Thursday, February 29, 2024

Memory

 Existem pequenos filmes que conseguem algum mediatismo quando são anunciados em grandes festivais mas que o tempo os leva para uma invisibilidade que so os mais atentos conseguem perceber que o mesmo foi lançado. Isso foi o que aconteceu com este drama amoroso sobre saude mental, estreado no festival de veneza com alguma expetativa, mas cujas avaliaçoes positivas foram insuficientes para lançar o filme para a temporada de premios onde este sempre arredado das maiores competiçoes. Do ponto de vista comercial os resultados foram quase inexistentes o que se torna ainda mais grave devido a presença de uma Chastain que normalmente tem alguma fidelidade do publico.

Sobre o filme temos uma abordagem claramente independente, silenciosa que quer entrar dentro das dinamicas das personagens e das suas reações, acabando aos poucos por desvendar o passado e a ligação entre o que aconteceu e o que estamos a ver, e isso apesar de um filme pequeno é sempre trabalhado com procedimentos lentos, onde os movimentos das personagens são sempre fatores mais importantes do que os seus dialogos.

E um filme que acaba por ser algo frio naquilo que é a saude mental levado ao expoente maximo, principalmente no lado masculino, o filme tenta resgatar o amor das personagens no ponto mais degradado, o filme acaba por abrir discussões sem as fechar, mas talvez merecesse mais impacto no teor emocional do que acaba por ter, muito por culpa de um ritmo lento que não beneficia o filme.

Ou seja um filme com um tema competente que é realizador e pensado de uma forma demasiado despreendida do que pode causar no espetador. Fica a ideia que o filme tinha os ingredientes para ser mais impactante ou mesmo mais intenso, ficando apenas uma estranha historia de amor e pouco mais.

O filme segue uma ex alcoolica marcada pelo seu passado e pelo excesso de proteçao da sua filha que começa uma relaçao de cuidado com um individuo com inicio de demencia que a segue numa festa e a qual confunde com um ex-colega de infancia que a teria molestado.

O argumento do filme tem muitos pontos que inflexao na historia, mas fica a ideia que na maior parte do tempo acaba por ser um filme demasiado pausado, que tem dificuldade em intensificar as relações ou os momentos e a falta de capacidade de impressionar do filme começa nesse momento.

A realizaçao a cargo de Michel Franco, e totalmente independente, sem grandes truques, seguindo os personagens, um realizador de festivais grandes, mexicano que tem aqui um filme que não e o seu melhor, e que demonstra que com meios americanos e mais dificil transmitir o realismo dos seus filmes anteriores.

No cast o filme tem bons atores, Chastain consegue ir na sonolencia necessaria da sua personagem, mas longe da intensidade e impacto que normalmente as suas personagens costumam ter. Ao seu lado Sarsgaard vai procurar a personagem para o seu habitual compromisso, mas tambem nao e o seu registo mais visivel.

O melhor - O amor no problema.

O pior - O filme não conseguir ir buscar a intensidade emotiva que necessita


Avaliaçãio - C+



Tuesday, February 27, 2024

The Shift

Depois do sucesso quase impensável que se tornou Sound of Freedom a Angel Produtions continuou a tentar lançar os seus projetos com mensagens religiosas e uma ligação muito proxima ao catolicismo algo que tem levado a diversos filmes, alguns dos quais com personagens comuns, e que tem aqui mais um episodio em plena Holiday Season. Como a maioria dos filmes da produtora criticamente novamente foi um desastre sendo que comercialmente, apesar de tentar o mesmo procedimento comercial que conduziu ao sucesso de Sound of Freedom o resultado foi claramente mais modesto.

Sobre o filme podemos dizer que é uma confusão total do primeiro ao ultimo minuto, com realidades paralelas, uma entidade dominadora que mais não é que o diabo, um thriller sci fi futurista, tudo misturado num filme sem grande sentido, realizado de uma forma quase amadora e interpretado da mesma forma com alguns actores que começam a ser quase exclusivos da Angel.

Ora bem se queremos uma mensagem metaforicamente religiosa e imperativo que a mensagem passe, para alem de uma procura incessante pelo amor, e um passado cheio de desastres, mas o sentido entre universos não pode ser explicado por entidade dominadora que pode fazer tudo, ja que assim impossibilita qualquer sentido na sua resolução o que neste caso acaba apenas por seguir o que o filme não conseguiu fazer ao longo das duas horas.

Por tudo isto e para quem gosta realmente de cinema e facil perceber a razão pela qual a ANgel se tornou num cinema quase odiado pelos amantes da arte, pelo lado unica e exclusivamente religioso ou de um fundamentalismo moral, que em termos de arte, mesmo quando sai do caracter simplista de telenovela trás-nos algo com este grau de absurdo quase impossivel de compreender ao comum dos mortais.

A historia segue um individuo que apos um acidente e de um contacto com uma entidade poderosa, acaba por ser conduzido para uma realidade futurista marcada pelo odio, onde vai tentar descobrir a sua mulher.

No que diz respeito ao argumento a mistura de generos que o filme adota é tão absurda como disfuncional e tudo acaba por ser uma confusão que pouco se mistura, para uma mensagem que ela propria se diluiu numa mensagem mal escrita e num argumento pouco competente.

Na realizaçao deste projeto Brock Heasley tem aqui o seu filme mais mediatico num estilo de filme que pouco ou nada potencia qualquer tipo de carreira, e que acaba por ser uma confusão sem qualquer tipo de sentido. Provavelmente não vamos encontrar novos filmes deste realizador, ou poderá aparecer em filmes desta natureza.

No cast o filme e liderado por um desconhecido Polaha, que tenta dar os diferentes vetores da sua personagem, mas que acaba por ser na maior parte do tempo igual, quando não deveria ser, para um ator desconhecido. Depois temos um Sean Austin que tem que recorrer a este tipo de filme de segunda linha para sobreviver, e por fim Mcdonough que é uma das figuras de referencia deste tipo de filme, que diz muito da sua carreira.


O melhor - O não ter sido o sucesso do filme anterior da produtora.

O pior - A confusão total que é este projeto


Avaliação - D



The Boys in the Boat

 LOnge vai o tempo em que o lançamento de um filme realizado por George Clooney chamava a atenção dos criticos e da temporada de premios. A carreira neste capitulo acabou por se tornar mais morna, e os filmes vão sendo lançados quase despercebidos, como aconteceu este ano com este relato drama desportivo, que os mais pequenos quase nem deram por ele, principalmente pela mediania das avaliações que nao o impulsionaram para altos voos, acabando por ter um trajeto razoavel do ponto de vista comercial, principalmente nos EUA ja que se trata de um filme que homenageia um exito desportivo daquele pais.

Sobre o filme desde logo podemos dizer que o remo nunca foi propriamente alvo de filmes muito assinalados, e percebe-se que Clooney como realizador gosta de dramas desportivos, sublinhando meritos muito concretos como ja tinha feito anteriormente. Aqui temos um filme tipico de drama desportivo, com o crescimento e conflito das personagens, o sentimento de equipa e o feito, nisto o filme é muito convencionar, seguindo o guião tipico sem grandes sobressaltos.

Isto espera-se de um tarefeiro comum de Hollywood que nos da um filme mediano, emotivo, em que glorifica os exitos, mas não de um realizador com o percurso de Clooney, aqui exigia-se mais risco, uma abordagem mais diferenciada para alem da live cam das corridas e o filme nunca consegue ir para alem da emoção facil, na equipa e nas relações colaterais, sendo um filme demasiado preso ao obvio.

Por tudo isto e um filme que gostamos de ver pela historia em si que conta, embora o remo e principalmente o tempo em que ocorreu este feito seja tão distante para termos a sua real dimemsão, mas pouco mais ja que no restante e um filme feito pelas linhas tradicionais, com os cliches emotivos tipicos e que isso nao o diferencia de outros filmes do genero.

A historia fala de um um grupo de estudantes que de forma a ganhar dinheiro apos a grande depressão começa a competir numa equipa de Remo que os leva ao esterlato e contra todas as expetativas aos polemicos jogos olimpicos de berlim em pleno dominio Nazi daquele pais.

O argumento e convencionar na sua arquitetura de base mais mais de isso na sua propria execução, e um filme com personagens esteriotipadas, cada uma a preencher o espaço definido, mas com pouca dinamica ou momentos claramente diferenciados. E aqui que resulta o lado demasiado convencional do filme.

Clooney como realizador começou com o fogo todo, mas ultimamente ter adomercido em filmes demasiado simplistas ou puristas que agradam sem entusiasmar sendo este mais um capitulo desta fase adormecida do mesmo com realizador.

No cast Edgerton tem um papel simples, tipico de treinador de drama desportivo, e os jovens comandados pelo protagonsita Turner, funcionam sem serem brilhantes, num filme demasiado convencional para grandes sublinhados para os envolvidos.


O melhor - O feito naquele contexto economico e interessante

O pior - Falta o risco que leva determinados filmes para outro tipo de impacto.


