O melhor – O final de Western Spaghetti

O pior – Personagens demasiado comicas para um filme cujo esse elemento era dispensavel



Avaliação - C+

Ghostbusters

Quando o projeto de rebook foi anunciado as primeiras reações foram de saudosismo por uma das melhores sagas de comedia dos anos 80. Contudo tudo começou a correr pior na produção do filme apos o primeiro trailer, claramente considerado sexista e mais que isso racista, foi um dos videos mais odiados do youtube, compromentendo de imediato aquilo que iria ser a carreira do filme, que em termos criticos conseguiu avaliações dispersas e em termos comerciais ficou longe dos optimos resultados que reboot como este se podia esperar e pior que isso mesmo longe dos melhores resultados dos filmes do seu realizador Paul Feig.
Era obvio que a missão de fazer renascer um sucesso dos anos 80 é sempre complicado por um lado porque muitas coisas mudaram entretanto e é necessario actualizar, e por outro lado manter o cariz do primeiro filme, o que parece contraditorio mas era sem sombra de duvida a exigencia para quem pegava neste filme. Pois bem Paul Feig acaba por não conseguir nenhum dos pontos. Em termos humoristicos pese embora o filme va buscar alguns pontos aos filmes anteriores torna-se demasiado sem sentido, com personagens demasiado estranhas e que mesmo em termos humoristicos ficam num patamar inalcancavel, sendo que como era obvio muitas das sequencias nos nossos dias tinham de ter outro tipo de explicaçao porque o cinema e principalmente os argumentos evoluiram e Feig não consegue transmitir isso no seu filme.
Por estes motivos e facil considerar este filme um despredicio de tempo, e principalmente um marco mais negativo para o bom resultado dos primeiros filme. Desses fica a apariçao dos seus protagonistas em pequenos cameos, alguns deles como o de Murray sem qualquer sentido, e a musica, já que tudo o resto é um ghostbusters bastante freak, faltando quimica na equipa, graça na piada, e mesmo um argumento tão basico que parece que apenas a musica e os fatos fariam o serviço completo para o filme resultar.
Em termos humoristicos apenas a personagem de Kevin resulta, principalmente pelo não sentido objetivo da sua falta de inteligencia, nesses momentos o filme acaba por despertar algumas gargalhadas o que é pouco tendo em conta que e uma personagem que entra bastante pouco e o filme tem quase duas horas de duração. Em suma, se queremos ver caça fantasmas temos claramente que os lançar no VHS.
A historia toca em quatro mulheres que acreditam em fantasmas em plena nova iorque que se juntam e formam uma equipa de luta contra fantasmas que vao ter de lutar contra um tentativa de dominio da cidade por parte destes seres.
Em termos de argumento o filme não funciona em quase nada, não consegue dar o sentido de equipa e miticismo dos primeiros filmes, em termos humoristicos fica num intermédio que nunca consegue ser engraçado, e em termos de construçao de personagens e principalmente no fio narrativo e de um simplismo claramente pobre para um projeto desta dimensao.
Em termos de realizaçao Feig não e um realizador habituado a grandes meios, sendo nos argumentos que nos da o maior destaque e isso denota-se na dificuldade de potenciar efeitos especiais de primeira linha e os tornar num força do filme, são completamente inuteis, demonstrando que Feig está mais para a comedia com um toque independente.
Em termos de cast ate podemos dizer que a equipa e constituida de uma forma natural com escolhas aceitaveis, pessoas ligadas a comedia com estilos diferentes, mas penso que e na construçao das personagens que elas falham por cada uma quase não interagir com as outras para potenciar as suas caracteristicas. Hemsworth acaba por ser o que mais destaque tem numa personagem fora do seu habitual, e que da ao actor alguma dinamica humoristica interessante que já tinha demonstrado noutros filmes

O melhor – A musica e o regresso dela

O pior – Tudo o resto não dar qualquer qualidade a saga



Avaliação - D+

Saturday, September 17, 2016

Mike and Dave Need Wedding Dates

Zac Efron nos últimos anos parece ter encontrado o seu espaço em Hollywood como protagonista de comedias juvenis de exageros e irresponsabilidade, mas que tem ganhado bastante espaço junto de algumas produtoras. Em pleno verão do presente ano e depois da sequela de Bad Neighbors e principalmente de Dirty Grandpa surge a sua terceira comedia e talvez a que melhores resultados criticos teve, principalmente por não ser arrasada como as outra, em termos comerciais com tanta competiçao os resultados não foram particularmente brilhantes para um filme com claros objetivos de bilheteira.
Sobre o filme, eu confesso que não sou nada adepto das comedias físicas em deterimento de comedias situacionais ou de dialogos comicos, acho que são uma especie de humor tradicional em desuso, dai que não consegui achar qualquer graça a um filme como este que todas as situações são de humor fisico, de exageros, e de pouca palavra, argumento ou mesmo qualquer sentido na maior parte das vezes. Muito disto deve-se a já não existirem executantes de humor fisico como jerry Lewis e posteriormente Jim Carrey e quando assim é, tudo neste filme parece absurdo.
Alias não se fica pela comedia o que o filme não funciona, todas as interações, os exageros, mesmo a dinamica moral do filme nunca aparece, caindo sempre naquilo que e adaptar o seu humor as caracteristicas de cada um como actor e quando assim é e não o contrario o tronco comum nunca existe e o filme rapidamente é percebido como um total erro em todos os sentidos, ou seja nunca tem graça, o que para uma comedia com esse objetivo e de imediato um total floop, mas toda a envolvencia do filme nunca funciona.
Ou seja uma daquelas comedias que não faz juz a algum desenvolvimento que o genero pode ter tido nos ultimos anos, o exagero, a histeria do filme e das suas personagens as caras feias sem sentido nenhum não é real, não é engraçado e não transmite nada ao espetador. E normalmente estes filmes tem sempre uma sequencia interessante o que esta acaba por nunca ter.
O filme fala de dois irmãos imaturos a quem é lançado o repto pelos pais de encontrarem dois pares maduros para os acompanhar ao casamento da irma e assim não colocarem em causa que tudo corra bem naquela festa. Mas as pessoas que contratam estão longe de ser o que eles imaginaram.
Em termos de argumento o filme e floop total, em termos comicos vale zero, exagera no histerismo das personagens pensando que por si so o humor estava satisfeito, o que não acontece, em tudo o resto o filme não tem cola, não tem fio condutor, não tem valor morar, e mais que isso não tem graça.
Na realizaçao Szymansky tem aqui o seu trabalho mais visivel e o resultado é na minha opiniao devastador, o filme nunca consegue colocar as suas imagens em função do humor pese embora exista muitas tentativas, em termos de inovação nada, e lado artistico uma comedia filmada em registo telefilme, não me parece que tenha sido com este filme que tenha dado arranque à carreira.
Mas é no cast que o filme não funciona, achar que Kendrick pode ser actriz comica com uma vertente fisica e das piores escolhas que me recordo, se no lado comedia romantica simples funciona, como rebelde e mais que isso com comediante o resultado é indiscritivel numa das prestações mais desconfortaveis do ano. Efron repete e repete papeis todos semelhantes assim como Plaza. Mas o pior e Devine, achar que é o novo Jim Carey num festival de caretas e gritos sem sentido faz claramente o filme ser pior, e isso é o pior comentario que se pode fazer a uma interpretação.

