Ang Lee é sem sombra de dúvidas um dos mais creativos e respeitados realizadores da atualidade, e confirmar este facto temos os dois oscares ganhos num passado próximo. Por este mesmo motivo cada filme por si lançado é um acontecimento e principalmente um candidato quando a sua estreia se encontra no final de um ano. Mas este não foi o seu ano, desde as suas primeiras exibições se percebeu que este filme não tinha entrado no gosto dos criticos com avaliações muito medianas para um filme com qualquer tipo de ambição. Talvez por isto mas também por algumas dificuldades de distribuição o filme traduziu-se ainda num rotundo floop comercial, o que o tornou numa das grandes decepções da corrida aos oscares deste ano, não tendo inclusivamente conseguido qualquer nomeação.
Sobre o filme, eu confesso que depois das primeiras criticas pensei que o filme não teria o dedo de Ang Lee, mas rapidamente percebi que o filme tem isso, prinicipalmente na qualidade das imagens que o filme nos dá. É um filme corajoso não foi feito para ser consensual na sua dicotomia entre guerra e familia, na forma demasiado parcial entre a atualidade e o passado que a determinadas alturas pode contrariar o fluxo normal do ritmo de um filme, mas é indiscutivel o valor do que o filme quer contar, e a forma como nos faz analisar um pouco o exercito, mas mais que isso a irrepreensivel realização com alguns dos melhores momentos neste aspeto que podemos ver em 2016.
É obvio que é um filme menor da filmiografia de Ang Lee, talvez porque o mesmo, tentasse mais que alguma coisa nos dar um filme ironico com algum humor negro, e não a intensidade dramatica que funcionou nos seus filmes mais reconhecidos, isso faz o filme perder algum peso, e por vezes alguma dimensão, mas no restante, principalmente naquilo que o filme significa temos um filme que comparativamente a alguns dos filmes que permanecem na corrida pelo menos mais artistico.
Podemos facilmente dizer que o facto do filme voltar para a frente e para trás sucessivamente faz com que nenhuma das partes da historia chegue á essencia das mesmas, eu penso que se tratou de uma boa escolha, porque a comparação, o paralelismo acaba por ser na minha opinião a mais valia do filme, que mesmo não sendo uma obra prima é um filme interessante, e acima de tudo bem realizado.
A historia fala de um grupo operacional do exercito americano no Iraque que após uma missão bem sucedida mas que custou a vida a um dos seus elementos, é recebida num evento mediatico como herois nacionais, contudo seguimos a indecisão de um dos seus elementos entre voltar ou abandonar.
Em termos de argumento é obvio que um filme como este tem um alcance significativo, Lee consegue dar ao filme um tom humoristico interessante, com influências claras em filmes como Hurt Locker e Jarhead, sendo mais convencional, certo é que o filme consegue juntar alguma descontração com a mensagem que quer transmitir, pode perder pelo facto de já ter existido os filme supra referidos, pelo menos no que diz respeito ao capitulo da originalidade.
Em termos de realização Ang Lee é irrepreensivel, nem tanto nas sequencias de guerra, mais convencionais, mas acima de tudo na forma como cria todos os acontecimentos no estádio, a forma como preenche o ecrã cheio de sequências com bastante significado e tecnologia numa realização que merecia outro tipo de destaque.
No cast podemos dizer que Ang Lee arriscou, dando o protagonismo a um desconhecido Joe Alwyn, que na minha opinião tem um papel competente, conseguindo conciliar bons momentos cómicos com intensidade dramatica o que deixa boas prespetivas para a carreira do mesmo. Nos secunudários destaque para Hedlund, um actor que até ao momento tinha deixado algumas reticencias ao longo da sua carreira mas que tem aqui um dos melhores papeis da sua carreira conjugando muito bem o lado ironico da sua personagem.
O melhor - A realização
O pior - O filme ter antecessores com uma temática parecida e que podem ser melhores.
Avaliação - B
Tuesday, January 31, 2017
Sunday, January 29, 2017
Jackie
Pablo Larrin é sem
duvida uma das revelações deste final de ano, ao apostar em duas
semanas em dois biopics sobre personalidades diferentes e em linguas
diferentes. Com isso conseguiu estar até ao final nas listas dos
melhores do ano conseguindo bons reconhecimentos criticos em ambos os
filmes, pese embora isso tenha sido mais notório neste Jackie, que
pese embora esteja ausente das nomeações principais para os
oscares, conseguiu três indicações, entre as quais Natalie
Portman. Comercialmente como a maioria dos filmes sobre
personalidades os resultados tem alvos muito proprios mas podemos
dizer que Jackie tambem comercialmente foi uma agradavel surpresa.
Sobre o filme como já
mencionei diversas vezes é dificil ficar fascinado por um biopic a
não ser que o mesmo consiga trazer algo de novo, ou uma abordagem ou
o risco, um pouco a semelhança do que Boyle fez o ano passado com
Jobs. Pois bem este filme narrativamente pode ter umas alterações
ao tradicional ao ser baseado numa entrevista de jackie kennedy, e em
termos de realização ter uma abordagem diferente e funcional, mas
na essencia o filme não rompe assim tanto com a essencia
tradicionalista do biopic a não ser pelo facto de se centrar num
espaço muito limitado de tempo da vida da personalidade em questão.
É em face desta
dificuldade eu penso que Larrin consegue potenciar o filme ao maximo,
principalmente porque da todo o protagonismo a Portman e a sua
intensa criação de Kennedy e deixa-a movimentar fornecendo uma
personalidade insegura mas presente com objetivos muito proprios se
bem que nem sempre com os meios mais indicados para os atingir. Assim
num filme curto mas principalmente bem realizado com influencias
claras de Aronofsky, temos aqui uma descrição sobre um momento
dificil de alguem que ficou na historia do EUA.
Claro que o facto de
colocar uma personalidade num momento tira muito do peso ou lado
maçudo dos biopic, dando-lhe uma intriga muito propria com
principio, meio e fim e nisso o filme é objetivo não tenta nos dar
muito sobre Jackie tenta sim demonstrar a forma como a mesma
respondeu a tragica morte do seu marido junto a si.
A historia fala na
reação de Jackie Kennedy depois do atentado que vitimou JFK,
concretamente o seu ajustamento, a preparação para o funeral e o
que realmente tal significou para a sua familia de então liderada
por si.
Em termos de argumento
penso que Jackie mais que um argumento de primeira linha, e um
argumento inteligente, já que ao cingir a personalidade num espaço
e num momento controla melhor a intriga sem ter que fazer grande
seleção. Mesmo assim muito merito para a forma como consegue em tão
pouco tempo corrido no filme nos dar uma personagem tão dimensionl.
Larrin é um jovem
realizador e argumentista que tem um ano de ouro em 2016 muito por
culpa de dois biopics. Neste filme tem o lançamento global muito por
culpa de boas influencias que lhe dá um traço proprio. Muito bem na
forma como conjuga as imagens com o passado.
No cast Portman tem um
papel que qualquer actriz desejava e aproveita-o para recriar com
todos os maneirismos necessarios Jackie Kennedy. Eu confesso que
mesmo sendo por vezes mais complicados pela existencia da comparação
logica, eu sou mais adepto de papeis criados de base e aqui penso que
Portman mesmo tendo um papel cheio de força e carisma fica um pouco
aquem de algumas das suas adversarias na corrida pelos Oscares. Mesmo
assim e no filme em concreto não deixa espaço para qualquer outro
colega de cast
O melhor – A forma
como o filme é inteligente em se centrar num acontecimento
O pior – Por vezes
pensava que poderia ter alguma maior rebeldia na abordagem
Avaliação - B-
Silencio
A dimensão de Scorsese
é tão grande que não há forma de contar com os seus filmes quando
os mesmos são lançados na corrida pelos galardões. Dai que a
surpresa de olharmos para este ano e apenas encontrarmos este
silencio no nomeado para melhor fotografia quebrando algo que já era
rotineiro sempre que o realizador lançava o seu novo projeto. Mesmo
com este floop até podemos dizer que o filme foi bem recebido com
avaliações essencialmente positivas contudo em termos comerciais as
coisas não correram bem ao filme e isso acabou por não funcionar
como impulso final.
Sobre o filme é
conhecida a forma como um tema como a religião e principalmente a
luta entre elas é fracionante na forma como a sociedade está
dividade. Dai que era obvio que todos sabiam que o filme em termos
teoricos e morais nunca poderia ser um filme unanime e isso parece
totalmente declarado pelo realizador. Restava o filme funcionar em
pleno como experiencia cinematografica tendo em conta o realizador e
aqui tenho que dizer que já vi Scorsese fazer muito mais e melhor,
sem no entanto não deixar de sublinhar que se trata de um filme com
elementos de qualidade.
Penso que o filme
começa bem, a primeira hora de resistência de luta acima dos
limites humanos por uma ideologia e a forma como a mesma se ia
cruzando com diferentes povos e culturas totalmente escondidos do
podes instaurado. O problema do filme é quando isso acaba e o filme
se centra na alteração de uma pessoa, quando vai do coletivo para o
individual onde o filme se limita a ser repetitivas sequencias de
turtura com um propósito, que é certo que coloca um bom dilema ao
espetador, principalmente aos fieis mas acaba por na sua execução
ao longo de mais de uma hora desta fase ser demasiado repetitivo.
Assim, e mesmo com uma
realização e uma riqueza produtiva e contextual que se encontra nos
padrões Scorsese, e sublinhando também o facto de ser uma historia
sobre portugueses o que acaba por nos aproximar a nos lusitanos do
filme, temos que claramente considerar esta obra um filme mais
pequeno da cinematografia de um realizador como Martin, contudo
sublinhamos que um filme como este seria a montra de muitos outros
realizadores.
A historia fala de dois
padres jesuitas que embarcam para o Japão no sentido de apurarem o
que aconteceu com o seu mestre, depois de rumores indicarem que ele
negou Jesus Cristo. Assim encontram um Japão consituido por
inquisidores com o objetivo de tudo fazerem para os cristãos negarem
a sua relegião.
Em termos de argumento
claramente que estamos perante um filme que se assume como partidário
de um dos lados e com uma componente religiosa muito grande, não se
preocupando nunca com os equilibrios. Em termos de fase, para um
filme tão longo necessitava de mais acontecimentos, já que a
determinada altura se torna repetitivo pelo menos
cinematograficamente. Pese embora tal facto parece-me uma historia
com dimensão.
