Monday, December 28, 2020

Sound of Metal

 Num ano completamente atípico em termos de temporada de prémios existe um filme pequeno, lançado pela Amazon que tem estado bastante presente nos prémios ate ao momento atribuídos, que tem sido este Sound of Metal. Depois de uma excelente receção critica e avaliações muito interessantes o filme pese embora seja pequeno tem sido um dos que mais aplausos tem recebido do grande publico nos últimos tempos, e poderá ser uma presença clara na próxima temporada de prémios.

Sound of Metal mais que um filme bonito ou dramático e um filme concetual do seu primeiro ao ultimo minuto. A forma como trabalha a surdez na forma como comunica com o espetador através de sons da ao filme um caracter muito particular que funciona principalmente na ligação que vai fazendo do espetador com o publico, que vai de alguma forma sentindo aquilo que o protagonista vai sentindo.

E se o filme em termos estéticos, definição e interpretações e encontra a um nível muito elevado, acaba por ser no desencadeamento narrativo que não consegue acompanhar esta excelência. Principalmente na definição do filme que tendo em conta o assunto deveria de alguma forma funcionar como o imperativo moral de tudo aquilo que assistimos. Fica a ideia que o filme planeia tudo de uma forma bastante convicta mas que posteriormente tem dificuldade em assumir uma posição que me parecia importante para transformar um filme de produção pequena em algo maior.

Mesmo assim num ano em que não fomos propriamente brindados com cinema de primeira linha fruto das contingências que vivemos, eis que surge um filme com alguns condimentos diferentes, susentendado por uma interpretação de primeira linha que faz com que mereça um sublinhado especial nesta epoca dificil

A historia fala de uma apaixonado baterista de uma banda de metal que aos poucos começa a perder a audição que o faz perigar não so a sua relação amorosa como acima de tudo a sua carreira musical. O filme aborda o conflito interno da personagem em se adequar a sua nova situação ou em tentar uma intervenção com riscos.

O argumento do filme tem bons momentos quer na forma como cria conflitos à personagem de difícil resolução bem como com a forma com alguns diálogos embora algo irrelevantes conseguem ser bem montados. O problema do filme e na sua definição final em que tudo acaba por ser na sua essência pouco ou nada trabalhado, deixando tudo demasiado em aberto

Acaba por ser no cast que o filme tem alguns dos seus melhores atributos principalmente na excelente construção dramatica e fisica de um Riz Ahmed que e surpreendente e merece muita atenção nesta temporada de premios já que me parece um actor a ganhar bastante dimensão e este um filme que muitas vezes funciona como impulso para outros voos. AInda podemos dizer que e muito bem acessorado por uma Colman a ganhar uma dimensão mais independente e um quase desconhecido Paul Raci que consegue ser o unico que partilha protagonismo com Ahmed.


O melhor - Riz Ahmed


O pior - A conclusão


Avaliação - B



Godmothered

 Numa altura de natal seria expectavel que a Disney + lançasse alguns dos seus produtos de uma forma vincada de forma a ocupar um espaço que ficou livre com a pouca adesão aos cinemas neste periodo. Uma das suas apostas foi esta comedia familiar sobre fadas madrinhas que acabou por ser recebido com pouco entusiasmo percebendo-se que esta aplicação ainda esta a sofrer algumas dores de crescimento. Tambem comercialmente não me parece que tenha sido propriamente um dos grandes projetos da Disney para este ano.

Sobre o filme podemos dizer que e uma comedia familiar simples, muito pensada em termos de um humor facil e fraterno, sem grandes truques sempre pensada de uma forma quase simplista na ligação entre o mundo da fantasia e o mundo real, num filme claramente pensado para os mais novos e pouco mais.

E daqueles filmes que muitas vezes temos dificuldades em perceber num contexto atual ja que e parecido com muitos outros que foram sendo lançados ao longo do tempo. Os objetivos curtos do filme não deixam que as coisas acabem por ser desastrosas mas fica a ideia que num contexto de lançamento a Disney + poderia e deveria ter mais risco.

Um filme que liga a fantasia e a comedia familiar com algumas das figuras do imaginario principalmente feminino, e que com poucos ou nenhuns efeitos nos da um filme para a familia completa curto e de desgaste rapido. nao tem atributos para ser bom, mas também acaba por não ser péssimo.

A historia fala de uma fada madrinha que acaba por vir ao mundo dos vivos de forma a ajudar uma viuva mae de duas menores a tentar reencontrar a felicidade contudo a adaptação à nova realidade acaba por não ser propriamente a mais facil.

Em termos de argumento os truques comuns e basicos de um cinema de entertenimento simples. Algum humor, nem sempre bem trabalhado enquadrado acima de tudo na ligação real fantasia mas que acaba por ser pouco original no quadrante de filmes deste genero que foram vendo a luz do dia.

Na realizaçao Sharon Maguire tem uma realização feminina, num filme claramente mais proximo deste mesmo género feminino. Da realizadora que deu luz a Bridget Jones poderiamos esperar um pouco mais de arte em alguns momentos mas talvez por isso o seu sucesso tenha ficado apenas por aquele franchising

No cast a escolha de Fisher e principalmente de Bell encaixam perfeitamente no caracter descontraido que o filme quer ter e pouco mais. Nao e nada exigente nas suas interpretaçoes para alem daquilo que é os filmes de comedia de desgaste rapido que tem sido o comum na carreira de ambos.


O melhor - Poderá preencher o imaginairio de algumas meninas


O pior - Muito pouco original


Avaliação - C



Wednesday, December 23, 2020

The Croods: New Age

 Sete anos depois da Dreamworks tem conseguido um sucesso comercial de animação com a sua aventura pre historica, muito por culpa de uma excelente escolha de vozes, eis que a familia mais conhecida da pre historia viu novamente a luz do dia nesta sequela. Comercialmente a dreamworks arriscou uma estreia em cinema num contexto totalmente desfavoravel e os resultados foram extremamente curtos principalmente no mercado americano. Criticamente o filme seguiu as pisadas do seu antecessor com avaliação mediana.

Sobre o filme podemos dizer que e um filme ligeiro, com parametros comerciais no contexto da animação, ou seja não e um filme preocupado em muitos recursos narrativos ou tecnicos diferenciados nem tão pouco uma mensagem muito imponente, mas tenta acima de tudo ter uma capacidade de divertir e ter algum humor que normalmente são aspetos onde a Dreamworks e funcional.