O melhor – Talvez o momento musical, mas mesmo esse

O pior – Kendrick e Devine



Avaliação - D-

Don't Breath

Sam Raimi conseguiu grande parte do seu sucesso na carreira com o cinema de terror, algo que abandonou para se tornar num realizador mais completo, mas como produtor nunca abandonou o genero dando-nos alguns dos melhores filmes dos ultimos tempos e apostantando em novos realizadores. Um desses é este Fede Alvarez que depois de ter realizado o remake da noite dos mortos vivos aparece aqui com um filme escrito por si que se tornou a grande surpresa do box office com resultados muito consistentes para um filme sem grandes figuras de proa algo que foi potenciado por uma optima recepção critica que o filme também obteve.
Eu confesso que tenho muita dificuldade em ficar maravilhado com filmes de terror principalmente porque me parece que o campo para fazer optimos argumentos quase não existe, e não e este filme que muda isso. Alias o filme quase não tem falas, e é limitado ao jogo do gato e do rato dentro de um curto espaço concretamente uma casa de um cego situado no meio de coisa nenhuma. Mas é certo que fora isto o filme consegue cumprir todos os seus objetivos, alias a sensação de desconforto e claustrofobia do filme é intensa colocando quase sempre os espetadores em termos de sensação no filme e isso é um dos melhores atributos que o filme de terror pode ter, a capacidade de desconcertar o espetador.
Por outro lado, um pouco seguindo o que James Wan faz tambem a capacidade de escolher as melhores imagens para impressionar tambem existe principalmente quando desligam as luzes, tem dez minutos de uma intensidade muito elevada, algo que o filme consegue ter ao longo de quase toda a duração. Do lado mais negativo o facto de o filme não ter uma mensagem a determinada altura o filme é tão negro nas suas persoangens que apenas poderia resultar numa opçao sempre falivel.
Mas num universo de filmes de terror que quase sempre cai em espiritos e sobrenatural este filme é cru, bastante violento, chegando em momentos a ser indegesto, intenso e mais que isso um filme que deixa vestigios fisicos nos seus espetadores, algo que nem sempre pode ser bom, mas que acaba por ser o objetivo maior de cada filme de terror e este filme conseguiu-o como poucos.
Em termos de filme a historia fala de três amigos, assaltantes, que decidem assaltar a casa de um ex veternado de guerra cego, que vai ser tudo menos a pessoa indefesa que a sua condiçao indica.
Em termos de argumento o filme é ainda mais basico do que o normal argumento de terror com fantasmas aqui quase não temos dialogos, pior que isso não sabemos onde as persoangens vem, temos apenas um jogo do gato e do rato, em algumas decisoes entra claramente no exagero o que lhe pode tirar alguma maturidade, mas em termos esteticos o filme funciona.
Alvarez assina aqui um trabalho que lhe da o passaporte para os destaques no terror, consegue transmitir todas as sensaçoes que o filme quer dar muito pelas opçoes, pela cor e pela definçao curta de espaços que o filme, tem, e conseguir perceber tao bem o que pode dar ao espetador principalmente no terror e um feito a sublinhar e Alvarez com o patrocinio de Raimi pode ser um caso serio no genero.
O terror normalmente não e um terreno fertil para grandes interpretaçoes já que pede mais um trabalho fisico do que interpretativo, dai que normalmente os seus interpretes sejam pessoas em inicio de carreira, ou consagrados menos conhecidos, é o que aqui temos. Levy já e conhecida no genero, Minnette tenta dar o salto de juvenil para adulto e este filme pode ser um interessante trampolim.

O melhor – A capacidade de fazer o espetador sentir-se enclausurado

O pior – A simplicidade de um argumento que muitas vezes entra em algum exagero


Avaliação - B-

Wednesday, September 14, 2016

Other People

O cinema mais independente tem normalmente dois campos de trabalho distintos, um que potencia a criatividade, mesmo que ela nem sempre seja entendida por todos, e um outro campo mais simplista sobre vidas normais, abordadas de uma forma também normal. É neste segundo quadro que se encontra este filme, que foi estreado no festival de Sundance com boas criticas insuficientes contudo para valer qualquer prémio. Em termos comerciais, um filme com resultados residuais, o que acaba por ser expectável tendo em conta a falta de figuras de proa.
Sobre o filme, podemos dizer que o objecto do filme nem sempre é fácil de agradar, ou seja tentar relatar a vida de uma doente terminal do ponto de vista de um filho, é desde logo um filme com uma toada emocional muito negativa, que apenas pode resultar sobre um ponto de vista mais emocional, o que acaba por acontecer, na forma como de uma forma suave nos dá não só o degradar da doente, mas também o desespero de quem está próximo e nisso o filme funciona, principalmente na forma como percebemos que a personagem central tem noção da proximidade da morte.
COntudo o filme não focaliza apenas este conflito e aqui é que o filme se perde um bocadinho, principalmente em alguma falta de objectividade, que é na vida profissional do protagonista e na sua homossexualidade, aqui o filme é circular, não consegue nunca criar um conflito que dê fulgor ao filme, com excepção da conturbada relação com o progenitor que apenas surge a espaços, mas que parece insuficiente para tornar o filme mais que o diário de acompanhamento de uma doente terminal.
Outro ponto que me parece que o filme tem algum objectivo e que nem sempre funciona eé o estilo comédia dramática, principalmente quando o filme sai fora do conflito central nota-se a preocupação em o filme ser mais descontraído, mas o balanço entre o lado dramático e o lado mais ligeiro, pesa sempre mais para o lado do primeiro, e sentimentos que temos um filme triste, algo que me parece que nem sempre é o objetivo central do filme.
A historia fala de um jovem escritor homossexual, que regressa à casa para acompanhar o último ano da vida da sua mãe que se encontra com uma doença terminal. Neste ano para além deste acompanhamento tem avanços e recuos na sua carreira profissional, na sua relação e principalmente na inexistente relação com o progenitor.
Em termos de argumento o filme é simplista, objetivo, parece nem sempre balançar bem os conflitos que quer abordar, e isso enfraquece ligeiramente o filme, que consegue cumprir plenamente os seus intuitos no que diz respeito ao peso emocional dramático, falha quando tenta ser mais descontraido.
Na realização, podemos dizer que Chris Kelly tem uma realização simples, consegue em alguns momentos um bom simbolismo sem grande força criativa mas que funciona, para estreia nas longas metragens parece-me funcionar melhor como argumentista do que como realizador.
No cast optimas prestações do duo de protagonistas Plemons, a cada dia que passa para além de omnipresente demonstra uma grande versatilidade, nesta mistura de Seymor Hofman e Matt Damon, que o torna familiar, mas o maior destaque vai para Molly Shannon, intensa, com impacto, num papel a ser registado, e que com mais visibilidade do filme poderia ter impacto na awards season