Avaliação - C+



Suncoast

 Todos anos em Janeiro, o festival de Sundance e uma montra de filmes independentes que são rapidamente aquisicionados por companhias maiores, que vão sendo lançados ao longo do ano com maior ou menor entusiasmo. Um dos primeiros filmes a ter visto a luz do dia na edição deste ano foi este peculiar filme sobre a perda, que foi contratado diretamente pela Searchlight e depois divulgado pela hulu, depois das boas criticas conseguidas, principalmente para Nico Parker. Comercialmente não sendo um filme de massas poderá ser um filme em que tropeçamos na aplicação Disney +.

Sobre o filme podemos dizer que o tema do mesmo não é facil ao conjugar por um lado a perda, e a doença e a adolescencia e a ansia de viver. O filme tenta gerir estes momentos pela imaturidade da personagem central e em algum exagero nas dinamicas, isso não faz com que o filme seja impactante e intenso quanto ao luto ou a preparação para o luto, com momentos suaves de filme de adolescente os quais contornar com um drama familiar mais intenso.

Não é um filme por si só fora do comum, parece sempre que o ponto que melhor funciona no filme acaba por ser a forma como a personagem central se liga com uma personagem mais velha com quem desabafa sobre o seu dia. E o lado menos esteriotipado e o mais emotivo do filme, no restante o filme é mais convencional embora saiba organizar as coisas para os seus objetivos ainda que simples.

Normalmente Janeiro e Fevereiro não sao meses para grandes filmes, mas este acaba por ser um filme interessante sem ser brilhante, arquitetados em tres boas interpretações uma historia nada comum e pior que isso com muita intensidade emocional, mas que acaba por no final ser um filme que é competente sem ter a capacidade de ser estraordinaria.

A historia fala de uma jovem adolescente que vive para o irmão, doente terminal que chama a si toda a atenção da sua mãe, deixando-a quase com a vida de adolescente paralisada, ate que a mesma consegue entrar num grupo de amigos e viver a adolescencia enquanto o seu irmão esta internado aguardando pela morte.

O argumento do filme é pesado e dificil, e mesmo a tentativa de dar aos dialogos um tom mais ligeiro nem sempre e conseguido. Nao um filme que consiga ter um humor que se destaque mas o balanço entre pontos acaba por ser funcional no registo final do filme.

Na realizaçao a estreia da atriz Laura Chinn e simples, num procedimento tipico dos filmes indepententes norte americanos com o lado contextual de uma pequena cidade, e pouco mais, deixando fluir as interpretações e o argumento e muitas vezes uma boa opçao de começo.

No cast o maior destaque vai para Nico Parker, a filma de Thandie Newton muito igual a mãe que vai buscar a ingenuidade que o filme quer para a personagem, sendo que a jovem domina por completo o filme e os seus momentos, bem auxilidada pelos sempre competentes Harelsson e Linney.


O melhor - As conversas entre Doris e Paul

O pior - Fica a ideia que esta relação deveria ser mais potenciada no filme


Avaliação - B-



Monday, February 26, 2024

The Color Purple

 Decadas depois de Spilberg ter surpreendido o mundo do cinema com o seu drama racial cor purura, eis que o musical baseado no sucesso do realizador passou para o cinema, com muito do seu elenco de base da Broadway e muitas expetativas comerciais e criticas. Depois de estreado o filme foi bem recebido mas sem o entusiasmo que o podesse tornar num serio candidato a premios. Comercialmente os resultados ficaram aquem do esperado não tendo conseguido pagar a sua produçao.

Sobre o filme podemos dizer que para quem não conhece o musical da Broadway o filme no inicio surpreende quer pelo estilo musical, quer pela originalidade dos momentos coreograficos que impressionam, mas que com o passar do tempo sao abandonados perdendo a qualidade coreográfica e musical da fase inicial, tornando-se num vulgar filme dramatico com tendência musical, mas que vai perdendo fulgor ao longo das suas mais de duas horas.

De resto podemos dizer que temos um filme que não é equilibrado entre as partes, o que nos surpreende pelo lado cruel e mesmo emotivo da primeira sequencia, acaba por divagar nas diferentes linhas narrativas, perdendo o impacto das mesmas, fica a ideia que no proprio detalhe produtivo o filme também vai perdendo.

Por tudo isto fica a ideia que a imaginaçao e originalidade do primeiro segmento desvane-se no segundo, ficando apenas um filme sobre a degradação social e racial indiferenciado, que perde todo o brilho de uma fase inicial irreverente, original e musicalmente diferente do que normalmente assistimos. Fica a ideia que poderiamos ter tido um filme muito mais vincado, apesar dos seus bons momentos.

A historia segue Celie, e a sua relação abusiva com os homens, inicialmente o pai, e posteriormente o marido que a afasta da sua irmã, e que vê tudo à volta ser dominada por homens, colocando a sua condição de mulher, pobre, e negra em total check.

O argumento é o conhecido da historia, ficando a ideia que o lado musical apenas tenta sublinhar os pontos mais emotivos e marcantes. Nao temos grandes inovaçoes, e os dialogos sao maioritariamente musicais como statermentes das personagens. Tambem aqui a intriga nao e equilibrado entre partes.

Na realizaçao este projeto de estudio, foi entregue Bazawule um realizador ganes residente em Nova Iorque que teve aqui um voto de confiança, para um quase desconhecido que acaba por dar bons momentos principalmente na fase inicial, ficando a ideia que foi esgotando as ideias e que tudo se normaliza muito rapidamente. So o futuro ira definir as suas escolhas.

No cast temos a repetiçao de muitos dos interpretes do musical da Boadway a repetir personagens, com sucesso, pela intensidade e pelos momentos de impacto musicais que conseguiram conduzir Danielle Brooks a unica nomeaçao para os oscares do filme. De resto é dos parametros competentes do filme, sem o brilho de outros musicais.


O melhor - As primeiras sequencias musicais.

O pior - O filme perder esse impacto com o passar do tempo


Avaliação - B-



Saturday, February 24, 2024

Mea Culpa

 Tyler Perry e um icon de um cinema de desgaste rapido normalmente passado ou no contexto comico de Madea, ou no lado mais rico em thrillers basicos pouco elaborados com procedimentos muito concretos a que neste filme Terry junta algum erotismo com o seu tipico cojunto de amigos como interpretes. Criticamente este tipo de filmes de Perry habitualmente são um desastre e aqui volta a ser. Comercialmente esta colaboração de Perry com a Netflix tem um alvo muito concreto que vai novamente fazer o filme funcionar.

Sobre o filme temos uma especie de instinto fatal ao contrário, mas com todos os tique que podemos imaginar de um deserto de ideias que começa desde logo pelos argumentos onde se denota que Perry não queria  perder muito tempo e acaba por criar intervalos de comunicação. Isto poderia ser preguiçoso se no final não quisesse fazer aquele twist revelador muito absurdo que torna o filme quase um hino a como nunca escrever uma intriga, ainda mais potenciado por interpretaçoes de pessima qualidade e uma produção que parece retirada de um filme satirico com filmes fracos.

Se estes pontos jã eram pessimos ainda tudo se torna pior quando o filme tenta criar uma sedução, e uma intriga amorosa, desde logo porque acrescenta todos os pontos negativos possiveis numa relação ao exagero brutal, mas também situações exageradas que nunca aconteceriam num exagero total, que me atrevo a dizer que nem no almoço de uma telenovela conseguimos encontrar, num dos piores registos escritos que me recordo.

Nao sendo fa do cinema de Tyler Perry conhecido essencialmente por filmes pouco pensados, desgaste rapido uma novela para pessoas que exigem pouco, este vai a um ponto que se torna absurdo, num dos piores filmes que me recordo em todos os pontos, escrita, realizaçao e interpretaçao, que leva a que todos consigam ainda mais vincar esta capacidade unica de Perry fazer filmes maus.

A historia fala de uma advogada de sucesso inserida numa relação abusiva por parte dos familiares do marido, que aceita defender um pintor conhecido acusado de homicidio que terá do outro lado o seu cunhado com ambiçoes maiores.

O argumento e um disparate completo a todos os niveis, a intriga e denunciada e tem um final disparatado e sem sentido para surpreender, mas e muito pior a sua concretização existem dialogos que nao vao a lado nenhum com espaços vazios sem qualquer sentido.

Perry ficara na historia com um dos realizadores mais odiados pela critica e aqui neste filme explica bem porque. O filme é um desastre a todos os niveis sendo a realizaçao apenas mais uma delas, numa carreira que parece que nao vai ser mais que isto.

NO cast, Rowland e uma habitue de Perry e mao da mais do que aquilo, o lado de poder que nunca existe, e um Rhodes que apareceu em filmes afro americanos de primeira linha mas que perdeu espaço e aparece agora num filme que faz corar os seus filmes anteriores. Pessimo.

