Monday, October 31, 2022

The Good House

 Produzido em 2021, mas apenas em 2022, esta produçao menor da Dreamworks viu a luz do dia. Um pequeno filme sobre a entrada numa idade proxima da aposentação e da forma como nos ligamos ao trabalho. O filme conseguiu criticamente algum impacto, o qual premiou acima de tudo o filme tocar em temas não habituais como o alcoolismo da idade avançada e a solidão. Comercialmente não sendo um filme propriamente muito apelativo, para alem da produtora, os resultados ficaram aquem principalmente para um filme com alguma expansão.

No que diz respeito ao filme, podemos dizer que começa bem, rapidamente começa por dar importancia a sua personagem na forma como a coneta com o publico, com dialogo e acima de tudo com proximidade. Aos poucos vamos conhecer a personagem no presente e no passado. A primeira hora do filme e funcional, e mesmo original na abordagem como vai condensado a trama, e como a personagem se vai descobrindo.

Por sua vez na segunda parte o filme torna-se mais previsivel, e mais que tudo torna-se num corriqueiro filme de segunda linha, romantico, num pequeno espaço. E isso acaba por levar a que alguma da originalidade que o filme tem na primeira linha acabe por se perder e o filme encaminhe para um final com algum impacto mas longe do que poderia ter.

Assim um filme simpatico, de inicio de tarde, com alguns temas interessantes e que muitas vezes ficam fora dos argumentos mais conhecidos. Mas sabe a pouco o resultado final porque na fase inicial o filme da a ideia de se tornar mais original e mais impactante, e por isso fica um filme algo aquem do que poderia ser.

A historia segue uma agente imobiliaria a entrar na idade idosa, que com problemas de alcolismo tem como unico objetivo ser funcional profissionalmente. COntudo rapidamente percebe que a sua vida tem poucos motivos para sorrir e que tudo esta destruturado.

No que diz respeito ao argumento e um filme simples, sobre uma pequena vila, sob o ponto de vista de uma agente imobiliaria. Depois o filme acaba por ser um pouco uma novela do final de tarde, com drama e comedia e amor.

Na realizaçao uma dupla associada a comedia, que tinham na produçao da NEtflix Rei do Polka o filme mais vistoso. O filme e simples, tenta aproveitar o lado bucolico da pequena vila. Mas o filme e realizado com simplicidade sem grandes recursos e isso faz a carreira de muitos realizadores de segunda linha.

No que diz respeito ao cast Weaver era a grande aposta no filme, no regresso ao protagonismo numa personagem complexa. Nem sempre evidencia estar em grande forma numa personagem que poderia dar mais intensidade. Klein tambem nao esta em grande nivel, explicando alguma falta de minutos de ambos nos filmes de primeira linha


O melhor - A primeira meia hora

O pior - A fase final perde a originalidade inicial


Avaliação - C+



Railway Children

 Railway Children e um classico que ja teve versão cinematografica e ate uma serie, que em 2022 teve uma nova roupagem, num estilo de filme mais tradicionalista britanico. No que diz respeito a receção critica do filme o mesmo obteve alguma mediania, que tornou o filme quase indiferente. COntudo comercialmente e fruto de alguma expansão principalmente para os saudosistas do classico, o resultado acabou por ser competente sem ser brilhante.

No que diz respeito ao filme, eu penso que quando se vai buscar uma ideia antiga, e importante que surja uma inovação ou algo diferenciador para tornar o filme mais impactante junto de novas gerações. Pois bem parece claro que isso não acontece, +pois e um filme demasiado tradicionalista do primeiro ao ultimo minuto, sem grande novidade, sem grandes atores ou nivel produtivo.

Por tudo isto parece claro que o filme é algo indiferente não consegue quase nunca captar a atenção do espetador, mesmo com toda a ternura das personagens mais pequenas, o filme nunca sai do lado cinzento, com uma narrativa de lume muito brando, e acima de tudo um estilo de filme que vai precorrendo caminho para o seu final, sem fornecer muito para alem da homenagem ao filme original.

Ou seja um filme cinzento, sem intensidade, muito tradicionalista, principalmente num registo que já existiu. A ideia que fica quando se vai buscar filmes mais antigos, e que a roupagem ou e totalmente diferenciadora para imperar comercialmente, ou uma ideia totalmente diferente. Aqui parece apenas uma forma clara de demonstrar a pouca capacidade de fornecer conteudos originais.

A historia fala de três irmãos que em plena guerra mundial vão para uma pequena comunidade sendo recebidos por uma familia onde acabam por ser bem recebidos. Em seguida os jovens encontram um soldado americano e tentar fazer com que regresse a casa, contra os parametros legais.

No que diz respeito ao argumento e um filme simples, que em termos narrativos tem pouca intensidade e poucos motivos de impacto, principalmente pelas limitações de personagens e mesmo da historia, muito colada a base.

Na realizaçao Morgan Mathews e muito colado a base tradicionalista do filme original. E um realizador ingles, tradicionalista, mas que tem pouco impacto neste filme e se calhar conduzira a base a sua carreira.

No cast um conjunto de jovens atores que tentam ser simpaticos e ternurentos junto dos espetadores mas pouco mais porque o filme tambem nao exige muito mais. Num filme com pouco potencial de personagens, não era possivel grandes interpretaçoes.

O melhor - Alguma ternura

O pior - Para um remake tinha de ter mais alguma coisa


Avaliação - C-



Don't Worry Darling

 Uma das produções mais polemicas dos ultimos anos, no qual teve envolvimentos amorosos, divorcios, conflitos e acima de tudo uma guerra de estrelas conduziu a que quando saiu este filme mais que as aspirações a premios que poderiam existir pela carreira de Olivia Wilde ate ao momento como realizadora, as atenções tivessem nas estrelas e nas suas reações. Tudo ainda piorou quando a critica nao foi propriamente amiga do filme, salvando-se algum valor comercial que principalmente a curiosidade por Harry Styles como ator pode trazer.

Sobre o filme e colocando de lado todos as intrigas de toda a produçao, não é um filme que começa bem, ou com o ritmo elevado, a primeira hora, intriga mais do que satisfaz, levando-nos para um caminho algo repetitivo mas que coloca todo o sentido do filme na parte final, e ai o filme é competente, principalmente por dois aspetos concretos, o primeiro e a capacidade e intensidade de Plough, e acima de tudo uma historia interessante muito proxima dos livros de sci fi que fizeram delicias nos finais do seculo passado.

E um filme com alguns detalhes interessantes, quer esteticos onde nota-se muito cuidado e a tentativa de ser um filme também com aprumo visual, bem como na cadência e acima de tudo na forma como o filme vai crescendo na tensão, e isso faz com que a segunda hora resgate o filme para terrenos positivos, surpreendendo, e acima de tudo demonstrando algo para onde algumas pessoas caminha.

Ou seja um interessante filme, que aproveita bem a sua otima historia de base, uma produçao preocupada, que não tem acompanhamento principalmente nos secundarios onde me parece que poderia ter tido escolhas de cast que impulsionassem o filme para outros lados. Fica claramente a ideia que as polemicas constantes da produçao tiveram influencia no lado menos forte da critica porque temos um filme interessante.

A historia segue uma comunidade onde tudo parece perfeito, ate que uma mulher começa a questionar a razão de ali se encontrar e acima de tudo o porque de tudo o que vivem, que a leva a uma revelação impactante que tudo na sua vida e condicionado.

O argumento e a historia e forte, quer do ponto de vista de intriga central, e na forma como se desenvolve quer nos valores morais e atuais que o filme critica e trás a tona. Nem todas as personagens conseguem crescer da mesma forma mas e claramente o elemento mais forte do filme.

Na realizaçao WIlde, e uma jovem atriz que a passagem para tras das camaras começou bem e causou expetativa este filme com mais meios. Apesar de todas as polemicas que fizeram questionar e muito o trabalho dela, eu acho que ela é feliz, arrisca, tem sentido estetico merecia mais destaque do que apenas o comentario que ficou apaixonada pela sua estrela.

No cast a escolha de Plough e perfeita com muitas parecenças na sua personagem em Midsomar a sua capacidade e intensidade dominam o filme do primeiro ao ultimo minuto, numa interpretaçao que poderia ter mais destaque caso nao fosse a receçao do filme. Ao seu lado um Styles que tenta dar o melhor de si, mas nota-se que nao e a sua praia, e uma escolha de Pine mais que questionavel, para alguem que tinha de ser ameaçador e acima de tudo carismatico, vem-me a memoria um infindavel numero de atores que o fariam bem melhor.


