Tuesday, March 28, 2023

Cocaine Bear

 Existem histórias tão peculiares que mesmo o cinema tem dificuldades em a encaixar num argumento de Hollywood. Isso e o que acontece nesta adição de urso preto por cocaina, fruto da libertação do produtor em plena selva e no impacto que isso teve nas pessoas que por ali andavam. Esta adaptação sob a forma de comedia de terror, não foi propriamente brilhante do ponto de vista critico, contudo comercialmente foi um sucesso interessante, talvez potenciado pela originalidade da ideia.

Cocaine Bear vale acima de tudo pelo insolito total da base da historia, ainda para mais quando se trata de algo baseado em factos reais. Como filme tem muito mais dificuldade de resultar para além de algumas piadas, a maioria das quais na boca da personagem Henry, já que no restante temos o exagero sanguináreo de um filme duro, e muitas personagens, a maioria das quais tão desnorteada como a base.

Isso não quer dizer que o filme seja mau, alias fica a ideia que o filme quer ser uma comedia simples sobre o assunto, e nisso acaba por ter um entertenimento razoavel, que não se leva a serio. Fica a ideia também que poderia e deveria ter sido muito mais funcional em termos de humor e que algumas personagens são desaproveitadas em prol da ação e o horror da ação do urso.

Enfim um filme peculiar, de desgaste rápido, numa comedia de terror, um género que nem sempre tem muitos filmes, mas que neste caso tem como elemento de sedução maior a historia ter base real. Na concretização fica a ideia que o filme poderia ter sido mais adulto, até mais disparatado, e no balanço fica pela total mediania.

O filme fala de uma serie de pessoas que se encontram numa floresta onde uma ursa selvagem após se tornar dependente de cocaina se torna violente e coloca em causa a integridade fisica de todos com quem interage,

O argumento não é brilhante, para alem da ideia que tem a base real, na concretização o filme tenta não se levar a serio num humor constante que nem sempre é equilibrado, com alguns estilos a serem mais funcionais que outros. Fica a ideia que em termos de personagens, temos algumas que são desaproveitadas talvez por excesso de esteriotipo de outras.

Na realização Banks tenta criar uma carreira em filmes comedia de grande estúdio, terreno que normalmente não cria grandes cineastas. Tem sempre em mente o humor, o que acaba por ser a melhor solução, mas fica a ideia que será sempre uma segunda escolha para projetos menores.

No cast o filme tem um elenco de algumas figuras conhecidas, mas as personagens tem apenas um lado comico. Não estão no melhor momento nenhum deles, acabando por ser o jovem Christian Convery, que acaba por ser o que melhor encaixa nos papeis.


O melhor - O humor de algumas personagens e o dado real do filme, insólito.


O pior - O filme fica no limbo de registos 


Avaliação - C



Monday, March 27, 2023

The Amazing Maurice

O mundo do cinema de animação esta um pouco parado nestes primeiros meses do ano, apenas com a Netflix arriscar embora a Pascoa e Super Mario estejam apostados em mudar isso. Não obstante desta pouca aposta em Fevereiro foi lançada esta animação inglesa, a qual viu a luz do dia em muitos mercados em 2022. O filme passou com mediania critica que não lhe permitiu um impacto que a tornasse relevante do ponto de vista comercial, onde os resultados, principalmente nos EUA ficaram muito longe do esperado.

Sobre o filme podemos dizer que temos a tipica animação de segunda linha, com os cliches todos dos filmes de animação, com a mensagem moral direta e igual a muitas outras, num filme que se torna quase sempre mais de ação do que comico. Poderá resultar como unica curiosidade mais significativa a referência a outras historias conhecidas mas pouco mais, ficando a ideia que o filme tenta ser mais eloquente do que na realidade consegue ser.

O problema deste filme de animais e que o valor moral e mesmo o desenvolvimento narrativo dos mesmos acaba sempre por ser muito igual, o que quando surge em produtoras com menos meios acaba sempre tambem por no plano tecnico não ser particularmente diferenciado, e por isso fica a ideia de mais do mesmo no que vimos.

Ou seja um filme medianissimo, que mesmo no terreno de animação em baixo de forma não será particularmente recordável, ficando a ideia de um filme com muitas figuras britanicas conhecidas nas vozes mas pouco mais, tenta ser mais engraçado do que consegue ser e isso não e propriamente um elogio ao resultado final do filme.

A historia segue um grupo de ratos, um gato e um rapaz que ganham dinheiro numa imitação do flautista de Hammelin, contudo com a chegada a uma pequena cidade onde não existem ratos, todos vao ter de perceber o segredo para os ratos ali nunca conseguirem existir.

O filme tem uma historia que defende os valores da convivência entre as especies, como ja muitas vezes assistimos em filmes de segunda linha de animação. Não e propriamente diferenciado, com algumas curiosidades, ainda que poucas, e um humor de pouco resultado.

Na realização temos uma dupla com diferente grau de experiencia, um quase estreante e um Genkel ja com alguns projetos de animação de segunda linha com pouco ou nenhum impacto, e náo me parece que seja neste filme que ganhe outra dimensão.

O filme chama a vista pela quantidade forte de atores ingleses que acabam por encaixar nos diferentes personagens que o filme nos dá. E talvez dos pontos onde o filme tem mais eficacia e chama mais a atenção embora muitas vezes isso, na animaçao seja a tentativa de chamar a atenção para aspetos menos relevantes.

O melhor - As curiosidades das historias conhecidas.

O pior - Em termos de humor o filme quase nunca resulta<


Avaliação - C



Marlowe

 Este detetive no mundo do cinema, foi um dos personagens mais iconicos dos cinemas dos anos 40, principalmente na adaptação interpretada por Bogart. Pois bem muitos anos depois surge uma nova roupagem, entregue a um Liam Neeson ja nos 70 anos de idade, e com o veterano realizador Neil Jordan na direção. Criticamente as coisas não correram bem com avaliações demasiado frouxas. Em termos comerciais as coisas também ficaram muito aquem, principalmente tendo em conta algum valor comercial que Neeson vai ainda tendo.

Sobre o filme temos o tipico policial dos anos 30 na industria do cinema. Normalmente estes filmes tem uma intriga que engloba o espetador e ritmo alto, o que neste caso não acontece. A intriga e confusa, pouco intressante e direcionada, onde o excesso de personagens que vão surgindo não facilita o desenvolvimento da historia e a forma como esta se torna interessante, acabando por adormecer o ritmo a um nivel demasiado baixo.

Não obstante deste ponto o filme tenta na sucessão de twists finais dar algum ritmo, mas realmente fica a ideia que um argumento algo difuso acaba por dissipar a conexão do espetador com o filme, o qual também acontece por personagens monocordicas e uma realização de epoca demasiado tradicional, que parece indicar desde cedo que o resultado do filme não seria o melhor.

Por tudo isto um filme de envolvidos cansados. Fica a ideia que a personagem Marlowe não e atual para ser rentabilizada com a mesma roupagem na atualidade. Neeson repete personagens em diversos contextos em filmes demasiado iguais e por fim Jordan não consegue dar qualquer sinal de diferença de um filme que desde cedo se percebe que não vai funcionar.

A historia segue um detetive particular contratado para apurar o paradeiro de um amante de uma poderosa produtora de Holywood, alegadamente morto, mas que acaba por se intrometer num negocio de droga e homicidio bem no centro das produções de cinema.

O argumento do filme começa por ser o maior problema, a personagem central é bastante linear, nunca ficamos a perceber o que realmente é, e as curvas da intriga são tantas sem preparação que a ligação descarrila e o filme nunca é minimamente interessante para quem o vê.

Foi nos anos 90 que Neil Jordan chamou a atenção a si do cinema, com o lado mais independente, que acabou por nunca o levar a uma primeira linha. Há muitos anos afastado desta primeira linha vai colecionando filmes como este, simples, bem contextualizados temporalmente mas sem rasgo.

 No cast temos o filme e a personagem tipica de Neeson que dedicou os ultimos dez anos da sua carreira a este tipo monocordico de atuação. Ao seu lado Kruger tenta ter algum espaço em Hollywood que foi perdendo e Lange para preencher um cast que nunca tem no filme qualquer forma de se fazer realmente notar.

O melhor - O contexto temporal e trabalhado.