O melhor - Acharmos a determinada altura que é uma satira


O pior - Nunca teve essa intenção


Avaliação - D-



Friday, February 23, 2024

Robot Dreams

 Todos os anos quando sao anunciados os nomeados para melhor filme de animaçao e comum estar na lista um filme europeu com um conceito mais independente que chama a atençao em festivais mais pequenos. O filme que este ano conseguiu esse ponto foi esta produçao espanhola sobre a amizade de um cão e um robot, passado numa distante Nova Iorque, um filme mudo de animaçao tradicional que conquistou a critica e teve na nomeaçao para o oscar da especialidade o seu maior trofeu. Do ponto de vista comercial os resultados foram moderados para todos o universo, ou nao fosse um claro filme independente de animaçao.

Sobre o filme confesso que o mesmo começa bem na forma como a ligaçao entre as duas personages principais se vao ligando e acima de tudo os elementos culturais que o filme acaba por dar principalmente no que diz respeito a Nova Iorque. COm a separaçao o filme perde um pouco da chama com os sonhos de cada um com as novas personagens o filme fica mais circular, com bom coraçao, mas talvez com mais dificuldade na sua intensificação

No que diz respeito ao estilo, apesar de tradicional nao e propriamente original, bonecos maioritariamente 2d bem desenhados mas sem uma expressao criativa muito forte, ficando muitos dos pontos ligados ao momento em que o filme consegue ter alguns aspetos culturais daquele tempo como marcas e musicas. Mas acaba por ser pouco principalmente comparado com outros produtos europeus de animaçao que conseguiram esse impacto

Por tudo isto este filme marca o seu apontamento, e dos filmes de animaçao aquele que acaba por ser mais de autor, mas ja vimos produçoes com os mesmos objetivos bem mais fortes. O excesso de silencio e uma duraçao que excede a hora e meia de uma forma circular tira algum ritmo a um filme que na maior parte do tempo tem uma boa ideia mas que a repete.

A historia fala de um cão que se sente sozinho e compra um robot o qual depois de o montar se torna seu amigo, com quem depois acaba mais tarde por se afastar apos um tragico acidente em Connay Island e começa os sonhos de cada para se tentarem encontrar.

O argumento tem pontos emocitivos, na tentativa de ambos procurarem a felicidade depois de ficarem afastados. A forma como o mundo dos sonhos e da memoria entra no filme e interessante mas a opçao por um filme mudo e lento tira algum impacto ao que acabamos por ver.

Na realizaçao o projeto foi assinado por Pablo Berger um veterano realizador basco de filmes espanhois, que acabou ter aqui o seu filme mais reconhecido e uma nomeaçao para o oscar num filme que nao e propriamente muito original no tipo de animaçao que usa, mais na ideia, de uma obra que marcara a sua carreira.

Sendo um filme sem dialogos nao tem qualquer analise de vozes.


O melhor  - TOdo o filme até a separaçao

O pior - Perde algum impacto emocional com a constante oscilaçao de sonhos e realidade


Avaliação - C+



Wednesday, February 21, 2024

LIft

Depois de um ano em que a Netflix teve longe dos grandes sucessos comercias, repetindo formulas, ficou a ideia que 2024 sera um ano de mudança na estrategia, pelo menos assim foi anunciada, se bem que numa primeira instância percebemos que tudo começou da mesma forma com uma grande produçao liderada por Kevin Hart como um alegado mastermind do crime com um elenco de luxo. O resultado critico ficou muito aquem, se o resultado ate acaba por ser o normal para o habitual Hart, tendo em conta o restante elenco e essencialmente o excelente cast esperava-se mais. Comercialmente Hart e sempre um valor seguro para a operadora.

Sobre o filme posso dizer que me surpreendeu na formula, nao ter um Hart imbecil, mas o lider de uma estrutura criminosa e algo diferente embora em tudo o resto tenhamos o tipico filme de açao cheio de fogo de artificio que normalmente temos como padrões netflix que rapidamente se esvazia pese embora conhecemos quase todos os atores que entram no filme para quase nada, num autentico despredicio de talento.

SObre a trama o habitual no jogos do gato e do rato, com os twist que parecem ser surpreendentes mas que se denunciam desde o inicio. Outro do problemas e que pensando que se trata de um filme de Hart esperamos um humor presente, quando aqui quando surge fica descontextualizado e algo com a ideia que so aparece como um desabafo ja que me parece que o filme quer ser mais de açao do que uma comedia parva.

Por tudo isto, e mesmo perante uma produçao elevada com poucos erros e com o assumir que se trata de um filme grande resolve um filme que da pouco para o investimento. Um Italian Job de segunda linha que tenta trazer um grupo que nunca o é, e uma comedia de açao que fica sempre um pouco longe, do que de melhor ja se fez em filmes de golpe.

A historia segue uma equipa da interpol que apostada em tentar dar um golpe a um periogoso terrorista contrata um grupo de criminosos para os ajudar nesta tarefa com a possibilidade de ficarem livres de todas as acusações, embora pareça uma missao impossivel.

No argumento temos o tipico filme de golpe, com os cliches do grupo, mas essencialmente com as piadas de Hart e a homenagem a Missao IMpossivel, num filme de segunda linha, com pouca novidade em qualquer um dos elementos que quer ser.

Na realização F Gary Gray voltou ao lugar onde foi feliz pois percebe-se totalmente as influencias do seu Italian Job, o filme mais conhecido, depois de uma carreira que foi caindo em dimensão comercial, o qual teve em Straight Outta Compton o seu filme mais mediatico, voltando a ser o tarefeiro da maior parte do tempo.

No cast temos Hart ligeiramente mais serio, mas nota-se o desconforto num ator, claramente mais comico. De resto um cast recheado de figuras conhecidos em personagens pouco ou nada trabalhadas, que vale pela dimensão comercial, mais do que pelo que potencia nas respetivas carreiras.


O melhor - A produçao ser elevada.

O pior - Hart nao e um heroi de açao


Avaliação - C-



Monday, February 19, 2024

All of Us Strangers

 Desde os seus primeiros visionamentos que ficou logo a ideia que este particular filme seria o marco independente do ano, devido as excelentes avaliações, mesmo para um filme pequeno. Pese embora esse lugar o filme não conseguiu ter dimensão esperada comercial para o impulsionar para os premios maiores, e o resultado acabou por ficar aquem nas nomeaçoes.

Sobre o filme podemos dizer que é um daqueles filmes surpreendentes que a marca do tempo poderá dar-lhe uma dimensão bem superior à que o imediato lhe deu. Temos o lado surpreendente do seu final, num dos twists mais originais que à memoria, num filme que acaba por surpreender de principio a fim na sua duração, elencado em interpretações de primeira linha, com um excesso de sexualidade que por vezes pode surpreender mas que no final tem a sua justificação.

Por tudo isto fica a ideia que este é um dos filmes mais originais, estranhos e surpreendentes do ano, essa capacidade de ao mesmo tempo ser original na abordagem de base, mas também de conseguir ter uma mensagem por um percurso nada normal só esta ao alcance de filmes de primeira linha. O tempo poderá ter sido o maior adversário da historia, pois fica claramente a ideia que será um filme que a historia o colocara num lugar bem melhor do que o atual.

Temos um filme com um tema claro, com uma agenda queer assumida, mas que ao mesmo tempo consegue ser um filme sobre muito mais, sobre luto, sobre oportunidades, sobre o que deixamos por fazer, filme esse pensado e trabalhado para ter ainda momentos em que dão a volta ao espetador para o deixar com a boca aberta na sua fase final.

A historia fala de um homossexual algo isolado do mundo social, que vive marcado pela morte dos pais, com quem vai falando em visitas que faz a sua terra natal e onde vai dando a conhecer os aspetos da sua vida de hoje, enquanto inicia um envolvimento intimo que podera mudar toda a sua formula de vida.

No que diz respeito ao argumento, é uma das abordagens mais originais e um dos melhores argumentos do ano, não só na ideia de base mas na propria concretização dos seus momentos e dialogos. A personagem central e bem escrita e alimenta um filme curioso onde o final e a cereja em cima do bolo.

Na realizaçao temos Andrew Haigh um realizador com pouca dimensão em Hollywood que ganhou com este filme um respeito critico e uma dimensão que lhe colocarão os holofotes em outros trabalhos. Todo o trabalho estético neste filme vai para surpreender o espetador, e isso acaba por ir de encontro aos objetivos do filme.

No cast o filme é dominado por Scott num dos melhores papeis do ano que merecia mais atençao na temporada de premios, porque é um barometro qualitativo. A forma como o filme cresce com a personagens e os seus momentos deve-se a qualidade desta interpretação. Ao seu lado um Mescal que vai variando personagens exibido recursos e uma Foy sempre intensa que merecia mais destaque.


O melhor - A forma como o filme baralha o espetador dando sentido a tudo.