O melhor - A historia e impactante e original

O pior - A primeira hora nao e claramente objetiva


Avaliação - B



Sunday, October 30, 2022

Wendell & Wild

 Nighrmare Before Christmas é sem sombra de duvida o filme de eleiçao de pequenos e maiores em termos de Halloween, o qual ficou sempre associado à mente de Tim Burton, embora o realizador do filme tenha sido Henry Selick. Eis que novamente por alturas do Halloween e com uma produçao da Netflix surge o novo filme do realizador num argumento de Jordan Peele, apostado em rentabilizar algum do espirito de Halloween. Criticamente as coisas ate correram bem com avaliações positivas num estilo que sempre agradou a critica e é fiel aos seus filmes anteriores. Por sua vez comercialmente penso que a Netflix nao deu o devido destaque ao projeto que passou quase desprecebido.

Sobre o filme podemos dizer que temos o mesmo tipo de animaçao que ja vimos com sucesso nos filmes anterirores do realizador, mais proximo quem sabe do que fez em Coraline. A base narrativa e proxima, no que diz respeito a mistura do mundo dos demónios com o lado emocional e sentimental das pequenas aldeias, e principalmente com um ponto particular que acaba por ser fundamental, que é o sentimento de perda. Isso resulta num filme competente, proximo do que o realizador ja obteve principalmente com mais sucesso nos filmes anteriores, apesar do filme ter a assinatura do realizador num estilo sempre dificil.

E um filme que quer um impacto claro na sua moral, algo que ja foi sempre muito bem trabalhado nos filmes anteriores. DO ponto de vista de produçao o estilo de animaçao e diferenciado e competente principalmente para juntar os mais pequenos a uma especie de cinema de terror juvenil, onde apenas fica a sensaçao de falta da banda sonora de Elfman.

OU seja uma boa forma de festejar o Halloween com um estilo de cinema proximo do seu maior sucesso. Mesmo que do ponto de vista narrativo ja tenha visto muito melhor, e uma conjugaçao mais forte dos temas, acaba por ser competente, e um filme diferente no que diz respeito à animação concetual.

A historia segue uma jovem que apos ter ficado orfão regressa a terra natal onde vai evocar alguns demonios que a vao a ajudar a ir ao encontro do seu passado mesmo que essa ligação não seja a mais correta para os envolvidos.

DO ponto de vista narrativo uma boa conjugação quer narrativa, na ligação do infantil e do gotico na ligação com os mortos. AInda assim longe do que de melhor ja se fez neste estilo, mas competente nesta introduçao ao horror juvenil.

Na realizaçao Selick e um desconhecido bem conhecido. Certo e que Burton ficou com os louros, mas o que se seguiu no realizador demonstrou que o filme tem um cunho muito proprio que merecia num maior destaque. Aqui uma boa assinatura, num filme que nos faz recordar um tipo de cinema  muito proprio criado por uma forma propria de realizar.

No cast de vozes, a escolha de Peele, também argumentista e Key, encaixa perfeitamente nos demonios que ainda para mais sao parecidos com os atores. E um filme competente que procura encaixar tambem os personagens mais mediaticas. Tambem destaque para Rhames.


O melhor - A assinatura de um cinema diferente de animaçao.

O pior - E pior que o que ja vimos com a mesma roupagem


Avaliação - B-



Saturday, October 29, 2022

Barbarian

 Outubro é habitualmente um mês de grandes apostas no terreno do terror, pensando acima de tudo em potenciar a epoca do Halloween sao diversos os projetos que vem a luz do dia, uns mais comerciais e normalmente menos arriscas e pior recebidos pela critica, outros claramente mais independentes mais vistosos e mais valorizados. Este mes foi Barbarian que chamou mais a atenção com avaliações de primeira linha, que conduziu a que o filme adquirisse alguma expansao em termos de lançamento que o tornou num sucesso relativo de bilheteira e claramente um dos filmes de terror do ano.

O filme começa com uma premissa algo obvia, dois individuos acabam por partilhar um aluguer de uma casa nos suburbios de Detroit ate que descobrem que algo se encontra por baixo deles. A historia nao e muito reboscada, mas consegue ter grande impacto no terror pelo territorio subterraneo, mas acima de tudo pela forma com que graficamente consegue dar impacto ao seu horror.

Em termos narrativos e um filme limitado, as duas historias que levam as personagen até à casa nao sao muito trabalhadas, apenas vamos conhecendo as personagens naquela situaçao e como reagem com o perigo, mas pouco mais, a explicaçao para tudo o que vemos também nao e fenomenal, sendo sempre um filme, como a maioria dos projetos de terror que funcionam, que trás mais valorizaçao pelo seu aspeto grafico e de horror do que propriamente pela originalidade do seu conceito.

Por tudo isto temos um conseguido filme de terror, que nos recorda o lado mais agressivo do primeiro Jeeper Creepers, num alusao tambem aos problemas sociais de Detroit. Obviamente que nao e propriamente um poço de originalidade nos outros temos, e que e um filme mais encorpado do que brilhante. Mas num estilo de filmes que normalmente ficam muito aquem do que esperamos, a competencia normalmente e premiada.

O filme fala de dois jovens que acabam por alugar o mesmo espaço e que acabam por passar alguns bons momentos ali, contudo rapidamente se percebem que algo estranho se encontra na parte de baixo da casa, até que surge um outro inquilino que vai ter a mesma sensação e conduz a uma luta interminavel pela sobrevivencia.

Nao e no argumento que o filme tem os seus maiores recursos, alias toda a base das personagens e limitada ao minino, não tendo conhecimento de quem sao aquelas pessoas. A narrativa acaba por ser simples, numa luta pela sobrevivencia.

Na realizaçao Zach Cregger éra um desconhecido que entra ao mais alto nivel no terror. O filme tem impacto visual, é cru, consegue criar impacto no espetador que e o maior segredo para qualquer filme de terror. E um pronuncio de uma carreira num estilo que necessita de novos valores.

No cast o filme vai buscar um Skarsgard muito associado ao terror, e que cria a duvida que o filme quer causar no espetador. Nos outros dois protagonistas  Campbell e Long correspondem ao terror fisico que o filme pede, sendo que no caso de Long nos leva a recordar a sua aparição num filme algo parecido Jeeper Creepers.


O melhor - O aspeto visual de terror do filme.

O pior - Nunca conhecemos particularmente as personagens


Avaliação - C+



Thursday, October 27, 2022

Dead for a Dollar

 


Walter Hill é daqueles realizadores que fruto de nunca se ter tornado numa das figuras de referência do cinema atual optou por se dedicar ao longo da sua vasta carreira a um estilo de cinema que tem-se tornado menos comum, concretamente os Western tradicionais com caçadores de recompensas entre outros clichés. Este foi a sua aposta este ano, com todos os atributos típicos desse tradicionalismo, que acabou por agradar a critica mas que acabou por não convencer particularmente os espetadores com resultados de bilheteira quase rudimentares.

O filme é daqueles western puros, quer em termos narrativos quer em termos de cenários. E daqueles filmes com intriga, diversas personagens, rivalidades, e luta, sem que isso resulte numa historia impactante ou diferenciada, ficando sempre a sensação que as personagens são algo simplistas demais.

Por seu lado os nos narrativos acabam por ter um impacto moderado, as alianças que se vão criando acabam por ser algo previsíveis, ficando acima de tudo a sensação que o filme não consegue ter a intensidade para as nuances da historia que vao surgindo acabem por ter qualquer tipo de impacto na forma como se vai comunicando com o espetador.

Ou seja um filme tradicional com pouca intensidade, e acima de tudo num estilo que nos parece fora de forma. O bom cast que o filme acaba por ter, acaba por não ser aproveitado numa narrativa algo simplista, mas mais que tudo devido ao facto das personagens ficarem demasiado presas a um argumento que pouco as potencie.

A historia segue um caçador de recompensar que tem um novo serviço, mas acaba por ser ameaçado por um ex premio que sai da prisão com o objetivo de procurar vingança.

Em termos de argumento é um filme com uma historia comum nas dinâmicas mais tradicionais do cinema de western. Temos as lutas, as rivalidades, os lados criminais mas a intriga assim é algo básica e nem sempre potencia personagens que tem dificuldade a crescer na historia.

Water Hill é conhecido mais do que por ser um realizador extraordinário, por ser um realizador dedicado a uma causa própria, neste caso os Westerns. Denota-se que se sente à vontade no tipo de cenário e contexto, o qual não sendo esteticamente irrepreensível e funcional.