O melhor - O duo de protagonistas

O pior - O objetivo de balançar o drama com um lado mais descontraído nunca funciona

Avaliação - C+

Tuesday, September 13, 2016

Ghost Team

Existem alguns actores que passam a carreira toda dedicada a um género tão volátil como a comédia. Dai que as carreiras dos mesmos sejam montanhas russas consoante o sucesso cada vez mais difícil num género tão exigente. Este é o caso de Jon Heder e Justin Long. Este ano nesta pequena comédia que foi absolutamente destruída pela critica surgem em conjunto, dando total percepção de um momento menos feliz na carreira de ambos. Comercialmente o resultado foi uma catástrofe, com menos de 10000 dólares arrebatados no mercado doméstico.
Sobre o filme podemos dizer que quando uma comédia absurda, ou pelo menos declaradamente absurda não te consegue fazer rir uma única vez é sinonimo de total desperdício  de tempo por parte do espectador e que o filme não cumpre o seu objectivo básico. É fácil adjectivar negativo um filme como este, que busca uma história sem sentido, satirizando sem nunca conseguir ser irónica e pior que isso tentar no fim fazer uma historia de suspense, resulta num autentico disparate de curta duração para bem dos espectadores.
Na fase inicial percebemos claramente que se trata de um filme sobre personagens no mínimo estranha, que até começa com um bom momento de realização quando quer mostrar a pacatez ou a rigidez do modo de vida do protagonista, o problema e quando o filme parte para a sua localização central, uma estranha casa alegadamente alvo de situações paranormais, ai o filme perde todo o sentido, a graça que já não tinha não a consegue ganhar e pior que isso mesmo sendo um filme para fantasmas nunca consegue no mínimo ser algo dark.
Ou seja uma comédia de uma divisão muito inferior, que nunca parece ter vontade de ser algo significativo a não ser idiota, o que acaba por conseguir ser mas no mau sentido. O exagero das personagens, uma historia que já de si não prima pelo bom gosto, só podia redundar num dos piores filmes do ano.
A historia fala de um grupo de pessoas agrupadas por um fã de experiências paranormais que tem como objectivo registar um desses momentos e integrar um programa de televisão sobre esta temática, contudo quando se deslocam para um estranho terreno começam a ser abordados por fenómenos no mínimo estranhos
Em termos de argumento o filme não existe, ou seja é uma comédia com uma historia de base pouco interessante, com temas que apenas podem ser reunidos em filmes serie B, com personagens extremamente estereotipadas, mas pior que isso em termos de comédia nunca consegue ter mínima graça.
Em termos de realização com excepção do momento anteriormente descrito, tudo segue o valor global do filme que é pequeno, não temos criatividade, nunca funciona em termos de susto e comédia, ou seja aquele momento parece ser efectuado por um outro realizador.
No cast Heder e Long são actores limitados por isso a sua versatilidade nunca foi provada, e neste filme demonstram essas dificuldades. Mas o destaque mais negativo vai para Paul Downs com uma das piores interpretações que tenho memória principalmente quanto tenda demonstrar que está assustado

O melhor - Aquele minuto e meia de realização

O pior - A falta de graça do filme em todos os aspectos

Avaliação - D

Saturday, September 10, 2016

Sully

É comum Setembro ser um mês de viragem no que diz ao tipo de estreias nos cinemas, sendo que os blockbusters neste mês costumam dar lugar aos primeiros trunfos para os oscares, mesmo que normalmente seja filmes com menos força, o certo é que os primeiros candidatos normalmente vem a luz do dia nesta fase. E é obvio que isso é claro quando falamos do novo filme de Clint Eastwood com Tom Hanks e uma historia da vida real. Os resultados criticos foram interessantes com avaliações positivas, e comercialmente os primeiros resultados tambem parecem ser consistentes. Se chegará para os oscares já tenho as minhas duvidas.
Nos ultimos anos Clint Eastwood apostou em homenagear feitos dos americanos com toda a produçao e detalhe, e sempre com o objetivo de homenagear a pessoa, como um heroi ser farda, foi assim em American Sniper, pode ser assim neste filme. Confesso que este estilo de filmes de Eastwood esta longe de me deslumbrar, porque o torna aquilo que ele não é, um Michael Bay, com melhor produçao e detalhe, mas com um grau de lamechice e de abordagem que mais parece de um tarefeiro do que propriamente de um realizador conceituado, e pois bem mais uma vez temos isso, mais que um filme adulto sobre um acontecimento temos um acontecimento transformado numa novel das nove principalmente na forma como o filme procura o sentimento barato.
Mesmo pensando que o filme deveria ter uma hora mais e abordar mais a pessoa, penso que o filme tem alguns detalhes muito interessantes, desde logo todo o detalhe do acontecimento, passo a passo, a forma brilhante como o mesmo está realizado, o in loco que o filme faz, só está ao alcance de alguem muito rigoroso que trabalhe os filmes de principio a fim, o problema são as personagens, quer a secundarias que sao o veiculo da emoçao fácil, quer a pouca complexidade de tudo o resto, quase tornado o personagem como um santo.
Assim e mesmo pensando que é um filme muito novelado, e muito longe da capacidade de intensidade que Eastwood já mostrou na sua fase da carreira, temos um filme interessante de emoção e sentimentos faceis, pouco surpreendente, mas produtivamente de excelencia. Parece-me muitos simples para os oscares, ou pouco inovador, mas com Eastwood e o seu patriotismo barato dos ultimos anos já lhe valeu nomeaçao por um filme bem pior.
A historia conta um feito muito interessante do comandante Sully que em 2009 apos avaria nos dois motores do aviao acabou por o aterrar em pleno Rio Hudson salvando a vida de toda a gente que seguia a bordo do mesmo.
Em termos de argumento temos duas vertentes com resultados completamente diferentes, em termos de detalhe do acontecimento, muito estudo, promenor e rigor tecnico, em termos da historia envolvente, parece demasiado novelesco, demasiado tempo em busca da emoçao fácil, num filme que em termos gerais nunca consegue ser verdadeiramente surpreendente.
Em termos de realização é obvio que Estawood já não tem a frescura de outros tempos, mesmo assim temos uma realização mais competente do que brilhante. Com muitos meios, bem utilizados, o filme tem momentos de realismo interessantes, mesmo que falte algum cunho que outros filmes já tiveram.
Por fim no cast, ter Tom Hanks como interprete de um filme é a garantia maxima que o filme vai ser forte nas suas interetações. Intenso, com a serenidade que o papel requer, mais uma vez percebemos que Hanks faz o que quer quando quer e sempre bem. Ainda para mais ajuda Eckhart a regressar a bom plano depois de alguns filmes menos conseguidos. Pese embora a qualidade apenas num ano mediocre tais interpretações podem merecer atençao de premios.

O melhor – O feito que o filme aborda.