O maior problema do filme e que o seu antecessor embora seja um filme que conseguiu bons resultados não foi um filme que marcou particularmente e permaneceu no tempo o que acabou por fazer com que atualmente pouca gente se lembre com algum grau de concretização do primeiro filme o que vai descobrindo neste, mas provavelmente daqui a duas semanas não se recorda.

Ou seja um filme de animaçao de entertenimento rapido, eficaz nos curtos propositos que tem, com alguma rebeldia na forma como se aborda mas com pouca capacidade de se fazer vincar a si mesmo. Provavelmente não vamos ter Croods 3 e se tivermos vai ser certamente um projeto menor.

A historia segue a relaçao de Guy e Eep e a forma como ela influencia a forma do grupo viver, ate que todos acabam por ir residir para um contexto diferente de uns amigos de Guy com outro tipo de evolução conduzindo a um choque cultural que colocara em causa a relação de ambos.

Em termos de argumento o filme e funcional em termos de entertenimento e em termos comicos, embora a sua mensagem nao seja propriamente a mais forte, e mais que isso que a sua historia consiga ser suficientemente forte para se fazer sublinhar nos mais pequenos.

Na realizaçao Joel Crowford ligado a outros projetos da dreamworks tem aqui o leme num filme com pouco risco, sem grandes aventuras produtivas ou esteticas com algumas abordagens de alguma curiosidade mas pouco mais, num tarefeiro que foi eficaz.

Um dos pontos onde Croods ja tinha funcionado foi no cast de vozes, Cage, Stone e Reynolds são impecaveis em cada um dos seus personagens e voltam a ser. As contratações de Mann e Dincklage continuam e fazem o grupo ser maior.


O melhor - O cast de vozes


O pior - A incapacidade se ser vincado nos seus argumentos


Avaliação - C+



Wild Mountain Thyme

 Doze anos depois de Doubt ter sido um dos filmes mais bem valorizados de 2018, toda a gente estranhou que o dramaturgo ali realizador John Patrick Shaneley nao tenha continuado no cinema tendo regressado as suas peças de teatro e mais que isso tentar criar novas historias, uma das quais trouxe este ano. Pena e que ao contrario do seu anterior filme esta nova incursão tivesse tido uma receção critica muito menor, com algum sinal de desapontamento, em face da expetativa em torno e isso tornou o filme nesta epoca de confinamento quase invisivel aos olhos da maior parte das pessoas.

A forma teatral das historias de Shanley podem muitas vezes dar uma toada algo lenta ao seu cinema ja que são historias pensadas numa primeira instância para teatro. Este e um caso paradigmatico de um filme demasiado pausado, com bons dialogos mas que rapidamente se perscebem que nao podem funcionar num filme significativo mesmo que em alguns momentos consiga alguns bons momentos de explosões emocionais.

Depois os defeitos mais assinalados por todos os criticos acabam por ser logicos, desde o pessimo sotaque das personagens que tornar os mais puritanos quase incredulos com essa escolha, mas mais que tudo a falta de ritmo que deixa as personagens desaparecerem e apenas ressuscitando a espaços. Outro dos problemas e que na essencia os temas eram bem menos vincados do que Doubt.

Fica a ideia de que uma razoavel peça de teatro tera sempre dificuldade em ser um bom filme, e aqui denota-se a falta de rotinas de alguem que fez uma escolha e que este ano tentou novamente regressar a um terreno onde tinha sido feliz mas que desta vez não o conseguiu ser.

A historia fala de duas familias num contexto rural irlandes e da forma como sempre tiveram presente uma na outra, até ao momento em que os patriarcas começam a morrer e tudo começa a ficar na mão de um jovem e uma jovem com planos e capacidades diferentes para lidar com o terreno, mas com uma forte ligaçao entre eles.

Em termos de dialogos percebe-se a teatratlidade do conceito pela riqueza metaforica dos mesmos. Pena e que as personagens nao sejam propriamente muito mais que isso, e a historia central em si não tenha a profundidade necessario para fazer esses momentos serem mais vincados.

Na realizaçao Shanley e o pai da historia e da peça e como em Doubt esteve outra vez na realização depois de ter sido sempre alguem muito mais ligado a escrita. Existe apontamentos negativos que demonstram a falta de rotinas de alguém do teatro que depois de Doubt poderia ter criado uma carreira no cinema e que desistiu, sendo que este regresso não lhe vai dar essa força.

No cast a questão da pronuncia deficitaria coloca ambas as prestações como deficitarias, mesmo que Blunt consiga alguns bons momentos ainda mais sublinhados por um lado musicar forte. Dorman tem tentado criar uma carreira mais significativa mas nao e propriamente convincente num papel que poderia ter outro sublinhado.


O melhor - Os momentos musicais


O pior - A falta de ritmo


Avaliação - C




Tuesday, December 22, 2020

Wander Darkly

 Numa altura em que as produções pararam por completo paralisando por completo aquilo que poderia ser o sucesso do cinema, eis que como seria expectavel alguns dos projetos que iniciaram o ano de SUndance, mesmo aqueles que foram menos vencedores acabaram por ver a luz do dia. Um desses filmes foi este thriller metafisco que reuniu algumas boas avaliações em SUndance mas insuficientes para o fazer convencer junto do publico.Comercialmente o filme foi quase redutor, sendo obviamente um filme com poucas ambiçoes neste capitulo.

Sobre o filme podemos começar por dizer que ideologicamente e um filme ambicioso ao jogar com as mesmas personagens a partir de um ponto com realidades paralelas e temporais e com alguns twists, do ponto de vista pratico nem sempre a coragem do argumento se faz sentir no resultado ja que as sequencias e a forma como as mesmas são montadas tornam o projeto muitas vezes demasiado confusas.

E ate se pode dizer que o filme em alguns aspetos funciona bem, na intensidade das personagens ou mesmo na forma com que tudo no final se une bem, e alguns dialogos mais fortes do ponto de vista de moratoria. Mas por outro lado tudo junto nunca faz um filme particularmente feliz ja que nao consegue comunicar a ideia de uma forma particularmente interessante com o espetador.

Ou seja um daqueles filmes que ficamos com a sensaçao que com alguma maior capacidade do argumento poderia funcionar bem melhor. E um daqueles filmes que fruto das interpretaçoes ou mesmo das personagens merecia um resultado final integrado bem mais competente.

A historia fala de um casal que apos um acidente acaba por seguir o trajeto da sua relaçao e de alguns conflitos bem como a forma como a alma da mulher assiste ao desenvolvimento da vida dos seus sem ela.