No cast temos bons elementos, principalmente um Waltz que esta numa fase com menos fulgor da carreira, mas que acaba por ser consistente nas limitações da personagens. Um Dafoe sempre muito intenso, e Broshnan a ganhar o seu próprio espaço no cinemam embora as personagens não permitam grandes valorizações~

O melhor – Algum purismo dos Western

 

O pior – Em termos de impacto narrativo o filme tem dificuldades de ter impacto

 

Avaliação – C-

Tuesday, October 25, 2022

God's Creatures

 O cinema irlandês sempre teve algum impacto no cinema globar, principalmente pelos dramas familiares vincados em cenarios pequenos, interpretados por atores de primeira linha. Este ano e quem sabe com algumas expetativas de premios surgiu este pequeno projeto que acabou por conseguir alguma atenção critica, embora a sua pequena dimensão possa dificultas o impacto do filme. No que diz respeito ao resultado comercial do filme é claramente um filme independente de pouco impacto dai que os resultados comerciais sejam quase inexistentes.

Sobre o filme podemos começar por dizer que se trata de um filme lento, muito lento, que perde demasiado tempo em paisagens, em contexto espacial, o que de alguma forma vai fazendo com que o filme nunca adquira grande ritmo. Por seu lado isso leva a que consigamos perceber bem as reações da personagem central, o que ajuda o facto de ser interpretada por uma atriz de grandes recursos que acaba por pautar todos o desenvolvimento do filme.

QUando a intriga acontece o filme parece ter impacto e temas muito interessantes como a masculinidade cultural rural, ou a incapacidade de ver o lado negro das pessoas. Nisso o filme acaba por ter impacto e um valor de denuncia relevante, embora fique a ideia que para um filme demasiado lento e que se prende muito em sequencias paradas, a intriga acontece demasiado rapido e nesse teor, parece que o filme poderia balançar mais os seus tempos para um impacto mais efetivo.

Resulta assim um filme tipico das dinamicas do cinema irlandês com os seus valores muito concretos aos quais se junta aquele lume brando que deixa o espaço ser um ator. Nao e claramente uma das obras primas daquele estilo mas acaba por cumprir moderadamente principalmente porque os interpretes conseguem atingir bom patamar.

A historia segue uma vila pescatoria irlandesa, onde todos se conhecem e que e conturbado com o regresso a casa de um jovem com um passado desconhecido, que vai alterar as dinamicas nao so familiares mas da propria comunidade apos um evento com uma ex-namorada.

O argumento tem uma intriga com valores muito impactantes e atuais que mereciam quem sabe um filme com maior ritmo o qual nem sempre tem. As personagens pareciam ter mais por onde andar e o filme nem sempre também aproveita na totalidade as suas virtudes.

No que diz respeito aos realizadores uma dupla desconhecida vinda do cinema europeu de segunda linha. Aqui demonstram ligação ao espaço, nem que seja pelo protagonismo que lhe dão, no entanto, parece claro que o filme tinha mais a ganhar com mais personagens e mais intriga. E um estilo de cinema que podemos gostar ou não, pode ser bonito nao me parece tao eficaz.

No cast Watson e uma das grandes atrizes irlandesas que ficou sempre presa às origens, e que lhe deu uma carreira consistente devido a sua intensidade a qual está patente neste filme. Mescal está a crescer, fruto do sucesso de Normal People, mas aqui a sua personagem nao cresce o que o filme poderia exigir, dando mais revelância a uma jovem Franciosi que merece mais atençao


O melhor - A intriga e os seus temas

O pior - O ritmo demasiado lento


Avaliação - C+



Thursday, October 20, 2022

Clerks III

 Confesso que com a carreira muito aquem do esperado que foi tendo Kevin Smith que me fui esquecendo do quão me divertiu o primeiro e mesmo o segundo Clerks, quer pelas referencias cinematograficas constantes que preenchem qualquer amante de cinema, pelo caracter rebelde, pela quimica entre as duas personagens. Dai que foi com saudosismo e pouca esperança que vi o terceiro capitulo ser lançado. Criticamente ao contrario dos dois primeiros filmes as avaliações foram medianas, e em termos comerciais e se calhar muito relacionado pela pessima carreira que Smith foi tento os resultados foram tambem ele desoladores.

Sobre o filme eu confesso que no inicio percebi mais do que Smith fez entretanto do que a base comica mas ao mesmo tempo profunda que o filme conseguia ter. Temi pelo pior, temi pela destruiçao de um conceito que sempre gostei e que me fez gostar bastante dos primeiros anos de Smith, mas aos poucos e principalmente quando entre nas filmagens o filme reencontra a intensidade, rebeldia e carisma dos primeiros filmes quando pensei estar perdido, e os ultimos dez minutos tiveram a intensidade emocional que faz o filme resultar perante os fas da saga.

Claro que quem nao conhece Clerks nao sera neste filme que fica a gostar, ou mais que isso, nao se calhar nos nossos tempos que se aprende a gostar de Clerks ja que entretanto muitos outros filmes foram misturando a rebeldia de dialogos com personagens lineares. Mesmo para os fas e o pior filme da saga, mas o reencontro ao inicio estranho mas depois faz com que os quinze anos que se passaram desde o ultimo filme tenham sido ultrapassados e seja o reencontro final.

Clerks e a melhor obra de Kevin Smith e aqui mesmo numa fase pessima da sua carreira em que coleciona titulos sem qualquer qualidade ou assunto, consegue regressar ao terreno positivo com aquilo que melhor sempre soube fazer, conversar sobre cinema no cinema. A nostalgia esta la e ele conseguiu nos ultimos minutos ir buscar um lado emocional que poucos pensavam ser possivel.

Anos apos os ultimos acontecimentos de Clerks 2 surge a sequela, onde apos um ataque cardiaco de Randall surge a ideia de fazer um filme sobre este, onde Dante e uma mera referencia, mas onde vao pensar sobre os momentos mais importantes da vida de ambos.

No argumento Smith e confortavel nas sequencias cinematografias como se da propria critica dele se tratasse. Num filme dependente de dialogos ja o vimos fazer melhor principalmente com estas personagens, mas salva o filme com o drama final, inesperado e intenso.

Na realizaçao a carreira de Smith depois de Dogma foi um fracasso total, nao encontrou genero, nao encontrou estilo, nem a assinatura inicial se manteve, foi deambulando regressando aos seus personagens da juventude quando ja devia estar maduro. FIca a sensaçao que Clerks como objeto de arte desistiu no segundo filme, mas e a sua referencia.

No cast temos os desconhecidos mais conhecidos nos papeis de sempre. Fisicamente gastos, e que nao permite dar tanta credibilidade a rebeldia, ou pelo menos achando-a estranha. Fica a ideia que nunca percebemos o que valeria qualquer um dos protagonsitas fora desta roupagem porque nada significativo foi feito para alem disto.


O melhor - Os ultimos dez minutos.

O pior - Abaixo dos anteriores nas diades dos protagonistas


Avaliaçao - B-



Confess Fletch

 Quase quarenta anos depois de Chavy Chase ter encarnado uma das persoangens mais idiotas que nos recordamos numa serie de filmes policiais tipica dos anos 80, eis que surge de novo a personagem com um novo actor, mas com o estilo que marcou, numa altura em que o revivalismo se tornou cada vez mais impactante. Este nova ediçao da personagem até surpreendeu na critica com avaliações positivas, se calhar pelo lado saudosita que o filme adquire. Comercialmente os resultados foram desastrosos demonstrando que não era uma figura assim tao carismatica.

Sobre o filme eu confesso que o estilo de humor patetico dos anos 80 que foi totalmente abandonado, náo era dos meus preferidos. Dai que os primeiros momentos do filme não foram faceis para mim de encaixar e acima de tudo de provocar o humor desejado. Contudo passado alguns minutos e entrando na dinamica do filme, principalmente do ponto de vista de humor o filme começa a ter graça e o saudosismo de um estilo de cinema desaparecido surge, mesmo para aqueles que como eu nunca foram seguidores da personagem.

Tambem em termos policiais nao sendo um filme com uma capacidade de desenvolver twist de primeira linha, acaba por ser razoavel. Muitos twist alguns previsiveis, outros nem tanto, e acima de tudo um humor que vai pautando a batuta do filme, mesmo que sem a intensidade de filmes comicos de outra dimensão.

