Wednesday, July 31, 2024

Despicable Me

 Existem filmes que por certos acasos rapidamente se transformam no epicentro de uma produtora que se torna gigante. Podemos dizer que isso aconteceu com a Ilumination com os seus Minions, personagens secundarias de um filme sobre vilões que tem este ano o seu quarto filme, embora os famosos Minions ja tiveram os seus filmes a solo. Este ano e com objetivos claramente comerciais, tivemos uma mediania critica que foi transversal em todas as abordagens das personagens. Comercialmente elas rendem de uma forma particular e fica ideia que mesmo no quarto episodio os Minions ainda sao resposaveis por grande parte dos quase 700 milhoes globais que o filme rendeu.

Sobre o filme podemos dizer que Despicable Me sempre se colocou num humor com poucas ambiçoes criticas, com historia simples, e repleto de curiosidades e isso acabou por marcar a carreira de toda a produtora, que segue por completo o registo dos primeiros filmes, com uma historia reduzida ao maximpo e muito espaço para as desaventuras dos Minimos, mas acima de tudo para ir buscar referencias musicais e muito do passado da saga.

Isso faz com que o filme seja demasiado obvio, demasiado de desgaste rapido, pensando acima de tudo num humor imediato para os mais pequenos e pouco mais. Isto e totalmente surpreendente principalmente tendo em conta que estamos perante um filme que vai no quarto capitulo com pouco, ou quase nada para contar.

Num estilo que muitas vezes consegue transmitir emoçoes como poucos fica sempre a sensação que esta saga e algo pobre naquilo que transmite para alem da açao do momento. Certo e que conseguiram construir umas personagens de sucesso unico que ao longo do tempo se transformaram em referencias de todos, mesmo que os filmes, e todos eles, sejam essencialmente sofriveis.

A historia segue Gru agora com o seu rival de sempre em fuga da cadeia e com um problema maior ter de proteger a sua familia criada, numa cidade de proteção onde as suas caracteristicas estão longe de todo o contexto.

O argumento do filme e basico, um humor pouco trabalhado, uma narrativa fracionada que fica a ideia que parte e colocada de lado a determinado momento do filme. Pese embora estes problemas este filme reside na capacidade humoristica dos bonecos amarelos, os quais ainda tem.

Na realizaçao a Ilumination apostou no realizador da base, que apenas falhou no terceiro episodio, num filme que em termos de produçao exige pouco, com pouca tendencia a assinatura. Procura cor e graça e isso e feito com cor e ação, mas isso e o minimo exigido.

No cast de vozes como vi a irritante versão portuguesa torna-se dificil avaliar as escolhas de base.


O melhor - Os minions

O pior - A forma como ao quarto filme sobra muito pouco sobre a personagem que da o nome ao filme.


Avaliação - C-

Bad Boys: Ride or Die

 Vinte e nove anos depois de Michael Bay ter transformado dois dos atores mais conhecidos naquele momento numa das melhores duplas policiais que existe memória, eis que surge ainda uma sequela, numa fase da vida em que estes ainda tentam à dinâmica da idade. Este novo capitulo, aparentemente o quarto teve uma receção critica mediana, como a maioria dos filmes, sendo que comercialmente num ano onde todos quase falharam, este classico policial acabou por ter resultados convincentes demonstrando que apesar da idade ainda existe curiosidade em torno destes Bad Boys.

Sobre o novo filme em termos narrativos e do estilo o filme trás pouco de novo, o envelhecimento dos seus personagens retirou-lhe a possibilidade do carisma de outros tempos, ou mesmo uma frescura para as sequencias de ação mais explosivas, embora o filme continue a tentar. Uma das assinaturas do filme, regressa mesmo sem Bay, que é a forma quase in action que a saga aposta para transmitir as imagens dos momentos de confronto, aqui realizadas de uma forma muito particular.

Fica a sensação que o filme tenta ser fiel ao estilo que os primeiros filmes tem, colocando novas personagens para algum do efeito que poderá ficar proibitivo em face da idade dos seus protagonistas, mas pouco mais. A narrativa com uma arvore geneologica quase incomrpeensivel acaba por ser demasiado rebuscada, num filme de processos simples, previsivel, e que vive de um ou outro ponto de humor.