O pior – Eastwood procurar tantas vezes a emoçao facil



Avaliação - B-

Friday, September 09, 2016

Our Kind of Traitor

Se existe autor que está na moda não só no cinema mas também em televisão é John Le Carré e os seus filmes de espionagem. Com maior ou menos produçao os filmes vão sendo lançados com resultados diferentes. Este ano e quase com uma produçao totalmente europeia surgiu este filme que não conseguiu o impulso critico devido aos resultados demasiado medianos e comercialmente com pouca expansão até podemos dizer que os resultados não foram maus.
Quando se fala de um filme de espionagem existe uma serie de factores a ter em conta para o filme funcionar, o primeiro é o suspense e o ritmo do filme, algo que começa desde logo por ser demasiado deficitário, muito cedo o filme e dividido entre bons e maus e depois temos um simples e nada intenso jogo do gato e do rato. Por outro lado o filme pode ser potenciado por interessantes sequencias de acção, mais uma vez o filme é também algo cinzento neste vetor, quase nunca consegue potenciar o climax, tando é que quase não dámos por ele quando ele chega.
Outra das mais valias que pode ter um thriller se suspense e a capacidade para surpreender o estetador ou com um twist narrativo, normalmente exigente do ponto de vista de preparação, ou por outro lado algo de absolutamente criativo, e aqui o filme também é frouxo, quer na plausabilidade da historia, sem sentido, mas mais que isso pela forma como o espetador assiste ao desenvolver do filme sem grande ligação.
Por tudo isto e facil perceber que se trata de um filme com alguma falta de condimento para o tornar apetecivel, num genero recheado ou de filmes bem feitos ou mesmo de filmes completos. Neste particular apenas o destaque por diferentes locais de filmagem, e por os primeiros dez minutos que deixa antever um filme mais complexo, e que fosse muito para alem de um jogo do gato e do rato quase serie b.
A historia fala de um professor universitario e da sua mulher que ao passar ferias num resort em Marrocos conhece uma familia russa, que utiliza esta ligaçao para tentar ganhar abrigo no Reino Unido estando disposto em troca entregar alguns elementos da máfia russa.
Em termos de argumento o filme é demasiado linear e simplista, por este mesmo facto parece-me um filme algo cinzento, sem rasgo quer na criaçao da historias, quer nas personagens e principalmente por nunca ter a pertensão de surpreender o espetador.
Na realização temos Susanna White, uma realizadora inglesa cujo trabalho mais visivel ate então era a saga Nanny Mcphee e alguns episodios de series mais conceituadas. O resultado podemos dizer que é simples, poucos truques algum desconforto nas sequencias mais fisicas, mas para um trabalho de maior destaque parece-me pouco para qualquer radiografia.
Em termos de cast parece claramente um filme recheado de actores fora de forma, Mcgregor e Lewis tem papeis recheados de tiques irritantes, personagens quase sem dimensões, em papeis que nada dignificam as carreiras de ambos, ao contrário de prestações mais seguras de Saarsgard e principalmente de Harris.

O melhor – Os locais onde o filme decorre

O pior – Le Carre merece mais intensidade


Avaliação - C-

Wednesday, September 07, 2016

Wiener-Dog

Sempre que o irreverente realizador Todd Solondz anuncia um novo filme, Hollywood fica expectante do que dali vai sair, não só em termos de argumentos no minimo estranho, mas também em sequências com pouco sentido, e muitas vezes surpreendentes pela forma como choca a plateia. Este filme estreado em Sundance 2016 com este cunho, conseguiu criticas positivas, mesmo que ligeiramente menos entusiasmantes do que os trabalhos mais reconhecidos do realizador. Em termos comerciais, um terreno onde Solondz não tem grande impacto os resultados foram bastante curtos não conseguindo atingir a barreira do milhão de dolares.
Sobre um filme desde logo o que podemos dizer é que tudo que se espera de um filme irreverente o filme tem, desde logo uma base narrativa no minimo estranha, ou seja, um filme que aborda a vida de uma especie canina, com diversos donos e situações com aquele tipo de cão como pano de fundo. Muitas das sequencias são absolutamente surpreendidas, estranhas e sem grande sentido, o que acaba por esse facto ter alguma graça, principalmente mais umas que outras, já que determinados segmentos são tão estranhos que é muito dificil perceber o alcance do filme.
Agora é indiscutivel que estamos perante um filme original, com momentos non-sense mas que são deliciosos com particular destaque para o intervalo sob a balada da balada do cão salcinha, absolutamente deliciosa. Mas é certo que alguns segmentos acabam por ser tão particulares que são aborrecidos como o interpretado por Greta Gerwing e Kieran Kulkin. Ao ser um filme constituido por diferentes blocos muitas vezes sem ligação, parece um conjunto de curtas metragens o que é claramente mais facil de fazer, mas dificulta a análise do resultado final como protejo global.
Mesmo assim e mesmo sendo um filme diferente, e estranho, parece claro que temos momentos interessantes mas não se trata de um filme muito equilibrado, muitos dos momentos de situações particulares e promenores não funcionem, mesmo que outros tenham o impacto esperado que o horrivel final. Ou seja nunca será um filme de massas, mas é um filme que a espaços cumpre de forma vincada os seus objetivos.
O filme fala de diferentes momentos de diferentes personagens que têm em comum o facto de serem donos de um cão da raça salsicha. Assim em diferentes momentos a presença do cão, acaba por unir personagens em conflitos quer pessoais quer com terceiros.
O argumento é fracionado em diferentes historias com resultados difrentes, temos historias que funcionam na mensagem e no insólito, sempre procurado por Solondz, temos outras que funcionam apenas na mensagem, outras na curiosidade de aspetos, e temos por fim um ou outro momento que não funciona. Por isso não podemos dizer que temos um filme excelente, mas sim um filme com bons momentos narrativos.
Solondz e um realizador que procura o que mais ninguém procura em imagens sem grande sentido mas que narrativamente ele conjuga em torno dessas sequencias. Parece claro que por vezes gosta de chocar como o exagero da cena final, mas a sua assinatura é esta, e mesmo podendo ser criticada ninguém pode dizer que não tem marca de autor. Será sempre um realizador independente para um número pequeno de pessoas.
No cast, ao ser um filme fracionado não dá espaço a interpretações completas mas apenas a alguns bons momentos, onde o maior destaque vai para Danny DeVito, que algo distante dos papeis mais visiveis, tem aqui um papel dramaticamente forte, na historia mais intensa e com mais mensagem do filme. Bons desempenhos ainda para Burstyn. Nos restantes a historia é demasiado pequena ou insignificante para qualquer sublinhado nas suas interpretações.