Ou seja uma homenagem a um personagem do passado, que nao sendo uma figura de primeira linha vai buscar o revivalismo de uma epoca muito particular do cinema. Nao e claramente a melhor comedia do ano, nem nada que se pareça, nem um bom policial tendo como principal atributo a facilidade com que nos leva para outro tempo.

A historia segue Fletch numa nova aventura, no qual ao mesmo tempo tem de investigar o roubo de uns quadros, e salvar-se de ser o principal suspeito da morte de uma mulher, enquanto lida com diversas personagens com particularidades bem assumidas.

Em termos de argumento sendo Fletch em termos de cinema uma figura dos anos 80, o filme foi essencialmente buscar o humor desse periodo, e consegue com todos os louvores e problemas desse efeito. Em termos de narrativa e intriga e mediano, sem comprometer aquilo que o filme quer ser.

Na realizaçao Mottola foi durante alguns anos considerados um dos valores seguros dos realizadores de comedia, que foi perdendo impacto ate quase desaparecer. Aqui tem uma realizaçao simples, tambem fiel ao estilo dos ano 80, mas longe do sucesso e hype que teve em super bad.

No que diz respeito ao cast a escolha de Hamm para substituir Chase e interessante, pelo carisma claro do ator, e principalmente pela sua capacidade de encaixar numa comedia mais imbecil. No restante cast o filme e menos forte, com os secundarios a desaparecerem dentro do filme.


O melhor - A forma como o humor ao inicio tem dificuldade em entrar, mas consegue

O pior - Esta algo desatualizado


Avaliação - C+



Medieval

 Numa altura em que os epicos de ação parecem ganhar uma nova forma eis que este ano e num momento de transição entre epocas surgiu este Medieval, sobre guerras e lutas de poder na idade media. Criticamente as coisas não correram particularmente bem a este filme, com avaliações algo medianas, sendo que no que diz respeito ao valor comercial o filme conseguiu alguma expansão mas a falta de figuras de primeira linha diminuiram e muito a capacidade comercial do filme.

Sobre o filme podemos dizer que acima de tudo temos duas horas de monotonia, num filme previsivel, com sequencias de luta interminaveis que acabam por preencher as quase duas horas de duração e uma intriga politica e de luta pouco densa que acaba por dar ao filme demasiada previsibilidade ja que rapidamente todos os personagens do filme acabam por definir claramente a sua posiçao.

O lado mais positivo do filme acaba por ser o realismo e a violência das sequencias de luta, estas acabam por ser uma imagem de marca de um filme que nunca acaba por ter atributos ou capacidade produtiva para ser uma primeira linha do genero, tentando entrar pela vertente do realismo mas fica a clara ideia que o filme não consegue subir patamares com essa escolha.

Por tudo isto um sem sabor epico, realizador e passado na Chequia. Em muito dos elementos que faz os epicos de guerra filmes grandes, esta obra não tem principalmente porque é desprovida de personagens com dimensão, mas acima de tudo por ter clara dificuldade em encontrar elementos que o tirem do caminho sempre penoso da previsibilidade.

A historia segue Jan Zizka um lutador que acaba por entrar na guerra como elemento de uma das partes numa intriga que ira definir o poder do seu pais, ate ao momento em que rapta uma herdeira ao trono e acaba por ser ver envolvido numa intriga muito maior que o seu ato.

No argumento o filme tem pouco de personagens e muito de guerra. Alias fica a ideia que o filme e algo preguiçoso neste particular porque a intriga tem diversos jogos de poder que o filme informa sem explorar em twist narrativos e isso acaba por tornar o filme demasiado linear e monotono.

Na realizaçao Petr Jakl e um realizador checo que faz um filme sobre uma das figuras da sua historia, mas talvez sem grande impacto no resto do mundo. Percebe-se que o filme tem poucos meios e ele tente dar um lado mais cru do cinema europeu, sem grande impacto. Provavelmente voltara ao seu pais de origem para seguir carreira

No cast Foster e um ator interessante e com muitos recursos na interpretaçao fisica, sendo que o filme apenas usa o lado mais de luta do ator, numa personagem desinteressante. A falta de personagens tambem nao faz grande exigencia a um cast com alguma qualidade.


O melhor - O realismo das açoes de guerra

O pior - Entra rapidamente numa monotonia que nao sai


Avaliação  - C-



Tuesday, October 18, 2022

About Fate

 Neste inicio de Outuno de 2022 um dos filmes que foi lançado ainda que com pouco entusiasmo, foi esta simplista comedia romantica, um remake de um conceituado filme russo que acaba por ser uma das tradiçoes de ano novo daquele pais. Este filme com dois dos atores que mais se dedicam ao genero fora de forma acabou por não ser propriamente bem recebido, com criticas a surgirem essencialmente dos produtores e atores do original. Comercialmente os resultados foram desastrosos demonstrando que nenhum dos protagonistas conseguiu transpor particularmente bem a carreira para o lado mais adulto.

Sobre o filme podemos dizer que um simples e pouco ambicioso filme de férias, que cai logo no primeiro erro de lançamento. Ao ser sobre um filme sobre uma epoca particular do ano tinha sentido ser lançada nessa epoca para tentar embutir no espirito. Assim lançada fora de tempo, torna-se muito menos proxima do publico, algo que e completamente incompreensivel.

No filme a simplista e previsível historia de amor, com todos os cliches, avanços e retrocessos, tendo como única novidade o facto de não, pelo menos de uma forma declarada transformar os ex-namorados nos vilões. De resto e daqueles filmes que sabemos o que vai acontecer do primeiro ao ultimo minuto, sem grandes segredos, sem grandes personagens e sem grande quimica.

Ou seja um claro filme de segunda linha das comedias romanticas, com muitos pontos impossiveis nos dias de hoje, com demasiado paralelismo entre as personagens que torna tudo absurdamente exagerado. Nao e um daqueles filmes que digamos que é mau, mas a mediocridade de um remake de um filme sem grande conteudo acaba por ser sinonimo da preguiça atual de alguns estudios de hollywood.

O filme fala sobre duas almas gemes em todos os detalhes da vida, que após verem os seus sonhos de noitado ruírem na mesma noite e espaço, acabam por se associar e descobrir o verdadeiro prazer de estar com alguem tão proximo.

Em termos de argumento previsibilidade maxima em todas as escolhas do filme, quer na definiçao das personagens quer em todos os desenvolvimentos que o filme escolhe. E nem se coloca o caso de tale estar associado ao facto de ser um remake ja que nunca vi o original.

Na realizaçao Vaysberg e um realizador de origem russa, que pegou num dos filmes culturais do seu pais e lhe deu uma roupagem norte americana pouco elaborada a todos os niveis. E um filme realizado e pensado como um classico filme barato romantico que normalmente não é um grande louvor para nenhum realizador.

No cast quer Mann quer Roberts tem construido as carreiras em comedias,  algumas das quais romanticas. O filme vai buscar o tipico dos protagonistas, sem grande risco, mas nem sempre encaixam, principalmente em quimica e isso em termos de um filme tão declaradamente romantico como este não é positivo.


O melhor - Nao arrisca muito

O pior - Previsibilidade maxima


Avaliação - C-



Honk for Jesus, Save Your Soul

 Este particular filme sobre o sucesso das igrejas batistas sustentada nas figuras que as lideram tinha como objetivo satirizar com o sucesso deste tipo de projetos e as suas quedas. O filme que se baseia num argumento original e realizado por Adamma Ebo, acabou por conseguir boas avaliações criticas que salientaram o seu boneco e o seu exagero, mas comercialmente apesar de alguma divulgação os resultados foram algo escassos.

Sobre o filme temos um filme que satiriza e critica a forma como este tipo de projetos baseados na fé crescem, e se divulgam e a forma como caem quando e descoberta a essencia dos seus comunicantes, abandonando toda a ligação e conduzindo o sucesso à ruina rapidamente. O filme tem um estilo particular, sob a forma de bastidores de um documentário que sinceramente é a assinatura do mesmo mas está longe de ser totalmente funcional. Tudo se torna demasiado irrealista, e transforma o filme numa formula tentada de ser diferente o que acaba por não ser.

Outro dos defeitos que me parece bastante claro no filme é os chavões da comunicação, se calhar com base em alguma realidade, mas o exagero no esteriotipo de comunicação acaba por tornar o filme algo histerico em alguns momentos. Resulta melhor na dinamica de casal e as dificuldades e aceitação de problemas em prol do sucesso comum.