O pior - Um argumento muito rebuscado para tão pouco resultado


Avaliação - C-



Sunday, March 26, 2023

Sharper

 Numa altura em que a Apple + ainda parece ser um serviço algo premium das aplicações de streaming, eis que surge a sua primeira aposta para longa metragem do ano, num thriller com um elenco de primeira linha. Em termos criticos Sharper correu bem, assim como a maioria dos produtos da aplicação que ficam relevantes pela sua qualidade superior. Comercialmente ainda existe alguima dificuldade na expansão mas a manter o nivel isso ira alterar principalmente quando encontrarem um conceito ancora.

No que diz respeito ao filme, temos um thriller de entertenimento com mudanças continuas, com personagens intensas que vão sendo apresentadas uma a uma ao espetador, num ritmo elevado que prende o espetador ao ecra do primeiro ao ultimo minuto. TUdo o que vimos podera não ser totalmente congruente do ponto de vista de logica mas oferece duas horas de cinema bem escrito, que nos prende a cadeira e isso tem-se tornado cada vez mais dificil em Hollywood.

Podemos dizer se formos ponto a ponto que o filme tem alguns atalhos para potenciar o ritmo, e isso é verdade, mas penso que isso é um dano totalmente pensado pelo criador do filme para fazer tudo girar a alta velocidade com a facilidade de enganar continuamente o espetador ao longo da sua duração, embora o ritmo acabe por denunciar um pouco a sua parte final.

Mesmo assim e não sendo um filme totalmente competente na forma como as peças se unem todos, pelo menos da forma como talvez fosse o objetivo, Sharper e o melhor produto de entertenimento até ao presente dia do ano 2023, aquele que melhor comunica com o espetador e lhe vai causando interesse e isso e ponto fundamental do entertenimento.

No que diz respeito ao filme, temos uma serie de personagens com ambições financeiras que vao tentar dar golpe uma as outras para ter acesso a fortuna de um velho rico, onde tudo parece muito diferente do que é.

O argumento é original, trabalhoso, em termos de entertenimento funciona, mesmo que coloque em causa alguns pontos do crescimento das personagens. Pode-se tornar com o passar do tempo algo previsivel, mas isso não lhe retira a intensidade e a forma como o filme comunica tão bem com o espetador.

No que diz respeito a realizaçao, o projeto foi entregue a Benjamin Caron, realizador de sucesso de algumas series de primeira linha que aqui tem a sua estreia na longa metragem. O filme nao arrisca muito na realização, sendo algo simplista e deixando a historia fluir, o que acaba por ser a opção mais inteligente. Fica sublinhado a boa escolha fracionada do filme entre personagens.

No cast o filme e competente, as escolhas de Moore e Stan são bem efetuadas principalmente pela competência da primeira e o excelente momento e forma do segundo, que encaixam perfeitamente no que o filme quer para as personagens de ambos. Penso que Smith e um ator com futuro, versãtil, e tem ao seu lado Briana Middleton com o papel mais dificil, e que acaba por ser a que sai com mais sublinhado relativamente ao cast do filme.


O melhor - A capacidade de entreter.

O pior - Procurando vamos encontrar falhas de lógica no argumento tão rebuscado


Avaliação - B



Friday, March 24, 2023

Winnie the Pooh: Blood and Honey

 De todos os projetos anunciados para 2023, nenhum conseguiu surpreender tanto o espetador como esta adaptação da carinhosa historia de Christopher Robin e Winnie de Pooh ao mundo do terror, numa aposta que seria o inicio de uma tentativa de adaptar historias para criança a um terror de segunda linha pelas mãos do seu realizador Frake-Waterfield. Como era esperado esta adaptação foi um total falhanço critico com avaliações do pior que á memoria em Hollywood, comercialmente existiu alguma curiosidade, que rendeu alguns valores, mas que com o passar do tempo irão desaparecer.

Numa altura em que Hollywood sofre uma clara baixa de creatividade já tudo vale para ganhar dinheiro, principalmente quando os direitos de autor ficam na possibilidade de qualquer criativo. Aqui mais que um manifestação de arte, temos uma tentativa de rebeldia e de choque, e se o primeiro ponto de chocar num formato impensável, ainda choca mais o deserto de ideias que é o filme do primeiro ao ultimo minuto, salvando-se o facto dos minutos serem pequenos.

Pois bem em termos de historia temos zero, as personagens conhecidas, montadas em formato humano, numa produçao amadora de um pais onde o cinema não é conhecido e depois mortes e terror sem explicação para alem do abandono. O filme não tem falas, não assusta, sendo sempre mais ridiculo do que outra coisa qualquer. O objetivo do realizador parece esse, embora não consiga entender muito bem as razões para tal objetivo.

Winnie the Pooh, nesta versão gore consegue ser tudo e mais alguma coisa no que diz respeito ao absurdo que todos achamos que o filme vai ser quando assistimos ao trailer. O terror não existe, apenas nos fica na retina o estapafurdio de tudo o que vemos, e a pessima produçao das mascaras, tiradas de uma loja de contrafação de baixa qualidade.

A historia segue dois personagens da historia para crianças, que chateados por terem sido abandonados por Robin, decidem matar todos os que entrem na sua floresta, a qual é visitada por um grupo de amigas que acaba por ser alvo da ira de tais moradores.

O argumento e inexistente para alem do que acima dissemos. Podiamos dizer que o filme é deliberadamente mau, mas fica a duvida devido ao vazio de tudo o que acontece. Não tem volte faces, é uma ideia levada à exaustão sem qualquer tipo de trabalho.

Na realização temos alguem que quer marcar a sua posição e parece apostado em o fazer, ja tendo anunciado a sequela de um filme desta natureza. Parece destinado a figurar na lista dos maus realizadores de hollywood.

No cast um conjunto de totais desconhecidos que vão ser lembrados ou não de participar neste ato sem sentido, que nada beneficiara as carreiras, muito pelo contrario.


O melhor - A duração.

O pior - O filme é pior do que podemos pensar da ideia


Avaliação - D-



Left Behind: The Rise of Antichrist

 Left Behind é uma obra literária de caracter religioso com diversos seguidores que já teve diversas adaptações no cinema, a ultima dos quais um pessimo filme com Nicholas Cage que agora tem no realizador de filmes cristãos Kevin Sobro um novo Remake. Como a maioria dos filmes do realizador sobre esta tematica o desastre critico foi total, enquanto que comercialmente ele ainda vai tendo uma pequena falange de apoio que lhe garante alguns dolares mesmo em projetos de baixo orçamento.

Sobre este filme começa tudo por ser mau, já que os anteriores filmes já eram do que de pior se tinha feito em Hollywood, e agora tinhamos um dos mais criticados realizadores a efetuar um projeto nesta natureza, ou seja a tempestade perfeita para o desastre que o filme acaba por cumprir, num dos piores filmes que tenho memoria.

Tudo começa pela duraçao, duas horas de um filme que é confuso, tenta ser politico e religioso, vai distribuindo personagens sem grande sentido que acabam por se perder naturalmente ao longo de todo o filme, numa substancia de ritmo lento que nunca percebemos efetivamente o que quer ser, torna o filme quase incapaz de ser visto.

A piorar tudo isto o amadorismo de todos os segmentos do filme, desde o argumento, as personagens, passando pelos interpretes e argumento tudo é pessimo, num dos piores filmes que tenho memoria num genero que apenas tem trazido filmes de pessima qualidade a hollywood sendo este um dos piores.

O filme segue a população mundial depois do desaparecimento de uma parcela importante de pessoas, assustada com a possibilidade da repetiçao, que mais não é do que uma jogada politica que apenas a fé pode desconstruir.

O argumento é tão mal articulado que torna quase o filme impossivel de ver. As personagens, o desenvolvimento das relações entre elas, tudo e desastroso num filme sem ritmo, com valores morais e criticos muito discutiveis.

Sorbo e um realizador que se dedicou a fe, e tem feito uma carreira com visibilidade recheado de desastres criticos que quase parecem ser pensados para ser mau. Este e talvez a sua obra prima negativa.

No cast Sobro e um ator mediocre que tenta ser tudo nos seus filmes quando o seu jeito é nulo. Num filme com esta baixa qualidade so resta espaço para atores sem outro tipo de emprego ja que as personagens não pedem rigorosamente nada aos seus interpretes.


O melhor - Nada.