O melhor - O intervalo musical

O pior - A historia da "caquinha"

Avaliação - C+

Tuesday, September 06, 2016

The Meddler

Susan Saradon é das actrizes americanas uma daquelas que acabou por ter um envelhecimento natural adoptando como registo comum a comedia, algo que é natural quando se chega a determinada idade. Este ano surgiu esta comedia dramatica sobre a perda que acabou por conseguir criticas interessantes, principalmente se tivermos em conta que se trata de uma comedia romantica. Comercialmente para um filme que não teve estreia wide podemos dizer que os resultados comerciais acabaram por ser consistentes.
Nem sempre é apetecivel fazer uma comedia romantica na terceira idade, ou colocar um filme para grande publico cuja protagonista central acaba por ser uma pessoa a entrar na terceira idade. Pois bem o filme tem esse risco, e consegue com que o filme gira sobre este conflito de ter o que fazer quando já não somos produtivos. O problema e que o filme para funcionar tem que ser exagerado e distanciar-se da realidade, oferendo a personagem central dinheiro interminavel e uma bonadade ainda maior, o que faz com que o filme tenha um conjunto de sequencias positivas que lhe tiram todo o realismo e por ligaçao toda a sua mensagem.
Para alem deste ponto tambem me parece um filme demasiado perdido nas suas linhagens narrativas, acabando, com excepçao da relaçao mae-filha de não dar a devida atençao a outras historias, desde as mais simples romanticas, ou mesmo aos conflitos mais individuais da personagem. Tudo corre bem a um ritmo de veleiro, sem grande intensidade e muito menos graça para o final feliz.
Muitos podem dizer e o lado positivo das coisas que torna o filme especial, pois bem na minha opiniao o filme tem muita falta de produtos que acabem por o tornar diferente, forte e maduro. Parece.me que necessitava de mais personagens não em número mas em conteudo. Precisava de algum toque de rebeldia, o que nunca tem, e mais que isso necessitava de não esquecer pontas soltas do guião como o estudante de direito que tem part time na loja da apple. Por tudo isto parece-me uma comedia com bastante falhas, não compreendendo as boas avaliaçoes que foi alvo.
A historia fala de uma viuva que sentido a falta do companheiro de toda a vida acaba por perseguir continuamente a sua filha, que vive uma depressao por um relacionamento falhado. Depois de um esgotar desta relação tem que procurar formas de ocupar o tempo, longe da filha.
O argumento é confuso parece querer abrir demasiadas pontas no inicio que depois vai abandonando para dar primazia a algumas. Nesse particular parece-me um filme com falta de objetividade e com um plano concreto. Tambem me parece , que com a excepçao da personagem central todas as outras faltam-lhe dimensões.
Em termos de realizaçao podemos dizer que o filme, tem uma realizadora já com alguns trabalhos no mundo da comedia romantica, mas que lhe falta um grande filme, uma obra que potencie alguns dos vaticinios que foi alvo. Neste filme é um realizaçao simples sem rasgo de autora.
No cast, todos concordamos que Saradon tem um papel interessante, principalmente nesta fase da vida, um dos melhores da sua carreira nos ultmos anos, potenciando ainda que ligeiramente o seu lado de comedia e dramatico, muito por força do seu carisma. O mal e que as outras personagens não dao espaço aos seus interpretes com particular destaque Simons e Bryne.

O melhor – A personagem central

O pior – As restantes


Avaliação - C-

Monday, September 05, 2016

Genius

Depois de ver o trailer de um filme como este a questão que fica naturalmente
e, como é que um filme como este acaba por passar totalmente despercebido na sua produção e estreia com pouca pompa e circunstancia. É obvio que o biopic nunca foi um genero particularmente apelativo para o grande publico e talvez a razão de ser um filme discreto. Os resultados criticos tambem demasiado medianos não permitiram que o filme fosse devidamente potenciado, e o resultado comercial é o possivel face à distribuição, mas modesto tendo em conta o leque de actores.
Sobre o filme, um biopic sobre a relaçao de um editor de livros conhecido por potenciar os maiores nomes americanos do inicio de seculo de Thomas Wolfe, tem linhas e limites dificeis de cruzar em termos do que realmente o filme poderia ser. Ou seja tinha de ser um filme de personagens fortes e excentricas, o que o filme é em longa escala, mas tambem me parece que teria de ser um filme com uma abordagem menos tradicionalista e o filme aqui acaba por não ser, tornando-se repetitiva principalmente no que diz respeito à relaçao central.
O enfoque do filme tambem poderia ser diferente abordar uma das personagens de uma foma completa e ai deveria ser sempre a de Max, na vida familiar que é sempre reduzida a uma ou duas cenas de simples resolução, sem nunca ter conflito. E o facto do filme ser quase sempre sobre a mesma coisa torna-o maçudo e muitas vezes não muito interessante pese embora o mesmo descreva em pleno a loucura de Wolfe.
Ou seja parece um daqueles filmes que muitos querem fazer por ser um filme sobre escritores conhecidos, percebemos que actores conhecidos quase entram para uma ou duas cenas, mas com o objetivo de encarnar algumas figuras carismaticas do seculo passado. O resultado e mesmo isso parece sempre um filme em que as personagens mesmo antes do projeto sao maiores que o filme, e este nunca as quer ultrapassar.
A historia fala da relação entre um jovem excentrico escritor Thomas Wolfe e um rigoroso e famoso editor, e a forma como a relaçao de ambos conduz a um projeto com sequelas na vida familiar de ambos.
Em termos de argumento o filme e algo repetitivo e muito poetico e literal, condiçao necessaria tendo em conta o tema do filme, mas que lhe tira algum ritmo, tornando-o algo maçudo e aborrecido. O enfoque do filme poderia ser ligeiramente diferente para potenciar mais conflito, e mais movimento ao filme.
Na realizaçao Grandage conhecido por fazer parte de crew de filmes conhecidos tem aqui a sua estreia no cinema, com uma realizaçao simples mas eficaz, com um bom trabalho de produçao. Pode faltar algum rasgo de artista mas para primeiro filme e para os meios humanos ao dispor fez a melhor escolha de os deixar brilhar.
No cast temos um elenco interessante com interpretaçoes umas mais vistosas que outras, Firth é repetitivo e o personagem é mais do mesmo na sua carreira, pouco extrovertido e rigoroso, Law está mais fisico, mais dramatico e intenso mas nem sempre competente, parece exageram em overacting em muitas das sequencias. A melhor acaba por ser Kidman num intenso e sombrio papel de uma actriz que a espaços consegue demonstrar recursos interessantes com o seu amadorecimento.