Tudo isto resulta num filme que tenta ser algo mais do que é. Ao trabalhar num tema tão especifico como as igrejas batistas, tudo pode passar para grande parte dos espetadores como demasiado cringe e mesmo sem sentido, e por esse motivo, fazer com que o impacto da mensagem seja menor. Parece-me também que o exagero dos gritos das personagens é demais.

A historia segue um casal de pastores que depois de muito sucesso caem na desgraça depois do pastor ser descoberto numa polemica sexual. Apostado em regressar em grande seguimos os passos para a reabertura como se de um documentario se tratasse.

O argumento do filme cai na satira facil a um tema facil de causar alguma discussão. os pontos que o filme debate são imponentes, mas fica a ideia que cai em demasia nos esteriortipos e que isso não favorece a comunicação com o espetador principalmente num tema tão especifico. Acaba por ser na dinamica de casal que o filme é mais maduro e mais concreto

Na realizaçao este projeto totalmente assinado por Adamma Ebo um total desconhecido com o seu projeto mais mediatico, A forma de transmitir o filme sob a forma de um making of era arriscada e nem sempre se tornou a melhor soluçao, já que não trás claro beneficio a forma como o filme comunica com o espetador. Esperemos o que se seguira para perceber se voltara a ter um projeto com algum mediatismo como este.

No cast o filme tem bons momentos de um K Brown sempre intenso nos momentos dramaticos e de presença fisica e uma Hall que tenta fugir do esteriotipo de comedia de segunda linha mas que ainda vai tendo algumas dificuldades em o conseguir sublinhar.


O melhor - A satira


O pior - O estilo making off nao e totalmente benefico


Avaliação - C



Blonde

 Apos o anuncio desta produçao e principalmente depois de se ter percebido que o filme iria ter a classificação tipica dos filmes pornograficos que a expetativa e a polemica em torno deste lançamento começou a ser evidente. Após a estreia nos festivais mais mediaticos, percebeu-se que a unanimidade não estava presente com avaliações muito diferentes uma da outra. Por sua vez, do ponto de vista comercial a curiosidade e acessibilidade Netflix deve ter resultado em alguns visionamentos mas o excesso de tempo do filme poderão ter afastado os menos resistentes.

Blonde e juntamente com Elvis os biopics mais badalados do ano, e acabam por ter algumas semelhanças, quer no excesso de duração, mas também por ser filmes muito mais impressionantes esteticamente e no conceito do que propriamente na historia que acabam por relatar. Blonde e um filme polémico e artistico, polemico porque assume os mitos urbanos de Marlyn como verdadeir,s artistico porque e um filme diferenciado, com muita atenção ao detalhe e as imagens e nisso o filme funciona muito bem.

Narrativamente o filme para quase três horas de duração acaba por quase não existir, saimos a saber que a figura carismatica era um alvo da atração sexual, algo que não lhe agradava mas parece muito pouco dimensional principalmente nos relacionamentos que teve, os quais são fotografados com pouco rigor. Fica a sensação que para três horas, narrativamente temos um filme vazio que necessitava obviamente de mais conteúdo e acima de tudo mais assunto.

Fica a polemica, de um filme que não caiu nas pressões, que se assumiu como polemico e o levou até ao fim,  tal alimentou a curiosidade mas também as criticas e os defeitos e que existem num filme que quer  chocar mais que comunicar, e que cai no erro de ter três horas de utilizar uma figura da forma que realmente querem denunciar que foi usado.

A historia segue Norma Jean e depois Marlyn Monroe ao longo das suas diferentes relações e na forma como a propria reagia as mesmas e de que forma pautou a sua carreira. 

No que diz respeito ao argumento parece sempre um filme introspetivo de auto analise da personagem do que um biopic em que se relata acontecimentos. E um argumento dificil que tenta fugir a normalidade sem que isso consiga dar ritmo a quase três horas de filme em que fica a ideia que o filme teria de se encontrar de uma forma mais concreta.

Dominik e um realizador com carisma e conceito, que utiliza bem o seu estilo. O filme e esteticamente trabalhado e impactante, mas perde-se pela falta de cola. Tem assinatura de um realizador que não quer ser convencional mas sim ir de encontro ao que pensa e nisso temos de gabar pelo menos a coragem.

No cast a prestação pelo menos estetica de Ana de Armas é impressionante, num dos papeis que marca uma carreira. A actriz tem intensidade mas cai em alguns maneirismos em excesso. Não tem medo de se expor e isso tem de ser valorizado mas fica a ideia que o filme nem sempre aproveita o estilo que ela assume. Nos secundários estes sao quase desaproveitados numa atuação a solo.


O melhor- O nivel estético do filme.

O pior - Muito tempo para pouca historia


Avaliação - C



Saturday, October 15, 2022

Bullet Train

 Bullet Train marcou o fim da epoca de verão de cinema de grande investimento por parte das produtoras. Com um elenco de luxo liderado por Pitt, com um realizador conhecido por Deadpool, um filme de ação comica que tinha todas as propriedades para se tornar num sucesso de verão. As avaliações criticas medianas não foram impressionantes mas em termos comerciais pese embora resultados consistentes fica a ideia que o filme poderia e deveria ter rendido mais.

Sobre o filme temos o estilo de Leitch ao mais alto nivel, açao de primeiro nivel, com sequencias de batalha interminaveis, mas o lado comico que principalmente potenciou em Deadpool. O filme tem ritmo, vai fornecendo personagens que aparecem e desaparecem a ritmo rapido, mas acima de tudo onde o filme melhor funciona e no humor dos dialogos onde é bastante competente, promovendo momentos de grande diversão ao espetador.

Podemos a determinada altura achar que o filme e demasiado longo e que tudo se esta a cruzar demasiado sem grandes explicaçoes, mas no final e depois de todos os filtros que o filme vai tendo ao longo de toda a sua duração sobra um simples filme de açao, com um cast de primeira linha e mais que isso efeitos também de produçao maxima embora com algum exagero na utilizaçao de CGI.

Ou seja um razoavel filme de açao claramente de primeiro nivel produtivo, que entertem, pese embora exagere no ridiculo de açao de algumas sequencias, como a reentrada de tangerina no comboio. Mas temos a assinatura de açao de primeira linha declaradamente comica que nos ultimos anos tem funcionado junto do publico e este e mais um.

O filme leva-nos ate um comboio bala no Japão e uma serie de mercenarios em busca de uma mala prateada pelos diferentes niveis do comboio, com alianças e traições constantes ate o destino final.

O argumento e rebuscado mas algo confuso na base. Onde o filme parece funcionar melhor e mesmo nos dialogos de humor onde o filme para alem de ritmado tem realmente piada, fazendo crescer e muito os personagens no contacto para o publico. O melhor de todos os dialogos e a metafora do thomas and friends.

Leitch e um realizador de primeiro nivel produtivo que atingiu o nivel maximo em Deadpool 2, embora tenha sido a mente por tras de John WIck. O filme tem ritmo, é muito visual mas exagera muito nos efeitos digitais alguns dos quais ate pouco competentes. Tem este campo de trabalho onde funciona mas terá de provar noutros pontos.

No cast temos Pitt no terreno onde funciona melhor, ou seja na forma como concilia açao com humor, um estilo onde funciona como poucos. O filme e tambem competente na facilidade com que os secundarios, principalmente King, Taylor-Johnsson e Tyree Henry encaixam nas suas personagens.


O melhor - Diverte

O pior - E algo longo


Avaliação - B-



Friday, October 14, 2022

The Greatest Bear Run Ever

 Depois do sucesso total que Peter Ferrely teve com o seu Green Book e que conduziu ao premio de melhor filme, o realizador segue a mesma toada de uma historia insolita, com a suavidade narrativa, algum humor, e muito sentimento que resultou no filme anterior. Neste caso sobre a batuta da Apple +, o filme ao contrario do anterior não entusiasmou a critica com avaliações negativas, o que junto com uma menor visibilidade da operadora em questão tornaram o filme quase invisivel a maioria dos mortais.

Sobre o filme podemos dizer que temos uma historia insolita, e unica, que o filme no seu estilo descontraido e emocional consegue potenciar das duas formas quer pelo lado da comedia, com dialogos bem trabalhados que colocam a nú a irresponsabilidade das decisoes do personagem central, mas também o lado emocional valorizando a base da atuaçao, sem nunca esquecer a critica politica, onde realmente o filme poderá não ter a maturidade suficiente para entrar nesses campos.