O pior - Fica a ideia que a sexualidade ocupa um espaço que poderia ser trabalhado numa outra dinamica de casal


Avaliação - B+



Sunday, February 18, 2024

Upgraded

 Assim como a Netflix a Prime uma das aplicações mais ativas dos ultimos tempos não quis ficar atras e lançou a sua comedia romantica do dia dos namorados, inspirada numa especie de o Diabo Veste Prada em formato galerias de arte protagonizado por Camila Mendes, uma habitue de series juvenis. Este filme teve a receção critica esperada, marcada pela mediania, sendo que comercialmente preencheu um espaço proprio num limitado tempo, sem muito poder para alcançar grandes resultados depois disto.

Sobre o filme temos o tipico filme romantico com poucas ou nenhumas ambiçoes neste particular, temos uma personagem que do nada tem a oportunidade de ser o centro de dicisao e que o acaso o leva a um rico pretendente que acaba por ser a chave do sucesso. O filme tenta ser engraçado com algum humor fisico e circunstancial, mas que acaba por nunca ser verdadeiramente engraçado,  e mesmo a irreverencia das personagens acaba por ser um pouco inocuo para os objetivos comicos do filme.

Mesmo em termos emocionais existem filmes que consegue espelhar melhor a quimica entre as personagens no crescimento da relaçao o que neste caso acaba por ser tudo muito rapido porque o filme quer jogar ao mesmo tempo no crescimento da relaçao e no crescimento profissional e as suas ambiguidades, o que torna o filme pouco dinamico, pouco empatico, mesmo alongando-se para alem da tipica hora e meia de duração.

Fica a ideia que a Prime nao escolheu particularmente bem a sua historia de amor, que podera convencer alguns fas principalmente de Riverdale ao ir buscar a sua protagonista, mas por outro lado fica a ideia que nem em termos de filme romantico, muito menos em comedia o filme consegue cumprir os objetivos minimos para ser funcional, acabando por ser mesmo no genero um simbolo de mediocridade.

A historia fala de uma estudante de arte, perdida no tempo e em casa da irma que numa apresentaçao da sua empresa acaba por ser selecionada para uma viagem a Londres, onde acaba por conhecer um herdeiro de uma fortuna valiosa nada mais nada menos dos quadros que vao ser leiloados e cujo o seu trabalho deve ser bem avaliado.

Em termos de arguemento o filme não é particularmente feliz em nenhum dos dois pontos que quer tratar, em termos de romantisco, embora visualmente o filme tente ser carinhoso, fica a ideia que muitos passos foram ultrapassados. No ponto de vista do lado profissional fica muitas personagens por explorar, num filme que nem comico consegue ser.

Na realizaçao do projeto, normalmente as aplicações entregam este tipo de projetos a colaboradores habituais das series, neste caso a uma atriz a tentar ser mais que isso. O filme nao e propriamente elaborado, aproveita alguns pontos de uma Londres mais bonita mas pouco mais.

No cast Mendes e talhada para comedias romanticas juvenis embora ainda nao tenha demonstrado mais que isso, o filme encaminha-se para o seu estilo, da alguns pontos no balanço com Tomei mas pouco mais num filme que tambem nao e palco para interpretaçoes de primeira linha.


O melhor - Londres e um bom cenario para filmes romanticos.

O pior - Fica a ideia que o filme passa ao lados dos objetivos minimos


Avaliaçãio - D+



Saturday, February 17, 2024

Perfect Days

 Quando se fala em Wim Wenders fica sempre a ideia de um paralelismo constante entre o cinema e a musica, mas talvez sempre a sensação que a carreira que ele desenvolveu foi sempre algo distante daquela que se vaticionou quando ele surgiu como um marco do cinema europeu. Depois de anos em que quase não se ouviu falar dele regressou no festival de Cannes numa produçao japonesa, que acabou por funcionar no festival e obter o reconhecimento que lhe faltava faz anos, conseguindo inclusivamente a nomeaçao para o oscar de melhor filme estrangeiro. Comercialmente este tipo de filmes tem sempre objetivos curtos, embora em termos globais os resultados tenham sido competentes.

Sobre o filme podemos dizer que é um filme sobre uma personagem sem grandes dialogos que o segue ao longo dos dias, da sua rotina que parece triste mas que o torna numa pessoa feliz nas suas pequenas coisas. O filme consegue transmitir essa felicidade das pequenas coisas, ajudado pela particularidade de um Tokio organizado, e acima de tudo pelas diferentes virtudes de uma cidade que acaba por a co protagonista do filme.

Nao e um filme facil de entrar, principalmente porque o mesmo não tem uma narrativa propriamente dita, tem uma serie de acontecimentos que vao alterando a rotina da personagem, que tem as suas vivencias definidas, mas e indiscutivel que o filme consegue criar uma quimica e uma empatia por personagem tao silenciosa mas ao mesmo tempo tao empatica. E daqueles filmes que joga bem com o fator novidade cultural e acima de tudo com a forma como liga a musica e o cinema.

Nao sendo uma obra prima, ja que na maior parte do tempo efetivamente nada acontece, limitando-se a uma documentario sobre o dia de uma pessoa que limpa casa de banho em toquio, mas que aos poucos vai nos dando a personagem em pequenas vivencias. E um filme curioso mais que brilhante, mas demonstra que muitas vezes nao tem que existir muito para os projetos funcionarem.

A historia fala sobre o dia a dia rotineiro de um individuo que tem como funçao limpar as casas de banho publicas em TOkio e como o mesmo acaba por viver uma vida solitaria e silenciosa numa grande cidade sem que isso nao o iniba de ser feliz.

O argumento não e propriamente muito elaborado, temos uma premissa que o filme explora ao maximo, com detalhe, mas nao temos uma intriga propriamente efetivada. Temos uma mensagem que passa, mas em termos de filme não temos dialogos ou propriamente uma intriga que diferencie.

Na realizaçao WIm Wenders e uma figura iconica de um universo pop, que tem aqui um filme diferente, num contexto cultural estranho ao seu crescimento mas que se denota ter sido estudado para ser potenciado na ligaçao ao espetador. E um filme de um realizador particular, que neste caso acaba também por ser o veiculo de proximidade ao espetador.

No cast o filme e um monologo silencioso de Koji Yakusho um ator reconhecido no Japao que tem aqui um papel referencia para a sua carreira pela forma como as suas expressoes tão a batuta do filme, numa prestaçao bastante interessante que poderia merecer mais atençao na temporada de premios ainda para mais quando o filme e basicamente ele.


O melhor - A beleza das pequenas coisas.

O pior - Na segunda hora modifica a rotina e ai pedia-se algo mais


Avaliação - B



Friday, February 16, 2024

Players

 O dia dos namorados é sempre uma epoca onde estudios de uma forma geral e principalmente as comunidades de streaming começaram cada vez mais a lançar os seus produtos, normalmente filmes menores, comedias romanticas de desgaste rapido, como apenas para fazer check no evento. A netflix deu o protagonismo a uma das suas colaboradoras Gina Rodriguez e os seus filmes romanticos habituais. Em termos criticos a mediania habitual, sendo que comercialmente sera um filme que estara presente uma ou duas semanas no top e depois vai desaparecer sem muita gente se lembrar.

Sobre o filme podemos dizer que temos a tipica comedia romantica do amigo que afinal gosta da protagonista, mesmo ajudando-a a encaminhar para outro lado. O filme funciona em alguns momentos comicos principalmente no grupo e em secundarios, sendo totalmente previsivel no restante, no que diz respeito ao processo amoroso e como tudo acaba. Fica a ideia que atualmente Rodriguez e uma J Lo de inicio de carreira com filmes low budget.

Parece claro que investir em filmes dos dia dos namorados nao e uma opçao muito racional para um dia ou uma semana, dai que se perceba o repetir dos truques e acima de tudo da ligeireza do filme, o qual e totalmente incapaz de ir para alem de preencher este espaço, já que não tras nada de novo, para alem de uma quimica forçada mas razoavel entre o duo protagonista, e algumas piadas, adultas ou nao nos personagens secundarios.

Assim o  tipico filme do dia de são valentim, com os valores romanticos idilicos assumidos, uma produçao baixa, sem grandes estrelas, com as figuras mais conhecidas nos seus estilos tipicos numa serie de parametros proxima da populaçao americana como Nova Iorque e basebol.

A historia segue um grupo de amigos que trabalha juntos que tem uma formula de conseguir conquistar flirts amorosos rapidos com planos concebidos ao minimo detalhe, o qual se junta para um plano maior depois da mulher do grupo se apaixonar por um conhecido romancista que parece ser o sonho de qualquer mulher.

O argumento tem os tipicos cliches romanticos na base narrativa tipica da amizade que afinal e o amor. Em termos de complementos o filme tem um humor que muitas vezes é engraçado, nos elementos secundarios embora inconsequente, e um filme previsivel que nao consegue ir alem do seu objetivo unico.

Na realizaçao do projeto temos uma desconhecia Trish Sie que tem aqui uma aposta da Netflix depois de ter sido tarefeira em filmes de estudio em desgaste supremo. Sabe aproveitar Nova Iorque e pouco mais num tipico filme que nada coloca sobre os ombros da sua realizadora que apenas deve deixar o sentimento fluir.

