Steven Soderbergh é um dos realizadores com mais filmes e mais experiências enquanto realizador nos ultimos vinte anos, sendo que tanto encontramos filmes de grande estudio, como colaborações frequentes com as aplicações de streaming e este ano logo em janeiro um filme de terror psicologico. O filme estreou com boas avaliações, sendo um territorio exprimental onde o realizador tem conseguido bons resultados. Comercialmente as coisas nao correram tão bem, sendo que o facto de não ter recorrido a atores de primeira linha não ajudou.
Sobre o filme temos um filme curto, no qual nos acabamos por ser uma camara interprete, como uma presença numa casa, a forma como o filme na maior parte do tempo é feito de clips curtos e que durante algum tempo são dificeis de conjugar acaba por ser a barreira mais dificil de ultrapassar ate começarmos a ter o filme revelado, sendo o final o ponto mais decisivo do filme e que de alguma forma vai determinar se o publico gostou ou nao da abordagem.
Um dos pontos mais exprimentais de Soderbergh com uma abordagem de base é a sua usual capacidade de colocar a camara como interprete, ja o tinha feito em filmes anteriores, normalmente mais associado a filmes de densidade psicologica, o final acaba por ser algo previsivel, ja que vão sendo deixados alguns elementos ao longo dos dialogos, mas fica sempre a ideia de um filme diferente.
Por tudo isto e estando longe do que de melhor Soderbergh ja fez quando chama a si todos os meios, nestes pequenos filmes mais desprendidos onde arrisca mais na abordagem o mesmo tem conseguido obras interessantes, talvez com uma dimensão inferior ao realizador mas que alimentam a curiosidade de um realizador que nunca deixou de tentar ter o seu cunho de exprimentalista.
A historia fala de uma familia, marcada pela morte de uma amiga da filha mais nova que começa a perceber que a casa onde habitam tem uma presença estranha com propositos dificeis de perceber.
O argumento do filme vale essencialmente pela revelação final que acaba por ser um trunfo interessante que pode levar o espetador a querer ver o filme outra vez, de uma outra dimensão. Eu penso que o filme e original, se calhar algo simplista nos dialogos mas que funciona muito pelo seu final.
Soderbergh e um realizador de primeira linha que tem muitos filmes, para todos os gostos e acima de tudo com valores tambem diferenciados. Aqui temos uma abordagem diferente, um filme que consegue ir tentar buscar a camara como interprete e consegue. Nao esta no epicentro da sua carreira mas continua a ser um valor seguro.
No cast o filme tem um elenco de pessoas menos conhecidas Liu acaba por ser a presença mais visivel numa personagem que so aparece na fase final, acabando por ser os jovens e quase desconhecidos Liang e Maday a ter as despesas do filme, funcionando na maior parte do tempo.
O melhor - O final e a forma como integra todo o filme
O pior - A passagem da barreira inicial
Avaliação - C+