Martins Scorsese como
realizador já provou de tudo, um dos melhores e mais versáteis
realizadores da historia do cinema, que aqui volta um pouco as
experiencias como Kundum de exprimentar culturas diferentes que lhe
exijam criaçao de tempo e de espaços. Nao é a mais surpreendente
das suas realizações, mas tem o marco da sua competência.
O filme parece numa
fase inicial algo orfão de grandes figuras, Neeson apenas tem poucos
minutos de ecrã, sendo grande parte do filme entregue a um garfield
que teve um ano de sonho. Dois papeis muito semelhantes em termos de
intensidade e disponibilidade fisica e recursos interpretativos.
Parece-me bem mais compentente neste Silencio do que no filme que lhe
deu a nomeação. Mas demonstra que estamos perante um actor com
recursos interessantes e intensidade de primeiras escolhas. Nos
secundários Driver claramente melhor que Neeson.
O melhor – A primeira
hora de filme, juntando a questão da fé, com um bom filme de acção.
O pior – A segunda
parte parece um circulo visioso dificil de interromper
Avaliação - B-
Friday, January 27, 2017
La La Land
A esta altura da corrida aos Oscares já não existe grande dúvida
que este filme será o vencedor e por isso o filme mais reconhecido do ano. As
razões para este trajeto imaculado reside acima de tudo numa unanimidade
critica que poucos filmes nos últimos anos conseguiram de uma forma tão
objetiva e por outro lado com um trajectória comercial também forte fizeram com
que o filme com toda a naturalidade se tornasse mais que o grande candidato o
hipotético vencedor, ainda para mais em numero grande de estatuetas.
Sobre o filme depois de duas horas de
espectáculo cinematográfico e não só de primeira linha mas como emocionalmente
forte. É daqueles espetaculos que conjuga em si muito de todas as artes, desde
música, cinema, dança e artes plásticas, todas as sequencias são pensadas ao
limite e torna-se uma experiencia sensorial única para o espetador, que sai
deliciado na forma de fazer cinema que mesmo sendo tradicionalista não diz que
não á evolução das técnicas.
Assim é facil considerar uma obra prima
este filme onde tudo encaixa na perfeição, desde o cast as sequências, e mesmo
quando o filme parece narrativamente adormecer, acaba por potenciar um final de
primeira linha, que torna o inicio e o fim do filme num dos maiores espetaculos
visuais dos ultimos anos. Por momentos existe a sensação que temos que aplaudir
o que estamos a ver e quando isso acontece é sinonimo que tudo o que o filme
nos quer dar, acaba por conseguir.
Podemos apenas considerar como um
ligeirssimo senão, na essencia o filme ser uma simples historia de amor entre a
música e o cinema, e nisso poderá se dizer que o filme poderá ter um alcance
algo reduzido. mas mesmo quando nestes elementos se consegue ter emoção,
racionalidade e realismo isto acaba por ser uma critica que se esbate, já que
quando se chega a este nível pouco ou nada se pode realmente apontar a uma das
obras mais singulares dos ultimos anos.
Em termos de história, o filme debruça ao
longo de um ano os altos e baixos da relação entre um aspirante pianista de
jazz e uma jovem aspirante a ser estrela de cinema.
O argumento pode na base ser simplista mas
na forma como o mesmo é potenciado com momentos musicais com um peso forte,
pela forma como conflitos reais no balanço vida pessoal carreira pode trazer e
mais que isso na riqueza de personagens multi dimensionais faz com que um
argumento simples se torne também ele numa mais valia para o filme, ainda que
menos vistoso que os outros elementos do mesmo.
Danien Chazelle é sem duvida neste momento
o maior prodigio de hollywood, se já em Whiplash tinha conseguido
surpreendentemente dar uma intensidade inacreditável no balanço musica cinema,
neste filme vai muito mais longe, dando um dos melhores, senão o melhor
trabalho de realização dos últimos anos, conjugando diversos elementos, uns
mais atuais outros mais tradicionais, mais que um filme temos uma obra de arte
em todos os sentidos.
No cast Chazelle foi magistral na escolha
do casal protagonista, algo que o filme dependia. Desde logo porque combinam
bem essencial na forma como o filme se aproxima dos espetadores. E depois
porque consegue tirar de cada um aquilo que o filme necessita. Mais exigente
para Stone, que consegue imperar durante todo o filme, com momentos de
interpretação ao mais alto nivel e que provavelmente e de forma justa irá culminar
no oscar de melhor actriz. Gosling parece-me uma escolha mais comercial pela
forma como consegue ser o gala sensivel e próximo do público feminino. Com
claros menos atributos vocais o certo é que controna isto com outros elementos
como presença e um historial de filmes romanticos.
O melhor - A realização, uma das melhores alguma vez vistas
O pior - Podemos sempre dizer que é uma
simples história de amor.
Avaliação - A-
Thursday, January 26, 2017
American Pastoral
Quando surgiram as
primeiras apostas dos estudios para os oscares este filme que marcava
o sublinhar de Ewan Mcgregor como realizador era um dos filmes
presentes. Contudo apos as primeiras visualizações percebeu-se que
o filme estaria longe da unanimidade critica, o que junto com uma
campanha comercial algo deficitaria acabou por comprometer por
completo o trajeto do filme que se tratou num dos maiores floops do
ano no que diz respeito a Awards Season.
Sobre o filme eu
confesso que gostei bastante dos seus temas, desde logo o tipico do
filme de pais perfeitos e totalmente encaixados que por alguma razão
vem a sua vida perfeita a começar a ter problemas devido a filha de
ambas por razões que os ultrapassa, sendo um filme que tenta buscar
razões para o inexplicavel, sendo que em termos de fundo de base o
filme é forte, e com uma narrativa muito interessante.
O problema do filme
reside em alguns elementos do adjacente. Desde logo numa primeira via
o filme ser contado por personagens que em termos efetivos nada
participam na história o que torna o filme algo impessoal, e por
outro lado a forma pouco trabalhada com que o filme acaba por não
dar relevo as mudanças na personagem mais jovem e cujas alterações
acabam por ser chave para todo o filme. Parece que o filme quer ir
demasiado cedo a intriga perdendo em parte o lado mais narrativo do
filme.
Mesmo assim um filme
com alguns valores e com alguma qualidade que por vezes sente
dificuldade em nos promenores tornar-se imponente, quer em termos
produtivos quer em termos de realização. A maior parte dos valores
do filme são narrativos e deve-se em muito a ter como base a
historia de Eric Roth. Em termos de objetivo de cinema o resultado é
mais modesto, mas mesmo assim longo do negativismo que algumas
criticas lhe deram.
A historia fala de um
casal constituido pelo melhor desportista da cidade e a miss, que
tinha tudo para ser perfeito até ao momento em que a filha de ambos
começa a tornar-se rebelde a defender causas diferentes da familia
de uma forma extremada, até um acontecimento que muda por completo a
organização familiar.
Em termos de argumento
é indiscutivel o valor narrativo da historia que o filme conta, em
termos de significado, dimensão e moratória. Em termos
cinematograficos e principalmente no balanço entre cenas poderia e
deveria ser mais trabalhado, porque existe pontos demasiado rapidos
em contraponto com outros mais lentos.
Em termos da realização
Mcgregor parece ter um projeto maior que o seu valor enquanto
realizador, acabando por nos dar um trabalho banal numa historia que
vale muito mais do que realmente o filme resulta no final. Podemos
contudo dizer que a ambição de participar num filme como este e
liderar a sua realização demonstra a forma como o actor leva a
seria a sua carreira atras das camaras.
No cast Mcgregor tem
uma das suas melhores personagens dos ultimos tempos mas perde a
sequencias principalmente para Connely. Esta é sem duvidas uma das
melhores actrizes do momento e pese embora já tenha estado em melhor
forma em termos de escolha de flmes, dá-nos uma excelente construção
assim como Fanning que parece recuperar a intensidade que tinha
quando era mais nova ainda que de uma forma ligeiramente diferente
O melhor – O peso de
uma historia com muito significado
O pior – O filme
passar alguns passos importante a frente sem lhe dar o foco
necessário
Avaliação - C+
Wednesday, January 25, 2017
I, Daniel Blake
Vencer o festival de
Cannes é desde logo um dos maiores louros que um realizador pode
conseguir, obter duas vezes o galardão maior, só está ao alcance
dos melhores. Ken Loach um realizador habituado ao circuito mais
independente e tradicional dos EUA conseguiu em 2016 este feito muito
por culpa da optima recepção que este pequeno filme obteve no
festival. Contudo ao contrário de outros filmes com o mesmo
resultado isto não empolgou o filme para o sucesso comercial pelo
mundo fora, sendo um dos filmes que ganhou Cannes mais discretos dos
ultimos anos.
Sobre o filme, podemos
dizer que o mesmo tem uma mensagem e um espirito muito positivo nada
mais nada menos a entreajuda entre as pessoas. E é nisto que resulta
a força maior do filme, ou seja, a capacidade do filme conseguir
chamar a si o coração das pessoas na dificuldade sem nunca ter medo
de criticar a burocratização dos nossos dias e o peso disso mesmo
na vida das pessoas. E estes elementos acabam por se tornar
facilmente na força interior do filme.
Contudo também temos
que dizer que em termos de adereços ou acrescentos o filme acaba por
nunca conseguir potenciar mais do que os seus valores fundamentais.
Nem sempre temos bons dialogos, o filme acaba por ser curto e pequeno
em termos de produção, parecendo muito mais um filme independente
que toca nos pontos certos com o misto de razão e coração, mas
nunca consegue ter o impulso artistico que o leve para voos de obra
prima, pese embora seja um filme consistente e com qualidade.
Outra das
caracteristicas basilares do filme é respeitar a tradição
britanica do cinema pausado, de personagens de historias, num mundo
actual, o filme acaba por ir ao interior da sociedade e das
personagens debruçando-se sobre eles e não apenas sobre o essencial
para a narrativa. Isso por vezes pode tirar alguma intensidade ao
filme mas acaba por enriquecer a sua mensagem.
A historia fala de um
carpinteiro que se encontra incapacitado e tenta resolver a sua
situação profissional, altura em que conhece uma mãe solteira com
dois filhos menores na mesma situação e com uma elevada
precariedade de recursos e começa a criar uma ligação de
entreajuda com a mesma.
Em termos narrativos,
sem ser um filme com grandes truques, acaba por ser simples e
funcional naquilo que aborda, muito por culpa de personagens bem
trabalhada s ecomplexas, principalmente a que da o nome ao filme. A
titulo de acessorio pensamos que os dialogos poderiam ter um humor
mais britanico que daria ao filme outro significado.