O melhor – As personagens e a sua historia


O pior – A incapacidade do filme ganhar vida


Avaliação - C

Sunday, September 04, 2016

The Secret Life of Pets

Assim com a Disney e a Pixar tem uma colaboração estreita eis que a Universal para além da dreamworks consegue agora novos filmes com identico sucesso. Dos produtores de Despicable Me, e dos Minions, surgiu este filme sobre animais de estimação, que se tornou acompanhado por Finding Dory os dois mais felizes filmes de bilheteira do ano, colocando a ano luz toda a concorrencia de verão. Criticamente pese embora as boas avaliações ainda ficou algo distante do que a Pixar e mesmo a Disney tem feito ultimamente.
Sobre o filme, eu acho sempre que os filmes não Disney tem uma inspiração classica naquilo que a Disney e a pixar fizeram, e aqui como alguém me disse temos o Toy Story dos animais, mas mais bruto, e isso diferencia claramente para pior este filme, mais normal, menos diferenciado, mais em bruto com um humor e detalhes mais faceis, mas também um interessante produto de entertenimento, com cor, graça, curiosidade e sentimento.
O lado negativo do filme, é que pese embora passe uma mensagem positiva, de agregação e solideriedade entre classes sociais, o filme e menos vincado no que diz respeito à mensagem que quer passar, por vezes torna-se também um pouco agressivo, o que a nivel de entertenimento pode funcionar bem, mas que parece que do ponto de vista pedagogico pode não ser tão pensado como os filmes da disney, mas mesmo assim parece-me que filme apos filme, principalmente tecnicamente e na graça os filmes de outros estudios que não a Dreamworks se estão a aproximar, e com esta concorrencia a qualidade dos flmes so pode melhorar.
Aqui alguns detalhes que me parece interessante revelar, a cor, e a forma como Nova Iorque acaba por nos dar em visao animada, a forma como alguns apontamentos atuais são conduzidos para o filme, o carinho entre personagens normalmente apostando apenas em sentimentos positivos, mesmo que em termos criativos seja um filme repetitivo relativamente a outros filmes de animaçao, e não tão vincado do ponto de vista pedagogico, não é nem de perto nem de longe o melhor filme de animação, mas está longe também de ser o pior.
A historia fala de um cão de estimação que vê perigar o seu exclusivo quando um outro cão entra em sua casa, começando uma competiçao que acaba por os conduzir para um lado escuro dos animais vadios e que pode por em risco a sua sobrevivencia.
Em termos narrativos e de argumento não podemos dizer que estamos perante um filme original, a estrategia e repetitiva, a narrativa usada, mas as personagens são interessantes nas suas particularidades e funcionam bem em conjunto e muitas vezes isso é o necessario para fazer funcionar um franshising de animaçao, as personagens terem graça, e estas tem.
Em termos produtivos temos pontos positivos, como a beleza de Nova iorque e a cor do filme, do lado negativo penso que os bonecos são demasiado quadrado pelo menos alguns deles, poderiam ter formas mais realistas, o que tornavam a mensagem mais vincada. Ainda longe das maiores a espaços já se vê outro detalhe.
No leque de vozes temos poucos ou nenhumas figuras de renome, o que é interessante fazendo o filme valer mais pelas personagens do que pelas suas vozes, o unico destaque vai para Kevin Hart e o seu coelho, que encaixa perfeitamente naquilo que ele faz habitualmente como actor.

O melhor – A forma como as personagens, a maior parte delas tem graça.

O pior – Em termos de história é semelhante a alguns filmes de outras produtoras, só muda o contexto


Avaliação – B-

The Sea of Trees

Antes da sua estreia catastrófica no festival de Cannes de 2015 este era um dos filmes apontados como candidatos aos oscares de 2015. Depois do desastre que foram as recepçoes criticas no festival, expandidas um pouco por todo o mundo, o filme acabou por apenas este ano e de uma forma muito silenciosa estrear nos EUA e com resultados absolutamente deprimentes, principalmente para um filme com o leque de protagonistas como este e com um realizador como Gus Van Sant.
Sobre o filme é obvio que com este massa humana nos diferentes pontos do filme esperava-se um filme unico, algo de absolutamente genial, algo que o filme nunca consegue ser. Contudo a ser um desastre deste tamanho, tambem me parece exagerado. Temos aqui um filme simples, algo previsivel na sua premissa, muito colado a alguns dos livros de Nicholas Sparks, mas temos tambem uma historia de sobrevivencia e o abordar de um mito, algo que preenche um pouco mais do que as lamechas historias do escritor. Por tudo isto e facil concluir que temos um filme emotivo, que agrada principalmente o publico feminino, mas que fica muito longe do que Gus Van Sant com a sua rebeldia costuma dar aos filmes, alias este parece mais um filme de Halstroom do que prorpiamente do criador de Good Will Hunting.
O filme começa demasiado lento, dando quem sabe alguma toada dos filmes mais independentes de Van Sant, mas rapidamente se torna num filme simples e romantico de matine de fim de semana, na forma como se torna por um lado num previsivel filme de sobrevivencia muitas vezes com sequencias impossiveis de acontecer, como explica as razões de uma das personagens estar ali naquele contexto. Neste particular parece-me que o filme é mais feliz mesmo que seja neste ponto que toca mais no tipo Nicholas Spark.
Mas e no final que um filme como este tem em si o maior trunfo, não podemos dizer que o final é tão surpreendente como muitos esperariam que fosse e que este conduzisse o filme para outro tipo de impacto. Mesmo assim é um final que fortifica a mensagem romantica do filme, dando-lhe um lado bonito e sentimental, que poucos esperavam ver num filme, que muitos queriam, mais real e mais maduro, e penso que foi nessa gestão de expetativa que o filme falhou.
A historia fala de um viuvo que desiludido com a vida dirige-se para o Monte Fuji no Japão com o objetivo de se suicidar num local escolhido por muitos para este fim. Aqui e antes de efetuar o proposito da sua viagem conhece um local com os mesmos objetivos com quem vai reconsiderar a sua opçao e entrar na luta pela sobrevivencia.
Em termos de argumento, temos claramente uma historia muito mais narrativa do que cinematografica, e obvio que tem alguns problemas de realismo, e é marcadamente romantica. Tambem pensamos que passa muito rapido para um filme calado para explicar tudo. O final funciona a meio gas e tinha nas suas costas muito do peso final que o filme poderia ter.
Gus Van Sant e um realizador de extremos ora consegue fazer filmes de primeira linha e autenticos filmes para a historia ora deambula por terrenos mais indies, aqui talvez tem o seu trabalho mais tarefeiro menos de autor, e por isso mesmo o resultado do ponto de vista de realizaçao ser pouco apetecivel, mesmo assim alguns bons momentos principalmente no aproveitamente do contexto estetico do filme.
No cast o filme aposta muito num actor acabado de ganhar o oscar, e que aqui prometia ter mais um papel para registo. Ele é fisicamente exigente e tambem do ponto de vista dos recursos interpretativos. Encontra-se a um bom nivel sem nunca ser brilhante, mas mesmo assim mantém a intensidade que tem sido comum nos seus ultimos desempenhos. Ao seu lado bons registos de Watanabe e Watts.

O melhor – As interpretações.