No cast Rodriguez conquistou um espaço proprio em Hollywood muito neste tipo de comedia simples, que e o seu genero, tendo aqui a seu lado um conjunto de atores a procura de espaço, mas que vai resistindo em filmes simples como estes enquanto aguardam oportunidades mais fortes.


O melhor - Os irmãos secundarios no seu efeito humoristico

O pior - Os cliches estão todos presentes na mesma linha


Avaliação - C



Thursday, February 15, 2024

Anyone But You

 É comum na época de Natal existirem alguns filmes, com objetivos meramente comerciais de forma a preencher o espaço nas salas de cinema no período de ferias grandes. Um desses projetos foi esta comédia romântica com uma dupla de protagonistas do momento, com um realizador típico deste tipo de projetos. Criticamente a mediania esperada acabou por ser o prato do dia e comercialmente o filme beneficiou de ser um filme mais ligeiro numa época de filmes mais densos, o que acabou por lhe dar competente resultado.

Sobre o filme temos a típica comedia romântica do odio ao amor que já vimos dezenas de vezes nos mais diversos contextos. Aqui temos a mudança para o estilo cultural australiano, dois atores próximos do publico mais jovem, alguma sexualidade para resultar no típico produto comercial, que acaba por ficar muito aquem do que ja vimos com a mesma historia, com outra produção e principalmente com mais química entre os interpretes.


O filme tenta sempre ter mais graça do que realmente tem quer no lado sexualizado, quer no lado dos animais, quer nos momentos em que tenta ir buscar os veteranos para momentos de humor para os quais estes nunca realmente estiveram vocacionados. Por tudo isto surge como principalmente ingrediente alguns momentos cliché de comedias românticas e principalmente o espaço físico de Sydney que normalmente não conhecemos.

Assim um filme simples para ocupar espaço, com todos os ingredientes já utilizados em estilos semelhantes, com um casal ok em termos de química mas longe do que de melhor já vimos, mas acima de tudo um filme que procura tornar leve o que nem sempre acaba por ser engraçado, mas com um propósito claro que era ocupar o espaço do cinema simples que acaba por fazer.

A historia segue um casal de pessoas solteiras com dificuldade em assumir uma relação séria, os quais depois de uma noite juntos acabam por começar a odiar-se numa serie de mal entendidos que vai ficar ainda pior quando ambos embarcam para a Australia de forma a participarem num casamento de pessoas proximas de ambos.

O argumento segue a serie de cliches que ao longo do tempo foi sendo criada em comedias romanticas do odio ao amor. As piadas são as de sempre, algumas das quais pouco conseguidas, num filme que ja vimos, e melhor em tudo do que este que acaba por ter os cliches das comedias atuais e pouco mais.

Will Gluck foi um realizador que surpreendeu no seu Easy A, que foi ganhando uma fama de estúdio, a qual foi posteriormente perdendo principalmente depois do falhanço total que foi o filme Annie. Aqui tenta recuperar o tempo perdido, mas parece ir ter a casa de partida, muito longe do conceito que ja tinha atingido.

O filme foi buscar dois atores da moda para este filme que nada exige dos mesmos para alem da sua presença. O filme é apenas isso para eles Sweeney e a adolescente irreverente do momento, que não nos parece potenciada para este registo, Powell ainda é pouco mais do que um Ken, e o filme não altera nenhum destes conceitos de ambos.


O melhor - Não tenta ser mais do que uma simples comedia romantica.

O pior - Ja vimos o mesmo corpo com muito mais graça


Avaliação - C-



Tuesday, February 13, 2024

Radical

 Num pais cada vez mais forte no mercado global do cinema, as escolhas do Mexico para o oscar de melhor filme internacional tornou-se cada vez mais uma competiçao forte, sendo que este drama que acabou por vencer o premio do publico do carismatico festival de Sundance acabou por ficar num segundo plano, numa escolha que acabou por nao ser feliz e deixar o mexico sem a esperada nomeaçao. Criticamente este radical foi bem recebido sendo que comercialmente a proximidade do publico conduziu a uma forte distribuição nos EUA que conduziram a uma boa performance comercial.

Sobre o filme podemos dizer que temos um drama emotivo ao maximo, sobre a adversidade de ser professor num contexto social marcado pela pobreza e criminalidade e acima de tudo a empatia criada entre os alunos e um professor com metologia diferente. O filme tem valores e é impactante emocionalmente embora muitas vezes vista a pele de telenovela sul americana na exploração basica de sensações.

A historia ao ser real é motivante o filme sabe disso, principalmente na historia da jovem Paloma que se tornou um coqueluche mexicana, de resto nota-se a preocupação do impacto total da historia, mas isso não retira a força emotiva da historia que esta a ser contada, que fica associada a empatia de Deberez tem criado com os espetadores depois de anos de comedia, e que encaixam na mensagem que o filme quer transmitir.

Por tudo isto temos um filme familiar, um daqueles filmes sobre acontecimentos reais que mais do que uma abordagem diferenciada querem intensificar a mensagem subjacente e os feitos envolvidos como se uma novela se tratasse. A boa caracterizaçao social e de pobreza ajuda no impacto inegavel que o filme tem junto dos espetadores, embora como objeto artistico seja um filme de processos simples.

A historia fala de uma turma numa escola basica mexicana com muitos problemas sociais, que com a chegada de um novo professor com metodos diferenciados acaba por cativar os alunos parta sonhar mais que o contexto onde estão envolvidos.

O argumento tras uma historia real de impacto, tratado como se uma telenovela se tratasse de forma a intensificar tudo que o filme tras, mas parece claro que o contexto ficional do filme e trabalhado para isso com parametros normais, mais com o coraçao do que com a cabeça.

Na realizaçao do projeto temos Zalla, um experiente realizador mexicano que em Hollywood tem estado mais associado a televisão do que propriamente a obras proprias. Aqui tem uma realizaçao simples, com pouca abordagem de autor, intensificando as emoçoes que acaba por ser a escolha obvia em termos do filme que quer contar.

Na  interpretação Deberez e uma das maiores figuras do cinema mexicano e um impulsionado do sucesso dos filmes feitos de raiz naqueles paises para a sua expansão fora. Aqui a empatia e a emoçao que sempre transmite nos seus filmes com um lado menos comico mas que passa para o espetador.


O melhor - As emoçoes que o filme dá

O pior - ALgo telenovela nos processos simples


Avaliação - B-



Sunday, February 11, 2024

American Fiction

 Desde o momento em que foi exibido em festivais que a comunidade do cinema teve a certeza que este irreverente filme seria um dos filmes a concorrer na cerimonia dos Oscars quer pela abordagem diferenciada, quer pela tematica e o que é certo é que mesmo não sendo um dos favoritos teve sempre presente e conseguiu chegar ao fim e conseguir nomeaçoes muito importantes embora a possibilidade de vitoria seja curta. Comercialmente um filme sem grandes figuras de referencia acabou por ter um trajeto natural se calhar nao o suficiente para o impulso que outra receita comercial poderia lhe ter dado em termos de visibilidade.

Sobre o filme pois bem temos o tipico filme afro americano sempre presente nestes momentos que não o quer ser. O filme e sobre isso, sobre os esteriotipos do sucesso de filmes sobre a comunidade e acima de tudo a forma como os brancos o vem. O filme adota um estilo irreverente com um nivel de satira inteligente como a pouco nao viamos, com a força de interpretaçoes e argumento de primeira linha, que faz deste um dos filmes mais inteligentes e brilhantemente escritos do ano.

O filme e uma comedia satirica dos nossos tempos, com o lado engraçado de parodiar com uma serie de referencias da cultura afro americana e da forma como repetidante acabam por lançar os seus temas, mas o que melhor funciona no filme é a forma como o filme lida com diversos pontos artisticos que vai desde a escrita ao cinema, numa das melhores comedias dos ultimos anos.

Ou seja um objeto diferenciado, sustentado no argumento original, fielmente trabalhado no detalhe, alicercado em prestações impressionantes dos seus interpretes e uma auto critica que por vezes e dificil de fazer. Nao e o filme mais luminoso do ano, mas e certamente um dos mais competentes, podera sair de mãos a abanar nos oscares, e natural que saia, mas o premio da nomeaçao ja e o reconhecimento de uma obra diferenciada.

A historia segue um conhecido escritos que farto do cliche dos escritores de sucesso que dedicam ao drama dos afro americanos acaba por no meio de muitos problemas familiares escrever sobre pseudonimo uma satira a tudo isso que se torna um sucesso pelos motivos contrarios ao que escreveu.

E no argumento que o filme tem a alma e a sua diferencição a qual começa numa base original, diferente com o nivel satirico no maximo mas que é potenciada num detalhe interessante com situaçoes insolitas e muito bem escritas comicamente e na sua componente satirica, com a cereja no topo do bolo com o seu extraordinario final.

Na realizaçao o filme marca a estreia na realização de Cord Jeffersson depois de anos a escrever principalmente para televisão, e o resultado não podia ser melhor. O filme tem uma estetica naturalista que vive do argumento deixando os outros elementos brilhantes, e quando isso acontece e um sinal de sabedoria em face de tanta qualidade nesses elementos.