Na realização Ken
Loach e um realizador de coisas simples e mais uma vez é cru no seu
trabalho. Nao temos muitos truques de camara mas temos quase sempre
outros elementos extremamente funcionais concretamente o enfoque nas
personagens e nos seus sentimentos.
No cast os
desconhecidos Dave Johns e Hayley Squires tem trabalhos intensos, com
mais protagonismo para a segunda mais forte em termos de expressão
emocional e por isso mais valorizada. Demonstrando que fora dos
circuitos maiores também existe qualidade
O melhor – O valor
humano e politico do filme
O pior – Falta-lhe
algum risco nos elementos acessorios que embelezam os filmes
Avaliação - B-
Moana
A estratégia da disney
no planeamento dos seus anos em termos de animação está bem
montada, um primeiro filme mais exprimental, um segundo para rebentar
com a bilheteira normalmente utilizando um produto já existente e um
terceiro filme mais para o aspeto critico e mais tradicionalista.
Este Moana foi o terceiro do ano com os resultados esperados,
criticamente com boas avaliações algo que é habitual nos filmes da
disney, e comercialmente para um filme declaradamente feminino até
se pode dizer que os resultados foram bem conseguidos com avaliações
muito positivas e a nomeação para o oscar da especialidade.
Sobre o filme podemos
começar por dizer que se trata de um filme que conjuga bem na fase
inicial dois elementos, o lado emocional, com personagens que
despertam o lado mais ternurento e simples dos espetadores,
principalmente os mais velhos e um humor tradicionalista pouco
arriscado o normal em filmes familiares deste estudio. Com o passar
do tempo penso que o filme se torna demasiado mitologico, com deuses
e semi deuses, o que o torna demasiado dimensional para um filme para
crianças e sem ter a coerencia para agradar aos mais adultos de uma
forma geral.
Por este mesmo facto e
pelo excesso de duraçao, penso que um filme de animaçao deve ter na
hora e meia o seu periodo maximo, penso que o filme acaba por ir do
mais ao menos. Pese embora tudo isto é obvio que o medio da disney e
muitas vezes melhor do que o melhor dos outros estudios muito pela
forma simples de fazer cinema, conseguindo aliar sempre mensagens
imponentes com um sentido de humor proprio.
Ou seja mesmo não
sendo na minha opinião uma das obras referências da Disney, muito
por culpa de uma segunda fase demasiado exigente em termos de
paralelismo, pelo menos para o entendimento globar do filme, penso
que temos os elementos necessarios a um bom resultado em termos de
entertenimento, sempre com a força musical que a Disney gosta de
dar, principalmente nos seus filmes de Novembro, normalmente mais
dedicas as meninas.
A historia fala de uma
jovem da polinesia condenada a ser rainha do seu povo, que de forma a
tentar recuperar a capacidade exploradora do mesmo embarca a procura
de um semi deus que a pode ajudar a recuperar a aura do seu povo.
Em termos de argumento
se nos elementos bases o filme consegue conciliar o que é habitual
nos filmes da disney, em termos gerais penso que a historia é algo
confusa e sem a objetividade que muitas vezes é necessário para
fazer um filme para crianças resultar.
Na realização a
Disney a produzir animação tão tem qualquer concorrencia, aqui
muitos desenvolvimentos tecnicos, algum com originalidade como as
tatuagens dinamicas ou a forma como a areia e agua são revestidas de
realismo. Em termos tecnicos e um filme de primeira linha.
Por fim em termos de
cast de vozes, a disney sempre impecavel no seu fundamento politico
escolhendo actores de ascendencia proxima das personagens. A unica
figura de renome é The Rock que encaixa perfeitamente no personagem.
O melhor – Os
primeiros 10 minutos
O pior – As
realidades mitologicas fogem um pouco do entendimento dos mais
pequenos
Avaliação - C+
Tuesday, January 24, 2017
Detour
É normal actores
jovens que começam a ter algum protagonismo em hollywood medirem a
sua inflencia através da presença em filmes mais pequenos,
normalmente projetos independentes sem grande visibilidade. È o caso
neste filme quer de Sheridan quer de Cohen, habituados a registos
mais comerciais. Os resultados deste filme foram escassis a todos os
niveis e se criticamente a mediania acabou por não ser muito lesiva,
já comercialmente e fruto da pouca expansao os resultados sao
completamente irrisórios.
Sobre o filme, existe
algumas coisas no cinena independente que claramente permitem filmes
muito mais originais na abordagem. O que seria um simples road movie
na fase da rebeldia acaba por ser um filme diferente muito pelos
saltos e parelelismos temporais que acabam por potenciar alguma
novidade naquilo que vimos, mesmo que quando desvendado a formula do
filme tudo acabe por ficar algo previsivel, certo é que temos um
filme negro de escalada de acontecimentos que na base acaba por ser
similar a muitos outros mas com a formula acaba por trazer alguma
novidade.
Mas onde o filme acaba
por adquirir alguma força acaba por ser por recorrer a dois dos mais
promissores jovens da actualidade em papeis algo diferentes do que
constimamos ver, o que permite perceber uma maior versatilidade que
as exigencias de uma carreira por vezes acabam por não deixar
transparecer. E isso permite que determinas sequencias acabem por ser
mais bem desempenhadas do que propriamente escritas.
Ou seja um thriller
interessante que não sendo propriamente uma novidade acaba por
conseguir com o seu estilo captar a atençao do espetador ao longo da
sua duração com ritmo, intriga e mais que isso com boas
interpretações. É obvio que é um filme de significado e espectro
curto, mas serve muitas vezes para realizadores e actores mais jovens
terem outro tipo de papel no cinema.
A historia fala de um
adolescente que percebendo que os dias da sua mãe acabaram depois de
um acidente que a conduziu ao coma, e suspeitando da infedilidade do
seu padrasto acaba por contratar um casal de marginais para se
vingarem do padrasto seguindo-o até Las Vegas.
Sobre o argumento em
termos do que realmente é o sumo do filme, temos mais do mesmo nos
filmes semelhantes ou seja na escalada de acontecimentos que são
incapazes de serem controlados. Em termos de personagens poderiam as
mesmas serem mais bem cuidadas, mas acabam as sequencias de forma
isoladas darem bons momentos as mesmas.
Christopher Smith e um
desconhecido na realização que tem aqui um trabalho simples, de
privilegio as interpretações, sem grande risco a não ser na
montagem e linhagem temporal do filme, aqui consegue trazer alguma
novidade com o preenchimento de buracos, que acaba por ser o ponto
mais diferente do filme.
No cast três dos mais
promissores jovens da atualidade partilham este pequeno filme com
resultados distintos, se Tye Sheridan acaba por ser mais igual aos
seus registos habituais que cumpre com facilidade, Emory Cohen que já
me tinha surpeendido em Broolklyn demonstra versatilidade com um
personagem totalmente diferente e com a mesma intensidade. Já por
fim Bel Powley e uma das revelações mais recentes principalmente
pelo enigma que fornece as suas interpretações.
O melhor – A
definição temporal diferenciada do filme.
O pior – No sumo não
ser muito diferente
Avaliação - C+
Sunday, January 22, 2017
The 9th Life of Louis Drax
Anthony Minghella
ficará sempre ligado aos ultimos anos do cinema por ter sido o
realizador do Paciente Inglês filmes premiado com os Oscares. Este
teria sido um dos seus proximos projetos do realizador não fosse a
sua tragica morte. Para substiriu a aposta em Alejandro Aja mais
proximo do cinema de terror foi surpreendente e acabou por tirar
alguma dimensão ao filme. Criticamente as coisas correram mal com
avaliações com tendência negativa. Comercialmente a pouca expansão
do filme acabou também por não ser o ideal em termos de resultados.
Sobre o filme eu penso
que toda a estrutura do filme é ambiciosa naquilo que deve ser uma
boa historia com originalidade na abordagem com suspense e mais que
isso na forma como nos questionamos numa narrativa aberta a Twist.
Tudo isto é bem montado no filme que acaba por ter uma primeira hora
muito interessante na preparação de um thriller original, creativo
e mais que isso ambicioso no paralelismo de situações.
O problema do filme
para não ser uma obra de primeira linha é quando tem que explicar é
quando é necessario fazer a união entre mundos de dimensões
diferentes e ai penso que o filme não é claramente inteligente na
opçao que faz, pois conduz para um nivel paranormal que tira alguma
da força do filme em termos de resultado junto do espetador. Outro
dos problemas do filme é alguma previsibilidade no resultado final e
na explicação para a base do que vemos, mesmo assim e
salvaguardando que o filme poderia esconder melhor a revelaçao
final, já que tal poderia causar outro impacto, penso que a
resolução é aquela que melhor funcionou em termos narrativos.
Ou seja parece-me
claramente um filme com muitos aspetos de um bom argumento para o
genero mas que por vezes demonstra dificuldades nos detalhes que
explicam e que ligam as sequencias tornando o sabor agridoce. Mesmo
assim e tendo em conta as negativas avaliações do filme penso
claramente que as mesmas sao exageradas pois o filme cumpre os seus
objetivos, e onde falha é em ser rigoroso em alguns detalhes e na
forma como não agueta o filme em dimensões diferentes mas isso
impede-o na minha opiniao de um salto qualitativo maior.
A historia fala de um
jovem de nove anos sempre marcado por sucessivos acidentes que acabam
por condicionar a sua vida. Contudo acaba por sofrer uma queda quase
mortal que o deixa em coma e que vai aproximar a mãe deste de um
psicologo que o acompanha que vai tentar compreender melhor a razão
de tais acidentes.
Em termos de argumento
mesmo não sendo totalmente coeso ou na minha opinião feliz em
algumas das opçoes que torna, trata-se de um filme com um argumento
corajoso, original e interessante. Este filme acaba por ser melhor
trabalhado na fase introduçao do que na conclusão mas é daqueles
que narrativamente arrisca. Por vezes é demasiado previsivel no seu
desenvolvimento.
Alejandro Aja é um realizador ate agora marcadamente de terror que tem aqui um filme mais complexo com diversas vertentes. O seu trabalho acaba por ser simples mas eficaz nos propositos do filme no balanço entre mundos, também nas cores que utiliza. Demonstrou aqui ter argumentos para variar no genero.
Alejandro Aja é um realizador ate agora marcadamente de terror que tem aqui um filme mais complexo com diversas vertentes. O seu trabalho acaba por ser simples mas eficaz nos propositos do filme no balanço entre mundos, também nas cores que utiliza. Demonstrou aqui ter argumentos para variar no genero.