O pior – Ser muito parecido com um filme de Nicholas Sparks mas com melhores actores



Avaliação - C+

Saturday, September 03, 2016

Florence Foster Jenkins

Nos últimos anos o inglês Stephen Frears tem-se tornado num especialista em biopics, ou de pessoas menos conhecidas, ou por outro lado as histórias que é necessário alguma coragem contar. Isso nem sempre se traduz em sucesso, mas o que é certo é que nos ultimos anos conseguiu que dois dos seus filmes conseguissem algum destaque nos prémios. Este ano, e talvez algo cedo para a competiçao surgiu este filme, sobre a alegada pior cantora da história. O resultado critico do filme foi interessante, o futuro dirá se suficiente para o manter na corrida pelos prémios até mais tarde. Comercialmente um filme com menos ambiçoes mas mesmo assim com resultados consistentes.
Se existe caracteristicas que os filmes de Frears têm é demonstrar um trabalho de detalhe nos promenores, em toda a contextualizaçao do filme, e aqui temos mais uma vez esse dificil trabalho que é nos transportar para os plenos anos 40. Depois temos um cinema tradicional, quase homenageando a epoca do filme, na forma como as cenas passam de um lado para o outro na forma quase teatral e antiga de alguns planos, temos uma verdadeira homenagem a um estilo de cinema mais antigo e menos definito temporalmente que nos cria alguma nostalgia, e nisso, e do ponto de vista de forma o filme funciona bastante bem.
Em termos narrativos e mesmo sabendo do insólito da história parece-nos que o filme não tem muito risco, parece algo repetitivo por vezes, principalmente na forma como tenta utilizar um humor mais fisico, sempre ao serviço da personagem interpretada por Simon Helberg, e nisso o filme nem sempre tem um ritmo elevado, ou é cativante em toda a sua plenitude. Mesmo assim, acaba por ser um filme suave com objetivos muito definidos, que não é creativo é certo mas é competente na sua forma de ser.
Em suma, um eficaz biopic, que apensar de adoptar um estilo tradicionalista de contar a historia, ter presente algum do tradicionalismo comum dos filmes de epoca da BBC, tem ao mesmo tempo um registo descontraído, que vacila entre o humor e o drama, mas que funciona naquilo que quer contar e sabe perfeitamente o efeito que cada cena dá ao espetador. Nao sendo uma obra prima, longe disso, é um filme interessante com pontos a destacar.
A historia fala de Florence Foster Jenkins uma pessoa das artes nova iorquinas, principalmente por ser a maior representante de um dos maiores clubes, que tenta lançar-se no mundo da musica mesmo com muitas dificuldades em cantar, algo que acaba por nunca ter percepção.
O argumento é simples, não temos aqui muitos adornos, basicamente temos dialogos simples, e uma toada entre o drama e comédia. Podia é certo fazer uso de mais palavras para definir a sua moratória, mas acaba por ser um filme que tenta valorizar outros aspectos. Mesmo assim acaba por ter um argumento competente e objetivo.
Frears é um bom realizador, mas que alguem que nos dá imagens únicas e inesqueciveis, é alguem que é detalhado nos promenores do seu filme, para parecer ao maximo com o real momento, o que muitas vezes é mais dificil do que qualquer inovação. Aqui dá um pouco de homenagem ao cinema mais tradicional, o que mesmo não sendo original, acaba por ficar bem no filme.
No cast já não existe adjetivos para qualificar o trabalho de Streep, a cada filme temos um registo em parte diferente do que já vimos, o que nos dá um leque de atributos quase infindáveis. Aqui para além de todos os dotes dramaticos que sempre teve, dá-nos o lado de má e boa cantora que é, o carisma já é imagem de marca. Provavelmente vai colecionar mais uma nomeaçao embora o oscar seja menos provavel. Ao seu lado um Grant que me parece uma má escolha, a diferença de idades nunca permite uma quimica total com Streep, quando o filme exigia tal quimica, e as dificuldades tradicionais de interpretação e a repetiçao de tiques são mais uma vez o seu calcanhar de aquiles. Por fim uma palavra para Helber, um papel vistoso mas algo repetitivo, mas mesmo assim, uma personagem vincada de um actor cuja visibilidade vem de uma serie onde não é a figura central. Excelentes dotes como pianista.

O melhor – Mais uma vez Streep, acompanhado por uma excelente contextualizaçao temporal.

O pior – Grant, quer a sós quer na pouca quimica com Streep. Um risco perdido para Frears


Avaliação - B-

The Neon Demon

Quando foi anunciado o novo filme de Nicolas Winding Refn, bem como o seu concurso a Cannes, muita gente pensou que o creativo realizador que nos deu Bronson e Drive, estava de volta depois de um projeto menos conseguido. Contudo após as primeiras visualizações percebeu-se que a obra estava mais perto do seu último filme dos que das suas melhores obras, obtendo um resultado critico muito extremado, entre o bom e o mau, o que colocou de imediato de lado todas as hipoteses na corrida aos premios. Comercialmente não sendo o grande vetor do filme, o resultado foi o mais esperado.
Será facil dizer que este jovem realizador, e visualmente um dos realizadores mais creativos, evoluidos e com sentido de estetica do cinema, contudo muitas vezes estes atributos só funcionam se foram ligador a um argumento interessante, ou pelo menos seguro, algo que conseguiu nos seus filmes mais conhecidos, mesmo que visualmente menos aprumados. Este é talvez visualmente o melhor filme do realizador, e aquele que parece ter uma banda sonora mais interessante, nestes pontos parece termos aqui o melhor lado de um realizador com muitas semelhanças ao melhor David Lynch.
O problema é que o filme e o seu argumento se resumem a duas linhas, sendo que a segunda das quais é apenas o objetivo gratuito de chocar o espetador, mesmo que leve à letra algumas das metaforas mais usadas na competiçao da moda. Podemos facilmente dizer que é uma excelente critica e um exagero mais que toca nos pontos do competitvo mundo da moda, mas o que resume esta frase não pode dar assim duas horas de filme sem mais conteúdo, sem mais personagens, sem mais dialogo, dando todo o protagonismo, à cor e ao som, parecendo mais um trabalho fotográfico, documentário do que um filme.
Ou seja o resultado é dual, se por um lado a sua cor, a sua forma de filmas, a espaços um bom papel dos protagonistas dá vontade de sublinhar o filme, pensar que rapidamente o filme se resume a uma tagline, e muito pouco principalmente para um realizador que muitos apostavam em ser um dos meninos queridos na nova vaga de realizadores. Fica com a sensaçao do que ele já consegue fazer com a imagem, com argumentos mais interessantes será um realizador para a historia, mas com este tipo de abordagens sera apenas um realizador de filmes estranhos.
O argumento é basico uma adolescente vai para nova iorque para imperar o mundo da moda, que vai fazer mudar a personalidade e entrar num mundo competitivo pelo sucesso.
O argumento é claramente o lado vazio do filme, num campo com tanto por onde trabalhar e dar, o filme reduz o argumento ao maximo, tem dois ou tres dialogos curtos, as personagens são limitadas aos sentimentos basicos, e tudo acaba por ser muito previsivell. No final é exagerado e parece mais importado em chocar do que assinalar a mensagem.
Refn e sem duvida um excelente realizador, a forma como dá todo o peso do filme nas cores, nas sequencias quase artisticas de cada imagem, e dando-lhe o lado musical psicadelico perfeito só esta ao alcance de um artista que ele é. Pena e que nos dois ultimos filmes os argumentos tenham entrado num campo incapaz de lhe dar o estatuto que pelo que faz com a camara já devia ter.
Num elenco arriscado Fanning tem um excelente e dificil papel, aquele que a leva para a idade adulta, muito potenciado por uma realizaçao sobre si, o certo é que a jovem sempre ligada a filmes mais infantis consegue dar tudo que a personagem necessita, sendo uma agradavel surpresa, ao seu lado o lado escuro de Malone funciona, num capitulo onde o filme ganha com o lado pouco expressivo de alguns dos seus elementos.