No cast o filme é brilhantemente desempenhado pelo sempre competente Wright que da ao personagem os diferentes momentos com a qualidade que sempre nos habituou, numa das suas melhores interpretaçoes. Pode não ser um fogo de vista mas a competencia justificou o reconhecimento. Sterling K Brown tambem foi reconhecido mas aqui mais pela diferença da sua interpretaçao comparado com a carreira do que pela dificuldade do papel.

O melhor - O argumento


O pior - Visualmente poderia ter sido mais arrojado


Avaliação - B+



Saturday, February 10, 2024

Orion and the Dark

 Se existe genero que ao longo do tempo a Netflix tem tido algum sucesso são nas suas apostas menos comerciais no mundo da animaçao, embora a sua apresentação para este inicio de ano seja uma produçao da Netflix escrita por CHarlie Kaufman sobre a infancia e os medos. O filme que estreou num mês algo atipico conseguiu chamar a si boas criticas, que fazem pensar se não seria uma melhor aposta entrar ainda na luta pelos premios. Comercialmente a Netflix tem sempre os seus bons momentos em termos de resultados mas não e propriamente um filme para uma explosão comercial.

Sobre o filme em si, quem conhece bem o cinema de Kaufman pode ficar surpreendido com o facto dele tentar fazer um filme para crianças, e o certo é que os truques metaforicos do filme acabam por ser algo complicados para o filme, este começa bem apresentando de uma forma muito detalhada a ansiedade infantil, mas a forma como o filme se desenvolve acaba por nem sempre ser impactante e um pouco confusa, numa especie de Inside Out com menos qualidade.

Claro que o filme depois tem truques que acaba por ser toques de diferenciação onde surpreende o espetador como o lado geracional, mas acima de tudo na forma como consegue dar alguns toques de filosofia da existência e da prespetiva. O problema do filme acaba por ser a sua concretização e narrativa central onde parece ser algo confusa onde quer chegar.

Fica assim um filme com algum simbolismo, arriscado e em alguns momentos originais, mas que se confunde a si proprio em algumas eloquencias. No cinema de animaçao de base e que quer ter os mais pequenos como publico necessita-se mais simplicidade ou alguns procedimentos que acabem por fazer dos filmes mais diretos na mensagem que passe para mais que bons momentos tudo se torne num bom filme.

A historia segue Orion um pequeno com medo de quase tudo que de repente tem encontro com um dos seus maiores medo o escuro que o leva numa viagem por todos os poderes da escuridão de forma a alterar prespetiva, em algo trangeracional.

O argumento do filme parte de um pressuposto interessante, utiliza muitas vezes bem a originalidade das abordagerns de Kaufman mas torna-se muito confuso e isso tira algum do impacto da mensagem. Fica a sensação que por vezes processos e uma linearidade narrativa poderia nao impressionar tanto mas poderia ser mais funcional.

No cast a realizaçao foi entregue a um colaborador habitual em filmes de animaçao de grande estudio que tem aqui a sua estreia. O filme nao e propriamente muito trabalhado ou esteticamente diferenciado, acabando por ser um normal filme de estudio que não perde por este lado, mas não é um apontamento, salvo alguns pontos iniciais, que o difefrencie.

No cast de vozes as principais foram entregues a Tremblay dedicado nos utlimos tempos com o seu crescimento a este tipo de tarefa, mas acaba por ser Walter House o que melhor encaixa na personagem do escuro, pela particularidade da sua voz.


O melhor - O lado de geração para geração

O pior - O filme perde-se e torna-se confuso no seu desenvolvimento


Avaliação - C+



Next Goal Wins

 Taika Waititi nos ultimos anos ganhou um reconhecimento geral em Hollywood principalmente depois do humor que implementou nos ultimos filmes de THor mas principalmente pela dinamica critica que acabou por obter no momento em que foi presença nos premios com o seu original Jojo Rabbit. Este ano marcava o seu regresso fora do universo Marvel para contar uma historia insolita no mundo do futebol do pacifico. Lançado na temporada de premios e em alguns festivais o filme tropeçou por completo na critica com avaliações negativas que o colocaram imeditamente fora de qualquer corrida. Comercialmente um filme sobre futebol na Samoa Americana dificilmente conseguiria ser um sucesso e foi o caso.

Sobre o filme podemos dizer que a irreverência de Waititi esta presente em alguns momentos muito isolados de alguns dialogos e sempre na vertente humoristica e disparatada. Como o filme parece-nos claro que alguem que ganhou um conceito como o realizador da Nova Zelandia tem de trazer mais do que uma comedia desportiva de domingo a tarde, e que acima de tudo altera quase todos os pontos factuais para alem do resultado para ter mais impacto acabando por nao ser um filme realista nem um filme com qualidade como obra de ficção.

O filme esforça-se, principalmente na construçao da personagem de Fassbender, que contudo o filme parece querer remeter para segundo plano para dar um espelho da comunidade sempre sob o ponto de vista humoristico, ficando muitas vezes a ideia de que o filme quer ser mais um roast sobre um filme de exito desportivo que acaba por ser do que propriamente a merecida homenagem ao feito que o filme tras.

POr tudo o que estava envolvido este é sem sombra de duvida uma das grandes desilusões do ano a todo o nivel, porque os envolvidos prometiam um filme original, irreverente e forte e temos uma comedia disparatada, maioritariamente mal articulada sobre um feito interessante mas pouco mais, principalmente porque o filme tenta na adulteração dos factos ir a pontos que a realidade não necessitava de ir.

A historia segue a pior equipa de futebol do mundo, que depois da maior humilhação da historia do futebol, e prestes a acabar, acaba por contratar um treinador falhado a todos os niveis que acaba por tentar reverter o carater fatalista do destino daquela equipa.

Em termos de argumento fica a ideia que o filme quer ser uma comedia familiar disparatada e pouco mais. Eu confesso que quando a realidade de um filme sobre eventos reais é tão alterada para efeitos dramaticos como este é quase uma falta de respeito para os obreiros do feito.

Na realização Waititi e um dos nomes mais mediaticos do momento, embora para todos os efeitos apenas Jojo Rabit acabou por ter o louvor critico sendo o resto apenas a sua irreverencia que novamente esta presente neste filme, embora me pareça um filme demasiado pequeno e muitas vezes absurdo para a sua carreira atual.

Fassbender tenta resgatar o filme, numa interpretaçao intensa de um otimo ator que por acaso tropeça na quantidade de erros que o filme se torna e com isso fica algo escondido uma interpretaçao que merecia mais atençao. Ele domina o filme e pouco mais existe em termos interpretativos do que ele para alem dos maneirismos culturais de tudo o resto.


O melhor  - Fassbender

O pior - A forma como um candidato aos oscares se torna numa mediocre comedia familiar


Avaliação - C-



Thursday, February 08, 2024

Ferrari

 Apontado desde a sua produção como um claro candidato a epoca de premios, este filme que marcava o regresso de Michael Man aos filmes epicos. Este filme que teve uma produção longa e com muitas alterações saiu finalmente no festival de Veneza e o resultado, apesar de positivo foi logo notorio que nao conseguiria estar nas listas de melhor filme do ano, sendo sempre um filme melhor desenhado do que concretizado. Comercialmente o filme foi um desastre longe de se aproximar do seu orçamento demonstrando bem as dificuldades atuais de Mann em ser uma figura de referencia comercial.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo vai de encontro ao que o seu realizador tem sido nos ultimos anos, ou seja um realizador pausado de momentos, que não consegue equlibrar o seu filme ao longo da sua duração com ritmos algo pausados, mas que depois tem a competencia para surpreender em pequenos aspetos como o acidente central do filme ou a forma como a propria personagem central vai crescendo ao longo do filme.

Fica a ideia que o filme consegue em pontos muito concretos ser muito interessante como as personagens centrais e alguns dialogos e forma de convivencia entre eles, mas que depois o filme se esconde numa serie de momentos que tem algum primor tecnico mas que acaba por adormecer  o ritmo do filme e da intriga que se perde num exagero de personagens que acabam muitas delas por nao ter o seu momento.

Por tudo isto fica um sentimento agridoce no filme, se reconhecemos as interpretaçoes ou mesmo a construçao das personagens, fica a ideia que o filme é algo difuso para onde quer ir, nao conseguindo pegar na intriga com a profundidade necessária a ter o impacto que se esperava de um filme desta dimensão, o qual consegue ter bons momentos de cinema num argumento nem sempre a acompanhar os elementos do filme.

A historia segue uma fase da vida de Enzo Ferrari na sua luta por dominar corridas contra a Mesaratti enquanto enfrenta os fantasmas da suas relações no crescimento de um imperio marcado pelo passado de luta e muitas perdas pelo caminho.

O argumento do filme parece de tudo o que me parece menos trabalhado no filme, principalmente no potenciar da intriga que o filme quer nos dar. A nivel de dialogos e personagens o filme tem um nivel elevado mas parecem deambular numa historia que demonstra algum receio de ser contada.