Em termos de argumento o filme na teoria e corajoso, quer na base, quer na conclusao, mas nem sempre e efetivado da melhor maneira ja que tudo soa a confuso, ja que o argumento nem sempre consegue encaixar bem no tipo de realizaçao.

Na realizaçao este e um projeto pessoal de Tara Miele uma jovem realizadora indie a procura de um espaço proprio. O filme exigia mais arte na separaçao ou delimitaçao de fragmentos o que nem sempre consegue e fica a ideia que alguma inexperiencia num trabalho que nao seria facil.

Siena Miller aparece em boa forma nos ultimos tempos em algumas interpretaçoes que exigem alguma versatilidade e intensidade que tem apresentado. Luna parece mais preso, mas mesmo assim bem melhor que alguns dos ultimos registos que apresentou.


O melhor - A interpretaçao de Miller

O pior - A confusao de conceitos do argumento


Avaliação - C



Greenland

 Numa altura em que parecia que os filmes catástrofe estavam fora de moda, eis que surge em plena pandemia um regresso a essa tipologia de filmes sem grandes efeitos especiais, embora algumas sequencias esteticas de hipotetica destruiçao acabou por ver a luz do dia e tornar-se num filme com criticas medianas como a maioria dos filmes deste registo, sendo que do ponto de vista comercial fora dos EUA conseguiu resultados consistentes num ano particularmente dificil.

Sobre o filme podemos dizer que acima de tudo e um filme igual a muitos sobre a sobrevivencia a catastrofe e mais que isso sobre estar resignado ou não perante o destino, nao e um filme particularmente estetico nos seus efeitos ou no seu ritmo mas por sua vez o argumento e o basico para um registo deste genero que torna o filme basico e previsivel ao longo da sua duraçao.

Fica a ideia que o filme poderia do ponto de vista de entertenimento ter mais atributos ou mais personagens parece sempre algo vazio neste condimento principalmente tendo em conta que nos restantes ou seja em termos de sequencia de açao tambem nao e um filme brilhante o que acaba port ser pouco para um dos filmes com melhores registos comerciais.

Ou seja um filme simples para medir o pulso do cinema de açao em termos de tentativa de regresso. Fica a ideia que uma aposta basica sem grandes objetivos que cumpre moderadamente os seus requisitos mesmo que em termos de argumento pareça sempre um filme poucos motivos de interesse.

A historia fala de uma familia que se desencontra na tentativa de salvaçao do embate de meteorito com a terra que conduzira a morte de muitas pessoas e uma autentica luta pela sobrevivencia.

Em termos de argumento e um filme vazio nos elementos tipicos de analise do cinema, poucas personagens dialogos basicos e previsibilidade fazem este filme ser mais um entre muitos na tematica que assume.

Na realizaçao Roman Waugh e alguem associado ao filme de açao alguns dos mais mediaticos com Gerard Butler que tem aqui um filme pouco trabalhado com pouca dimensão para o filme em si. Denota-se o pouco investimento mas deveria ter espaço para um filme que depende muito da sua açao. Por alguma razao ainda nao e um nome reconhecido no genero.

Butler tem feito uma carreira inteira com este tipo de registo pouco ou nada exigente para alem da componente fisica, sendo este filme mais do mesmo. Ao seu lado Barracin pareceu poder ganhar outro protagonismo no cinema o que acabou por nunca afirmar sendo este filme a concretizaçao desse nao sucesso.


O melhor - Os cenarios apocaliticos finais.


O pior - Nao ser particularmente forte nas sequencias de açao.


Avaliação - C-



Thursday, December 17, 2020

The Prom

 Mesmo antes da pandemia, que este musical da Netflix seria uma das grandes apostas da produtora para a temporada de premios, na forma como se tentou dedicar a um genero que nos ultimos tempos tem tido algumas reinvenções mas que ainda não conseguiu encontrar toda a unanimidade. COntudo apos as primeiras visualizações se percebeu que ainda não seria deste que tinhamos novamente um musical com alguma unanimidade com avaliações demasiado medianas, mesmo que de forma quase destinada sera um dos filmes mais vistos deste natal.

Sobre o filme temos um tipico musical da Broadway com uma mensagem de integração e o reflexo de um pensamento ainda em alguns estados dos EUA que o torna moralmente e em termos de mensagem bem mais significativo do que propriamente o filme em si nos niveis mais tipicos de analise de um musical como produçao e letras musicais.

Neste particular parece-me um filme pequeno, as sequencias musicais nao sao propriamente brilhantes ou de dimensão assinalavel, mesmo que consiga quase sempre ir buscar os seus interpretes mais felizes embora mesmo aqui traga atores que sempre tiveram ligados a este registo e isso retire alguma surpresa ao filme.

Mesmo assim um musical que nao sendo brilhante ou mesmo muito significativo acaba por ser competente na mensagem que quer assinalar, num estilo claramente associado a uma boradway de menor dimensão mas que consegue captar um cast por si so significativo para perdermos as duas horas em torno desta historia.

O filme fala de uma jovem adolescente que sonha ir ao baile do liceu com o seu par, nada mais do que uma namorada quebrando os tabus de uma sociedade que recusa esta integração. Ate que para ajudar a sua batalha a jovem recebe a ajuda de alguns artistas da broadway apostados na sua imagem.

Em termos de guiao e muito mais interessante o tema e a mensagem do filme do que propriamente aquilo que posteriormente o filme se traduz nas musicas e nas letras onde e quase sempre algo simplista.

Na realização Ryan Murphy foi um dos criadores maiores de Glee e isso denota-se no estilo de imagem e musica do filme. Nesta grande estreia na setima arte prometeu mais enquanto realizador e produtor do que aquilo que o filme deu e isso pode dar um sabor a pouco tendo em conta a expetativa em torno do filme. Veremos o que se segue na carreira.

No cast um musical que aposta em Streep e Kidman como seus alicerces dificilmente pode funcionar mal, e ambas demonstram ter uma queda impressionante para o genero. No restante um conjunto de introduções que funcionam sem impressionar.


O melhor - A mensagem de integração


O pior - E uma musical pequeno para os seus artistas


Avaliação - C+



Sunday, December 13, 2020

Ammonite

 Num ano em que os filmes que se encontravam perfilados para lutar a serio pelos premios acabaram por abandonar a corrida devido a atrasos de produção isso acabou por abrir espaço a filmes mais pequenos já filmados que tentaram a sua sorte nos poucos festivais que foram existindo. Um desses filmes foi este drama romantico homossexual com duas atrizes de grande qualidade de duas gerações diferentes que contudo apesar de ter conseguido avaliações positivas nao foram entusiasmantes o suficiente para serem favoritas nas listas que vão existindo. Do ponto de vista comercial o filme não tem propriamente atributos comerciais dai os curtos resultados ainda mais com o contexto de pandemia que vivemos.