O filme continua com a dupla de sempre, agora numa fase adiantada da vida e em luto por ter perdido o fio condutor da sua chefia. Neste filme a intriga entra dentro dos policias, e a dupla tem que tentar salvar a imagem do amigo de sempre agora associado a um esquema de corrupção com os carteis.

Em termos de argumento, na base na intriga o filme arrisca muito pouco, uma historia previsivel, igual a tantar outras, deixando a despesa no humor das personagens, onde parece que funciona sempre mais nos secundarios do que propriamente na dupla de protagonistas.

Com Bay de fora a realizaçao foi entregue a dupla que ja tinha estado no filme anterior. A assinatura das sequencias de ação e algo muito particular no filme, onde se denota a forma como todo o filme homenageia a forma unica de Bay captar estas imagens. Isso nao e propriamente o melhor curriculo mas em Bad Boys seria dificil retirar esse cunho.

No cast eu penso que Smith ainda tem algum vigor para este tipo de filme, Lawrence não, e isso faz com que tambem em termos humoristicos as coisas nao fluam tao facilmente e o filme sente isso. Normalmente este tipo de filme nao chama outras figuras de primeira linha dai que é tudo algo basico.


O melhor - A forma de filmas das sequencias de açao

O pior - A forma como a intriga e quase de um serie b de açao


Avaliação - C

Sunday, July 28, 2024

The Fall Guy

 2024 era um ano onde os principais ingredientes para a epoca de blockbusters nao era propriamente forte, com exceção de algumas sequelas. Dai que a abertura com este conceito novo aproveitando o excelente momento pos oscares dos seus protagonistas, levantou ao filme um mediatismo instantaneo, principalmente por entrar num mundo dos duplos. Criticamente o filme conseguiu boas avaliaçoes e tudo parecia apostado para este filme se tornar num sucesso instantaneo de verao e dar o arranque a essa fase, mas nada disso se materealizou desde logo nos EUA onde o resultado foi dececionante mas mesmo no resto do mundo o filme ficou muito longo do que se previu numa fase inicial.

Sobre o filme podemos dizer que o filme ser uma homenagem aos  duplos e um ponto positivo, o filme sublinha muito isso do primeiro ao ultimo minuto, no exagero mas acima de tudo em os tornar numa face visivel. O problema do filme e que para alem deste ponto pouco mais consegue ter do que um entertenimento rapido, algumas sequencias de humor e uma intriga previsivel que quer dar momentos de açao de estudio e pouco mais.

Onde o filme falha, é onde se esperava que menos falhasse em tornar o lado romantico dos seus protagonistas como claramente secundario. Fica a ideia que o filme esta a espera de ser absurdamente engraçado em alguns pontos e que com isso abandone a coesao narrativa de uma historia sofrivel, e mais que isso que o filme consiga unir diversos pontos numa obra coesa que nao consegue ser.

Por tudo isto temos um filme que cumpre a sua funçao basica de enterter no verão, que muitos vao gostar das façanhas e aquele humor despreendido de GOsling, mas efetivamente o filme tem muitos outros poucos elementos que o diferenciem. Numa altura em que o filme foi uma das grandes apostas comerciais, como filme de base deveria ter muito mais ingredientes para ser relevante nos diversos pontos.

A historia fala de um duplo de sucesso que depois de um ano é chamado novamente a ação para entrar no novo projeto da sua ex-namorada, mas que percebe ser um plano para algo bem maior.

No que diz respeito ao argumento o filme ate pode ser competente no humor e estilo utilizado, algumas sequencias neste particular funcionam. Na narrativa central, e sofrivel, tipico de um filme de açao de estudio sem grandes artefactos no lado amoroso o filme existe apenas em tempos livres e isso acaba por nao ir de encontro ao que talvez os espetadores esperassem.