O pior - A forma como se faz um filme pessimo como testemunho politico e ideologico


Avaliação - F



Thursday, March 23, 2023

Luther: The Fallen Sun

 Luther é talvez o policia mais carismático da BBC, que deu origem a uma serie de sucesso entretanto aquisionada pela Netflix a qual imediatamente colocou todas as fichas na rentabilização do projeto através de um spin Off em estilo de longa metragem. Criticamente ao contrário da mini serie as coisas não foram perfeitas com avaliações algo medianas, principalmente comparadas com o sucesso critico que a serie foi tendo. Por sua vez comercialmente sera sempre um produto apetecivel para a maioria dos consumidores da aplicação.

Luther é um filme que acaba por ter um defeito que a serie não tem que se trata de ser algo simplista no argumento, onde muitas vezes tem atalhos completamente estapafurdios, onde acaba por muitas das deduções serem caídas do ceu sem muito contexto, mesmo que o exagero da ambição do vilão leve a sua violência a algo que em termos de entertenimento funciona, mas que por outro lado acaba por ser pouco no que diz respeito aquilo que um filme adulto deve ter.

Alias muitos dos problemas do argumento do filme residem essencialmente no exagero, da violência, da forma como quer ser atual nas novas tecnologias deixando muitas pontas soltas, mesmo que Luther e o seu vilão tenham a força para um razoavel filme de entertenimento, o problema e que Luther tinha uma historia de argumentos bem mais trabalhados do que aquilo que acabamos por assistir.

Assim sai um filme de desgaste rapido, para quem gosta de ação rapida pouco pensada e muitos cenarios europeus. Fica a ideia que o filme não é propriamente maduro e por vezes quer mais chocar do que ser coerente e quando isso acontece Luther fica muito aquem da serie, mesmo na personagem central. O filme quer ser grande mas atalha muito para o resultado final.

A historia dá-nos mais um episodio do Policia Luther agora preso por uma emboscada de um serial Killer com objetivos gigantescos, e que conduz a duas pontas de investigação, fugir a procura que é alvo enquanto tenta colocar termo aos ataques do terrivel assassino.

E no argumento que reside as maiores fragilidades do filme, muitos atalhos, muita pouca explicação, muito exagero, muitas deduções caidas do nada, num filme pouco coeso e maduro para uma serie que criticamente foi um sucesso. Pode ser entertenimento mas nem tudo bate minimamente certo.

No que diz respeito à realizaçao a batuta foi entregue a Jamie Payne um realizador ja  associado a serie mas com pouco ou nenhum trabalho em termos de longa metragem. O filme tem uma aposta efetiva em termos de localizações, e realizado como grande estudio, embora sem grande assinatura.

Luther e dos melhores papeis de Elba, um actor de ação que tem aqui mais uma encarnaçao num argumento que da pouco palco a personagem. Como secundarios Erivo é um adorno e Serkis e um bom vilão, expressivo como ele sabe ser.

O melhor - O exagero entertem

O pior - Os buracos narrativos.


Avaliação - C



Wednesday, March 22, 2023

Die Hart

 Esta aposta da Amazon não é mais do que uma serie produzida a interpretada por Kevin Hart sobre ele proprio a tentar ser um heroi de ação que foi agora reunida e vendida como uma longa metragem a Amazon Prime. O conteudo é basicamente igual ao da serie apenas reunido e não em episodios curtos. Criticamente tudo foi algo mediano, sendo que comercialmente a Prime tem sempre algumas visualizações em conteudos com figuras mais conhecidas.

Sobre o filme podemos dizer que temos o tipico filme comico de Kevin Hart com a unica originalidade de ser como ele proprio como a personagem principal, num filme dentro de um filme. Tirando esse ponto diferenciador e mais do mesmo, as piadas de gozo sobre ele proprio, pouca novidade, a graça já não é a mesma e apenas o ponto comercial em mira.

Em termos de originalidade do guião fica a perceção que o estilo que o filme adota e a base do mesmo poderia dar muito mais graça do que alguns apontamentos de curiosidade sobre cinema que o filme utiliza em excesso em todas as piadas que faz, muitas vezes com resultado curto. Em termos de narrativa uma basica apenas tendo em vista potenciar o lado comico do projeto.

Ou seja para quem não viu a serie a oportunidade de ter conhecimento de tudo o que foi feito, três anos depois e editado, um entertenimento simples para quem gosta do estilo de Hart, sem muita novidade a não ser uma ou outra piada holliwoodesca que funciona, caso contrario já vimos este filme para alem da originalidade da base.

A historia fala do proprio Kevin Hart ansioso por ser ele um heroi de filmes de ação que integra uma escola para atores que querem sem protagonistas de filmes de ação que acaba por ter no seu treinador, alguem com metodos duvidosos.

O argumento do filme ate tem uma ideia que poderia funcionar do ponto de vista comico, mas rapidamente percebemos que Kevin Hart personagem e igual a qualquer outra personagem dele, o que nos leva para o estilo de filme que ja vimos muitas vezes. Em termos de graça o filme é esforçado mas nem sempre obtem sucesso

Na realização e agrupamento de imagens a escolha recaiu perante Eric Appel um realizador que este ano já teve algum sucesso no seu biopic de AL Yankovic, que aqui tem um trabalho de comedia simples, facilitado pelo pensamento inicial de episodios curtos.

No cast temos Kevin Hart a ser precisamente o que sabemos que ele é, sem qualquer dificuldade. Ao seu lado Emanuel tenta ainda obter dimensão comercial, e Travolta numa mare baixa de carreira em que qualquer projeto pode ser interessante, principalmente se for comico e proximo do publico.


O melhor - Algumas piadas de cinema

O pior - Ja vimos este filme em muitas personagens de Hart que não ele.


Avaliação - C-



Magic Mike's Last Dance

 Soderbergh decidiu em plena pandemia que um dos seus proximos projetos seria o regresso à história de Magic Mike, um dos seus ultimos sucessos depois de ter passado a carreira com filme com produção mais pequenos, a maior parte dos quais diretamente para streaming, algo que também estava no planeamento deste novo episodio do Stripper mais conhecido de Hollywood. COntudo e na falta de claros players para o dia dos namorados a WB mudou a estrategia lançando o filme nos cinemas. Criticamente o filme voltou a desiludir como o segundo filme, comercialmente os resultados também foram frágeis principalmente tendo em conta o alto de grau de distribuição e a pouca concorrencia.

Eu pessoalmente confesso que não gostei de nenhum dos filmes da saga, sendo que foi evidente que os mesmos foram perdendo qualidade, sendo este de longe o pior, o mais vazio e sem sentido de todos. Ora bem temos um filme sem personagens em que tudo ocorre por mero acaso, sem ser consequencia de nada, num filme preguiçoso que acaba por desistir de todo para o festival final, o unico ponto que parece trabalhado mais na otica do espetaculo do que no cinema.

Ate la o filme desaproveita qualquer enredo, não conhecemos as personagens e mesmo Mike, que ja conhecemos de dois filmes esvazia-se por completo, sendo apenas um Toy Boy nas mãos de uma mulher rica e o filme conforma-se com isso. O alegado romantismo que o filme quer dar a trama não existe chegando mesmo a ideia que o filme não sabe o que fazer com aquela relação.

Ou seja um total vazio durante as quase duas horas de filme, onde temos Tatum a dançar, algo que ja sabemos que faz bem em diversos projetos, temos um espetaculo ideologico que ficamos a desconhecer os motivos ou será que o plano ideologico subjacente a uma narradora tem algum lado mais forte que nos ultrapassa, enfim uma total perde de tempo e dinheiro da WB.

O filme segue Mike, agora com dificuldades financeiras causadas pela crise pandemica que ao trabalhar como Bar Tender conhece uma mulher rica a quem se liga, a qual lhe coloca a oportunidade de dirigir um show num teatro londrino sobre a sua especialidade, dança sensual masculina.

E no argumento que o filme falha por completo, já que o enredo na essencia não existe, em personagens, em fundamentos em valores morais, um deserto de ideias para alem do aparecimento do Mike, comercialmente falando.



Soderbergh e um realizador que concilia projetos originais reconhecidos com alguma dificuldade, de com meios fazer rentabilizar os seus projetos maiores, torna-o algo estranho o seu percurso, já que a sua vasta filmiografia tem classicos e filmes de qualidade muito diminuta. Aqui tem talvez dos seus piores trabalhos, onde apenas as coreografias finais funcionam.