SObre o filme podemos dizer que temos acima de tudo um filme independente britanico com as virtudes e defeitos que normalmente este tipo de cinema nos tras, com o lado positivo de ter duas interpretes de primeira linha para dar dimensão e visibilidade ao filme. Por defeitos podemos dizer desde logo as poucas palavras, o ritmo lento, uma captaçao de imagem algo inquieta que não favorece a forma como o filme transmite a sua mensagem ao espetador.

Do lado positivo a intensidade das sequencias neste casa muito bem trabalhadas pelas suas interpretes que acabam por dar ao filme esse ponto nos segmentos de maior vivacidade mas que acaba por nao resgatar o filme do seu ritmo lento. A historia de amor homossexual funciona com intensidade e ligaçao entre as personagens mas o contexto e algo vazio para fazer a historia em si funcionar.

Ou seja um filme em que se esperava algo mais em termos de significado ou mesmo tamanho. Ter duas protagonistas numa historia de amor como esta merecia um filme mais completo mais proximo do publico e menos representante de um estilo de cinema algo monotono, embora por vezes seja de la que saem os interpretes e realizadores desta geração-.

A historia fala de uma arqueologa ou interessada em arqueologia que devido ao sucesso do seu trabalho e procurada por um individuo que deixa ao seu cuidado uma incapacitada mulher. Com o tempo entre elas mais que o interesse pelo trabalho nasce um interesse entre ambas que transcede o que fazem.

O argumento vale pelo lado do descobrir da paixão num espaço temporal onde isso era quase proibido. O filme funciona bem mais no trabalhar e na escalada desse ponto do que nos restante contexto que nos parece sempre algo apagado.

Na realizaçao Francis Lee e um quase desconhecido que tinha aqui a tarefa de dar um filme onde as suas interpretes brilhassem. Ele da esse espaço o que tendo em conta a sua dimensão relativa e inteligente mas nao consegue potenciar o filme para uma dimensão que tornasse o filme ainda mais forte. 

No cast Winslet consegue como poucas dar o lado fisico e emocional as suas personagens nos diversos contextos. Aqui e a estrela que mais brilha ao lado de uma Ronan que acaba por estar menos visivel, mas que acaba por ter a competencia certa no lado mais funcional do filme.


O melhor - As interpretaçoes


O pior - Um filme monotono


Avaliação - C



The Christmas Chronicles 2

 Se as produtoras normais não resistem em fazer render o peixe dos seus sucessos com sequelas interminaveis seria de esperar que a Netflix sedenta de sucesso se tornasse outra das produtoras que se lançassem no mundo das sequelas ainda para mais numa epoca de natal e num filme claramente pensado para esse espirito. So que habitualmente os segundos filmes nao sao propriamente tão interessantes como o primeiro e também aqui criticamente existiu um claro decrescimo nas avaliações. Do ponto de vista comercial nao me parece que em face da circunstancia o filme nao consiga ser novo sucesso de uma produtora em alta.

Eu confesso que gostei da simplicidade do primeiro filme e da forma com que conseguia incutir do primeiro ao ultimo minuto o espirito natalicio. Pois bem este segundo filme nada tem a ver, claramente pensado num mundo imaginario, com excesso de figuras mitologicas o filme perde a essencia humana do natal e isso faz com que no resto não tenha muito por onde transmitir, deixando-o orfão daquilo que realmente funcionou no primeiro filme.

Claro que do ponto de vista produtivo com excessão de um ou outro efeito especial que nos parece mal utilizado e sempre um filme cheio de cor, querido, muito impactante na forma facil com que as personagens voltam a interagir mas depois e certo que em termos de historia o filme e vazio, tenta complicar ou tornar numa aventura mitologica um sentimento humano.

Por tudo isto e principalmente por perder de uma forma facil o encanto do primeiro filme parece-me um filme que nao consegue ser bem sucedido, fica a ideia de um filme que buscou o sucesso facil mas rapidamente desiste de ser fiel aos principios do primeiro filme para alem do lado juvenil da sua historia e das personagens iguais,

A historia segue o contexto familiar do primeiro filme, agora em ferias de Natal em Miami o que condiciona o espirito natalicio de qualquer pessoa, ate que de repente acabam por embarcar numa viagem ao mundo do pai natal para resgatar o espirito natalicio da terra.

Em termos de argumento o filme e confuso, demasiado mitologico e perde o lado emocional e sentimental que o primeiro filme tem. As personagens sao as mesmas e funcionam em conjunto mas a historia em si acaba por ser pouco ou mesmo nada interessante.

Um dos pontos que o filme ia ter a seu favor era ter conseguido que Chris Columbus fosse o realizador do filme, Alguem que sempre esteve associado a sucessos para o publico mais jovem teve um filme com mais recursos tecnicos que funcionam no lado estetico mas fica a ideia que na utilização de efeitos nem sempre os consegue fazer com qualidade. Numa fase final da carreira não seria neste filme que o realizador iria conseguir alterar muito a imagem que tem dele.

No cast a repetiçao de Russel e Hawn como mãe e pai natal, em figuras que valem pela estetica e pouco mais. Num filme que exige pouco dos seus interpretes porque nao e um filme de grandes personagens.


O melhor - O lado estetico da vila natal


O pior - A forma como o espirito natalicio se torna muito mais mitologico do que concreto


Avaliação - C-



Friday, December 11, 2020

Black Bear

 Numa altura em que este ano completamente para esquecer em termos de cinema chega ao fim vão sendo lançados pequenos filmes que conseguiram algum mediatismo ou atenção em festivais menores como foi o caso deste filme indie com um conjunto de tres atores muito proximos deste tipo de cinema. A amostra do filme conquistou a critica com avaliações bastante positivas embora me pareça que do ponto de vista comercial sera sempre um filme para resultados muito curtos.

Sobre o filme Black Bear nao e um filme facil principalmente porque e dividido em dois segmentos completamente diferentes unidos pelo valor metaforico do urso preto. Isso torna o filme intenso e com alguma qualidade nos seus segmentos enquanto parcelas individualizadas mas o resultado do conjunto acaba por nao ser satisfatorio na sua totalidade ja que a ligação entre as coisas e demasiado tenue para fazer o todo melhor que as partes.