O melhor – A realizaçao, banda sonora, e algumas interpretações.


O pior – O argumento.


Avaliação - C+

TNMT - Out of Shadows

Quando Michael Bay pegou no franchising das Tartarugas Ninja poucos pensavam que o mesmo ia conseguir revitalizar um conceito aparentemente tão gasto e com tantas tentativas para fazer resultar. O certo é que o primeiro filme se tornou num autentico sucesso de bilheteira, e que deu origem a este segundo filme. Contudo nem sempre as coisas correm sempre bem e apesar deste segundo filme ter conseguido melhores resultados criticos, ainda que ligeiros, comercialmente ficou muito aquem do primeiro filme, mesmo que com resultados mais conseguidos do que os franchisings anteriores.
Sobre o filme, eu confesso que nunca fui fã da forma facil e simplista de Michael Bay fazer filmes de acção, e esta saga tem tudo o que é Michael Bay, cenas de acção intermináveis, graças completamente encaixadas à pressão no espaço, e acima de tudo falta de todos os elementos diferenciadores e de autor. E aqui tudo começa na tentativa de atualizar as miticas tartarugas dando-lhe nomes diferentes na pessima e abusrda caracterizaçao dos secundarios e um argumento basico e sem qualquer tipo de originalidade. E ainda mais os slow motion a la Michael Bay já não há paciencia.
Ou seja o resultado e parecido com o filme anterior, pouca invenção, historia simples, muitas tentativas de fazer graça que nunca consegue, já que quase sempre adquire um humor infantil, pessima caracterizaçao de algumas figuras que ate poderiam dar espaço a um filme diferente, mais escuro, mas obviamente o alvo deste filme esta nos mais pequenos e ai podemos dizer que o filme ate poderá funcionar, se bem que as tartarugas e esta roupagem não é propriamente a mais agradável.
Mas onde o filme sofre e na forma como a historia parece retirada de qualquer filme de terceira divisão de acçao, numa historia dificil não existe uma unica tentativa de diferenciar o filme de um episodio marcadamente para animaçao. É certo que em termos de tecnologia Bay consegue dar vida a coisas impensaveis mas incapaz de dar qualidade a qualquer filme que lhe toque, com raras excepções.
A historia segue as quatro tartarugas que permanecem escondidas em Nova Iorque, contudo com o facto do vilao conseguir sair da cadeia e seu unir a mais aliados, os mesmos vão ter de novamente lutar pela sobrevivencia junto de alguns aliados.
Como se pode ver na ligeira sintese do argumento, estamos perante uma base muitas vezes repetida, com a diferença que em termos de detalhes o filme nunca consegue dar nada de novo. Nao temos novas personagens interessantes, tudo e demadiado branco, e no que diz respeito à graça, muitas vezes forçada, não funciona.
Os discipulos de Bay vão assumindo o filme, aqui um jovem realizador conhecido pelo infantil filme Echo, já com alguns efeitos, aqui temos um filme tecnicamente interessante com muitos meios, mas uma copia do que Bay, fez e faz em Transformers, não temos um unico cunho de autor, e isso e claramente mau para um realizador nesta fase da carreira.
Em termos de cast, este e o tipo de filme que não chama grandes figuras, por um lado porque não exige, e por outro lado porque pode mesmo colocar em causa carreiras em forma, Fox é a figura, as contratações seguem o mesmo caminho, de realção pela negativa, o que uma actriz da qualidade de Linney faz num papel como este, já que o filme pede actores mais do nivel de Tyler Perry


O melhor – As cores de Nova Iorque

O pior – Mais um franchising sem qualquer novidade


Avaliação - D+

Friday, September 02, 2016

Maggie's Plan

Nos últimos anos e principalmente no território indie tem surgido uma actriz que tem ganho uma protagonismo claro, trata-se de Greta Gerwig, mais conhecida como a mulher e musa de Noah Bumbach um dos realizadores mais conceituados do circuito indie, dai que as suas aparições sejam normalmente como uma figura descontraída em comedias de baixo custo. Aqui surge mais uma vez nesta comédia que foi bastante elogiada pela critica, principalmente em pequenos festivais sendo que comercialmente e tendo em conta que se trata de um filme de pequena expansão o resultado foi também ele positivo.
Sobre o filme podemos dizer que se trata de uma comédia simples, que pese embora tenha o rotulo de independente acaba por ser bastante natural e de fácil absorção. E se inicialmente a simplicidade e os pormenores de cada personagem faz o espectador ficar curioso com todas as circunstâncias do filme, com o passar do tempo acaba por se tornar numa simples comédia romântica com conteúdo que funciona a espaços, mas claramente vai do mais ou menos, sendo que mesmo assim pela sua simplicidade funciona bem melhor junto do grande público do que a maior parte dos filmes do género.
E o que falha no final, o filme adopta diferentes lados de uma relação e quer dar um lado simplista de muitas questões o que o faz não ser realista em quase nada da forma como desenlaça os nós que ata, o final demasiado feliz não tem qualquer sentido a não ser transmitir emoções positivas já que o mesmo tem tanto de feliz como de absurdo o que num filme com este teor é claramente prejudicial para a forma como o filme funciona no geral.
Mesmo assim podemos dizer que se trata de um filme eficaz, que sabe potenciar os seus melhores momentos no filme com bons apontamentos musicais, com um bom decor principalmente no que diz respeito à caracterização da personagem principal, alguns bons detalhes nos secundários, quer pela curiosidade quer pelos elementos mais cómicos do mesmo, sendo que nunca se converte numa comédia com objetivos de ter graça mas acaba mesmo por ter.
A historia fala de uma jovem que deseja ser mãe solteira, mas que acaba por conhecer um professor/escritor casado por quem acaba por se envolver numa paixão súbita. Após três anos de relacionamento e uma filha acaba por perceber que a melhor pessoa para o seu companheiro é a ex-mulher.
O argumento não é propriamente um conjunto de ideias com grande lógica, muito pelo contrário, o absurdo da situação vai com o passar do filme ganhando corpo e tirando algum do realismo que penso que pelo menos as comédias românticas necessitam. Mesmo assim alguns bons diálogos e detalhes muito interessantes.
Se em termos de argumento Rebecca Miller tem um trabalho mediano mas com bons apontamentos já do ponto de vista de realização, é claramente um trabalho feminista, onde os conteúdos estéticos são muito pensados, e as imagens a dois são pensadas sempre de um ponto de vista romântico, não sendo uma explosão de criatividade tem uma realização bonita e colorida.
No que diz respeito ao cast Grewing é uma actriz algo repetitiva no tipo de papel que aborda, aqui mais do mesmo, uma adulta descontraída, despegada e com um estilo particular a vestir, ao seu lado boas interpretações de Hawke, que normalmente domina neste estilo de filme, e uma Moore sempre competente quer no filme mais dramático quer na obra mais descontraída como esta.


O melhor - Alguns pormenores das personagens.

O pior - A forma como o filme perde realismo para trabalhar para o seu final feliz

Avaliação - C+