O filme funciona melhor quando descontrai, quando deixa o insolito de toda a situação guiar a comedia nos dialogos, e nas caracteristicas unicas da personagem central. Nesse particular o filme é funcional. No final, mais concretamente na ultima meia hora em que o filme se leva mais a serio e tenta ter uma mensagem ainda que critica mais forte tem dificuldades, mas isso não retira os bons atributos da primeira fase.

Mais que um grande filme, temos um filme curioso, que pega numa historia real e peculiar, para transmitir uma especie de Forest Gump real, com uma historia absolutamente inacreditavel que e o motor do filme todo. Parece sempre sentir-se mais confortavel na pequena historia do que no contexto historico que a tolda, e ai fica bem patente o estilo de um realizador mais feito para personagens do que eventos.

A historia fala de um individuo de uma pequena cidade que em plena guerro do vietname tenta dar força aos seus amigos em combate, deslocando-se até ao epicentro da guerra para partilhar umas cervejas com o mesmo, o que vai conduzir a um debate interno ideologico sobre os fundamentos da guerra.

No argumento a historia de base e brilhante e insolita e torna o filme diferenciado. O argumento aproveita muito bem estes pontos na fase inicial, no lado mais descontraido do filme. Fica a sensação que quando o filme quer crescer tem mais dificuldades entrando em alguns cliches.

Na realizaçao Farelly é um realizador de filme simples e sentimentos de base. Parece sempre confortavel nesse contexto, sem grande fogo de artificio ou explosões artisticas. E um realizador que não agrada a todos mas os seus filmes tem transmitido uma mensagem significativa. E daqueles que sempre vamos pensar ter uma obra melhor do que o seu conceito.

Em termos de cast a aposta de Efron era arriscada, por ser um ator juvenil, que nunca teve particular destaque em filmes mais serios. Mas a aposta funciona, o ator principalmente fisicamente tem o ar desligado de tudo o resto que consegue alavancar o filme, num filme de uma personagem. As mas avaliaçoes globais ao filme vão limitar o alcance da interpretaçao que penso que merecia mais destaque.


O melhor - A historia que o filme trás, unica

O pior - O filme na parte final tenta ter uma dimensão que não atinge.


Avaliação - B-




Wednesday, October 12, 2022

Do Revenge

 A Netflix tem uma tendência natural para fazer apostas vincadas em filmes nos quais os interpretes acabam por ser figuras da aplicação em series de maior relevância. Neste filme que acaba por ser uma homenagem a diversos filmes de adolescentes no final dos anos 90. O filme acabou por mesmo com estas caracteristicas ser bem avaliado do ponto de vista critico e comercialmente deve ter chamado a atenção, principalmente dos mais jovens como a maior parte dos filmes da netflix consegue.

Sobre o filme podemos dizer que se trata de uma abordagem tipica de filme de High School com esteriotipos, grupos, referências culturais, mas que acima de tudo faz com que o filme acabe por ser algo retrospetivo no genero. O que diferencia ligeiramente o filme e a forma como o mesmo tem alguns twist nos planos de vingança que alimentam o ritmo de um filme que muitas vezes torna-se demasiado satirico mas com algum ritmo.

Um dos pontos que me parece que o filme aproveita e o bom momento comercial, dos protagonistas, encaixando cada um deles nos bonecos que tem definido a fase inicial das respetivas carreiras. Fica a ideia no entanto que o filme exagera um pouco nesses esteriotipos, e principalmente a forma como se alongo demasiado para fazer render os respetivos esteriotipos.

Assim surge um razoavel filme de adolescentes, um estilo de filme que ficou algum tempo fora de moda, mas que devido ao facto de termos cada vez mais aplicações de streaming vai recuperando o respetivo espaço. Nao sendo um filme muito engraçado, acabando por ser mais thriller com twist funciona principalmente porque sabe gerir alguma expetativa no espetador.

O filme fala da ligação entre uma jovem conceituada da escola, ambiciosa que se viu exposta por um estranho e popular namorado, com uma jovem introvertida que se quer vingar de um desgosto amoroso, sendo que a ligaçao entre ambos arquiteta um plano de vingança que vai acabar por sair ao contrario.

No que diz respeito ao argumento temos uma historia com alguma complexidade com avanços e retrocessos num estilo de filme que se baseia muito no popular Cruel Intentions. Claramente mais suave e com procedimentos de base mais pela rama acaba por ser um filme que arrisca nas mudanças de direçao que nem sempre fazem sentido principalmente pelo exagero dos esteriotipos dos personagens.

Na realizaçao Robinson e uma jovem realizadora de filmes de adolescentes que tem estado associada a NEtflix. A mesma ganhou mais dimensão como argumentista do mais recente thor. Aqui e percetivel as infleuncias dos mais conhecidos filmes de liceu dos anos 90, embora sem um registo estetico parcialmente apurado.

No cast Mendes e Hawke procuram personagens mais proximas do que fazem nas series mais conhecidas que fizeram, sem grandes diferenças na construçao das personagens. Austian Abrams, mais desconhecido acaba por ser a mais agradavel surpresa num vilão construido com alguns recursos interpretativos.


O melhor - A forma como o argumento vai dando voltas ao espetador

O pior - Nao tem particularmente um humor apurado


Avaliação - C+



Sunday, October 09, 2022

A Jazzman's Blues

 Tyler Perry principalmente com a sua personagem Madea é ja um icon da população afro americana de classes sociais inferiores, os quais se associam ao humor negro da personagem que tem pautado a carreira de Perry como realizador. Mas ao longo do tempo Perry tem tentado alguns filmes dramaticos ou dramas de amor sem grande sucesso, dai que poucos esperavam que com este filme que junta amor e musica pela primeira vez Perry tenha conquistado, ainda que de forma moderada a critica com avaliações positivas. Do ponto de vista comercial, a aposta da Netflix modesta e os poucos atores conhecidos tornaram o seu mediatismo na plataforma quase residual.

Sobre o filme podemos dizer que temos o tipico Perry dramatico, com personagens limitadas, desenvolvimento muito simplista e muito drama de telenovela, que me leva a ter dificuldade, em grosso modo de o diferenciar do que por exemplo fez nos filmes fora da sua personagem base. A grande diferença acaba por ser o plano produtivo ao ser conduzido para um filme nos anos 30, mas acima de tudo com muita musica a mistura que da ao filme uma maior dimensao mesmo que isso acabe por nao ser muito diferente para o resultado final.

Onde parece que mais falha Perry, tambem neste filme é na direçao de atores, a aposta por atores desconhecidos sempre foi a sua formula no que diz respeito a forma como quer dar impacto aos seus filmes. Mas parece que mais uma vez isso e um grande handicap, nao so porque o filme não potencia personagens, mas os atores também nunca se sentem confortavel mesmo em personagens com grande grau de simplicidade.

Ou seja um filme simples, no ritmo de novela de segunda linha, com uma historia basica de telenovela das oito, mal interpretada, mas que acima de tudo fica desalinhado por interpretes de segunda linha. Claro que o aspeto produtivo de Perry pode surpreender por alguma maior dimensão, mas que na essencia acaba por ser mais do mesmo na carreira de Perry enquanto realizador e argumentista.

A historia fala de uma familia de classe baixa em que um dos filhos busca o sucesso como musico e o outro vive um amor proibido por uma estranha mulher, que se torna ainda mais proibida quando esta fica noiva do politico da terra, numa altura de clara segregação racial.

O argumento tem na base uma historia simples, de amor, e conflitos familiares, com personagens de telenovela muito definidas e pouco pluridimensionais. Os temas das diferenças raciais estão bem patentes mas tudo misturado e uma telenovela de baixa qualidade.

Perry e um realizador mediatico, mas longe de ser considerado um cineasta de referência. Aqui arrisca mais com a transposição para uma epoca diferente, e o lado musical, mas o filme e mais do mesmo na essencia do que nos foi dando ao longo do tempo. Um realizador com mais valor mediatico do que qualidade.

O cast recheado de desconhecidos sofre com essas escolhas. No duo de protagonistas e obvio que nem Boone nem Solea Pfeiffer se sentem confortaveis ou tem qualidade e carisma para liderar um projeto e o filme ressente-se disso embora fica a clara noçao que a forma como as personagens foram escritas tambem nao ajuda. 