No cast Tatum sabe dançar, teve algum valor comico e romantico, mas com o passar do tempo as suas dificuldades dramaticas limitaram o seu percurso, sai regressar sempre ao seu ponto de abrigo. Hayek tambem esta longe de ter tido uma carreira de primeira linha, com aparições mais de nome do que de talento, esta é mais uma.

O melhor - As coreografias finais.

O pior - Dos piores argumentos que me lembro


Avaliação - D

Monday, March 20, 2023

80 For Brady

 Seria uma questão de tempo até Tom Brady depois de terminar a sua carreira como jogador profissional de futebol americano se dedicasse a uma arte, de forma a vender todo o seu potencial estrela que foi criando ao longo do tempo. Este filme, produzido pelo proprio, aposta num dos maiores feitos desportivos da sua carreira auxiliados por um filme na terceira idade. Comercialmente o filme teve resultados razoaveis, os quais foram muito potenciados pelo valor comercial de BRady, criticamente estas comedias na terceira idade nunca conseguem ir para alem da mediania, o que foi o caso deste projeto.

Sobre o filme, temos assistido nos ultimos anos a diversos projetos comicos com atores em idade avançada, que servem um pouco para dar trabalho a quem durante tanto tempo foi figura de referência, eu confesso que acho sempre disparatado e sem graça e este filme acaba por ser exatamente isso, um conjunto de momentos sem grande sentido com quatro atrizes que no seu curriculo tem 12 nomeaçoes para oscares mas que apenas lhes sobra, na maior parte delas isto, e isso é desolador.

O filme não tem graça, tenta adquirir um humor fisico que nunca é funcional, as personagens são esteriotipos de filmes comicos de qualidade baixa, e percebemos que o que realmente o filme tem como objetivo e a imagem simpatica do seu produtor, num trabalho extremamente egocentrico de Brady, que em termos cinematograficos fica longo de ser sequer mediano.

Por tudo isto uma comedia sem graça, um filme que tenta dar um ar descontraido a diversas actrizes algumas das quais totalmente desconfortaveis com o que resta, quando todas elas apenas surgem para alimentar o ego de Brady, o qual não necessitava de ser ele proprio a produzir produtos sobre as suas façanhas desportivas.

A historia segue quatro amigas que se juntam para ver o superbowl na televisao que decidem por um motivo de saude de uma delas tentarem ir ver ao estadio, mas apos perderem os bilhetes entram numa odisseia para tentar arranjar forma de entrar no palco do evento.

O argumento e desolador em todos os sentidos, comicamente não, existe, repete um conjunto de cliches de comedias de idosos que temos sido encharcados nos ultimos anos, e pouco mais a não ser percebermos o quanto Brady fez naquela final.

Na realizaçao Kyle Marvin surge num filme que e propriamente indiferente para a carreira de qualquer realizador, ele que tem aqui a estreia no cinema com um filme indiferente, de grande estudio mas com nenhuma assinatura.

No cast quatro consagradas em momentos de forma diferente, Fonda e Moreno estão mais confortaveis na comedia, Tomlin acaba por ser a que tem mais protagonismo no filme, e Field esta totalmente perdida num filme que nao e para ela, ja que era a unica ainda no ativo.


O melhor - O lado dramatico da personagem de Tomlin-

O pior - Tantas consagradas para alimentar o ego de Brady.


Avaliação D-



We Have a Ghost

 E conhecido que a Netflix gosta de aproveitar ao maximo a figura das suas figuras mais conhecidas das series, oferecendo-lhe longas metragens para potenciar mais o conceito. Neste filme sobre fantasmas esse protagonismo e dado a Harbour, numa comecia do além, que tenta ser mais que isso também um filme familiar. Sendo uma das apostas comerciais mais fortes da Netflix no primeiro trimeste o resultado foi positivo comercialmente, criticamente a Netflix continua a ter muita dificuldade na maior parte dos filmes e este também não foi alem de uma mediania critica.

Sobre o filme podemos dizer que começa como o tipico filme de assombração mas rapidamente percebemos que vai ser ligeiro, e na primeira hora muito disparatado. A primeira hora é lenta de um estilo de cinema que não encaixa em lado nenhum, caindo muitas vezes num absurdo lento, que acaba por fazer o filme adormecer. Com o passar do tempo e quando o filme sai do registo comico, para o emocional ou mesmo misterio ganha algum ritmo, embora pareça sempre algo tarde demais neste deambular por generos.

Tambem em termos produtivos o filme e com a imagem esbatida na personagem central parece sempre algo amador na forma como se desenvolve, fica a sensação que a Netflix, principalmente nas suas apostas de primeira linha tem de ser mais eficaz na utilização de efeitos, que não são de primeira linha também neste filme.

Por tudo isto fica a ideia que é um filme de entertenimento familiar, demasiado longo, que na primeira hora parece perdido entre géneros sem assumir nenhum, acabando por melhor na parte final, sem no entanto não o retirar da mediania completa do primeiro ao ultimo minuto.

A historia segue uma familia que acaba por comprar uma casa e percebe que a mesma é habitada por um fantasma que acaba por se ligar ao elemento mais jovem, um adolescente em conflito com a familia, o qual vai o ajudar a perceber quem é tal fantasma.

O argumento do filme pode desde a ideia parecer disparatado, sendo que muitas vezes é neste risco que surgem obras mais marcantes. O problema do filme é estar ,muito tempo a tentar perceber o genero que quer obter, e isso acaba por tornar o filme na maior parte do tempo algo difuso, nas personagens e principalmente no pouco valor comico que acaba por ter.

Na realização do projeto temos CHristopher Landon, um realizador apostado na ligação entre terror juvenil e comedia, que ,mais uma vez encaixa no genero, embora aqui o terror seja quase nulo. Fica a ideia que a produção não tem recursos de primeira linha e que o seu trabalho acaba por ficar contaminado por isso, não foi um passo diferenciador com o patrocinio Netflix.

No cast Harbour domina o filme sem falar. O ator esta num bom momento principalmente em termos mediaticos e a proximidade com o grande publico facilita a sua personagem neste filme.- Nos restantes funciona, embora o filme não procure propriamente papeis diferenciados.


O melhor - A intriga que cresce no fim.

O pior - A longa espera até o filme se defenir


Avaliação - C



Sunday, March 19, 2023

Knock at the Cabin

 Mais de 20 anos depois de M Night Shyamalan ter surpreendido o mundo do cinema com o seu iconico Sexto Sentido, eis que a sua carreira acabou por cair a pique com falhanços sucessivos criticos, tendo agora estabilizado por filmes de um terror psicologico de baixo custo, mas com a sua assinatura no argumento. Este e mais um dos seus projetos, longe da loucura do passado em torno do realizador, o mesmo conseguiu novamente aqui boas avaliações criticas que durante muitos anos estiveram afastadas dele. Comercialmente o resultado ficou um pouco aquem do que se poderia esperar, principalmente tendo em conta a ausencia de concorrencia no momento em que foi estreado.

Existe algo que é inequiveco na maioria dos filmes do realizador, a sua abordagem ou a sua historia deixa-nos intigrado, faz-nos questionar o que estamos a ver, contudo no final somos surpreendidos, ou não pela simplicidade da conclusão que é a mais obvia que o deixa de ser, este e o truque do realizador, principalmente enquanto argumentista que esta novamente presente neste filme, não lhe tirando o merito de nos deixar inquietos ao longo de toda a duração do filme.

Não sendo um filme totalmente original, ou bem trabalhado em todos os pontos como chegaram a ser alguns dos filmes de inicio de carreira do realizador, e um filme de entertenimento, com um contacto a ritmo elevado com o espetador, duração curta, na procura de respostas que surgem com uma componente moral e religiosa que sempre são marcas de agua no seu cinema, o que deixa o filme sem interessante sem nunca ser particularmente diferenciado.

Assim Knock at the Cabin e um bom exemplo de um cinema razoavel que denota um equilibrio entre o entertenimento e um sublinhando moral, que não e propriamente um cinema surpreendente, mas que demonstra bem talvez a maturidade e assinatura que Shyamalan conseguiu nos ultimos anos, fruto de se ter afastado da expetativa exagerada que surgiu nos seus filmes seguintes a sexto sentido.