A primeira parte e claramente melhor a todos os niveis, o dialogo as reaçoes das personagens são muito bem trabalhadas mas depois o enlace do filme e a escolha da base do filme parece-nos discutivel, parece tornar o filme algo demasiado estranho para continuar o impacto das personagens que o primeiro segmento tem.

E o que e certo e que o segundo funciona bem pior principalmente porque se limita ao histerismo e gritaria das personagens num contexto particular, mas obviamente a cola e o significado de tudo não e tao imponente como as historias de forma individualizadas e isso deixa alguma pena pois fica a ideia que principalmente em termos de interpretes tinha valor para algo mais completo.

A historia fala de uma promissora realizadora que de forma a tentar buscar inspiração acaba por se deslocar para o lado rural de um casal intrometendo-se de imediato da vida conjugal de ambos, ate que o filme coloca as mesmas personagens num contexto totalmente distinto, onde o casal altera e a ação torna-se no centro da gravação de um filme.

EM termos de argumento a qualidade e intensidade do primeiro segmento deveria conduzir a um filme que aproveitasse melhor aquilo que ele potencia mas o filme tenta ser estranho, metaforico e simbolico na ligação entre segmentos e ficam alguns bons dialogos e personagens que devido a fração nao conseguem crescer.

Michael Levine e um realizador desconhecido que tem um projeto ambicioso na sua base que nem sempre resulta bem. Temos um filme independente na sua génese mas com alguns apontamentos que deixam boas expetativas para o que se vai seguir.

Em termos de cast excelentes escolhas, Plaza Abbot e mesmo Gadon sao alguns dos melhores atores de uma geração ainda proxima do cinema independente que ja mereciam outra atenção do cinema de primeira linha que provavelmente num futuro irão acabar por ter.


O melhor  -  O primeiro bloco


O pior - A cola dos dois


Avaliação - C+



Thursday, December 10, 2020

Love Wedding and other Disasters

 A epoca natalicia e sempre propicia a que alguns filmes apostem em historias multiplas que envolvam amor e sentimentos profundos entre personagens pouco ou nada comuns. Este tipo de filmes ja se tornou tradição apos alguns sucessos mas nos ultimos anos não tem sido propriamente brilhante em termos de resultado. Este filme mais uma vez falha em toda a linha com algumas das piores avaliações criticas do ano que condicionaram e muito o resultado comercial ja muito afetado pela pandemia.

Sobre o filme temos o figurino tipico de diferentes personagens isoladas e desencontradas com o amor que aos poucos e com associações tenues se vão encontrando a caminho da felicidade. O filme tenta conjugar posteriormente e sem grande resultado o lado emocional do amor com uma comedia fisica que é quase sempre fracassada porque tem medo de a assumir,

Por outro lado o filme sofre e muito com o facto das personagens estarem longe de serem propriamente muito bem trabalhadas. Sao personagens superficiais pouco interessantes que faz com que as relações em si não se traduzam em nada de particularmente interessante e relevante e isso faz o filme mesmo com 90 minutos de duração se tornar algo monotono.

Ou seja a tentativa de rentabilizar um projeto que ja funcionou no passado com argumentos muito mais funcionais do que propriamente e apresentado aqui. Fica a ideia de alguma preguiça no desenvolvimento da narrativa e do proprio filme e isso resulta num dos filmes com piores avaliações do ano em termos criticos e algo completamente adormecido para todas as outras pessoas.

A historia segue uma serie de personagens associados a casamentos e a cerimonia que aos poucos vão encontrando elas proprias a figura que querem a seu lado com muitos cruzamentos e falta deles.

Em termos de argumento poucas ideias, um plano gasto, pouco humor, resulta num filme com pouco ou nenhum interesse principalmente baseado num argumento muito pouco trabalhado.

Na realização Dugan e um realizador associado a comedias de Sandler tem aqui um filme menos movimentado e mais associado acima de tudo ao lado emotivo. Nao e propriamente um filme muito exigente para o seu realizador mas que acaba por na sua essencia ser um filme que pouco mais poderia ser.

No cast e triste ver alguem como KEaton e Irons num final de carreira abraçar projetos tao pouco interessantes como este, mas e sempre dificil os mais velhos encontrarem espaço noutros filmes. Nos mais novos a pouca dimensão das respetivas carreiras explica a presença num filme modesto como este.


O melhor - A simplicidade emotiva

O pior - O argumento


Avaliação - D+



Tuesday, December 08, 2020

Freaky

 Um dos filmes que surpreendeu este ano foi esta comedia de terror com muita violência e que parecia uma aposta clara da Universal para o dia das bruxas, mas que acabou por ver a sua estreia marcada por uma paralisação do cinema que a levou a uma estrategia algo diferente. Surpreendentemente o filme ate funcionou do ponto de vista critico com avaliações essencialmente positivas sendo que comercialmente podemos considerar os resultados razoaveis tendo em conta o contexto mas fica a ideia que com outra normalidade os resultados tinham sido totalmente distintos.

Sobre o filme podemos ver que quem tem estado atento ao trajeto de Landon como realizador de terror consegue perceber perfeitamente a toada e um registo muito proprio deste filme que junta um terror de uma violencia extrema com uma comedia adolescente algo que anteriormente ja tinha feito embora num registo menos extremado do que este peculiar Freaky

Eu particularmente nao sou muito adepto do registo principalmente porque em termos comicos para alem do humor fisico de uma mudança de corpo entre sexos e estilos o filme praticamente nao existe quando poderia e deveria ter espaço para mais. Em termos de guião obviamente que o filme nao trás muita novidade mas isso ja era expectavel.

Mais que um filme de primeira linha temos o assumir de um novo genero que junta ao mesmo tempo o terror juvenil com a comedia negra o que parece funcionar principalmente junto do grande publico. O risco esta numa violencia total que o filme tem mas parece ter os condimentos para funcionar principalmente numa populaçao jovem-

A historia fala de um assassino em serie que depois de atacar uma problematica estudante de liceu acaba de trocar de corpo com ela e ter um dia para tentar reverter a situação que podera colocar em causa a forma como os seus amigos sobrevivam a tal dia.

Em termos de argumento o filme para alem de uma ideia que podera ser interessante principalmente do ponto de vista de comedia parece ser bem menos competente na materialização da historia que a acompanha e principalmente no humor.

Landom esta a aprimorar um estilo com poucos entusiastas mas que se tem tornado particularmente proximo do publico que e o terror comico. O filme e violento e ai o risco funciona em termos de humor para alem dos maneirismos o filme nao tem uma abordagem particularmente de autor, mas esta a fazer escola num genero proprio.