Michael Mann e um realizador historico numa fase elevada da carreira que tenta encontrar o ultimo grito, depois de um filme anterior algo apagado e muitos anos parado, o realizador consegue ter bons momentos mas não usa o potencial num argumento que nao acaompanha os seus atributos.

Em termos de cast o filme tem bons apontamentos Driver e um competente Enzo, dando-lhe o lado dual que o filme quer, e é dominado quase sempre por uma Cruz que é o coração do filme e que merecia mais atençao na temporada de premios.

O melhor - Alguns apontamentos de realização de primeira linha

O pior - O argumento e a intriga não agarram o espetador


Avaliação - B-



Tuesday, February 06, 2024

Aquaman and Lost Kingdom

O Cinematic World da DC, tenta nos ultimos anos impulsionar um registo que ficou sempre como parente pobre do que a sua rival Marvel fez no cinema, com algumas exceções de filmes que conseguiram chamar a si boas valorizações criticas como Wonder Woman e o primeiro Aquaman. Alguns anos depois e tendo em vista que foram ja diversos os registos de introduçao de novas personagens sem sucesso voltou a um dos franchsings que lhe deu sucesso com a mesma base, mas com resultados distintos. Desde logo do ponto de vista critico onde as boas avaliações do primeiro filme foram alteradas por registos mediocres que não deram a impulsão necessária ao filme. Comercialmente, num quase concerto a solo na epoca de natal a Warner e DC tiveram resuldados razoaveis sem serem brilhantes mas que quase com toda a garantia ira conduzir a um novo capitulo. 

Sobre o filme podemos dizer que temos o tipico segundo filme de uma sequela, já pouco existe para explicar então o filme limita-se a lançar um vilão, que por acaso ja entrava no primeiro filme, e dar-lhe mecanismos para ser mais forte, e depois temos quase duas horas de CGI ao maximo com sequencias de ação interminaveis que espremido quase nada trazem em termos de historia, narrativa e guião. O que não funcionou no primeiro filme, volta a não funcionar, o humor e o lado mais terreo da personagem central, que melhor funcionaram no primeiro filme ficam reduzidas a duas ou três sequencias que acabam por se esvaziar a si próprios.

 A intriga também fica muito aquem do esperado, um dos pontos que vai alimentando filme apos filme este tipo de historias, são a introdução de novas personagens por atores mais ou menos conceituados que acabem por dar nova luz, ou mesmo novos estilos que o filme nunca consegue repetindo as personagens, dando roupagens novas que apenas usam o CGI em excesso, erro cada vez mais irritante em todos os filmes de grande estudio que vamos vendo ser lançados com o impacto que acaba por nunca ser o esperado. Este tipo de registo associado a um filme que não trás nada de completamente novo, acaba por se tornar o filme num acesso a dinheiro mas que nada tras de novo ao DCU. 

Assim para os fas de Momoa e deste estilo de Aquaman temos um filme convencional, que consegue ser menos rebelde e menos original do que o primeiro filme, resgatado muitas vezes por escolhas musicais que tentam dar alento a um filme que fica sempre demasiado solto ou mesmo demasiado ambiguo nos seus pontos fulcrais, sendo um episodio longo de uma serie de segunda linha onde o abuso de CGI torna-se na maior parte do tempo mais irritante do que funcional, num filme que pede cada vez mais espaço e que não consegue introduzir elementos que o torne mais impactante. 

A historia segue Aquaman que agora tem de partilhar tempo na sua terra natal como pai de familia, e como rei da Atlantida até que um vilão com uma arma unica e poderes ocultos coloca em causa a segurança dos seus, tendo de se aliar ao seu temivel irmão para tentar por cobro aos intuitos de tao malefica personagem e colocar a salvo os seus. 

O grande problema do filme começa desde logo na falta de elementos diferenciadores da historia. As personagens são as mesmas ainda que em posiçoes ligeiramente diferentes, todas tem mais poderes, mas a historia do mau com poder que quer por termo a tudo ja e mais gasta do que qualquer outra em Hollywood e o filme abraça-a como unica opção. Mesmo em termos de humor ja vimos nesta saga muito mais risco e presença.

 Na realização Wan volta a abraçar a realização do filme num exagero de CGI, um realizador que sempre foi pioneiro no terror que criou autenticos filmes de referencia no genero, sente-se perdido neste registo que efetivamente nada trouxe de assinalavel para a sua carreira, onde o terror e os seus mundos parecem a luva, e este uma tarefa que se limita a cumprir. 

No cast a escolha de Momoa como aquaman é acertada pela irreverencia e o lado humoristico que entrega a personagem, mas o filme isola-se nele, Wilson e Kidman são elementos decorativos e a escolha de Mateen II nunca usa as suas interpretações faciais para grandes elementos porque a mascara que funciona esteticamente limita toda a sua prestação. Falta novas personagens e novas presenças. 

O Melhor - Momoa

O pior - A forma como filme tem duas horas de CGI vazio

Avaliação - D+


Monday, February 05, 2024

Io Capitano

 Numa altura em que o cinema europeu ganha cada vez mais preponderância, com muito patrocínio das aplicações, um dos realizadores mais conceituados do cinema italiano Matteo Garrone, conhecido pela dedicação a filmes sobre a Gomorra, teve agora um novo projeto sobre a crise de migrantes. Este filme realista conquistou a critica, com avaliações muito positivas, sendo que comercialmente o filme acabou por ficar um pouco aquém do esperado.

Sobre o filme quem conhece Garrone sabe o realismo e o lado mais duro que as suas causas têm. Aqui temos esse realismo, com o lado mais duro e emotivo da historia que tenta contar, com os exageros ou o realismo de uma realidade bem presente nos migrantes que chegam do mediterrâneo, num filme sobre resiliência e mais que tudo sobre a condição humana, que acaba por se desenvolver num ritmo continuo, com dificuldades a cada minuto que cumpre bem os propósitos que se coloca.

E obvio que é um filme muito mais impressionante pelo que conta do que propriamente um filme com um argumento e um dialogo de retorica que o diferencie. E um filme que nos da uma realidade que não queremos conhecer mas que o faz da forma mais simples e mais crua que consegue. E daqueles filmes que é um testemunho politico mas todos sabemos que é ai que na maior parte do tempo o cinema europeu cresce.

Assim temos um competente filme que quer demonstrar sem filtros a dificuldades dos migrantes africanos em busca do sonho europeu e as suas nuances. O filme é duro, realista, talvez algo exagerado em alguns momentos, aborda uma mafia bem diferente mas que no final fica a clara sensação que temos um filme que cumpre e que coloca a fasquia bem alta pela competência que imprime aos seus momentos.

A historia segue dois primos, jovens do senegal que tem como objetivo chegar à europa que iniciam uma ode por africa com muitos atropelos a dignidade humana e a grupos terroristas, que levam aos limites da capacidade humana e do sofrimento de ambos.

O argumento toca num dos maiores problemas que neste momento existe na europa, com a crise de emigração através de barcos duvidosos vindo no norte de africa. O filme vai para alem desse momento num processo complexo de estruturas criminais que levam todo o processo, num road trip infernal em busca de um sonho, que o filme trata com realismo.

Garrone e um dos realizadores mais conhecidos e determinados de italia, marcando os seus filmes pela crueldade dos momentos e novamente aqui consegue esse impacto ao longo das duas horas de duração. Pode tudo parecer demasiado, mas o impacto que ele quer ter com o que transmite acaba por ser bem detalhado no filme.

No cast a interpretaçao e entregue a dois jovens desconhecidos que dão o corpo e espelham toda a resiliência e luta que o filme quer dar aos seus personagens. Fica a clara ideia que preenchem o lado emocional e de luta que o filme quer, com a sensação de quase documentario que o filme quer.


O melhor - A brutalidade da realidade.

O pior - Pode ser algo exagerado.


Avaliação - B



Sunday, February 04, 2024

Poor Things

 Apõs a sua apresentação no festival de veneza, este festival de excentricidades do conceituado realizador Yorgos Lathimos, chamou todos os holofotes para si ganhando o festival e ficando logo na pole position dos oscares, mesmo perante um filme controverso, rebelde e polemico, que aguentou a corrida aos oscares onde esta bem representado nas nomeaçoes, fruto de uma excelente receção critica, uma das melhores do ano. Comercialmente não estamos perante um filme para todos, mas principalmente em Worldwide o resultado e mais que suficiente para sustentar a presença nos premios.

Sobre o filme podemos dizer que tecnicamente e um filme muito bem feito, a forma como os cenarios são idealizados e pintados a mão a forma como as imagens foram filmadas pelo estilo proprio do realizador que nos dá um dos filmes artisticamente mais bem pensados dos ultimos tempos, que nos leva numa viagem pela estetica como Lathimos tao bem sempre soube fazer.