A historia segue quatro pessoas estranhas que surgem numa cabine de férias de um casal homossexual e a sua filha, e que exigem que um se sacrifique caso contrario o mundo termina por completo fruto de uma serie de catastrofes naturais.

O argumento e a mais valia do filme, a ideia e original, tem base liturgica, tem intensidade, mas mais que tudo não deixa de lado temas da sociedade para fazer o filme funcionar, e nisso vive essencialmente pela intensidade e posição concreta que cada personagem tem no filme.

Na realizaçao Shyalaman tornou-se num realizador mais objetivo e menos rebelde com o tempo, fruto se calhar da expetativa em seu torno se ter dissipado. O filme e competente, tem a sua assinatura, principalmente no enigma das imagens e mais que isso no argumento. Provavelmente nunca sera uma primeira linha de Hollywood, mas também terá um curriculo recheado de filmes razoaveis num genero proprio.

O filme nao tem propriamente um cast de primeira linha, a escolha de atores assumidamente homossexuais para o casal central, e um statement, que corre bem, já que principalmente Graff corresponde ao que o filme quer, menos Aldrige que parece sempre um tom acima do que o filme exigia. Bom encaixe de Dave Bautista num papel muito diferente do que estamos habituados a ver.


O melhor - O argumento


O pior - Os vinte anos de carreira do realizador fazem-nos perceber como tudo vai acabar.


Avaliação - B-



Saturday, March 18, 2023

The Magician's Elephant

 Se existe espaço no panorama cinematografico onde a Netflix tem conseguido se impor acaba por ser na animação, onde para além do oscar obtido este ano tem elevado a qualidade dos seus produtos que acabam por ser esteticamente interessantes com uma ideologia positiva. Este ano e para este pre pascoa eis que surge mais uma produção, que ao contrario das anteriores não conseguiu propriamente um resultado critico muito imponente, ate demasiado mediano para a aplicação. Comercialmente os filmes de animaçao ainda não são o terreno mais forte da operadora, pese embora seja um dos que tem mais qualidade.

Este projeto que acaba por ter uma narrativa simples, de magia e reencontro, tem como principal elemento sedutor o espaço onde tudo se passa, uma vila bucolica, desenhada ao mais pequeno promenor para fornecer imagens unicas e impactantes que tornam o filme desde logo muito bonito, mesmo que em termos de realismo a Netflix ainda tenha neste projetos menores alguma dificuldade para chegar ao nivel de Disney ou mesmo Dreamworks.

Narrativamente o filme está longe de ser tão competente, a historia é igual a muitas, previsivel, uma mistura de narrativas que jã existiram, que acaba por ser salva pelo facto do filme ser bonito e transmitir boa mensagem de reencontro, apesar de no primeiro minuto todos percebermos como o filme vai acabar e o ritmo por vezes ser algo sonolento.

Ou seja um bonito filme de animaçao, com uma historia previsivel e algo repetitiva, que esta longe do que de melhor a produtora ja fez, mas mesmo assim e pelo caracter estetico do espaço merece ser visto, porque a mensagem é positiva embora o filme seja apenas basico.

A historia fala de um orfão que depois do contacto com uma vidente descobre que para descobrir a sua irmã viva tera de seguir um elefante, o qual percebe a existencia depois de num espetaculo de magia ele surgir de uma forma pouco ou nada ortodoxa.

Em termos de historia o filme e previsivel, apesar de transmitir mensagem e emoçao positiva, e tudo demasiado igual a outros filmes. O ritmo da falta de humor torna o filme algo pausado, e não é no argumento que o filme tem os seus melhores elementos.

Na realizaçao Wendy Rogers tem aqui a estreia onde dá primazia ao lado estetico do filme mais do que o realismo e acaba por me parecer a melhor opção, o filme é bonito, todos gostariamos de ir aquela cidade, mesmo que em termos produtivos não seja espetacular.

O cast de vozes da adaptação portuguesa não é feliz, demasiados maneirismos na forma de comunicar dos interpretes não faz desta adaptação o melhor trabalho.


O melhor - A estetica da cidade onde passa o filme.

O pior - E tudo demasiado previsivel


Avaliação - C+



True Spirit

 Num ano que vai ser decisivo no que diz respeito á forma como a Netflix se vai assumir em termos de cinema internacional, os primeiros meses tem sido algo pausados com estreias de filmes diversos de diversas proveniencias. O inicio de Fevereiro foi marcado por esta historia agora no cinema de uma jovem que circundou o mundo com todas as dificuldades desde a Australia. Em termos criticos a mediania de um filme efetuado de uma forma muito familiar, sendo que comercialmente e na falta de figuras de primeira linha o resultado não foi o mais imponente tendo em conta a distribuição NETFLIX.

Desde logo parece importante sublinhar o valor da historia que o filme conta, algo que se calhar passou desprecebido a maioria dos mortais mas que acabou por ser bem seguido na Australia. O filme demonstra bem essa grande entrega da personagem, embora no que diz respeito a realizaçao das sequencias mais dificeis o filme e algo limitado, talvez pela dificuldade de orçamento mas isso termina tambem com algum rigor por exemplo na forma sempre simpatica e organizada que o veleiro continua ate ao fim.

Tambem no que diz respeito as especificidades da história, cria-se a ideia que o filme é muito pouco trabalhado nas personagens, que acaba por ser demasiado simplista, para um filme de adolescentes, quando fica a ideia que o filme merecia maior contexto, mais personagens e menos tornar o feito uma filosofia de vida, onde o filme acaba por mergulhar na maioria dos cliches.

Por tudo isto True Spirit e um filme simpatico, para os mais jovens, com poucas ambições quando ao resto, para alem da historia de base o filme é muito pouco trabalhado em tudo o resto, talvez por limitaçoes financeiras de um filme de base australiano. Este e o tipo de registo que da para preencher a biblioteca nova da Netflix mas pouco mais.

A historia segue uma jovem que apos aprender a velejar tem como sonho circundar o mundo sozinha, o que a leva a uma aventura de risco e superação que acaba por ser a influencia para muitos jovens para concretizar os seus sonhos.

No que diz respeito ao argumento, o filme acaba por ser demasiado minimalista, sem grandes dialogos, sem grandes personagens, limitando-se a potenciar o feito, isso faz com que o filme encaixe numa normalidade quase banal que acaba por ser curto.

Na realizaçao do projeto Sarah Spillane tem aqui o seu trabalho mais visivel, onde as dificuldades financeiras poderão ter limitado as sequencias de alto mar, e de confornto com tempestade onde o filme é sempre pequeno, e isso era fundamental no impacto real do filme.

No cast por fim, podemos dizer que a escolha de Corft e demasiado fisica pela similaridade com a personagem mas pouco mais, muito por culpa da forma como o filme tambem não deixa construir a personagem. Nos secundario algumas figuras conhecidas mas pouco relevantes num filme pouco ou nada exigente para os seus intervenientes.


O melhor - O feito que o filme da a conhecer.

O pior - A forma como o filme não consegue ser minimamente realista nas personagens


Avaliação - C



Friday, March 17, 2023

Somebody I Used To Know

 Dave Franco no seguimento do que o seu irmão ja fez anos antes tem aqui a sua passagem para tras do ecra na aposta da Amazon Prime para o dia dos namorados, tendo a sua esposa ALison Brie como protagonista. Em termos critocos este filme sobre o regresso ao passado ficou-se pela medinia, sendo que comercialemente também não me parece o estilo de projeto ganhador que a Prime necessita para subir patamares.

O filme tenta acima de tudo ser um filme romantico, sobre a tentativa de perceber as escolhas do passado, entrando num registo que nunca chega a ser minimamente engraçado, embora o filme de espaço a espaço tente o ser, normalmente sem grande sucesso, e por outro lado não e dramatico, acabando por ficar num limbo que torna o filme completamente irrelevante sem qualquer capacidade de comunicar com o espetador.

Com o regresso da personagem a terra natal estamos a espera que o romantismo surja, mas ai e que o problema se torna maior, nenhuma personagem com relaçao do filme segura ou faz a ponte para o espetador o qual permanece completamente indiferente ao que o filme vai transmitindo, sendo sempre um filme demasiado desligado nas personagens, com o final a chegar de uma forma quase impercetivel.

Por tudo isto um filme alegadamente romantico que nunca o é, uma comedia que não mete graça mas mais que tudo, duas horas em que não conseguimos perceber onde o filme quer ir e acima de tudo quer transmitir, para alem de alguns apontamentos filosoficos assumidos pela personagem central.