Na realizaçao o projeto e assinado por Leitch um realizador de filmes de açao disruptivos que teve o ano passado em Bullet Proof um dos bons filmes do ano. Aqui temos muitos efeitos, muito exercicio de estilo mas pouco mais do que um filme de estudio que junta açao e comedia, um plano onde o realizador tem ganho dimensao.

No cast Gosling em um filme tipico para ele ja que une os seus fatores comicos com os de heroi de açao, e nisso ele funciona por que tem o carisma para liderar um projeto destes. Fica a ideia que Blunt e totalmente desaproveitada no filme, e JOhnsson e uma especie de presença imbecil que nos faz lembrar dos seus tempos de Kick Ass.


O melhor - Humoristicamente o filme funciona


O pior - Em termos romanticos o filme nao existe em nenhum momento


 Avaliação - C+

Friday, July 26, 2024

The Exorcism

 Quando este filme foi anunciado todos pensaram que seria mais um reboot da saga do exorcista com uma nova roupagem e com uma estrela de primeira linha que ainda o ano passado teve na sua lista de filmes um projeto sobre exorcismo. Pois bem o filme acaba por ser algo diferente sendo um filme de exorcismo nas gravações de um filme sobre o conhecido conceito. Este filme mesmo com esta inovação teorica acabou por ser um desastre completo, nem tanto na critica especializada onde ficou pela mediania, mas pelo publico que recusou o filme. Em termos comerciais o passa palavra e acima de tudo a publicidade negativa do filme fizeram dele um dos flops de verão.

Sobre o filme podemos dizer que o inicio com a ideia de ser um filme dentro de um filme podia dar ao filme algumas características diferenciadas que poderiam ser bem potenciadas, mas as quais acabam por sempre não resultar, desde logo porque no momento em que o filme entra no lado parnormal fica mais preocupado em fazer funcionar esteticamente um Crowe potenciado, do que propriamente uma coesão no argumento e na sua narrativa.

Fica a ideia que o filme entrado neste ponto esquece toda a base e preocupa-se essencialmente no lado estético do suspense, das imagens fortes mesmo que em termos de historia tudo deixa de fazer sentido, dos espetadores se desligarem completamente da historia e a sua conclusao acaba por ja ter pouco a ver com o que vimos. Nao tem força para se diferenciar dos filmes habituais de exorcismos mas também no registo acaba por ser um filme desligado.

Ou seja um filme com pouco ou nada de relevante, num estilo repetitivo onde mesmo a introduçao de um ou dois elementos que sejam estranhos ao estilo acaba por nao trazer significativamente nada de novo. Em termos de horror funciona um ou dois frames e de resto pouco mais, num desastre que tem sido muito comum nos ultimos projetos de Crowe.

A historia fala de um ator decadente contratado para uma nova versão do exorcista mas tudo parece correr mal no projeto, mesmo com a sua filha contratada como assistente de produção, sendo que tudo fica pior quando o mesmo começa a ser possuido por uma força demoniaca do seu passado.

O argumento tem a base tipica dos filmes de exorcismo mas depois acaba por nas explicações e nas arterias narrativas falhar porque nada e particularmente explicativo e mais que isso pouco ou nada e impactante em termos de sentido. Quando assim o e o filme acaba por se perder nas suas indefiniçoes.

Na realizaçao a escolha recaiu sobre Joshua John Miller um jovem realizador quase desconhecido, o qual tenta aqui ganhar um protagonismo particular, com um filme com demasiados cortes e um estilo de realizaçao demasiado parado. Tem algumas imagens que sao fortes mas pouco mais, num projeto que nao funciona como um todo.