No cast temos um duelo entre um Vaugh que funciona bem na comedia e no terror e essa simbiose dá.nos um papel curioso e a jovem Newton a ganhar algum espaço mediatico despois de alguns bons papeis no passado.


O melhor - O genero


O pior - A falta de humor do filme.


Avaliação - C



Infidel

Na altura do verão muitos foram os filmes que tentaram a sua sorte no grande ecra depois de meses parado. E essa experiencia nao poderia ser realizada com filmes de primeira linha de grandes produtoras e acabou por ser efetuada com filme pequenos alguns deles de produtoras quase inexistentes e que provavelmente nunca perceberiamos a sua existencia caso nao fosse este contexto. Um desses filmes foi este filme sobre o terrorismo no medio oriente que nem sequer foi avaliado criticamente mas que em termos comerciais conseguiu uma boa visibilidade que o tornou instantaneamente um filme de algum sucesso circunstancial.

Sobre o filme a questão dos maus do medio oriente contra o mundo ocidental e aceitavel num cinema de ação vazio mas muito mais dificil de aceitar de uma forma tao radical como aquela que foi feita num filme thriller drama como este que nao se preocupa minimamente em explicar o fenomeno onde entra, limitando-se a uma serie de preconceitos ideologicos vazios e tendenciosos que politicamente tornam o filme desde logo muito vazio.

Mas se esse fosse o grande problema do filme as coisas nem estavam mal, o problema e que no lado artistico do filme e dos seus envolventes as coisas acabaram por se tornar tambem elas muito mediocres como na interpretaçao na produçao e mesmo na realização que fazem deste filme um hino a mediocridade que pauta um tipo de cinema que em todas outras circunstancias nunca teria qualquer visibilidade.

A forma como o cinema ainda se da ao luxo de filmes com esta ideologia unilateral, e acima de tudo o amadorismo de muitos dos segmentos produtivos do filme acabam por nos mostrar que muito do lado escondido do cinema como em muitas revoluçoes vieram a tona para demonstrar o porque de estar nesse lado negreo.

A historia fala de um engenheiro informatico expecialista no islamismo que apos umas declarações polemicas e feito refem e mais tarde prisioneiro no Irão onde tem de lutar pelas suas convicções e pela sua vida enquanto sua namorada tambem se encontra em risco.

No argumento para alem de uma ideologia totalmente tendenciosa, o filme falha em todos os outros pontos, personagens pouco ou nada trabalhadas uma intriga pouco desenvolvida e uma forma quase amadora de desatar o no para a sua conclusao fazem deste argumento um dos pontos debeis do filme.

Em termos de realizaçao Nowraseth e um realizador quase desconhecido que nos ultimos tempos tem-se dedicado a um cinema de intervenção mas sem grande qualidade a forma como tudo parece amador nao e um bom pronuncio de uma carreira ainda desconhecido.

No cast temos um Caviezel que estava longe da ribalta que tem aqui um protagonismo que se calhar ele nunca pensaria ter novamente. Nota se que o ator esta em baixo de forma com uma interpretação pouco ou nada intensa ou interessante que explica a razao do seu desaparecimento. Secundarios desconhecidos com papeis semelhantes ao seu conceito


O melhor - Pouco ou nada


O pior - A forma como este cinema ideologico e pouco trabalhado ainda existe


Avaliação - D-



Sunday, December 06, 2020

Honest Thief

 Mesmo num ano em quase tudo esteve parado existiu tempo para os tipicos filmes de Lian Neeson contra o mundo que ja sao tradicionais todos os anos. Este ano este foi um dos filmes que tentou a sua sorte no cinema norte americano pese embora as criticas menos positivas que cada vez mais ja fazem parte deste tipo de registo do ator. Em termos comerciais um dos resultados mais competentes do ano, sendo também um dos filmes mais comerciais a serem lançados este ano.

Sobre o filme o comum em Neeson numa versão moderada de violência, e principalmente num lado mais simplista da relação emocional mais soft do que propriamente a maioria dos filmes de violencia em serie que normalmente ele nos tras. Isso nao e propriamente benefico para o filme ja que ao contrario dos outros filmes do ator este nunca se compromete com genero algum e isso acaba por o tornar acima de tudo algo perdido.

Outro dos problemas do filme acaba por ser os seus pressupostos a ideia que um ladrão profissional desiste e quer a redençao por amor, e a forma como tudo e feito deve ser das piores ideias que me apresentam em termos de cinema de ação e pior fica quando os vilões sao muito piores nas suas ações do que no seu conceito.

Por isso temos um Neeson movei em versão soft sem as qualidades tipicas dos seus filmes que tem diversos apaixonados mas também este registo diferente nao consegue propriamente ir buscar adeptos a outros generos pelo que a avaliação sera sempre mais negativa do que positiva.

A historia fala de um ladrão profissional que apos se apaixonar decide deixar o crime prontificando-se a entregar os valores por si roubados e cumprir a sua pena. COntudo quando o faz acaba por cair na ambição de dois policias que preferem ficar com o dinheiro do que fazer justiça.

Em termos de argumento a base deste filme e disparatada em dois principios, e no seu desenvolvimento as coisas não melhoram propriamente. E se em termos de açao as escolhas do desenvolvimento da historia nao sao brilhantes o mesmo acontece num lado romantico completamente disparatado.

Na realizaçao temos um Mark Williams que vai sendo bem mais funcional como produtor do que como realizador onde cai nos cliches dos maus filmes de terror. Aqui o filme nao tem propriamente sequencias de açao que o tornem espetacular e isso torna-o mais um filme de açao entre outros.

No cast Neeson a fazer de Neeson com todas as virtudes e defeitos que isso tras consigo, e o destaque negativo para um COurtney como vilao muito longe do que ja o vimos fazer do lado mau da batalha.


O melhor - E um daqueles filmes sem grande raciocinio


O pior - Nao consegue ter o lado carismatico de alguns dos filmes de Neeson


Avaliação - D+



Let Him Go

 Este filme que estava planeado ter alguma expansão foi um dos filmes que foi lançado em alguns cinemas antes de estar disponivel em termos digitais. Este thriller negro acabou por ser criticamente uma das boas surpresas do ano com um tema como a regulação parental por tras de toda a intensidade de um filme de ação. Comercialmente as coisas tendo em conta a conjetura nem foram muito negativas mesmo que relativamente a outros anos este filme dificilmente poderia ser considerado um sucesso.

Este filme sobre pessoas num interior americano algo peculiar tem como a sua principal qualidade a escalada que o filme vai tendo ao longo da sua duração tornando um filme famaliar que pensamos soft num espetaculo agressivo entre as partes que surpreende e que o torna particular, mesmo que nao seja um filme que elabore muito as personagens e os seus planos.