A historia segue uma documentarista, que virou estrela de apresentaçao de reality shows, que apos ficar sem programa regressa a sua terra natal onde percebe que o amor da sua vida, vai casar com alguem muito mais novo, mas que e o espelho da sua juventude.

O argumento e proximo do casamento do meu melhor amigo, com a diferença que nenhuma personagem ou relaçao segura o filme, o que e pessimo principalmente se pensarmos que e um filme romantico do dia dos namorados que nao consegue transmitir qualquer sentimento.

Franco tem uma abordagem simplista, sem grandes truques deixando o argumento fluir sem grande aparato. Parece pouco e não é propriamente uma boa amostra para aquilo que o realizador quer ser, ja que com nome feito na praça, ainda que como ator, espera-se sempre mais risco.

No cast Brie e uma actriz de comedia que não e propriamente forte, ou intensa, e nisso penso que o facto de ser esposa de Franco nao ajuda uma personahgem limitada pouco ou nada trabalhada que mantem a carreira em cinema em lume brando. Como co protagnista Jay Ellis tem tempo de ecra numa personagem completamente vazia.


O melhor - O regresso a casa é sempre uma boa tematica.

O pior - O filme nao ter genero e não conseguir transmitir quase nada ao espetador.


Avaliação  - D+



M3GAN

 Janeiro é conhecido por ser um mês pródigo no cinema de terror, principalmente com apostas mais comerciais do que criticas. Dai que tenha sido surpreendente que o primeiro filme a ser lançado em distribuição wide do cinema internacional tenha-se tornado de forma imediata um sucesso critico, e acima de tudo comercial que já garantiu a sua sequela.

Sobre o filme temos o filme tipico de James Wan de terror estetico baseado na figura da boneca. O filme tem uma introduçao interessante na forma como contextualiza o filme na atualidade de uma procura cada vez maior por tecnologia e inteligencia artificial, no desenvolvimento do filme, tudo torna-se mais simples e previsivel, com valor estetico.

O filme e simples, processos iguais a muitos, mas esta formula e aceite de um filme com ambiçoes limitadas que foram totalmente cumpridas. O filme nao quer ter grande logica do ponto de vista de personagens, nem mesmo do balanço fisico que e sempre o calcanhar de aquiles do filme. Mas no final fica a clara ideia que o filme consegue ter terror e ser curiosos, muito proximo de outro filme sobre bonecos criminosos.

Por tudo isto M3gan cumpre os designios que se propoem, nao sendo um filme de primeira linha do terror, parece nunca ter essa ambiçao, vai de encontro a um estilo de Wan como produtor tem criado bem em Hollywood e o que o faz liderar com diferença o genero. Teremos sequela e a originalidade do projeto desaparecera mas o dinheiro regressara.

A historia fala de uma fabricante de brinquedos que fica com a sua sobrinha a cargo, no momento em que desenvolve a sua nova invenção, uma boneca com inteligencia artificial capaz de reagir aos seus donos e as suas necessidades.

EM termos de argumento o tema e atual, e isso acaba por ser um bom ponto do filme, que no seu desenvolvimento acaba por ser em tudo mais simplista e mais rotineiro, chegando mesmo a ser previsivel.

Na realizaçao do projeto Jhnstone e o novo protegido de Wan vindo da televisao e do terror. O filme e mais atual do que esteticamente imponente em termos de terror, onde todos os pontos ficam a cargo da boneca mais que real. A ver o que segue para perceber se foi tarefa ou o inicio de um bom projeto de realizador.

No cast Williams tem dedicado a carreira ao genero onde parece ter dificuldade em sair. O filme pede pouco bem como a jovem Violet Mcgraw muito proxima do genero que tem pautado a sua carreira. Nao temos propriamente um filme exigente para os seus interpretes.

O melhor - A estetica de M3GAN

O pior - A previsibilidade


Avaliação - C+



Thursday, March 16, 2023

Your Place or Mine

 A Netflix tem uma agenda de lançamento das suas longas metragens pensada do primeiro ao ultimo minuto para cada temporada. No dia dos namorados lançou esta comedia romantica com duas figuras maiores do genero, num filme para grande publico. Comercialmente as coisas ate podem correr bem porque e do tipo de produto que raramente falha com a expansão da Netflix, mas em termos criticos as coisas não foram brilhantes, muito na mediania que o genero habitualmente tras.

Sobre o filme é aquele filme romantico tipico de grande familia, sem muitos atributos, com uma historia previsivel, e tentando que os seus protagonistas encaixem imeditamente o prototipo da carreira com pouca inovação. Alias o filme e bastante obvio, quase sempre pouco engraçado do primeiro ao ultimo minuto, acabando por não ser pessimo pelo facto de ser simpatico no final feliz.

Outro dos pontos que o filme parece funcionar e nas diferenças entre os territorios, o filme consegue moderadamente criar quimica entre personagens a distancia o que nem sempre e facil. Contudo este e o ponto central do filme e falhar nele seria obviamente um falhanço total de todo o projeto.

Por tudo isto um obvio e pouco trabalhado filme do dia dos namorados, que quer transmitir emoçoes simples, num filme idilico e romantico. Por seu lado o filme falha por completo no que diz respeito ao seu funcionamento comico, nunca tem piada embora faça diversas tentativas para o ser e isso leva o filme nem sempre ser proximo do publico.

A historia fala de dois amigos de longa data que vivem afastados pese embora contactem diariamente, até que acabam por trocar de realidades, percebendo melhor a vida um do outro e o que os une realmente.

No argumento o filme tem uma historia que funciona na quimica a distancia o que nem sempre é facil num projeto como este, mas por outro lado parece-me claro que em termos comicos o filme nunca é realmente eficaz e isso e culpa dos dialogos e situações nem sempre muito bem montadas.

Na realizaçao Brosh Mckenna e uma realizadora que tem aqui o seu projeto maior como realizadora depois de uma carreira com alguns argumentos reconhecidos. O filme tenta ser energenico, original nas piadas mas nem sempre consegue por culpa de uma historia algo basica e pouco humoristica.

No cast Witherspoon tornou-se uma actriz de comedias romanticas, o que é redutor principalmente por outros momentos que ja exibiu na carreira, que agora resume-se a este irritante tipo de personagens. Ao seu lado Kutsher e mais do mesmo, com a diferença que as suas mais que muitas limitações dramaticas impediram de alguma vez ser um ator de primeira linha, e aqui exibie tudo isso.


O melhor - A quimica a distancia.

O pior - O filme tenta ser engraçado sem qualquer sucesso.


Avaliação - C-



Close

 Uma das surpresas dos festivais internacionais e que conseguiu a nomeaçao para o oscar de melhor filme estrangeiro foi este peculiar Close, sobre a aproximação de dois pre adolescentes na confusão de sentimentos com a passagem para uma fase diferente das vidas. A critica gostou do lado angustiante e silencioso do filme, que obteve a nomeaçao para melhor filme estrangeiro. Do ponto de vista comercial os resultados foram consistentes tendo em conta o tipo de filme.

Sobre o filme, eu confesso que gostei da primeira metade, ate ao epicentro de tudo, até ai o filme passa da ingenuidade a confusao da personagem central com muita naturalidade e realismo, e um filme complexo passado numa idade com alguma inocência que vai tratando de uma forma calma e a tocar nos pontos essenciais. O problema maior do filme é quando o evento central acontece em que limita-se à angustia em silencio ao sofrimento calado de cada um dos elementos onde o filme se torna repetitivo e em pausa durante mais de uma hora, e aqui o equilibrio de tempo deveria ter sido outro.

Mesmo assim o filme e rico do ponto de vista da historia e dos temas que quer tratar como o Bullyng, a indifinição de relações, o inicio da homossexualidade são diversos os temas que o filme quer e acaba por tratar num espaço curto, embora a maioria dos mesmos seja tratado com algum silencio que pode ser exagerado em face daquilo que o filme poderia ser.

Por tudo isto Close e um filme interessante mas fica a ideia que principalmente em termos narrativos chega ao ponto central e deixa de se desenvolver, deixa de ter mecanismos que coloquem o filme numa ação diferente quando existia espaço e mais que isso existia necessidade dessa continuidade para um filme mais forte e mais imponente.