No cast Crowe tem dois filmes seguidos sobre exorcismo e sobre ele proprio possuido algo que me parece bem caracterizador do estado da sua carreira longe do fulgor com que cresceu. Ele tem intensidade mas nao e nestes papeis e mesmo a solo, que consegue ir ao regresso do seu carisma


O melhor - Alguns frames visuais

O pior - A forma como o filme acaba por nao conseguir explicar o que quer ser


Avaliação - D

In a Violent Nature

 


Sundance é sempre um habitat para novos realizadores com projetos arrojados conseguirem o seu espaço e uma capacidade de expandirem os seus filmes para alem do esperado. Este ano surgiu este filme de terror, com muito sangue e violência que conseguiu chamar a atenção da critica com avaliações fortes, o que conduziu a que o filme obtivesse uma estreia com expansão Wide que lhe deu resultados de bilheteira que de outra forma seriam impossíveis.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo é de poucas palavras e muita imagem, e que o terror e o horror do filme está bem presente no lado estético e na forma como o filme explora a brutalidade dos homicídios. O filme pode parecer um pouco despido em tudo o resto, percebemos pouco da personagen, e mesmo das vítimas e um terceiro ato completamente fora do que vimos antes acaba por encaixar mal no nível de violência ao limite que o filme tem nos primeiros dois segmentos.

No que diz respeito ao resto, para quem gosta de violência, sangue e horror o filme e ótimo porque não tem filtros, mas nos dias de hoje, e numa altura em que muitos filmes de horror já exploraram tal campo, parece que este estilo de abordagem e insuficiente para alimentar um filme e neste caso sobre quase mais nada

Assim um filme de terror que tem uma abordagem diferente na forma de filme, que impressiona mais que agrada, que é cru, mas é pouco maturo ou da algo para alem desse horror. Quando o cinema chama a si este foguete, parece claro que é curto para ser um filme de impacto maior.

à historia segue um individuo que renasce apos um medalhão ter sido retirado do lugar onde aparentemente terá sido enterrado, e de forma a recuperar o que é seu decide matar de forma brutal todos os que encontra na floresta em questao~

O argumento é básico, pouco ou nada trabalhado, e acima de tudo é um filme com pouco conteúdo de diálogos e personagens. Parece encaixar mal no filme o seu final, em que tenta obter algo para alem do horror mas fica a ideia que ninguém percebe muito bem tal intenção.

Na realização Chris Nash tem o lado estético da violência muito presente na sua assinatura num realizador que já tinha tido trabalhos esporádicos no terror mas que assume como a sua praia. O horror e filmado com realismo e com impacto, mas e sempre um género onde se percebe muito pouco as valências do seu realizador.

 

No que diz respeito ao cast, podemos dizer que temos muito pouco de personagens, e dai pouco espaço para grandes interpretações de um filme com atores totalmente desconhecidos.


O melhor – O horror de algumas mortes

O pior – A forma como o filme tenta englobar um terceiro ato, fora de tom


Avaliação - C

Wednesday, July 24, 2024

My Spy : The Eternal City

 Numa altura em que o Covid estava em marcha os serviços de streaming tiveram nesse momento uma proponderância elevada que fez com que alguns filmes com bases curtas se tornassem em fenomenos comerciais, que agora, quatro anos depois começam a libertar os seus primeiros frutos em sequelas. Foi o caso da Prime com o seu My Spy a tipica comedia do agente da CIA com uma menor, que agora cresceu mas que a aplicação resolveu dar-lhe uma nova aventura, desta vez em Italia. Criticamente o filme foi um floop um pouco na onda do que já tinha sido o seu filme anterior. Do ponto de vista comercial, tudo indica que será um dos ingredientes naturais de verão, embora com um prazo de validade algo curto.

Sobre o filme podemos dizer que se trata do mesmo estilo do primeiro filme, o humor relacionado com o lado sentimental do personagem de Bautista, e acima de tudo um pretexto, ainda que mal articulado para levar as personagens para diversas cidades de italia e ali tentar fazer a ação de estudio junto dos locais mais emblematicos da cidade. O problema e que em termos humoristicos, o filme funciona mal, algo que no primeiro filme já tinha acontecido, e ainda para mais a intriga acaba por ser preenchida de uma forma algo em cima do joelho, para um filme com objetivos claramente curtos.

Fica a ideia que a Prime que tem estado algo calma no lançamento de novos projetos de base na aplicação tinha de mostrar serviço, e que acabou por o fazer da forma que normalmente mais facil é, que e uma sequela de um filme de algum sucesso. Pese embora tal iniciativa fica evidente que se trata de um filme com falta de ideias, onde a ligaçao com uma criança funciona sempre melhor do que com uma adolescente, e um despredicio de meios na ida ate italia.