O problema do filme é o que transmite, esta especie de Frankstein sexual acaba por ser na sua primeira fase excentrico mas bem humorado, depois torna-se apenas estranho e no final deixa-se adormecer. A ideia e brilhante e tinha tanto palco para abordar que o exgero do crescimento apenas sexual da personagem se torna demasiado redutor para uma ideia e um contexto onde parece claramente que o filme tinha todos os ingredientes para ser uma obra prima, que na minha opinião nunca consegue ser ja que sinto sempre que transmite pouco.

Por tudo isto resulta um filme esteticamente e em termos produtivos do nivel mais elevado que Hollywood pode dar, intrepertado com um elenco de luxo, um argumento que na primeira parte parece acompanhar todos estes pontos que se perde no final, quer em termos de ritmo quer em termos de moratoria, num cinema que se pede que transmita bem mais em mensagem do que este consegue fazer.

A historia fala de Bella uma contruçao de um estranho cirurgião criado pelo corpo de uma suicida com o cerebero de um bebe que ela esperava, que rapidamente começa a conhecer o mundo com a mente de uma criança no corpo de uma adulta e todas as suas aprendizagens.

O argumento de Mcnmara é arrojado na ideia e funcional na maior parte do tempo. Parece-me que na fase final o filme perde um pouco o norte, e no que diz respeito ao mar de possibilidades que aborda e monocordico no exagero do tom sexual quando o mesmo, apesar de importante poderia ser mais um entre outros mundos de descoberta da personagem.

Lathimos tornou-se nos ultimos anos um dos realizadores mais diferenciados e adorados de Hollywood pelo risco, pela abordagem unica estetica que apresenta nos filmes que o tem conduzido ao seu  proprio espaço, que tem em Poor THings o seu trabalho mais diferenciado nas suas componentes.

No cast Emma Stone tem um papel digno de oscar e é provavel que o obtenha facilmente este ano nesta construçao arriscada mas que entrega e constroi a sua medida fruto dos seus recursos bem conhecidos de todos. Ao seu lado RUffallo brilha com o seu estilo descontraido que encaixa perfeitamente no registo que o filme quer ter e Dafoe e sempre sinonimo de consistentia e visua.

O melhor - O lado artistico com todas as imagens sao captadas

O pior - O filme perder a mensagem no segundo segmento, ou pelo menos a dilui.


Avaliação - B-



Saturday, February 03, 2024

Fineskind

 Numa altura em que cada vez é maior o dominio das aplicações de streaming já está mais ou menos definido as divisões, tendo a Paramount+ ficado com um lugar de menos destaque, pese embora tenha lançado alguns projetos originais, diretamente para a aplicação, mas os quais não tem tido o mediatismo esperado, tornando a aplicação um serviço de segundo plano. Neste temporada de premios este drama policial foi a aposta mas o resultado foi totalmente ao lado, desde logo criticamente, com avaliuações negativas em festivias pre awards season que acabaram por colocar o filme numa indiferença total.

Sobre o filme temos um filme cinzento a todos os niveis, as ligações entre as personagens são maioritariamente simples e familiares e o filme tenta ai criar o alicerces para um filme de pesca, de organizações de droga e de relaçoes que fica sempre em lume brando ao longo das mais de duas horas de duração onde ficamos sempre a espera de um plano diferenciado que apenas chega no final com a personagem de Tommy Lee Jones, tudo o resto e um marasmo a procura de ideias.

Fica a ideia que escolher um bom cast, que o filme consegue pode aguentar uma previsivel historia em todos os seus pontos, o que nunca consegue principalmente porque todas as escolhas e decisoes dos personagens sao totalmente previsiveis mas mais que isso porque o filme esteticamente e em detalhes nunca consegue tirar coelhos da cartola e tudo fica demasiado cinzento.

Ou seja um filme convencional com muito pouco, ou mesmo nada de destaque, que tenta procurar nos seus interpretes a fuga, mas o resgate numa surge, acabando por ser um monocordico e previsivel filme que ninguem consegue diferenciar, e que rapidamente toda a gente vai esquecer. Se a aplicação quer ganhar mais mediatismo tem de ter apostas mais fortes.

A historia fala de uma familia de pescadores, alguns deles desligados que acabam por se cruzar nos planos de uma organização criminosa relativa ao trafico maritico de droga que conduz o grupo a um tunel sem fim.

O argumento do filme é o parente pobre, principalmente porque é previsivel, porque a intriga e mais do mesmo e nunca consegue mesmo no detalhe tirar apontamentos que o diferenciem, fica a ideia que ao longo do filme o espetador tem facilidade total em descobrir o que vem a seguir.

Na realizaçao Helgeland ja e um veterano que teve uma carreira de altos e baixos, contrapondo desilusões epicas com momentos em que todos pensaram que se ia regenerar. Nao e por ele que o filme acaba por ter dificuldades, mas tambem não e o elemento que resgata o filme da mediocridade.

No cast um otimo elenco, Foster e sinonimo de intensidade e qualidade, mas a sua perosnagem acaba por ser demasiado adoermecia. Tenta encontrar o atual star value de Ortega mas a mesma sente-se algo perdida no registo dramatico e Lee Jones esta numa fase de vida em que consegue ter apenas momentos, que o filme acaba por lhe proporcionar.


O melhor - O epilego da personagem mais velha

O pior - O cinzento total do filme


Avaliação - C-



Thursday, February 01, 2024

Killers of the Flower Moon

 Martin Scorsese decidiu finalmente juntar os dois seus atores preferidos, os quais tinham interagido no filme que lançou Leonardo Di Caprio no cinema e neste reencontro. Este filme que conduziu ao reencontro do realizador com as boas criticas, algo que tem sido sempre muito comum ao longo da sua carreira, que parece sempre bater na barra do oscar, tudo parece que se vai repetir neste filme, não obstante do louvor critico. Em termos comerciais as tres horas e meia de duração, assinatura cada vez mais comum do realizador não impediu um excelente resultado comercial do filme, mesmo com o pre anuncio de disponibilidade quase imediata na aplicação da Apple.

Sobre o filme o que podemos começar por dizer é que Scorsese e o melhor realizador a abordar a dinamica das organizações criminosas estruturadas em que contexto for. O lado mais interessante do filme é promenor do estudo por cultura nativa americana, fora do lado primario como que rapidamente a pensamos. O filme nisso é promenorizado, tem uma intriga bem criada, mas nem sempre equilibrada ao longo dos seus momentos, principalmente porque existe crimes muito mais bem trabalhado do que outros e a duração do filme faz sentir esse desiquilibrio.

Claro que ao termos um realizador a este nivel, acompanhado com uma dupla de atores ao seu melhor nivel, faz com que tudo só pudesse ser bom, mas numa é extraordinario. Desde logo porque a intriga acaba por ser demasiado denunciado, rapidamente percebemos o filme e onde o mesmo vai parar, mesmo pensando que temos tres horas pela frente, de um cinema bem feito, mas longe de ser propriamente surpreendente. Todos sabemos das qualidades de De Niro e Di Caprio no lado mais explosivo de cada um ao qual se auxilia uma eficaz Gladstone, que nos conduz para os promenores culturais que vao preenchendo o filme, mas que a grosso modo acaba por ser previsivel no decurso da narrariva.

Por tudo isto Killers of The Flower Moon é competente mas não é brilhante, o aspeto do desenvolvimento da investigação é atalhado, o que num filme com esta duração e completamente incompreensível. Fica a sensação  que os apontamentos de libertação do realizador só surgem no docinho final, que acaba por ser o unico apontamento de obra prima, num filme que prometia mais, é eficiente mas nunca é brilhante.

O filme fala de um ex combatente que regressa a seu lar, uma cidade dominada pelo poder economico fomentado pela exploração de petroleo dos nativo americanos, no qual o mesmo acaba por casar um uma das herdeiras de uma grande fortuna, iniciando um plano de uma estrutura montade de tomar a saque esse poder economico por parte dos brancos.

Em termos de argumento é um  filme detalhado, com profundidade, o que lhe permite uma duração prolongada como esta, que permite abrir personagens, avanços e recuos, e acima de tudo detalhas costumes. mas fica a ideia que nem sempre este tempo é gerido em termos de intriga no seu melhor, não sendo um filme equilibrado na qualidade de personagens e momentos.

Martin e talvez o melhor realizador vive do Hollywood, e este filme demonstra isso, a beleza das imagens a junção com os planos reais, o final, demonstra a frescura e os recursos que fizeram dele um dos realizadores mais completos que temos memoria. Nao sendo o seu melhor filme é um que demonstra bem todo o seu leque de recursos.

No cast temos De Niro e Di Caprio ao melhor nivel e isso é logo um incremento de qualidade incrivel, funcionam bem individualmente e em conjunto, colocam momentos de interpretaçao maxima em dialogos, os quais são bem acessorados pela surpreendente Gladstone, mais silenciosa, com uma boa interpretação em silencio, que surpreende por encaixar numa dupla tão conceituada.

O melhor - Alguns momentos de dialogos e o final.

O pior - Três horas e meia deveriam ter um timming de organização bem melhor


Avaliação - B