Em termos de cast penso
que Dorman é um actor pequeno ainda em recursos e mesmo em carisma e
acaba por não dar dimensão à personagem. Também Aaron Paul sofre
de uma personagem linear sem grandes momentos, dai que o filme é na
sua totalidade dominado pelos recursos dramaticos e de intensidade de
uma das mais recentes revelações de hollywood Sarah Gadon. Uma
personagem intensa, diversificada de uma actriz com um bom ano a
seguir nos proximos tempos. Já o ator mais novo que da nome ao filme
Aiden Longworth cumpre.
O melhor – A
introdução de uma historia corajosa
O pior – A forma como
a ligação entre realidades acaba por ser feita
Avaliação - C+
Hidden Figures
Existe um filme que
poucos tiveram realmente atentos durante a produção mas acabou por
ser uma presença constante nos premios até ao momento entregues
pese embora não seja um candidato dos mais fortes. Este filme que
conta um acontecimento real e mais uma vez com a questão racial à
mistura conseguiu todos os elementos para estar na corrida muito por
culpa de uma boa receçao critica e mais que isso pela capacidade de
ter surpreendido de uma forma positiva em termos comerciais o que
pode ser o cocktail que permita o filme estar nos finalistas da
corrida aos oscares.
Sobre o filme e
analisando a historias veridias que ate ao momento foram sendo
lançadas parece-me que de todas esta não só é aquela que tem mais
significado como mais que isso é aquela que melhor é adaptada em
termos de cinema com um estilo próprio e ligeiro mesmo assumindo
temas tão relevantes como a segregação racial num passado aina não
muito longinquo. E nisso o filme é ao mesmo tempo emocionalmente
ternurento como nunca deixa de ser rigoroso naquilo que está a
tratar, nada mais nada menos do que calculos matematicos.
Dai é facil gostar a
todos os niveis deste filme, principalmente porque tenta ser um filme
positivo na forma como as personagens lidam com a injustiça das
leis. Não se torna um filme pesado mas um filme que prefere
sublinhar os ganhos do que propriamente o sofrimento e assim o filme
ganha um outro teor e uma outra cor que em parametros globais o
diferencia de outros filmes sobre o racismo e sobre as regras
passadas, que podem neste momento parecer algo atuais.
O unico problema do
filme é algum aproveitamente, algo que diversos estudios fizeram em
termos globais das polemicas raciais do ano passado nos premios. Fora
inumeros os filmes que quiseram tocar neste assunto e este é mais um
deles, o que para vincarem posiçao acabam por fazer generalizações
abusivas em alguns momentos como tratar todas as pessoas num gabinete
como iguais e tratar quem sabe de uma forma pouco trabalhada a
adaptação das personagens que mudam de posiçao se um minuto para o
outro o que poderá fazer com que o filme em alguns aspetos
narrativos nem sempre seja muito bem trabalhado.
A historia fala de um
grupo de mulheres de cor, que trabalham para a nasa de forma a
perceberem as dinamicas e calculos previos a utilização do
computador, tendo que lidar com um sistema que as trata de forma
diferente quer por serem mulheres mas acima de tudo por serem de cor.
Narrativamente gosto da
toada do filme, de resto é um filme que junta a emoçao do lado das
personagens, sempre de um ponto de vista positivo, com a razão das
partes mais tecnicas, o que requereu algum estudo. Parece-me menos
trabalhado na evolução das personagens que parecem por vezes mudar
demasiado rapido para se ajustar ao filme, o que lhe tira algum
realismo.
Eu confesso que adorei
St Vincent de Melfi dai que tinha alguma curiosidade no seu filme
seguinte, e o certo é que num genero algo diferente, claramente mais
drama o resultado é positivo. Não pelos truques de camara ou uma
assinatura muito pessoal, mas mais que isso pela forma como ele
consegue que as imagens pautem o registo que quer dar ao filme.
No cast o filme tem
intepretações interessantes, Henson domina o filme com a personagem
mais forte, bem construida, nem sempre fácil, que exige recursos e
carisma que atriz demonstra ter. Pese embora tenha estado fora da
corrida parece-me que merecia mais atenção nos premios este
interpretação, sempre bem auxiliada pelas competentes Spencer e
Monae. Ainda registo para um bom papel de Costner um dos melhores do
actor nos ultimos anos.
O melhor – A historia
de base e o que ela significa
O pior – Algumas
personagens são volateis sem base
Avaliação - B
Saturday, January 21, 2017
Assassin's Creed
Assassin's Creed é um
dos jogos de maior sucesso para as consolas, razão pela qual já vai
no seu 9 jogo, dai que seria uma questão de tempo o jogo ter uma
adaptação ao cinema como a maioria dos jogos mais conceituados. O
unico aspeto que causou alguma estranheza na produção deste filme
foi o excelente cast conseguido que levou os fãs a pensar que
poderiamos estar perante uma das melhores adptações de jogos ao
cinema. Mas nas primeiras visualizações percebeu-se que as
expetativas sairam furadas. Criticamente assim como a maioria das
adaptações os resultados foram frustrantes comercialmente as coisas
foram medianas, mas longe de um entusiasmo de um blockbuster de
sucesso.
Sobre o filme o mal das
adaptações dos videojogos é que a base do trabalho é curto em
termos de ponto de partida das personagens e por vezes os estudios
tem medo de arriscar nesta parte tornando os filmes narrativamente
vazios e muito diretos ao ponto. Pois bem Assassin's Creed tem muito
disto na personagem principal, que apenas sabemos ser violento e ter
visto o progenitor a matar a mãe de resto e uma total incognita
assim como todos os restantes dai que o filme nada mais seja do que
sequencias de acção isolada muitas delas sem grande contexto e sem
uma narrativa de base que sustente o que quer que seja no filme.
Dai que o resultado
seja extremamente pobre, pela falta de historia, ainda para mais com
um final aberto no sentido das sequelas penso que uma historia que
pouco serve para um filme pior sera numa triologia de sequencias de
acção interminaveis e saltos de forma a tentar transportar o
espetador para o ambiente do jogo com o mesmo grau de profundidade
narrativa que é nenhuma. Ou seja um filme repetitivo muitas vezes
aborrecido que nunca consegue criar sequer um climax o que para um
blockbuster e extremamente danoso.
Ou seja um filme com um
objetivo unico de colecionar dinheiro no paralelismo entre os video
jogos e o cinema com pouca capacidade para reformular ou completar o
que o jogo não dá, algo confuso na sua forma de realização e nas
imagens, e sem grande ritmo em termos de sequencia de acção tem
como grande louro os excelentes interpretes que até nas persoangens
mais vazias conseguem dar um ar da sua graça.
A historia fala de um
condenado que é conduzido para as instalações de uma organização
religiosa com uma maquina de reinventar memorias de forma a
transporta-lo ate ao passado e tentar descobrir onde se encontra um
objeto que permitira um maior controlo do universo.
Em termos de argumento
temos o claro calcanhar de aquiles do filme em todos os sentidos,
personagens sem qualquer tipo de desenvolvimento e ponto de partida,
e uma história extremamente vazia em termos daquilo que pode ser a
base para qualquer triologia
Justin Kurzel que já
tinha trabalhado com este cast em Mcbeth num filme que na minha
opinião se torna confuso muito pela realização padece do mesmo
problema neste filme. A tentativa de dar um contexto estetico proprio
ao filme não o torna particularmente feliz, e torna-o muitas vezes
confuso, sem a objetividade que os blockbusters necessitam. Podemos
dizer que tem um estilo proprio este realizador não sabemos contudo
se o mesmo é feliz.
Um filme deste nivel
conseguir no seu cast Fassbender, Collitard e Irons é claramente
motivo para nos questionar se estas estrelas não leram o guião. São
o melhor do filme, principalmente Fessbender com um nivel de recursos
que permite uma personagem tão vazia ter momentos de interpretação
muito acima do filme.
O melhor – O cast
O pior – O vazio do
argumento para um filme quanto mais para uma triologia
Avaliação - D+
Thursday, January 19, 2017
The Book of Love
É comum em determinado momento da carreira de um actor que se dedica em exclusivo à comedia tentar passar para filmes mais sérios, normalmente utilizando o truque de deixar crescer a barba. Pois bem este é o filme no qual Jason Sudekis tenta precisamente ter esta passagem, num filme claramente dramático. O resultado do filme contudo ficou muito aquém do esperado em todos os niveis. Do ponto de vista critico o filme foi na generalidade mal recebido, com avaliações essencialmente negativas, mas também comercialmente fruto da sua pouca expansão e lançamento no mês de Janeiro acabou por não dar grandes hipoteses a um filme que também ele sofreu a alteração de nome, que normalmente indicia o pior caminho.
Sobre o filme podemos começar por dizer que a forma como ele está pensado exige muito do guião e da sua coerência, pois sendo um filme declaradamente emocional, tudo tem que bater certo para não cair naquela toada lamecha de filmes serie B, o que neste filme acaba por acontecer desde o primeiro minuto, muito por culpa de preocupações no lado emocional do filme, que tiram realismo e dimensão quer as personagens quer às ligações entre as mesmas.
Por tudo isto acabamos por encontrar um filme com um bom fundo, e acima de tudo com valores morais interessantes mas que no aspeto racional nunca consegue ser competente, nunca consegue potenciar e dar realismo a uma historias demasiada repleta de cliches emocionais que distanciam tudo da realidade. POr outro lado a espaços penso que o filme tem dificuldades em assentar no seu género que apenas poderia ser dramático muito por culpa de um interprete desconfortavel nessas mesmas funções.
Mas se existe aspeto que penso que o filme poderia e deveria ser mais potenciado é na relação central, penso que a mesma fruto de personagens nem sempre bem introduzidas, nunca consegue ser eficaz e forte. A culpa destes problemas do filme foi preocupar-se em demasiado no simbolismo de algumas sequências, mesmo que estas condicionassem a maturidade de todo o filme, acabando por resultar num drama com mais coração do que cabeça.
A historia fala de um arquitecto que após perder a mulher grávida num acidente de automóvel acaba por começar a relacionar-se com um adolescente problemática com o objetivo de fazer um barco com lixo e partir numa aventura no alto mar.
O argumento que até poderá ter um fundo moral interessante, e uma boa mensagem, acaba por nunca conseguir ser potenciado nas suas caracteristicas basilares. E neste lado negativo parece imperar o facto do filme ter por vezes dificuldade em encontrar o género, personagens demasiado presentas e um ou outro conceito, e dialogos pouco ou nada realistas.