O melhor - O lado produtivo do filme que nos leva para um tempo diferente

O pior - Os interpretes


Avaliação - C



Saturday, October 08, 2022

Goodnight Mommy

 Uma das apostas da entrada no Outono por parte da Amazon Prime consistiu neste peculiar filme de terror, remake de um filme austriaco do inicio da decada que obteve algum sucesso e que agora tem a sua versão americana com Naomi Watts a protagonizar. O filme não convenceu propriamente a critica, com avaliações muito medianas, sendo que comercialmente não foi daqueles produtos ancora de um Prime ainda a tentar exibir-se a alto nivel no que a filmes diz respeito.

O problema de um remake de um thriller desta natureza é que se trata daquele tipo de filme totalmente dependente do impacto que o final acaba por ter no espetador. Assim, se estamos perante um filme que ja vimos apenas com outra roupagem, acaba por saber a pouco e o impacto ficar totalmente condicionado por aquilo que ja conhecemos e isso e sempre o problema de fazer um remake de um filme com algum sucesso.

Na construçao individual do filme, o mesmo consegue colocar algum terror psicologico, principalmente sustentado na presença fisica inicial da personagem de Watts, mas que desaparece na segunda fase. Ai o filme parece denunciar o seu final, nao o tornando num twist mas numa propria alteraçao que o filme tem a partir do seu meio, que vai suavizar o impacto da revelaçao embora me pareça que o impacto poderia ter sido bem distinto com um conhecimento repentino.

Ou seja o tipico remake americano sem grandes meios ou objetivos, que utiliza uma historia muito funcional do cinema europeu, uma atriz conhecida e um resultado moderado e obvio. Nao e este filme que acrescenta algo de novo ao que tem o filme austriaco, embora também não destrua a base construida no primeiro filme, mas normalmente temos de dar mais merito ao original.

A historia segue dois gemeos que acabam por ir passar os dias com a mãe, a qual foi submetida a uma intervenção cirurgica a face e cujo comportamento começa a causar duvidas nos menores se a mesma sera mesmo a progenitora.

EM termos de argumento a historia tem o impacto da surpresa embora não seja propriamente uma historia com personagens e momentos muito impactantes. O segredo do filme esta totalmente no final, e o filme sabe disso, aqui tudo e mais denunciado do que no original e nao sei se isso e a melhor escolha.
Na realizaçao Matt Sobel tem aqui a sua estreia como longas metragens, o filme consegue funcionar esteticamente muito por culpa de uma boa presença fisica de Watts. Na segunda parte abandona o terror e nao sei se isso e a melhor opçao para o filme.

No cast Watts tenta rencontrar algum espaço no cinema de primeiro nivel que foi perdendo nos ultimos anos. Aqui tem impacto visual e intensidade numa personagem mediana, muito ajudada pela forma como o visual da mesma é criado. Os jovens Crovetti, tem momentos de grande intensidade mas por vezes caem em overacting.


O melhor - O final e surpreendente

O pior - Aqui demasiado denunciado


Avaliação - C



Friday, October 07, 2022

Three Thousand Years of Longing

 Apresentado no ultimo festival de Cannes esta epopeia pelo mundo das fabulas e dos genios sob o ponto de vista de George Miller, demonstrou toda a irreverencia do realizador como criador. O filme acabou por não ser propriamente recebido com entusiasmo pela critica, com avaliaçoes algo medianas, contudo comercialmente o filme em termos mundiais teve muito longe daquilo que Miller fez principalmente com Mad Max, embora seja muito claro que se trata de um filme com menos poder de fogo comercial.

Sobre o filme podemos começar por dizer que não e um filme facil, e quase um livro de historias, pequenas, ao longo do tempo na vida de um genio de uma lampada e o poder dos desejos. O filme nao e propriamente recheado de historias imponentes, parecendo sempre funcionar melhor na relaçao das duas personagens centrais e no encontro que estas tem na solidao de cada uma delas. 

E um filme dificil, muitas vezes desprovido de logica e grandes efeitos. Alias um dos pontos que se questiona e como alguem com a experiencia e com a força de Miller nos da um filme tao rudimentar em termos de efeitos especiais. Provavelmente ele queria o filme assim, mas numa historia ja de si dificil o efeito visual poderia ser uma mais valia se fosse tratada de outra forma.

Resulta assim uma excentricidade, um filme apenas para alguns a todos os niveis. Podem os que gostaram inaltecer o lado de historia infantil, ou de historias no plural, mas do outro lado fica a sensaçao que a cola de tudo o que vemos nem sempre e mais forte para unir os diversos elos que parecem sempre conduzir a um filme bem melhor do que realmente ele acaba por ser.

A historia segue uma solitaria escritora, que em plena Turquia acaba por libertar de uma lampada um genio que se encontrava preso ao longo de diversos anos, com o qual vao partilhar o passado e os estados de espirito ate a proximidade final.

No argumento uma historia dificil, muitas vezes com pouco sentido. Fica a ideia que a historia nao e tao interessante quanto o realizador e argumentista pensa que é. Fica a sensação que a base nao encaixa em lado nenhum e quando assim é, o filme torna-se demasiado estranho.

Miller e um realizador consagrado principalmente nos trabalhos de Mad Max. Aqui e um filme de risco, tenta ser tradicional e estetico mas nem sempre o resultado me parece o mais competente. Fica bem melhor nos momentos historicos do que na conjugação da realidade com o sobrenatural. Mas Miller tem historia sublinhada que pouco depende de uma obra mais intimista como esta.

No cast Elba encaixa bem no estilo do genio de aladino que se encontra como base da personagem. E carismatico, forte, e representa bem a todos os niveis o que o filme quer ser. Por outro lado a personagem de Swinton parece sempre estar algo desaproveitada, principalmente tendo em conta a gama de recursos da atriz.

O melhor - O ligaçao das duas personagens

O pior - Acaba por ser demasiado estranho


Avaliação - C



Breaking

Normalmente existem filmes que acabam por ganhar alguma dimensão quer por se tratar de adaptações de historias reais impactantes quer pela proximidade de outros filmes do passado com alguma historia. Este seria o contexto em que podemos perceber este filme, uma historia real proxima do que vemos em um dia de raiva de Michael Douglas, com John Boyega a pagar as despesas do filme. Este pequeno filme acabou por estrear com boas criticas, embora longe de o tornarem numa referencia do ano, sendo que comercialmente os resultados foram mediocres para um filme que obteve algum grau de expansao.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme em que nos coloca numa situação em que todos achamos um exagero, mas que o filme quer isso para demonstrar o quanto aparentemente tao pouco pode ser muito na mente de alguem com a saude mental danificada. Mais que isso o filme conta uma historia que mais que tudo e uma critica ao sistema de apoios aos veteranos de guerra, onde temos uma empatia total com a personagem central e pouca com o sistema.

Alias o filme funciona bem na vertente de denuncia, o espetador vai pensando que tudo o que ve e de um surrealismo extremo, ficando sempre na expetativa de uma soluçao milagrosa que faça esquecer a escalada, mas o filme nao a tem, porque a historia tambem nao a teve e tudo torna-se demasiado circular, o que vai retirando algum do impacto que o filme vai querendo ter.

Assim um filme normal, que vale pelo insolito da historia e pela critica social assumida o que torna totalmente impactante pelo facto de ser uma historia real em que um acontecimento desta gravidade teve origem numa falta de resposta social de um pais dito desenvolvido e nisso o filme consegue ter a sua mensagem bem sublinhada.

A historia segue um ex-combatente que com dificuldades financeiras tenta obter os seus direitos como veterano de guerra para potenciar alguns momentos a sua filha, mas sem os mesmos acaba por assaltar um banco tornando refens as funcionarias so com o objetivo de contar a sua historia.

Em termos de argumento o impacto dramatico da historia real esta la e o filme sabe utiliza-la para a mensagem que quer passar. Nao e um filme muito trabalhado nas personagens ou nos momentos, deixando a relevancia central da historia base tomar as redeas de uma boa historia.

Na realizaçao Abi Damaris Corbin e uma realizadora desconhecida que teve aqui o seu trabalho mais visivel. Sem grandes efeitos ou cuidado visual, e um filme cru, de avanços e retrocessos de forma a explicar o que vemos. NUm firmo pausado de telefilme, acaba por deixar a historia funcionar, sem grande brilho.