A historia segue dois amigos na entrada da adolescencia, que vivem muito proximo um do outro e são inseparaveis contudo com a entrada numa nova escola e os rumores da homossexualidade levam a separação que acaba por conduzir a formas diferentes de reação dos envolvidos.

Em termos de argumento o filme acaba por ter temas impactantes mas fica a ideia que no geral o filme acaba por ser algo silencioso demais, alguns podem pensar que tudo e uma forma que o filme tem de espelhar sofrimento eu pessoalmente penso que acaba por ser desiquilibrado principalmente entre segmentos.

Na realizaçao Lukas Dhont e um realizador internacional ja com alguma dimensão com presença e reconhecimento em diversos festivais internacionais que tem aqui um filme talvez demasiado intimo. A realizaçao e sempre focada nas personagens e no que elas estão a sentir que parece ser a assinatura de um realziador ainda jovem mas com futuro ja presente.

As despesas de cast estão acima de tudo centradas no jovem Eden Dembrine, que acaba por ser intenso e ter uma das melhores interpretações jovens do ano, sempre secundado por uma intensa Emile Dequenne que acabam por ser intensos na intensidade dramatica que o filme quer ter.


O melhor - A primeira fase do filme com os temas introduzidos.

O pior - A segunda parte é silenciosa demais


Avaliação - B-



Tuesday, March 07, 2023

LIving

 Existe filmes tradicionais britanicos que são sempre uma presença assidua nas corridas aos prémios todos os anos, este ano foi este peculiar filme sobre recuperar o sentido da vida, que foi acima potenciado pelas otimas avaliações fornecidas à construção de Nighty mas também por ter o argumento de Ishiguro, um vencedor do premio Nobel da literatura. O filme conseguiu uma excelente receção critica mesmo nos seus padrões tradicionais, sendo que comercialmente e principalmente com a presença dos premios os resultados tornaram-se razoaveis.

Sobre o filme podemos dizer que temos o tipico filme tradicional britanico, com muito sentimento, com uma moral enraizada mas por outro lado demasiado lento, demasiado preso aos costumes rigidos e nesse particular o filme pode ter uma mensagem forte mas a forma como a transmite e um pouco ou mesmo demasiado lenta para ter um impacto acrescido junto do espetador.

O filme vai de encontro nos momentos de explosão da personagens a sequencias de dialogos introspetivos sobre a vida, sem duvida bem escritos, ou não tivesse um escritor de excelencia como argumentista, mas a ligação entre as cenas e mesmo a personagem central fica sempre um pouco adormecida na comunicação com o espetador, que vai sorrindo a construçao de Nighty muito pelos momentos musicais.

Ou seja um pequeno filme, bem escrito nos seus segmentos com uma historia comum mas com uma mensagem forte. Realizado na tradição mais rigida britanica que ja nos deu diveros filmes acaba por ser um filme algo natural no percurso mas longe de ter a capacidade ou impacto de outros filmes.

A historia segue um rigido chefe do departamento de obras publicas que tem como unico objetivo comportar-se mediante os padrões que acaba por perceber que tem uma doença terminal e tenta resgatar os ultimos dias de vida.

O argumento do filme é forte no lado especifico mais do que na força da sua generalidade. Temos um filme com bons dialogos, melhor que personagens, uma mensagem forte, mas algo igual a outros filmes. Acaba por ser nos detalhes que percebemos a força do argumento.

Na realização o projeto foi entregue a Oliver HErmanus um sul africano mas com um estilo de cinema muito britanico que acaba por ser muito rigido na formula que quer. Encaixa perfeitamente no estilo de comunicação mas ja vimos isso antes. E um filme de detalhes bonitos.

No cast Nighty tem um bom papel, principalmente potenciado pela rigidez que sabe bem construir mas tambem pelo lado musical. Pode ter sido algo sobrevalorizado em face da carreira. POuco ou nenhum espaço para os secundários pese embora eles acabem por ter o espaço concreto no filme.


O melhor - Os dialogos pos revelação

O pior - O ritmo demasiado adormecido


Avaliação - C+



Monday, March 06, 2023

Women Talking

 Desde o momento que foi este projeto foi anunciado, de imediato o carimbo de oscarizavel ficou muito claro, pelo tema, pelo cast e por toda a envolvência. Pese embora todo este poder para premios, no momento em que o filme começou a ser visualizado, o valor critico do filme foi inequivoco, mas aos poucos todo o poderio foi-se esbatendo, conseguindo no entanto a nomeaçao principal e do argumento. Comercialmente os resultados foram modestos e poderá ter contribuido por um diluir da sua trajetoria na temporada de premios.

Sobre o filme podemos começar por dizer que é um filme de dialogos, é um filme de momentos e de personagens, com ritmo baixo, curta duração, mas que quer acima de tudo demonstrar diferentes versões da opinião das mulheres em face do poder dos homens, quase nos dias de hoje. O filme acaba por ser mais que uma excelente narrativa ou visualmente interessante e um testemunho policito com o seu impacto, embora cinematograficamente o filme seja pouco mais que competente.

E obvio que a forma como o filme dialogo, a forma como o filme nos dá as diferentes faces da tentativa de organização mental da mulher na sociedade fechada é interessante, reflete um processo historico, que no caso do filmle é encaixado de forma quase surpreendente nos dias de hoje. O problema do filme é que tem um ritmo pausado e passa a maior parte do tempo com mulheres a volta de uma discussão e decisão e isso pode ser pouco.

Por tudo isto Women Talking e claramente um filme mais valioso do ponto de vista moral do que propriamente um original ou impactante filme nas diferentes valencias que compõem um filme. Fica a ideia que o filme acaba por caminhar de uma forma silenciosa para alguma previsibilidade. E claramente um testemunho politico muito mais efetivo do que um filme de grande qualidade.

A historia fala de um conjunto de mulheres de um grupo religioso fechado em 2010 em que o poder do homem sobre a mulher é totalmente assumido, e a forma como o grupo em conjunto tenta encontrar uma solução para colocar em causa esse poder e as consequencias do mesmo.

Em termos de argumento temos de uma forma indiscutivel um filme com uma dinamica moral e politica intensa e forte, que acaba por ser o ponto mais forte do filme. Na sua transposição para uma narrativa, o ritmo baixo e termos poucas personagens para alem da opinião dificulta um filme mais impactante que começa principalmente no seu argumento.

Sarah Polley foi uma actriz que desistiu para dar primazia à carreira como realizadora e vai colecionando alguns filmes com proximidade junto da critica. Aqui temos uma boa escolha de luz, e principalmente os contrastes com a epoca do filme onde o mesmo se passa. mesmo assim não é propriamente uma realização de primeira linha.

No cast um dos melhores elencos femininos que temos memória principalmente pelo excelente momento de forma das envolvidas. Acaba por ser Buckley e Foy as que melhores dinamicas apresentam no filme, demonstrando a intensidade interpretativa e dramática que tem sido a mais valia do bom momento de carreira de ambas. O excelente leque de atores é a mais valia do filme.


O melhor - O forte testemunho politico


O pior - O filme acaba por ser quase sempre à volta de uma discussão


Avaliação - B-



Saturday, March 04, 2023

Infinity Pool

 Cada vez mais temos percebido que a descêndencia se torna cada vez mais normal em Hollywood, sendo que isso passa não só pelos atores mas mais recentemente também em realizadores apostados em seguir legados. Este e o filme mais visivel de Cronemberg junior, onde se observa de uma forma clara todas as influencias de David. Este filme de terror excentrico acabou por resultar em termos criticos, talvez ainda mais do que nos ultimos temos o mais experiente tem feito, contudo comercialmente, e tendo em conta que ainda não tem um nome muito declarado o filme ficou um pouco aquem tendo em conta a distribuição que conseguiu ter.

Infinity Pool e o tipico filme mediano da familia Cronemberg, que tenta juntar o terror com uma sociedade de excessos, que escolhe bem os seus interpretes ja que a sua dupla deve ser das em melhor filmes para filmes que querem intensidade e densidade psicologica, numa viagem pela loucura das personagens. O filme é exagerado mas acima de tudo tenta dar uma volta aos limites da mente humana, com um estilo de realização caotico proximo do publico. O filme resulta, mas fica a ideia que a tudo não e propriamente novo.