Na realização Bill Purlple que surge essencialmente do seu contributo em televisão, tenta criar sequencias bonitas e com simbolismo, mas a demasiada preocupação nas mesmas acaba por fazer o filme perder maturidade no argumento. Não me parece ser o filme que conduza um realizador para mais altos voos.
Por fim no que diz respeito ao cast, Sudekis tinha aqui uma prova importante para se assumir como actor versátil, depois de anos dedicados à comedia. O resultado não é brilhante, nota-se muita dificuldade nos momentos de maior introversão, e nos momentos mais dramáticos. O truque da barba é usado e compreensivel mas é o primeiro assumir de dificuldades. Maise Williams, também me parece demasiado presa a alguns tiques da sua personagem em guerra dos tronos.
O melhor - No fundo o filme tem uma mensagem positiva.
O pior - Cair no drama piegas e pouco realista
Avaliação - C-
Sobre o filme podemos começar por dizer que a forma como ele está pensado exige muito do guião e da sua coerência, pois sendo um filme declaradamente emocional, tudo tem que bater certo para não cair naquela toada lamecha de filmes serie B, o que neste filme acaba por acontecer desde o primeiro minuto, muito por culpa de preocupações no lado emocional do filme, que tiram realismo e dimensão quer as personagens quer às ligações entre as mesmas.
Por tudo isto acabamos por encontrar um filme com um bom fundo, e acima de tudo com valores morais interessantes mas que no aspeto racional nunca consegue ser competente, nunca consegue potenciar e dar realismo a uma historias demasiada repleta de cliches emocionais que distanciam tudo da realidade. POr outro lado a espaços penso que o filme tem dificuldades em assentar no seu género que apenas poderia ser dramático muito por culpa de um interprete desconfortavel nessas mesmas funções.
Mas se existe aspeto que penso que o filme poderia e deveria ser mais potenciado é na relação central, penso que a mesma fruto de personagens nem sempre bem introduzidas, nunca consegue ser eficaz e forte. A culpa destes problemas do filme foi preocupar-se em demasiado no simbolismo de algumas sequências, mesmo que estas condicionassem a maturidade de todo o filme, acabando por resultar num drama com mais coração do que cabeça.
A historia fala de um arquitecto que após perder a mulher grávida num acidente de automóvel acaba por começar a relacionar-se com um adolescente problemática com o objetivo de fazer um barco com lixo e partir numa aventura no alto mar.
O argumento que até poderá ter um fundo moral interessante, e uma boa mensagem, acaba por nunca conseguir ser potenciado nas suas caracteristicas basilares. E neste lado negativo parece imperar o facto do filme ter por vezes dificuldade em encontrar o género, personagens demasiado presentas e um ou outro conceito, e dialogos pouco ou nada realistas.
Na realização Bill Purlple que surge essencialmente do seu contributo em televisão, tenta criar sequencias bonitas e com simbolismo, mas a demasiada preocupação nas mesmas acaba por fazer o filme perder maturidade no argumento. Não me parece ser o filme que conduza um realizador para mais altos voos.
Por fim no que diz respeito ao cast, Sudekis tinha aqui uma prova importante para se assumir como actor versátil, depois de anos dedicados à comedia. O resultado não é brilhante, nota-se muita dificuldade nos momentos de maior introversão, e nos momentos mais dramáticos. O truque da barba é usado e compreensivel mas é o primeiro assumir de dificuldades. Maise Williams, também me parece demasiado presa a alguns tiques da sua personagem em guerra dos tronos.
O melhor - No fundo o filme tem uma mensagem positiva.
O pior - Cair no drama piegas e pouco realista
Avaliação - C-
Tuesday, January 17, 2017
The Crash
Todos sabemos que Janeiro é normalmente a época escolhida para filmes que nas primeiras visualizações foram considerados com pouco valor, principalmente quando essa estreia não consegue sequer a expansão. neste filme temos tudo isso e mais uma complicação que foi a alteração do titulo. Dai que não surpreenda que os resultados criticos deste filme sejam bastante pobres e comercialmente a sua pouca distribuição tenha resultado numa total ausência de resultados.
Sobre o filme, tentar debruçar um filme com pouco mais de uma hora e vinte sobre a complexidade do sistema económico mundial, acaba por ser uma tarefa impossível, mas que com coragem este filme se propõem, na forma de um thriller serie B. E posso dizer que surpreendentemente até nem é no argumento ou narrativamente que o filme falha, já que mesmo sendo uma abordagem simplista, consegue encontrar alguns problemas, principalmente na teia de intriga que está subjacente ao filme.
O problema do filme para não resultar é tudo o resto, personagens sem qualquer tipo de dimensão, contexto ou estrutura, uma forma de realizar sem grande sentido, com aproximações de camara que parece saidas de um video caseiro, para além de uma banda sonora que acompanha toda a duração do filme que é do mais irritante que à memoria. Acrescenta-se a estes aspetos negativos um cast longuissimo, com actores fora de forma e que sofrem da pouca complexidade e desenvolvimento dos seus personagens.
Posto isto parece que um filme pequeno que consegue contornar a sua maior dificuldade que é tocar num tema complexo e faze-lo com alguma logica e profundidade e que acaba por perder nos seus elementos mais básicos e que tornam o filme num misto de emoções que o conduzem para uma vulgaridade que mais trabalhado poderia resultar numa agradavel surpresa.
A historia fala de um grupo de hackers que responsavel por uma crise no sistema financeira é contratado pelo governo americano para lidar com a ameaça de um ataque cibernetico que poderá por em causa todo o sistema financeiro do pais.
Em termos de argumento penso que o filme até funciona bem em termos da narrativa central, do seu significado e mais que isso no estudo do problema, perde por completo é nos outros elementos todos do argumento como personagens, dialogos e principalmente as intrigas secundárias, que acabam por ser extremamente pobres, mal trabalhadas e vazias.
Na realização Aram Rapparport é o pai do filme, um realizador corajoso pelos temas que aborda como já o tinha feito em Syrup, mas que parece não ter encontrado o balanço certo para os seus filmes, evidenciando na realização muitas dificuldades. Veremos se existe evolução no seu proximo trabalho.
Em termos de cast é um filme com algumas figuras conhecidas, ainda que em baixo de forma e de um segundo plano. Todos sem excepção padecem de personagens pouco desenvolvidas o que não permite que o filme evidencie melhores ou piores momentos em algum deles. Tenho bastante dificuldade em considerar Frank Grillo um actor capaz de capitanear um filme de hollywood.
O melhor - A forma como consegue teorizar em 1H20 sobre um assunto tão complexto.
O pior - Os contornos tecnicos e narrativos do filme.
Avaliação - C
Sobre o filme, tentar debruçar um filme com pouco mais de uma hora e vinte sobre a complexidade do sistema económico mundial, acaba por ser uma tarefa impossível, mas que com coragem este filme se propõem, na forma de um thriller serie B. E posso dizer que surpreendentemente até nem é no argumento ou narrativamente que o filme falha, já que mesmo sendo uma abordagem simplista, consegue encontrar alguns problemas, principalmente na teia de intriga que está subjacente ao filme.
O problema do filme para não resultar é tudo o resto, personagens sem qualquer tipo de dimensão, contexto ou estrutura, uma forma de realizar sem grande sentido, com aproximações de camara que parece saidas de um video caseiro, para além de uma banda sonora que acompanha toda a duração do filme que é do mais irritante que à memoria. Acrescenta-se a estes aspetos negativos um cast longuissimo, com actores fora de forma e que sofrem da pouca complexidade e desenvolvimento dos seus personagens.
Posto isto parece que um filme pequeno que consegue contornar a sua maior dificuldade que é tocar num tema complexo e faze-lo com alguma logica e profundidade e que acaba por perder nos seus elementos mais básicos e que tornam o filme num misto de emoções que o conduzem para uma vulgaridade que mais trabalhado poderia resultar numa agradavel surpresa.
A historia fala de um grupo de hackers que responsavel por uma crise no sistema financeira é contratado pelo governo americano para lidar com a ameaça de um ataque cibernetico que poderá por em causa todo o sistema financeiro do pais.
Em termos de argumento penso que o filme até funciona bem em termos da narrativa central, do seu significado e mais que isso no estudo do problema, perde por completo é nos outros elementos todos do argumento como personagens, dialogos e principalmente as intrigas secundárias, que acabam por ser extremamente pobres, mal trabalhadas e vazias.
Na realização Aram Rapparport é o pai do filme, um realizador corajoso pelos temas que aborda como já o tinha feito em Syrup, mas que parece não ter encontrado o balanço certo para os seus filmes, evidenciando na realização muitas dificuldades. Veremos se existe evolução no seu proximo trabalho.
Em termos de cast é um filme com algumas figuras conhecidas, ainda que em baixo de forma e de um segundo plano. Todos sem excepção padecem de personagens pouco desenvolvidas o que não permite que o filme evidencie melhores ou piores momentos em algum deles. Tenho bastante dificuldade em considerar Frank Grillo um actor capaz de capitanear um filme de hollywood.
O melhor - A forma como consegue teorizar em 1H20 sobre um assunto tão complexto.
O pior - Os contornos tecnicos e narrativos do filme.
Avaliação - C
Queen of Katwe
Hollywood sempre esteve atento a alguns dos feitos mais incriveis do mundo do desporto, sendo que a maioria dos mesmos dão origem a mais que grandes filmes, bons momentos de entertenimento e justas homenagens aos mesmos. Este ano e sob a chancela da Disney surgiu este filme da disney que junta duas realidades aparentemente distintas como é as favelas africanas e o xadrez. O filme foi bem, recebido pela critica o que lhe permitiu durante os primeiros dias ainda ser mencionado em listas de candidatos a prémios, e comercialmente, teve algumas dificuldades de expansão o que para o estudio em questão diminuiu o seu resultado.
Sobre o filme podemos desde logo dizer que se trata do filme natural de um grande estudio para um feito desportivo, ou seja temos um filme bem contextualizado em termos de espaço e realidade, com um realismo interessante relativo à forma de vida em africa. ALiado a este ponto temos na realidade um filme emotivo, que mesmo sendo esteriotipado consegue passar os sentimentos em questão, principalmente nas dinamicas familiares.
Assim, mais que um filme espetacular ou uma abordagem completamente diferente em termos artisticos, temos um filme competente, que percebe perfeitamente os pontos da historia que tem que sublinhar e mais que isso a mensagem que quer transmitir, e consegue faze-lo de uma forma simples, com um filme dinâmico, e que por vezes consegue ser mesmo engraçado em alguns pontos das suas personagens.