Boyega tem tentado demonstrar as facetas escondidas de quem se deu a conhecer num papel de um grande franchising e tem conseguido diversificar o seu estilo. Aqui tem intensidade e recursos num dos seus melhores papeis, embora me pareça que tem de crescer um pouco mais. O resto do cast fica marcado pela ultima obra de Michael K Williams


O melhor - O significado da historia

O pior - O filme pouco mais da do que a historia que conta


Avaliação - C+



Sunday, October 02, 2022

Hocus Pocus 2

 Trinta anos apos o lançamento do filme original, e aproveitando a capacidade comercial que vai crescendo na Disney + eis que surge a sequela de Hocus Pocus, um filme de Halloween sobre bruxas em Salem, sob a forma de comedia familiar que conquistou alguns fas no tempo de lançamento. Este novo projeto acabou por ter alguma mediania critica esperando-se resultados consistentes sem serem deslumbrantes em termos de visualizações ja que me parece demasiado ultrapassado para novas gerações e nao ser um titulo tão iconico para ser reconstruido.

Sobre o filme temos as caracteristicas do primeiro filme, com um humor de domingo a tarde, fisico, e sem grande sentido, num filme para toda familia. Se este conceito acabava por estar na moda e funcionar nos inicios dos anos 90 parece claramente estar ultrapassado e o filme desde logo não é engraçado, mesmo encorpando o tipo de filme semelhante ao primeiro e acaba por ser pequeninho aquilo que tem para dar, mas se calhar nos dias de hoje o original tambem o seria.

O filme consegue trazer nos tres principais papeis as atrizes originais, o que em face da idade principalmente de Midler seria uma das ultimas possibilidades de acontecer. Isso acaba por ligar o filme ao primeiro filme, que nos leva para esse tempo de memorias mais pelo contexto em que vimos o filme do que propriamente pelo filme em si, num revivalismo que esta na moda, mas que em termos de filme nada mais tras.

Ou seja um mediocre filme familiar de bruxas, sem graça, sem conteudo, sem grandes efeitos ou seja uma forma da Disney alimentar o seu streaming com uma homenagem ao passado algo que ja se percebeu que vai ser um estilo de ir lançando novos produtos e alimentar a sua ferramente de contacto em casa com o espetador.

O filme passa-se trinta anos depois do primeiro filme, altura em que apos a vela que tras o regresso do tridente de bruxas ter sido reconstruido as mesmas regressam para mais uma noite, o que vai colocar em causa a noite de Halloween numa Salem renovada.

Em termos de argumento o filme tenta ser fiel e proximo do primeiro filme, mas esquece-se que passaram trinta anos em que o cinema e principalmente o humor mudou muito.  O filme tenta mas nunca consegue ser engraçado, e mais que isso fica evidente que o filme não tem capacidade para na narrativa trazer nada de novo.

Na realização Fletcher e uma realizadora de comedia ja com alguma experiencia embora demasiado tarefeira que assume essa posição nesse projeto. Poucos meios talvez para ser proximo da origem e pouco nivel artistico, num filme que poderia ser perfeitamente executado em 1993, o que nao e um elogio.

NO cast o filme vai buscar o tridente de protagonistas para os mesmos papeis e isso era essencial. Embora longe dos melhores momentos de cada uma delas, elas sao as irmãs Sanderson com as mais valias e os defeitos. Pouco mais em termos de cast o filme dá


O melhor - Manter as tres protagonistas passados tantos anos.

O pior - O mundo mudou o estilo do filme não


Avaliação - C.



Saturday, October 01, 2022

The Invitation

 O cinema de terror e normalmente utilizado para preencher espaços comerciais, em projetos de menor custo que acabam por sempre por se rentabilizar minimamente quer porque nao necessitam de grandes estrelas, ou grandes criticas. Este The Invitation, um filme sobre vampiros acaba por ser mais uma destas experiencias. Criticamente indiferente, acabou por comercialmente ter uma estreia razoavel, principalmente tendo em conta os atributos que prometia dar.

Sobre o filme temos um mau filme de terror, sobre vampiros que encaixa perfeitamente num conjunto de filmes de segunha linha sobre o tema que nao convenceram ninguem. ALias na fase inicial o filme acaba por nao ser nada, uma especia de descoberta de familia, historia de amor, que se torna num basico de filme de vampiros e sobrevivencia, que tenta no fim ser o prologo de algo que ninguem sabe muito bem o que.

E um filme que narrativamente não existe com cliches de personagens, dialogos e acontecimentos que na fase em que entra na ação, ja que em termos de terror fica a ideia que o filme nunca aceita totalmente essa missão, torna-se num desastre estetico com efeitos especiais que nem em 1990 eram convincentes que nos faz questionar a qualidade de um projeto de esta expansão nos dias de hoje.

Ou seja um filme de terror juvenil, que aproveita o facto dos protagonistas serem conhecidos de series de sucesso, para tentar ganhar uns dolares comercialmente, num filme repetitivo, desinteressante, mas onde os parametros de produçao lhe fazem descer ainda mais um nivel que seria expectável não se encontrar nos dias de hoje.

O filme fala de uma jovem orfão que e contactatada por um estranho ingles que acaba por lhe informar serem da mesma familia. Na reunião da familia num castelo brutal na inglaterra apaixona-se pelo dono do castelo, acabando por perceber que esta rodeada de vampiros sanguinareos.

Em termos de argumento muito pouco, um argumento basico, mal apetrechado em personagens e guião. Pouca envolvencia, nenhum humor, num low cost argumento que deixa as despesas na estetica do filme.

Mas e aqui que os problemas acabam por ser maiores. Se o espaço e bonito, quando o filme necessita de efeitos e evolução e um caos. Jessica THompson e uma realizadora premiada em circuito de documentarios e short que nao tem a melhor passagem para o cinema com um filme com muitas deficiencias esteticas.

No cast Emmanuel tenta permanecer presente depois do sucesso de guerra dos tronos embora me pareça uma actriz com muitas limitaçoes. E ao seu lado Dohrety que tenta sair da imagem criado junto dos mais novos em descendentes mas tambem com limitações bem visiveis.

O melhor - O cenario do castelo.


O pior - Os absurdos efeitos especiais


Avaliação - D



Spin Me Round

As comedias gastronomicas de segunda linha tem nos ultimos anos ganhado algum protagonismo num nivel mais baixo de produçoes norte americanas. Neste ano surgiu esta rebelde comedia passada num retiro para cozinheiros em Italia onde acabamos por ter uma comedia de costume de personagens com alguma irreverência. O projeto passou com excessiva indiferença critica o que nao lhe permitiu o impulso para um maior mediatismo, sendo que comercialmente o filme sem qualquer tipo de expansão acabou por nao ter tamném aqui qualquer visibilidade.

Sobre o filme podemos começar por dizer que é uma comedia sobre uma personagem, mas o grande problema do filme e que nunca conhecemos realmente o que é a personagem, talvez por estrategia de dar uma pessoa reservada do interior americano mas e claramente dificil o filme tem grande impacto quando esconde quase tudo da personagem central.

Quando as vivencias das personagens em italia, desde logo o lado demasiado absurdo de todas elas, que leva o filme para o terreno de comedia exclusiva, muitas vezes sem sentido. Contudo pese embora algumas sequencias que acabam por ser mais insolitas que engraçadas, sai um filme moderadamente funcional, estranho mas com muita pouca capacidade de criar impacto no espetador.

FIca algumas piadas gastronomicas, a irreverencia das festas dos poderosos e pouco mais. Um filme que vimos embora todos apostamos numa fase de promoção do filme que poderiamos ter mais originalidade ou ainda mais irreverencia com impacto que ultrapassasse a indiferença que o filme acaba por deixar na maior parte dos seus espetadores

A historia segue uma chefe de sala de uma cadeia de italian food a qual e selecionada para um programa da empresa da villa italiana natal onde para alem de interagir com as suas colegas de formaçao, acaba por se aproximar do irreverente dono da empresa e o seu crew.

Em termos de argumento é um filme sem muita intriga ou mesmo sem muitos elementos que acabem por o diferenciar. Esconde demasiado a personagem central o que nao me parece a melhor das escolhas e em termos de comedia tem uns momentos melhores que outros.

Escolher uma villa italiana e sempre uma excelente opçao de realizaçao Jeff Baena e um realizador de comedias independentes sustentadas essencialmente na pretação da sua esposa Plaza. Aqui temos uma boa escolha de espaço mas pouco mais num estilo de carreira que acaba por ser muito igual ao longo do tempo.

Brie e Plazza encaixam bem neste estilo descontraido. Fica a sensação que acaba por ser Nivola, que se encontra num bom momento de forma que tem os melhores momentos. Nao e propriamente um filme de grandes interpretaçoes, onde a valencia comica e a mais aproveitada


O melhor - Italia

O pior - O estilo de comedia nem sempre funciona em pleno


Avaliação - C