Para o filme funcionar muito da culpa acaba por ser da boa construção do contexto familiar onde a dupla de protagonistas acaba por se inserir, e por o panico que a mesma causa pela sua indefinição que torna o filme em muitos momentos quase um filme de terror psicológico que muitos filmes desse genero nao consegue ter.

Claro que nao e um filme para a posterioridade e um filme que funciona acima de tudo no momento e na sua propria duraçao pelo clima de crispaçao que consegue criar entre dois lados aparentemente inofensivos mas que no limite acaba por se tornar do mais violento que e possivel nas pessoas.

A historia fala de um casal que apos a morte do filme tenta reencontrar o seu neto que esta em parte incerta com a mãe e com o seu atual companheiro ate que começa uma batalha pelo menor com a familia do novo "pai" do neto.

Em termos de argumento nao sendo um filme particulamente inovador ou creativo nas suas ideias com a intensidade crescente que vai dando acaba por formar uma assinatura muita interessante mesmo que em termos de desenvolvimento dos pontos do argumento o filme nunca seja propriamente fora de serie.

Na realizaçao Bezucha trabalha bem o lado interior americano e acima de tudo o enigma das suas pessoas. Um realizador que era acima de tudo assiduo em comedias adolescentes que tem aqui um trabalho que nao sendo muito vistoso acaba por funcionar e o podera levar para outro tipo de cinema.

Em termos de cast a dupla experiente Lane e Costner oferecem a força que as personagens necessitam e deixam espaço acima de tudo para Manville brilhar com uma prestaçáo de primeira linha que num ano como este poderá merecer alguma atenção em termos de premios.


O melhor - A intensidade crescente do filme.


O pior - A forma como as personagens nao sao propriamente desenvolvidas


Avaliação - B-



Saturday, December 05, 2020

The Nest

 O intervalo entre AGosto e Setembro que fez com que alguns filmes acabassem por ser lançados em cinema trouxe entre poucos projetos este filme britanico de origem BBC, mas que acabou por surpreender os mais desatentos com criticas de primeira linha e marcar um o regresso de um realizador que no passado tinha surpreendido no cinema indie. Em termos comerciais obviamente em face do contexto e do filme em questão os resultados foram moderados embora alguns especialistas o coloquem com algumas possibilidades numa temporada de premios que vai ser totalmente atipica.

The Nest e um filme pequeno, simplista sobre dinamicas familiares, e nisso o filme funciona, principalmente na forma como as personagens pese embora sejam uma familia remem para lados diferentes de forma sucessiva desorganizando-se individualmente e enquanto familia. Isso em termos de dinamica familiar e bem espelhado embora seja quase sempre um filme com pouco ritmo.

Outro dos pontos onde o filme acaba por funcionar e nas expetativas e na forma como muitas a vida de aparencia e diferente daquilo que realmente e a realidade e nisso o filme embora preso num contexto temporal algo passado e bem atual e bem vincado nas dinamicas que o filme quer trazer.

Fica a ideia de um filme que se debruça com qualidade e estudo relativamente aos conflitos de muitas familias e a forma como muitas vezes determinadas coisas e ambiçoes condicionam o lado simples. Contra si tem o facto de ser um filme demasiado lento e pouco obejtivo em alguns conflitos de personagens.

A historia fala de uma familia que muda de EUA para Londres de forma ao seu elemento masculino do casal tentar conseguir vencer no seu emprego, contudo com o tempo e percetivel que nem tudo corre pelas mil maravilhas e que e tudo muito mais fachada do que realidade causando o panico a cada um dos elementos da familia e a ela como um todo.

O filme em termos de argumento e competente nos temas que escolhe e no seu desenvolvimento tem termos narrativos. Nem sempre consegue encontrar o ritmo certo e isso tira algum peso ao seu significado.

Na realizaçao Sean Durkin e um jovem realizador que surpreendeu o cinema com o seu Martha Marcia May Marlene e que agora regressa com uma realizaçao tradicionalista mas que nao deixa de dar o espaço correto para duas boas interpretaçoes num filme pequeno, que nem sempre encontra o ritmo mas com a qualidade de um argumento impactante.

E nas intepretaçoes que o filme tem a sua mais valia principalmente a intensidade de Coon uma atriz quase desconhecida que tem aqui uma das melhores interpretaçoes femininas do ano a merecer atençao neste ano particular. Law e competente, demonstrando que com bons argumentos tem recursos para uma carreira bem mais consolidada.


O melhor  - Carrie Coon

O pior - Um ritmo algo lento


Avaliação - B-



Superintelligence

 Numa altura em que todas as plataformas de streaming se começam a posicionar a serio no que diz respeito ao cinema, aquela que tem conseguido acima de tudo sustentar o seu futuro de uma forma mais rapida acabou por ser a hbomax ao conseguir um acordo para a distribuição dos projetos da Warner Bros. Um dos primeiros arranques deste acordo acabou por ser esta comedia de grande publico novamente com a dupla de Falcone e McCarthy. Como habitualmente esta dupla nao funciona em termos criticos com avaliações negativas com pendor nefasto contudo comercialmente este tipo de filmes tem sempre alguns seguidores ainda para mais numa plataforma nova.

Sobre o filme mais do mesmo naquilo que tem sido a colaboraçao do casal. Uma comedia com uma ideia muito disparatada baseada numa personagem so, com alguma moral sublinhada mas que no fim acaba por falhar onde normalmente tem mais facilidade, que e no humor, o filme ao tentar sair do humor fisico de outros filmes da dupla acaba por o fazer desaparecer e tornar o filme orfão de quase tudo que uma comedia deve ter.

Claro que podemos sempre dizer que moralmente e apesar de um argumento com uma narrativa quase estapafurdia tem um imperativo moral bem trabalhado e ai o filme realmente tem uma boa ideologia e mais que isso uma lição de moral. Mas para um filme que nao larga a comedia a falta de graça e habitualmente um defeito intranspunivel.

POr tudo isto esta nova colaboração entre McCarthy e Falcone e mais um filme com pouco interesse na carreira principalmente da primeira que quando foge um pouco deste padrão ate funciona. Tambem nao me parece que sera este filme a rentabilizar esta uniao HBO WB que me parece que vai funcionar bem melhor no futuro.

A historia fala de uma engenheira informática desiludida com o amor que de repente começa a relacionar-se com uma inteligencia artificial que comanda a sua vida e todos os aparelhos que usa, numa relação que rapidamente se torna obcessiva e que podera conduzir ao termino do planeta.