Pelo lado negativo, alguns dos defeitos tipicos dos biopic, a exagerar na beatificação de personagens, mais uma vez temos esse lado, que se percebe pela necessidade de fazer funcionar o filme em termos de espetadores, mas tal opção acaba por tirar algum realismo e dimensão ao filme naquilo que transmite. Parece a determinada altura ser um filme para os mais jovens mas que também agrada os mais velhos.
O filme fala de uma comunidade pobre no Uganda, no qual um indivíduo começa a ensinar xadrez, conduzindo uma das suas atletas ao mais alto nivel do desporto naquele pais, mesmo nas condições de vida diárias completamente distintas da maioria dos seus adversários.
Em termos de argumento temos um filme simples, ou seja, um filme que facilmente define os seus objetivos e os concretiza sem grandes rodeios ou fogo de artificio muito por culpa de um filme pensado com o coração e objetivo naquilo que quer ser. Poderiamos dizer que as personagens são pouco reais, acho que o filme sabe desse defeito e trabalha com ele.
Mira Nair é uma realizadora conceituada, principalmente na forma como consegue filmar em condições adversas fora de grandes metropoles, aqui um trabalho incrivel na construção das favelas africanas e naquilo que elas transmitem. Na abordagem podemos dizer que arriscou pouco.
No cast em termos de secundarios os actores com mais peso do cast o filme funciona, quer Oywelo quer Nyongo tem papeis intensos, versateis e que encaixam bem nos propósitos do filme. No papel principal a jovem e desconhecida até aqui Nalwanga, tem algumas dificuldades quando o papel lhe exige mais recursos dramaticos.
O melhor - O coração do filme.
O pior - A abordagem ser muito comum
Avaliação - B
Sobre o filme podemos desde logo dizer que se trata do filme natural de um grande estudio para um feito desportivo, ou seja temos um filme bem contextualizado em termos de espaço e realidade, com um realismo interessante relativo à forma de vida em africa. ALiado a este ponto temos na realidade um filme emotivo, que mesmo sendo esteriotipado consegue passar os sentimentos em questão, principalmente nas dinamicas familiares.
Assim, mais que um filme espetacular ou uma abordagem completamente diferente em termos artisticos, temos um filme competente, que percebe perfeitamente os pontos da historia que tem que sublinhar e mais que isso a mensagem que quer transmitir, e consegue faze-lo de uma forma simples, com um filme dinâmico, e que por vezes consegue ser mesmo engraçado em alguns pontos das suas personagens.
Pelo lado negativo, alguns dos defeitos tipicos dos biopic, a exagerar na beatificação de personagens, mais uma vez temos esse lado, que se percebe pela necessidade de fazer funcionar o filme em termos de espetadores, mas tal opção acaba por tirar algum realismo e dimensão ao filme naquilo que transmite. Parece a determinada altura ser um filme para os mais jovens mas que também agrada os mais velhos.
O filme fala de uma comunidade pobre no Uganda, no qual um indivíduo começa a ensinar xadrez, conduzindo uma das suas atletas ao mais alto nivel do desporto naquele pais, mesmo nas condições de vida diárias completamente distintas da maioria dos seus adversários.
Em termos de argumento temos um filme simples, ou seja, um filme que facilmente define os seus objetivos e os concretiza sem grandes rodeios ou fogo de artificio muito por culpa de um filme pensado com o coração e objetivo naquilo que quer ser. Poderiamos dizer que as personagens são pouco reais, acho que o filme sabe desse defeito e trabalha com ele.
Mira Nair é uma realizadora conceituada, principalmente na forma como consegue filmar em condições adversas fora de grandes metropoles, aqui um trabalho incrivel na construção das favelas africanas e naquilo que elas transmitem. Na abordagem podemos dizer que arriscou pouco.
No cast em termos de secundarios os actores com mais peso do cast o filme funciona, quer Oywelo quer Nyongo tem papeis intensos, versateis e que encaixam bem nos propósitos do filme. No papel principal a jovem e desconhecida até aqui Nalwanga, tem algumas dificuldades quando o papel lhe exige mais recursos dramaticos.
O melhor - O coração do filme.
O pior - A abordagem ser muito comum
Avaliação - B
Monday, January 16, 2017
Toni Erdmann
No momento em que Ken Loach foi anunciado como o grande vencedor do Festival de Cannes, algumas das vozez mais ativas criticaram sublinhando que tal prémio deveria ter sido entregue a este filme alemão. Contudo apesar de uma trajectória quase silenciosa surgiu no final do ano com um dos mais serios candidatos ao oscar de melhor filme estrangeiro fruto das excelentes criticas no solo norte americano. A nivel comercial, sendo um filme alemão e ainda para mais com quase três horas de duração podemos dizer que o resultado foi o possível.
Sobre o filme eu confesso que sou um bocadinho critico na forma como o cinema europeu compõe os seus filmes, principalmente aqueles que acabam por ser mais valorizados. Este é mais que tudo um filme estranho e se a linhagem central até pode ser uma base para um filme ao mesmo tempo diferente e complexo, ou seja as complicações numa relação pai e filha em fases diferentes da vida, observamos que ao longo das quase três horas de duração o filme tenta surpreender mais pelo seu lado estranho do que realmente pelo significado. Muitas vezes pensamos estar numa dimensão algo diferente quer em humor quer na forma das personagens e torna este filme, algo que outra coisa, estranho.
É claro que o filme tem bons momentos de cinema, lembro-me para registo da festa de aniversário, ou mesmo algumas situações profissionais com o alter ego do protagonista, mas parece-me muito pouco em termos de conteúdo para um filme tão longo e tendo em conta a unanimidade critica que o filme obteve. Penso que com a mesma base e muito do mesmo guião poderia e deveria ser um filme mais intenso e menos preocupado em fazer-se notar pelo lado mais excêntrico.
Ou seja um filme que encaixa muito do que é o lado mais independente e diferenciador do cinema europeu. O mesmo que cria muita proximidade em alguns adeptos mas que a mim em particular se salienta mais por um espírito demasiado preocupado em diferenciar, mais do que potenciar a narrativa e os valores naturais do filme em si. Acho que nem sempre o filme faz o balanço correto entre o que é essencial e o acessório.
A historia fala de um pai que preocupado pela forma de vida da sua filha, integrada numa grande empresa em Bucareste, decide visitar a mesma, percebendo das dificuldades que a sua filha tem na rigidez do seu dia a dia. Contudo a sua forma humorística de estar na vida acaba por criar diversos problemas nesta relação familiar.
O argumento tem na minha opinião uma base interessante, e em termos práticos até acho que consegue atingir os objetivos que se propõe, penso é que no lado humoristico o filme poderia ir mais longe do que simples curiosidades ou excentricidades dos personagens, e o caminho ao ser este o escolhido deveria ser mais curto.
Na realização Maren Ade tem alguns bons momentos principalmente na capacidade de fazer de imagens simples resultados significativos como a inclusão de uma mascara bulgara no filme, que dá um teor de carinho e proximidade entre persoangens que funciona na perfeição. Este ponto acaba por ser o mais próximo dos melhores que o filme tem.
Na realização o filme é dominado por duas personagens distintas mas que funcionam perfeitamente nos objetivos do filme.Sandra Huller tem uma das melhores prestações femininas do ano, numa epoca em que as actrizes europeias começam a chamar a si a atenção de hollywood para os papeis. Para além disso é fácil gostar da interpretação de Peter Simonichek, mas aqui parece-me claramente que tem o papel simples do filme.
O melhor - A sequância da festa de aniversário com o climax final
O pior - O filme ser tão longo para um objetivo muitas vezes simples
Avaliação - C+
Sobre o filme eu confesso que sou um bocadinho critico na forma como o cinema europeu compõe os seus filmes, principalmente aqueles que acabam por ser mais valorizados. Este é mais que tudo um filme estranho e se a linhagem central até pode ser uma base para um filme ao mesmo tempo diferente e complexo, ou seja as complicações numa relação pai e filha em fases diferentes da vida, observamos que ao longo das quase três horas de duração o filme tenta surpreender mais pelo seu lado estranho do que realmente pelo significado. Muitas vezes pensamos estar numa dimensão algo diferente quer em humor quer na forma das personagens e torna este filme, algo que outra coisa, estranho.
É claro que o filme tem bons momentos de cinema, lembro-me para registo da festa de aniversário, ou mesmo algumas situações profissionais com o alter ego do protagonista, mas parece-me muito pouco em termos de conteúdo para um filme tão longo e tendo em conta a unanimidade critica que o filme obteve. Penso que com a mesma base e muito do mesmo guião poderia e deveria ser um filme mais intenso e menos preocupado em fazer-se notar pelo lado mais excêntrico.
Ou seja um filme que encaixa muito do que é o lado mais independente e diferenciador do cinema europeu. O mesmo que cria muita proximidade em alguns adeptos mas que a mim em particular se salienta mais por um espírito demasiado preocupado em diferenciar, mais do que potenciar a narrativa e os valores naturais do filme em si. Acho que nem sempre o filme faz o balanço correto entre o que é essencial e o acessório.
A historia fala de um pai que preocupado pela forma de vida da sua filha, integrada numa grande empresa em Bucareste, decide visitar a mesma, percebendo das dificuldades que a sua filha tem na rigidez do seu dia a dia. Contudo a sua forma humorística de estar na vida acaba por criar diversos problemas nesta relação familiar.
O argumento tem na minha opinião uma base interessante, e em termos práticos até acho que consegue atingir os objetivos que se propõe, penso é que no lado humoristico o filme poderia ir mais longe do que simples curiosidades ou excentricidades dos personagens, e o caminho ao ser este o escolhido deveria ser mais curto.
Na realização Maren Ade tem alguns bons momentos principalmente na capacidade de fazer de imagens simples resultados significativos como a inclusão de uma mascara bulgara no filme, que dá um teor de carinho e proximidade entre persoangens que funciona na perfeição. Este ponto acaba por ser o mais próximo dos melhores que o filme tem.
Na realização o filme é dominado por duas personagens distintas mas que funcionam perfeitamente nos objetivos do filme.Sandra Huller tem uma das melhores prestações femininas do ano, numa epoca em que as actrizes europeias começam a chamar a si a atenção de hollywood para os papeis. Para além disso é fácil gostar da interpretação de Peter Simonichek, mas aqui parece-me claramente que tem o papel simples do filme.