Por tudo isto um tipico filme de açao de segunda linha, de uma produtora com meios, que aposta num franchsing que teve uma ideia de base que poderia ser proxima do publico mais juvenil, mas que dificilmente conseguiria ter uma continuidade efetiva. Por tudo isto sobra um filme algo longo para o estilo, mas que acaba por preencher o espaço que lhe estava destinado.

O filme fala dos personagens do primeiro filme, agora numa ligaçao familiar, ate que numa viagem de estudo da mais pequena, surge um rapto que leva a que o seu padrasto tenha de entrar novamente em ação como agendes especial.

O argumento e basico na narrativa, na intriga, muitas vezes disparatado em algumas escolhas. Do ponto de vista humoristico temos esforço mas pouca efetividade, fica a ideia que na maior parte do tempo as piadas nao se concretizam e numa comedia de açao isso provoca um dano assinalavel.

Peter Segal regressa no mesmo papel de realizador, algo que ja  tinha sido no primeiro filme um realizador que teve na explosao de Sandler os seus melhores momentos mas cuja carreira, mesmo no genero foi decaindo em protagonismo acabando em telefilmes de qualidade duvidosa ainda que com alguns meios empregues.

No cast Bautista tem a fisionomia que o filme requer para a dualidade, mas ja o vimos mais eficaz na comedia, ao seu lado a jovem Coleman parece claramente procurar um espaço como adolescente que ganhou como criança e uma Faris sempre vocacionada para o humor mais goofy mas pouco mais.


o melhor - Itália funciona sempre

o pior - O humor não e suficientemente rentável.


Avaliação - D+

Sunday, July 21, 2024

Inside Out 2

 Nove anos depois da Pixar entrar na mente das pessoas com o seu Inside Out um dos ultimos grandes classicos da produtora eis que, num momento em que a Disney passa por claras dificuldades surge a sua sequela, com novas emoçoes e uma idade bem diferente da personagem. As primeiras avaliações confirmaram que a aposta foi ganha do ponto de vista critico fazendo com a pixar regressasse ao sucesso. Do ponto de vista comercial, num ano onde as grandes apostas estavam todas a falhar a Disney lançou o seu as de trunfo e neste momento o mais serio candidato a filme mais visto do ano por pequenos e adultos.

Sobre o filme podemos dizer que o primeiro Inside Out esta longe de ser um filme de crianças, e um filme de animação que toca na mente de uma criança e este segundo filme segue a etapa evolutiva da personagem e o filme torna-se normalmente mais complicado com emoçoes mais complexas, mas que o filme sabe aproveitar e contextualizar sem exagero mas com o impacto e o realismo que cada um merece ter.

Esta capacidade merece ser louvada ainda que me pareça que o contexto que o filme usa para esta exploraçao emocional poderá ser algo menos impactante como o desporto, fica a ideia que o filme poderia ainda ter mais resultado na ansiedade do sucesso escolar, ou da relação de namoro, mas mesmo assim numa altura em que cada vez mais os mais pequenos sao levados para um contexto competitivo desportivo o filme parece ser interessante desse ponto de vista.

Sendo uma sequela e por isso nao ser surpreendente ja que muito do que ja vimos e alguns truques de luta e mesmo na conclusao ja tinhamos visto no primeiro filme, a pixar regressou a capacidade de criar um mundo de coisas com um realismo impressionante ficando mesmo a convição de ansiedade e uma das personagens mais bem montadas e com mais significado da produtora.

A historia segue Riley, ainda em San Francisco, mas numa fase diferente da vida em plena puberdade de onde surge novas emoçoes que tomam um poder maior do que propriamente as basicas com que cresceu. Tudo fica pior quando acaba por entrar num estagio de hoquei, onde tem de escolher entre as amigas de sempre que vao embora, e novas amigas.

O argumento e realista e original como so a pixar em animação consegue fazer. Claro que o trabalho do priemiro filme é uma base qualitativa quase inquebravel, mas todos os aspetos novos que o filme trás funcionam, e um bom completemento ao primeiro filme, ainda que a base pessoal da historia poderia ser mais robusta.