Em termos de argumento tirando a componente moral que é de louvar em termos de historia, personagens e humor o filme e um deserto de ideias do primeiro ao ultimo minuto, e que isso condiciona um filme sem outros valores.

Na realizaçao Falcone basicamente realiza filmes com a sua esposa, comedias de baixo nivel, sendo esta mais uma sem grande risco ou invençao, ou seja e apenas palco para a mulher e a sua carreira tem sido isso.

No cast Mccarthy menos expansiva mas num papel que nao cresce apoiado por um Cannavale que cumpre sempre nestes papeis e um Corden que tem o centro das atençoes mediaticas fruto do seu reconhecimento a este nivel.


O melhor - O lado moratorio do filme.


O pior - A falta de graça de uma comedia


Avaliação - D+



Thursday, December 03, 2020

Jungleland

 Numa altura em que tudo continuou parado alguns estudios aproveitaram para lançar alguns projetos que se encontravam a aguardar melhores ventos na tentativa de que o desespero por novos titulos os fizessem funcionar. Um desses filmes foi este drama familiar de dois irmãos em busca do sucesso num nundo de criminosos, que contudo esteve longe de criticamente chamar particularmente à atenção já que foi tudo demasiado mediano. Em termos comerciais não sendo distribuido por uma das mais fortes aplicações de streaming o resultado foi curto.

Sobre o filme podemos começar por perceber que se trata de um filme independente, tipicamente de poucos recursos que tenta na ligação das personagens e acima de tudo no argumento sobreviver e ter os seus pontos de interesse. o filme e ate intenso nas personagens, nas vivencias das mesmas, com interpretaçoes consistentes que nos ficam na retina.

O lado mais negativo do filme e cair em alguns cliches dos filmes sobre a criminalidade e mais que tudo tornar algumas personagens demasiado lineares preparando assim um final de impacto que acaba por se tornar obvio. Mesmo assim e um daqueles filmes de poucos recursos que sem ser brilhante ou proximo disto nos consegue estar presos ao ecra com a sua intensidade.

Um filme daqueles tipicos que vimos, gostamos mas sem a força para nos fazer recordar a sua trama ao longo do tempo. Um dos filmes competente na abordagem e nas interpretaçoes mas que fica a ideia de no guião lhe faltar alguns elementos que o tornem particularmente diferente.

A historia fala de dois irmãos com dificuldades economicas que tentam o sucesso no mundo do box sempre ligado a associações criminosas, ate que obrigados pela sua sobrevivencia tem de embarcar numa road trip com uma mulher de forma a que esta seja entregue a um criminoso rival.

Em termos de guião o filme tem alguns lapsos principalmente no desenvolvimento da historia, com demasiadas encruzilhadas entre grupos criminosos. Fora isso penso que as personagens são bem montadas e as situações tambem funcionam.

Na realizaçao Max Winckler começa a ganhar algum espaço no cinema independente e tem conseguido chamar aos seus filmes alguns atores que ainda com algumas limitanções tem oferecido aos filmes a intensidade necessaria. Aqui uma tipica realizaçao independente que nao tira intensidade ao filme, parece um realizador a ocupar o seu espaço.

No cast a aposta em Hunnam e O'Connell da ao filme a intensidade e a diferenciação que o filme necessita. Parecem-me dois actores longe de encaixar o seu reconhecimento ao seu potencial fruto de algumas escolhas duvidosas. Nao sendo um filme com dimensão para o catapultar para altos voos as interpretaçoes merecem um sublinhado pela sua consistencia, sempre apoiados numa jovem Bardem que tambem e eficaz.


O melhor - As interpretações e a sua intensidade


O pior - A fase final do argumento


Avaliação - C+



 

Tuesday, December 01, 2020

Happiest Season

 Numa altura em que a maior parte dos cinemas se encontram fechados eis que os estudios acabam por tentar encontrar formas de potenciar os seus projetos natalicios numa epoca sempre propicia a filmes que alimentem este estilo de filmes. A sony que tinha preparado um filme sobre um amor homossexual no natal com o seu estilo familiar lançou este filme que rapidamente se tornou num produto comercial interessante tendo em conta o mercado para o qual contribuiu certamente as boas avaliações criticas que o filme foi alvo.

Na base podemos dizer que este e um filme igual a tantos outros de natal no qual alguem leva um convidado para o seu natal tradicional e depois da-se a dificuldade de adaptaçao entre os lados e uma serie de situações inopinadas muito previsiveis ate a junção final. Ate aqui este filme e igual a tantos outros contudo a relaçao torna-se homossexual e o filme tras bem o assunto de sair do armario para uma tipica comedia de natal.

Nao e propriamente um filme que funciona de forma brilhante em termos humoristicos ja tivemos muitos filmes que conseguiram potenciar muito mais o efeito comedia. Mesmo em termos de situaçoes ja tivemos filmes mais competentes e este torna-se mesmo demasiado previsivel. Mas o toque num assunto tao atual e comum acaba por dar ao filme atributos diferenciados que justificam a atençao ate agora dada ao produto.

E sem duvida uma das comedias de natal principalmente pela sua capacidade de trazer a homossexualidade e as comedias familiares juntas. E daqueles filmes que marca mais pelo seu significado do que pelo seu conteudo ja que aqui ja vimos muitas coisas semelhantes e ate melhores.

O filme e o tipico de natal um casal, neste caso homossexual no feminino decide ir passar o natal com a familia tradicional de um dos elementos que contudo desconhece a tendencia sexual da filha a qual vai tentar esconder tal condiçao para ajudar a eleiçao do pai.

Em termos de argumento o filme vale mais pela ideia em si do que na concretizaçao. principalmente em termos humoristicos o filme nao e propriamente brilhante e perde para alguns competidores diretos dos ultimos anos, mas a questao da homossexualidade e o confronto de expetativas acaba por lhe dar um peso que outros nao tem.

Clea Duvall e uma atriz que tem apostado nos ultimos tempos na realizaçao e que tem um trabalho simples com todos os condimentos de comedia de natal que a tornam simplista na abordagem apostando mais fichas no conceito.

No cast Stewart e Davis encaixam bem na estetica das personagens embora com pouca exigencia algo que acaba por ser comum a todos os personagens num filme de comedia simples que nunca e propriamente de grande exigencia interpretativa.


O melhor - A homossexualidade e a forma natural como chega aos ecras no lado mais tradicional


O pior - Nem sempre o humor e funcional


Avaliação  C+