O melhor - A sequância da festa de aniversário com o climax final
O pior - O filme ser tão longo para um objetivo muitas vezes simples
Avaliação - C+
Sunday, January 15, 2017
Jack Reacher: Never Go Back
Aos cinquenta e quatro
anos, Tom Cruise dedicou-se em exclusivo a filmes de ação, sendo
que atualmente para além do franchising Mission Impossible, se
dedicou também a este heroi algo semelhante de nome Jack Reacher.
Depois de um primeiro filme com bons resultados surgiu a natural
sequela com resultados claramente mais modestos. Criticamente teve
mais dificuldades ainda assim dentro da mediania que também foi o
primeiro filme, em termos comerciais algo aquem, o que poderá
colocar em causa a sequela.
Sobre o filme, convem
contextualizar que gostei do primeiro filme, um filme de acção que
conjugava carisma, acção simples e algum valor cómico, pelo que
tinha alguma expetativa relativamente a este segundo filme, ainda
para mais quando o trailer fazia pensar que teriamos o mesmo tipo de
filme. Contudo depois de observar o filme as minhas expetativas
sairam totalmente defraudadas, desde logo pela intriga que não
existe, ou seja temos um argumento que parece saido de um tipico
filme de Jean Claud Van Damme, e isso é tudo menos comum num filme
de Cruise.
É indiscutivel que
Cruise encaixa bem no lado misterioso e sentido ironico da
personagem, mas tambem aqui o filme é claramente pior do que o seu
antecessor, recorre muito menos ao humor, e muitas vezes com menos
resultado, por outro lado a intriga amorosa tambem dificlmente
funciona já que a quimica entre Smolders e Cruise é praticamente
inexistente e muito graças a diferença de idade.
Por tudo isto temos um
vazio filme de ação, muito longe do primeiro filme quer em
entertenimento, como sequências de acção e humor, mas também em
termos de intriga, podemos dizer que alguns apontamentos de humor e
algumas tiradas poderão o diferenciar da maioria dos filmes de acção
serie B, mas está mais perto destes do que daquilo que de melhor se
faz em acção nos grandes estudios americanos.
A historia continua
Jack Reacher que cria uma relação proxima com uma major do
exercito, que se vê presa por alegadamente ter participado numa
missão de espionagem, ai ele tenta não so a salvar da prisão bem
como das pessoas que a querem matar, bem como tenta perceber se uma
adolescente é sua filha ou não.
Em termos de argumento
o filme é claramente mais vazio do que o seu antecessor. O filme
narrativamente nunca consegue ter impulso de prenda o espetador, com
historias já conhecidas e mais que isso previsiveis. So em termos de
humor o filme por vezes consegue encontrar o seu norte.
Em termos de realização
Zwick já foi um realizador de primeira linha, que com o tempo foi
perdendo espaço e se tornando em mais um tarefeiro de hollywood,
para um realizador que já foi autor, este trabalho poderia ser
efetuado por um jovem saido dos videoclips, espera-se o regresso do
melhor Zwick ou isso será sinal de fim de carreira.
No cast Cruise funciona
como heroi de ação embora se tornasse nos ultimos anos repetitivo
neste tipo de filme. Parece-me muito parecido a sua personagem de
missão impossivel e penso que deveria repensar a sua carreira e
arriscar mais. Nos restantes Smulders perde por ter uma grande
diferença de idade de Cruise e não conjugar com este. O que acaba
por ser lesivo para o filme.
O melhor – A primeira
sequencia
O pior – Esvaziar em
parte o carisma do primeiro filme.
Avaliação - C-
Nocturnal Animals
Sete anos depois da sua
estreia como realizador e argumentista, o estilista Tom Ford, que tão
bem se saiu no seu filme de estreia que chegou as nomeações para os
oscares, traz aqui o seu segundo filme. Apresentado em Cannes os
resultados criticos foram interessantes, tem estado na disputa embora
nos pareça que em termos de filme e realização não vai ter tarefa
facil conseguir a nomeação. Comercialmente para um filme pouco
expandido, os resultados foram brilhantes.
Sobre o filme eu
confesso que não fui particularmente fã do primeiro filme de Tom
Ford, principalmente em termos narrativos, já que visualmente o seu
sentido estetico é incrivel, e novamente neste filme mais terreo,
mais comum volta a ter um cuidado total com todo o aprumo estetico,
mas ao qual junta um argumento de primeira linha, intenso, com um
paralelismo e alterações temporais no ponto, e que tem no seu
climax a cereja no topo do bolo, já que por diversas vezes pensamos
aonda os filme nos leva, pois bem ele leva-nos para o lado mais
intimo dos seres humanos com uma mestria só ao alcance de poucos,
Muitos podem dizer e
bem que o filme tem diversas possibilidades e que nem sempre é
equilibrado entre segmento dando pouca atenção aquilo que é o
filme é na verdade na sua narrativa central, aquela que menos tempo
de antena tem no filma, mas é precisamente essa decisão, que
permite por um lado levar os interpretes para grandes niveis de
interpretação e por outro lado consegue o impacto final que o filme
quer ter.
Por isso, mesmo sendo à
semelhança de Manchester By the Sea, um filme com uma alcance
limitado é daqueles que mais uma vez denota que bons livros com bons
principios podem dar bons filmes. Este é interessante já que quer a
nivel tecnico mas acima de tudo ao nivel do seu real significado e
impulsos é daqueles filmes que ficam pela sua intensidade mais do
que pelo significado.
A historia fala de uma
mulher que recebe em sua casa o livro do seu ex marido, que lhe é
dedicado, e que controversa no seu casamento começa a sonhar com o
conteúdo do livro e ver o mesmo em imagens claras.
O argumento é
brilhante a forma como diferentes historias em realidades paralelas
se conjugam para o efeito final é algo que so esta ao alcance de um
argumento de primeira linha, pensado do primeiro ao ultimo minuto. E
um filme que sabe perfeitamente para onde quer levar o espetador,
muito por culpa de personagens de primeira linha.
Tambem em termos de
realização, sendo um trabalho mais simples e menos visual do que o
seu filme de inicio, Tom Ford tem uma capacidade estetica de planear
cada sequencia e cada posição que denota ter a principal virtude
para um bom realizador, saber o que quer das imagens. Vamos ver o seu
futuro na setima arte, até agora não podia pedir mais.
No cast, é um filme
exigente para os seus protagonistas com personagens complexas. Se a
Adams ate calhou o papel mais facil do filme, que cumpre com
simplicidade Gyllenhall claramente com mais trabalho penso não ter
um papel irrepreensivel, contrastando bons momentos ao nivel que nos
habituou com algum exagero no sofrimento que por exemplo quando
comparado com Casey em Manchester By The Sea, acaba por soar pior.
Mas é nos secundarios que o filme tem os melhores papeis, quer
Shannon com a intensidade habitual, e um surpreendente Taylor
Johnsson com a passagem para outro nivel de interpreta, e que poderá
ser o actor que mais ganha com o filme, como já se comprovou pelo
até aqui, na minha opinião merecida destinção como melhor
secundario.
O melhor – A
capacidade de ser um filme tão distante e tão subtil na forma como
nos deixa no final sem palavras.
O pior – A subtileza
em ligeiros minutos confunde-nos para onde vamos
Avaliação - B+
Live By Night
Quando um realizador
vence o oscar de melhor filme é comum a expetativa em torno do seu
projeto seguinte ser a maior, já que é sempre complicado perceber o
que se pode fazer depois de atingir o reconhecimento maximo. Este
projeto de Ben Affleck tinha novamente alguns principios
interessantes, ser um filme de gangsters, um cast recheado, ser
produzido por Di Caprio e ser lançado em plena oscar season. Apos as
primeiras exibições percebeu-se que seria o floop da carreira de
Ben como realizador, avaliações medianas, algumas mesma com
tendência negativa pautaram e encaminharam o filme para uns
primeiros dados que o apontam como um floop comercial significativo.
Mesmo não sendo um
realizador que artilha os seus filmes, e caindo por vezes naquela
emocionalidade bacoca, é indiscutivel que Aflleck tem uma capacidade
clara de preparar os seus filmes numa coesão narrativa
impressionante. Ou seja os seus filmes são cuidados frase a frase
para no final tudo encaixar na perfeição quer em termos morais mas
principalmente naquilo que é o passado e o futuro, Ou seja mais uma
vez os principios e as conluisões do filme são reunidas com mestria
de um argumento bastante interessante, mesmo caindo no chaavão
emotivo que por vezes os filmes dele caem.
Mas o filme tem dois
problemas de base que lesam bastante o seu resultado final, o maior
deles é o protagonista se existe ponto que hollywood conhece de
Affleck são as susas limitações enquanto actor e aqui num papel
que até exigia alguma qualidade dramatica e principalmente presença
tudo sai ao lado numa personagem apagada, presa a uma expressão
facil e movimentos pouco coerentes. Aliado a este ponto o filme sofre
ainda de um inicio demasiado lento, dando a sensação que perde
demasiado tempo numa introdução que na realidade pouco tem de
interesse no desenvolvimento narrativo.
Mesmo assim temos um
filme interessante, com o espirito gangster e acima de tudo tentando
entrar no initimo de uma personagem complexa. É um filme
extremamente coeso na forma como define o destino e as crenças das
personagens, algumas vezes bem interpretado por alguns secundários.
Pode não ser o melhor filme de Aflleck, isso parece obvio mas não
me parece ser tão nefasto para a sua carreira como muitos apontam.
O filme fala de Joe,
filho de um policia que depois de guerra enverda pela carreira do
crime, até que acaba por ter problemas com o chefe da mafia
irlandesa, acabando por se aliar ao chefe da mafia italiana para
comandar os negocios numa pequena cidade.
Em termos de argumento
eu penso que Aflleck tem aqui a sua melhor competência, a coerência
e a coesão interna dos seus argumentos são impecáveis e aqui mais
uma vez, no fim lembramo-nos de frases soltas que completam os
acontecimentos, com personagens dinámicas e bem montadas. Apenas os
tipicos chavões emocionais de algum facilitismo parecem ser algo
menos funcional nos seus filmes.
Como realizador não
sendo um trabalho de ponta, temos uma trabalho eficaz, bem trabalhado
do ponto de vista de contextualização temporal, boas jogadas de
luz, penso que é mais competente do que espetacular, parecendo
contudo que os seus filmes ainda não têm uma marca de autor.
No cast o grande
problema do filme Affleck, é um actor com recursos muito reduzidos
para um filme e principalmente para um papel tão complexo, mas
insiste em dar em si o protagonismo dos seus filmes, tendo logo a
partida um handicap. Melhor nos secundários com prestaões muito
meritorias quer de Messina, Cooper e Fanning.
