Depois de diversos anos afastados do grande ecrã, um dos
melhores realizadores dos últimos 30 anos, regressou com um filme simples, falo
de Robert Zemeckis, e no seu regresso colocou de lado a animação, ou mesmo os
filmes de grandes dimensões produtivas, para basear-se em personagens e
historias que podias ser do quotodiano. O resultado foi positivo, por um lado
porque com este filme conseguiu recolher boas avaliações, contudo pelos
primeiros indícios insuficientes para o colocar de novo na rota dos grandes
galardões e comercialmente resultados relevantes sem contudo atingir o nível
dos seus melhores filmes.
The Flight podemos dizer que é um típico filme do seu
protagonista Denzel Washington ou seja sobre uma personagem dicotómica, com um
lado bom e muitos maus que vão ser experimentados ao longo das mais de duas
horas de filme, se por um lado o filme tem coesão narrativa, boas
interpretações detalhes sobre investigação por outro lado em muitos outros
pontos e repetitivo desde logo no cliché de toda a relação do protagonista com
o seu interesse amoroso ou mesmo o facilitismo da mesma, ou então o cliché
emocional familiar final, parece-nos que para o filme funcionar não precisava
de elementos suavizantes, principalmente para um realizador como Zemeckis.
Mesmo assim parece-nos que é um filme que evolui dentro de
si mesmo, aos poucos a monotonia inicial vai colocando pontos de lado e
assumindo aquilo que o filme realmente é, sobre a auto critica neste caso sobre
o alcoolismo, e nessa ponte penso que o filme tem uma moratória social
imponente que aos poucos se descobre no filme e que no final fica bem vincada,
o que deve ser valorizado num filme como receita social.
Pese embora esse facto e estarmos perante um filme bom,
podemos dizer que é um pouco obvio, ou seja que os seus elementos nunca
conseguem vincar o filme, num estilo próprio, alias parece-nos sempre que o
filme se adequa mais ao seu protagonista do que o contrario, e nisso temos de
pensar que um realizador como Zemeckis poderia ir mais além num filme mais
artístico, ou quem sabe com mais imponência no próprio estilo narrativo, falta
diferenciação natural à historia.
A historia é apelativa um piloto com problemas da bebida
consegue salvar muita gente da morte num aparatoso acidente de avião
alegadamente causado por falhas técnicas, contudo tem de lidar com a
investigação que coloca em causa o seu estado durante a viagem.
O argumento é forte principalmente na historia de base e na
forma como cria o clnflito vincado de todo o filme, também nos parece bem
escrito em diálogos principalmente entre o protagonista e o seu advogado, mas
falha nos adereços nas historias complementares onde entre pela vertente mais
fácil e por isso mais difícil de sublinhar com vinco.
A realização de Zemeckis é natural, mesmo não sendo um
trabalho vistoso quando é colocado à prova na vertente mais técnica funciona
bem, tem bons momento de grande realizador pese embora no geral temos uma realização
suave, sem preocupações mas também por isso sem grandes rasgos creativos.
Em termos de cast alguns dos melhores pontos do filme, é
certo que Washington normalmente interpreta personagens muito iguais que as
adequa com um cem numero de tiques e expressões suas que pode soar a demasiado
repetitivo, contudo neste caso parece-nos que a personagem encaixa-se e tem
momentos complicados que só um grande actor ao seu melhor nível consegue
conquistar com realismo, e Washington faz, domina o filme, arrisca, e
conquista, numa das melhores interpretações do ano. Pode ser sempre e igual,
mas é sempre quase perfeito. Tambem realce para a boa interpretação de Cheadle
a regressar ao bom nível depois de alguns anos afastados dos grandes filmes e
acima de tudo de grandes interpretações, poderia ser nomeado para melhor
secundario, mas a feroz concorrência deve-o afastar por excesso de serenidade e
não ser um papel vistoso.
O melhor – A mensagem simples, directa e coesa do filme.
O pior – Os clichés emocionais são desnecessários aos
grandes filmes.
Avaliação – B-