O filme quer chocar e na maior parte do tempo consegue, sequencia apos sequencia o filme vai mais longe, vai ao lado negro das personagens em ferias, numa metafora para o desligar tipico desses momentos. POr outro lado o parametro sci fi tao comum no cinema de Cronemberg e a homenagem ao pai, todos podemos pensar que é de mais, mas o filme chega aos seus objetivos.

Num Janeiro marcado por terror, psicologico ou fisico o resultado deste filme é intenso é visualmente arrojado, mas fica a ideia que não e orignal, este lado doentio de ricos ja foi usado em diversos filmes com estilos totalmente diferentes, mas que penso que em alguns filmes foi mais conseguido para alem do exagero que acaba por ser o pano de fundo do filme.

A historia segue um casal no Resort, que de repente se associa a um grupo de outros veraniantes, que muda por completo quando um acidente acontece e percebem as regras estranhas da justiça do local onde se encontram.

Em termos de argumento a ideia de base tem uma premissa proximo de outros filmes sobre a excentricidade de ricos, mas por outro lado tem um lado sci fi que da ao filme um teor proprio. Nao e propriamente tabalhado em termos narrativos de uma forma diferenciada, mas o resultado e competente.

Cronenberg Jr e um realizador que parece muito influenciado no estilo do pai, que acaba por ser bem patente neste filme. O exagero, a falta de regras, a cor, o movimento, num filme de exageros totais do primeiro ao ultimo minuto, mas que tem assinatura, preincipalmente da familia.

No cast o filme e hábil, poucos neste momento conseguem dar a plasticidade e a intensidade de Gooth, a nova rainha do terror e Sarsgard, que contorna algumas limitações dramaticas com uma intensidade fora do comum que tem preenchido a sua carreira. O risco faz parte da carreira de ambos e acaba por ser mais um passo nesse estilo.


O melhor - A intensidade da dupla de atores.

O pior - Não e propriamente uma premissa original



Avaliaçãoi - C+

Friday, March 03, 2023

Maybe I Do

 As comedias romanticas tradicionais foram um genero cinematografico de sucesso principalmente nos anos 90 e com a passagem do milénio foram predendo protagonismo, dai que agora quase não surjam filmes romaticos de base, sem grande malicia, e quando saem o resultado e como este filme, um desastre comercial autentico, pese embora a reunião de diversos consagrados, sendo que criticamente as coisas também não correram particularmente bem.

Se estamos no tempo em que uma comedia romantica que explora os amores e desamores de jovens não é propriamente apelativa, imaginem na terceira idade. O problema do filme começa por ai, por tentar fazer idosos descobrir o amor, mesmo que seja apresentado quatro atores diferentes e acima de tudo bem diferentes naquilo que é a forma como envelheceram. Aqui começa o problema, nenhuma personagem não encaixa em nenhuma, e pior que isso o filme parece não levar minimamente a serio a força do amor, na forma quase superficial como o trata.

Mas se no lado da terceira idade, o filme tem dificuldades e na maior parte do tempo acaba por ser completamente sem sentido, ainda é pior no amor jovem que serve como marca de agua. O filme tenta fazer um paralelismo entre pais sogros e o amor que eles procuram, mas é uma confusão tão grande que acaba por tornar tudo pouco intenso e um conjunto de frases que são ditas, sem convicção e sem qualquer tipo de objetividade.

Por tudo isto podemos dizer que o filme é um completo ato falhado para todos, para os mais velhos porque são empurrados para um filme que é uma clara sobra de hollywood, e o casal mais novo que aparece como pano de fundo de atores em final de carreira que chegaram a este ponto desgastados e tentam fazer pela vida para aparecer, tudo isso numa historia de amor que nunca é minimamente emotiva e proxima do espetador.,

O filme fala de um casal de jovens, indecisos quanto ao casamento que tudo tenta ficar definido numa reunião familiar em que todos descobrem que os amantes são os respetivos pais do outro elemento do casal, em busca da definição de felicidade de cada um.

O filme tenta ser diferente nas ligações e na encruzilhada, mas não o é porque não consegue ser engraçado ou mesmo curioso nestas dinamicas. Nunca consegue na verdade proporcionar qualquer gargalhada no espetador. Por outro lado lida com as relações de uma forma superficial que nunca consegue ser minimante romantico.

No que diz respeito a realização Michael Jacobs e um escritos de televisão de sucesso moderado que tem aqui uma obra de apresentação foruxa. O filme e realizado como as comedias simplistas de televisão dos anos 90 sem qualquer risco, e provavelmente sera o momento mais mediatico de uma carreira invisivel.

No cast ja disse aqui que o final de carreira de Keaton e penoso, fora de forma, personagens sempre iguais, pouca ou nenhuma graça para quem se dedica a comedia. H Macy foi o que melhor envelheceu e tem o melhor papel, sendo que Saradon e Gere são meros acessorios para demonstrar que fisicamente envelheceram melhor, ja que as personagens em si não existem. Pena para Roberts e principalmente Bracey que tem na presença neste filme o assumir que as carreiras não evoluiram como esperavam.


O melhor - Talvez o ligeiro segmento inicial de Keaton e H Macy .

O pior - A falta de graça que o filme tem ao longo de toda a sua duração.


Avaliação - D



Wednesday, March 01, 2023

Babylon

 Desde o sucesso instantaneo e em pouco tempo de Whiplash e La La Land, que Chazelle tornou-se num dos mais promissores cineastas de hollywood, o qual reunia originalidade, sonoridade e irreverência ao seu cinema. Talvez The Firt Man se tenha tornado o mais convencional, mas acabou por regressar agora ao lado mais sonoro e excentrico do seu cinema. Em termos comerciais tornou-se principalmente nos EUA um autentico floop de bilheteira, tendo em conta o dinheiro investido e mais que isso o elenco de primeira linha. Criticamente o filme conseguiu criticas medianas, o que lhe permitiu estar na luta pelas nomeaçoes ate ao fim, mas não conseguiu chegar ao fim nessa luta, tornando o resultado final ainda menos interessante.

Babylon é um filme arrojado, que tenta ser uma ode à loucura total do inicio do cinema, e essa loucura está bem patente ao longo das mais de três horas de duração. O problema do filme é que quer ser uma homenagem ao cinema mas ao mesmo tempo é tão estranho e exagerado que perde muito do lado emotivo que Chazelle quer ter na parte final, mas parece que já vai tarde. Fica a ideia que o filme é naturalmente mais competente no excesso do que quando tenta ser serio.

Esteticamente e principalmente em termos produtivos o filme é forte, a banda sonora de primeira linha que acompanha a duração do filme, acaba por ser um dos pontos mais diferenciados do filme. Isso torna-o diferente, intenso marcante, mesmo que pensamos que ao longo da sua longa duração temos mais exagero do que profundidade, isso faz-nos momentos unicos de cinema mas o sumo poderá ser menor do que Chazelle chega a esperar.

Por tudo isto Babylon e original, e um claro acontecimento cinematografico, e um filme grandioso em todos os momentos, principalmente os de exagero, os de festa interminavel, onde Chazelle se sente mais confortavel no espetaculo de luz e imagem. Demonstra essa capacidade embora nos momentos finais ficamos com a sensação que o Chazelle queria dar ao filme um coraçao que nunca se apresenta ao serviço do filme

A historia segue os anos da explosão do cinema, da evolução, da criação de estrelas com exageros e excessos e a forma como as ascensões e quedas se produzem a um ritmo alucinante ao sabor do desenvolvimento da arte.

O argumento do filme é audaz, mas fica a ideia que o realizador pensa que o balanço entre o exagero e o sentimento está bem feito, o que acaba por não acontecer. Pouco conhecemos das personagens muito por culpa do filme ser demasiado centrado na loucura de todos.

A realização de Chazelle e impactante, é grandiosa, e demonstra bem a capacidade dele em fazer obras únicas, de um jovem prodígio que parece necessitar de alguma maior razão na forma como balança os seus filmes, porque o exagero torna-se protagonista de um filme que poderia e deveria ter mais sumo.

No cast Robbie está num nivel elevado de entrega e mais que isso de presença. E uma actriz em otima forma que o filme dá bons momentos, mas a personagem e algo limitada. Pitt esta num momento em que os seus papeis sao algo iguais, embora o filme, utilize bem esse ponto a seu favor.


O melhor - A originalidade da maioria das sequencias

O pior - O coraçao do filme chega demasiado tarde


Avaliação - B