O melhor – A forma
como o filme consegue encaixar tudo no seu guião.
O pior – Ben Affleck
o ator
Avaliação - B-
Saturday, January 14, 2017
Operation Chromite
Cada vez mais existe
uma aproximação entre o cinema oriental e o cinema maior de
Hollywood. Tem sido alguns os actores convidados para este tipo de
produção, que já se alastrou à Coreia do Sul. Este filme sobre a
guerra da coreia tinha como maior aliciante a presença de Liam
Neeson num dos papeis. Os resultados do filme contudo foram algo
modestos a diversos niveis, comercialmente nos EUA pese embora seja
uma grande produçao oriental não teve qualquer tipo de resultado
significativo. Ja em termos criticos a mediania com que foi avaliado
não permitiu grande força ou impulso por esta vertente.
Sobre o filme devemos valorizar a tentativa de industrias que não as maiores tentarem fazer filmes com algum dimensão, e nisso podemos dizer que existe a tentativa pese embora tecnicamente seja um filme nem sempre funcional, muitas vezes com imagens e efeitos pouco realistas, principalmente porque se trata de um filme que tenta ser diferente em termos de cor e fotografia mas nem sempre esta opção aparentemente artistica funciona para o desenvolvimento do filme.
Sobre o filme devemos valorizar a tentativa de industrias que não as maiores tentarem fazer filmes com algum dimensão, e nisso podemos dizer que existe a tentativa pese embora tecnicamente seja um filme nem sempre funcional, muitas vezes com imagens e efeitos pouco realistas, principalmente porque se trata de um filme que tenta ser diferente em termos de cor e fotografia mas nem sempre esta opção aparentemente artistica funciona para o desenvolvimento do filme.
Mas o maior problema do
filme é narrativo, se em termos de guerra e de traição e espiões
entre as duas coreias o filme até tem momentos interessantes e
duros, o filme funciona bem menos quando tenta dar a personagem de
Neeson um caracter quase divido, recheado de frases feitas muitas
delas sem qualquer tipo de aplicação prática, que da ao filma a
sensação de querer usar o trunfo sinalando-o como tal mas torna o
lado mais cru do filme insignificante com o excesso de protagonismo
dado a tal personagem que em bom dizer nada serva para o objeto
central do filme.
Ou seja um filme que
tenta sempre impressionar mais pelo seu caracter tecnico do que pela
sua solidez narrativa mas que acaba por falhar em ambos objetivos,
temos a sensação plena ao longo do filme que com objetivos mais
modestos o filme poderia obviamente ser mais funcional, com menos luz
da ribalta poderia ser um simples filme sobre as condicionantes da
guerra na coreia sempre com um ponto de lista lateral como alias
grande parte dos filmes de guerra.
A historia fo filme
fala de uma operação militar que visa tentar encontrar a planta do
terreno e das minas do inimigo e que permita a tomada de uma baia.
Contudo antes de tudo acontecer o plano é descoberto e que lança
uma guerra bem antes do seu anunciado inicio.
Em termos de argumento
se na parte central o filme acaba por ser obvio, perde totalmente o
norte com a forma como introduz e coloca a personagem de Neeson no
filme, tudo tem pouco sentido, as suas frases, a sua supremacia,
acaba por parecer que o filme quer sublinhar uma personagem que na
realidade pouco interesse para o centro narrativo do filme.
Na realização John H
Lee teve sempre a sorte e ao mesmo tempo tarefa ingrata de ter
entregue a si um dos filmes mais visiveis da Coreia do Sul, e nestes
termos penso que ambição do realizador na forografia na forma de
filmar é maior quer do que a sua capacidade, quer mesmo da
capacidade da produção e muitas vezes perde o lado mais importante
do filme, o realismo.
No cast, Neeson perde
claramente com a forma como é construida a sua personagem e mais que
isso com a forma como a mesma e caracterizada, tudo torna a sua
personagem a todos os niveis absurda ainda para mais quando os seus
dialogos são umas frases chavões sem aplicação pratica. Melhor os
protagonistas orientais.
O melhor – O lado
mais simples da narrativa, que poderia ser feito por qualquer
produção de qualquer lado do mundo.
O pior – Liam Neeson
e a sua personagem
Avaliação - D+
Thursday, January 12, 2017
Christine
Cada vez mais uma das
fontes de inspiração para novos filmes, são historias curiosas
reais, que fruto de uma maior expansão da informação se tornou
mais conhecida. Normalmente esses filmes são lançados em final de
ano para ter algumas oportunidades nos prémios. Assim, este filme
que pese embora tenha sido bem avaliado nunca conseguiu na verdade
ser um verdadeiro concorrente aos premios, muito pela forma como o
seu desempenho foi extremamente modesto em termos comerciais.
Sobre o filme podemos
dizer que a historia de base e fortissima principalmente naquilo que
a pressão do trabalho pode resultar numa sociedade tão competitiva,
essa mensagem auxiliada por uma boa construção e ambigua da
personagem central dão coesão à mensagem do filme, mesmo que ao
longo da sua duração o mesmo nem sempre seja funcional em termos de
ritmo, tornando-se muitas vezes redundante nos avançoes e recuos
psicologicos da personagem.
Pese embora estes
defeitos é claramente um filme que vai do menos ao mais, inicia-se
num ritmo demasiado pausado, onde parece mais preocupado pela
definição do espaço e tempo do que propriamente na introdução na
narrativa, mas quanto mais conhecemos a personagens mais estranha ela
fica no bom sentido, ou seja, mais ficamos curiosos relativamente ao
seu sim, que para quem não conhece a historia, benificia de um
climax de primeira linha.
Assim mesmo não sendo
um filme de grande publico, tem o trunfo de ter um tema que não so
se baseia numa historia real, como acima de tudo tem uma mensagem
cada vez mais atual colocando em causa a competividade selvagem que
existe em diversas empresas pelo mundo fora. O filme benificia ainda
de uma excelente intepretação que no momento decisivo torna o filme
ligeiramente melhor que a mediania.
A historia fala de uma
jornalista que apos ultrapassar uma depressão tem de lidar com a
exigencia de uma televisão com perigo de fechar enquanto procura a
realização profissional. Este cocktail conduz a uma obsessão cada
vez maior da protagonista nos seus objetivos.
Em termos de argumento,
mesmo sendo basico no essencial, sendo muitas vezes algo descritivo,
consegue balancear o filme de uma forma positiva para o seu final,
consegue fazer sublinhar uma mensagem de forma subtil. Do lado
negativo nem sempre parece um filme equilibrado na gestão de ritmos.
Antonio Campos é um
realizador com um trajeto ainda desconhecido no cinema, que aqui tem
um bom trabalho essencialmente naquilo que por vezes é menos notorio
que é na contextualização temporal. Contudo no restante adopta uma
abordagem simplista que faz o filme depender mais do argumento.
Por fim no cast Rebecca
Hall tem uma das mais intensas e dificeis prestações do ano, tem o
filme nas suas costas, muitas vezes com o exercicio quase impossivel
de ser estranha no filme que é sobre si. É intensa, é expressiva e
parece-me obvio que com um filme mais visivel este seria e deveria
ser um dos papeis nomeados para o oscar de melhor actriz.
O melhor – Rebbeca
Hall
O pior – A gestao dos
ritmos do filme na fase inicial
Avaliação - B-
Wednesday, January 11, 2017
Sold
Existem pequenas
produtoras que em face de terem mais exigencias de resultados acabam
por arriscar mais no tema. Se existe assunto claramente conhecido e
pouco abordado pelo menos em filmes de uma primeira linha, é o
tráfico de crianças para fins sexuais. Este acaba por ser um
pequeno filme que assume essa temática, contudo com os resultados
todos de filme pequeno, desde logo com uma mediania critica que não
o tornou significativo, e comercialmente sem grandes figuras acaba
por ser sempre dificil os resultados que foram quase inexistentes.
Sobre o filme, desde
logo a opção pela zona da India e do nepal para este tipo de filme
parece-me certeira, já que contextualiza o fenomeno que quer
retratar onde o mesmo acaba por ser mais significativo, o problema e
que para o filme ser mundial opta por ser falado em inglês por
atores que se percebe que não estão na sua lingua de base, tirando
força as interpretações que tinham em si muito da forma como o
filme poderia e deveria funcionar. Este acaba por ser um dos
problemas mais significativos do filme, e uma das suas maiores
barreiras.
Do ponto de vista
positivo o filme tem claramente o tema, e não ter medo em ser cru em
algumas imagens, muitas vezes em filmes de maior estudio falta alguma
coragem que o filme tem. Mesmo não sendo sequer um bom filme,
tornando-se demasiado básico para criar uma narrativa que
sustentasse o filme para alem de outros defeitos especificos, tem de
se glorificar a coragem sobre aquilo que o filme significa, mesmo
sendo um panfleto de algo que poderia ser mais maduro, mais denso e
mais profundo.
Ou seja temos o tipico
filme de domingo a tarde mas com um tema duro e claramente
importante, os defeitos que o filme tem e sao muitos acabam por em
momentos ser ultrapassados por aquilo que o filme está a descrever e
quando assim o é, parece-me que devemos sempre sublinhar isto.
A historia fala de uma
pre adolescente que com o objetivo de ter algum dinheiro acaba por
embarcar numa aventura que a conduz até um bordel onde é vitima de
diferentes tipos de abuso e tenta a todo o custo regressar a sua
liberdade.
Em termos de argumento
é importante salvaguardar que em termos de potencial e resultado o
filme parece nunca conseguir aproveitar bem a dimensão do que está
a contar, principalmente nos detalhes do argumento como construção
das personagens e dialogos, contudo com um tema tão imponente
consegue sempre captar o interesse do espetador.
O trabalho de Jeffrey D
Brown um autentico desconhecido, vale pela contextualização
espacial e pouco mais, o filme é sempre dificil em face do tema e da
forma como se realiza sequencias de abuso a uma menor, mas aqui penso
que o filme foi corajoso e passou com positiva. No restante falta
mais alma de autor.
No cast a maior parte
do cast sofre da dificuldade de interpretar fora da lingua mãe o que
tira realismo, inclusivamente a protagonista. Do lado dos americanos
mais conhecidos Andersson e Arquete tem papeis simples, com o
objetivo de dar mais peso ao filme.
O melhor – O tema.
O pior – As
interpretações espelham desconforto com a lingua inglesa em algumas
personagens
Avaliação - C+
Subscribe to:
Posts (Atom)