O ano de 2020 estava a ser um ano na sua genese algo adormecido em termos de propostas ambiciosas e de formas diferentes de ver cinema, contudo existiu um filme que no final de toda a corrida veio baralhar todas as contas com a sua rebeldia, com a sua forma particular de contar uma historia que acabou por ser reconhecido criticamente, intrometer-se de uma forma séria na corrida aos premios, e comercialmente conseguir a dimensão possivel na contingencia atual.
The Father parece na sua apresentaçao um daqueles filmes lineares entre pai e filha, baseada numa peça de teatro, que iria depender sempre da capacidade dramatica dos seus interpretes. Pois bem o filme é tudo isto mas acaba por ser muito mais, pois e uma autentica viagem a uma mente em demencia, uma baralho de episodios significativos e de prespetiva que é tão confuso, claustrofobico mas que acaba por ser exatamente essa sensação que o realizador que causar no espetador, conseguindo-o sempre.
Esta abordagem se um cinema diferenciado, de experiencia deve ser totalmente valorizada, mesmo que o espetador ao longo do filme nem sempre se sinta totalmente confortavel com aquilo que está a visualizar, fica a ideia que o filme consegue resistir bem a esses momentos porque cria impacto nas sensações do espetador, para um resultado esperado mas ao mesmo tempo, diferenciado.
The Father pode não ser o filme mais facil de ver do ano, poderá até em termos globais nao ser a obra mais unanime que vimos, mas e sem duvidas um dos filmes de maior impacto do ano, um dos filmes mais arrojados e diferenciados, e num ano em que o cinema adormeceu para historias simples, este risco sabe bem a quem gosta de um cinema de autor como este consegue ser.
A historia fala de um individuo idoso que a forma como o mesmo entra em disputa com a sua filha sobre os seus cuidados, e a assistencia necessária que necessita para sobreviver, quando a mente começa a perder faculdades de dia para dia.
O argumento do filme na sua base e uma historia de vida igual a muitas outras mas cuja a organização diferenciada a prespetiva que o filme aborda e totalmente original e diferenciada. Fica a ideia que o argumento consegue transformar uma historia corriqueira numa obra de referência e ai o filme merece tambem no argumento um reconhecimento de um trabalho distinto.
O jovem realizador frances Florian Zeller e uma das figuras e surpresas do ano cinematografico pela forma particular com que colocou a sua peça no cinema, com ritmo, com uma abordagem diferenciada, original e promenorizada. Pese embora tenha falhado a nomeaçao para melhor realizador, o que me parece injustiçado, ganhou o seu espaço proprio graças a um filme singular e com muita marca de autor, a deixar agua na boca para o que se poderá seguir.
No cast e incrivel o atuar ao desafio de um Hopkins ao mais alto nivel, com uma interpretaçao brutal, que lhe valeria certamente o oscar nao estivessemos no lado emocional da morte de Boseman. E intenso e versátil e vivo e tem em Coleman e pareceira ideial numa interpretaçao cheia de recursos que ambos deveriam ser exibidos em qualquer curso de aprendizagem de interpretaçao
O melhor - A diferenciaçao do filme.
O pior - Nao e um filme facil de unir peças
Avaliação - B+