Na escolha para a realizaçao, a Disney escolheu Kelsey Mann, um dos melhores argumentistas da Disney que tem aqui a sua estreia num filme de primeira linha com um bom resultado. Sabe criar e concetualizar muito bem o que existe de novo e aproveita o que funcionou no primeiro filme, numa abordagem colorida e para todos.

Na escolha de vozes como vi a versão dobrada não vou opinar sobre as escolhas de base.


O melhor - O realismo das novas emoçoes

O pior - A historia de base desportiva pode ser menos intensa do que o filme a torna.


Avaliação - B

Young Woman and the Sea

 Numa altura em que o mundo se prepara para uns novos jogos olimpicos eis que a Disney e Jerry Buckheimer trazem a vida um biopic sobre um dos feitos desportivos mais fortes do seculo passado, ainda que em anos bem longinquos. Este filme que foi pensado para streaming mas que foi fazer uma estreia no cinema nada relevante ate conseguiu obter bons resultados criticos, embora comercialmente a estrategia inicial tenha sido bem melhor do que a executada.

SObre o filme o primeiro grande problema do mesmo e o momento em que foi lançado, quando ainda nem passou um ano desde a Netflix ter demonstrado o feito epico de Nyad, pode soar ao mesmo este filme porque o feito é parecido e o filme naturalmente acaba por ser um exercicio de superaçao muito semelhante, embora me pareça que principalmente na interpretaçao de base o primeiro seja claramente superior.

Este filme tem duas vantagens narrativas, desde logo o contexto pos guerra onde se trata, o que leva o filme para uma dimensão cultural e de direitos de mulheres muito mais forte. Tambem fica a ideia que o filme quer ser mais ligeiro e menos rigoroso, mas as duas horas de filme torna-se algo demais para um filme cuja hora final e extremamente repetitivo.

Mas fica o registo de um feito memoravel com um impacto no crescimento do desporto feminino, que tambem tem em se a forma como a mesma foi recebida nos EUA algo que nos dias de hoje seria muito dificil. Por tudo isto temos um filme interessante, com um registo historico interessante, mesmo que em termos de filme em si, pouco mais do que satisfaz.

A historia trás-nos o feito de Trudey Ederle e a forma como como mulher se aterveu a tentar passar o canal da mancha a nado, depois de na infancia quase ter morrido de sarampo, numa historia de superaçao e da forma como impos o desporto feminino.

No que diz respeito ao argumento nota-se algumas preocupações e alteraçoes a historia central para o filme ter mais impacto emocional e narrativo. Nao obstante destas alteraçoes os feitos mais imponentes acabam por ser bem retratados numa historia que e documentada, ainda que com principios basicos.

Na realizaçao os produtores foram ressuscitar Ronning depois de lhe terem entregue o ultimo pirata das caraibas sem grande sucesso. Aqui os procedimentos sao mais simples, um bom trabalho de contextualizaçao temporal do desporto o que nem sempre e facil em face do contexto temporal do filme, mas nas sequencias de nado poderia ter mais arte.

No cast eu confesso que Riley tinha tudo para ter uma interpretaçao fisicamente mais imponente, mas parece igual a maior parte dos seus papeis, colocando duvida sobre a sua versatilidade, num filme a solo que normalmente potencia grandes interpretaçoes esta fica bastante aquem, com maneirismos repetidos constantes.


O melhor - O feito retratado

O pior - A ultima hora algo repetitiva


Avaliação - C+

Saturday, July 20, 2024

The Watchers

 M Night Shylaman foi dos realizadores que melhor conseguiu fazer filmes que reuniam o misterior e criaturas estranhas e parece que isso foi transmitido a sua filha que tem neste filme a sua estreia mas com um estilo muito proximo do tipo de filme onde o seu pai foi mais eficaz. Neste estreia surgiu este filme que conseguiu uma distribuição interessante, pese embora do ponto de vista critico as coisas nao tenham corrido propriamente bem. Comercialmente o filme teve resultados algo rudimentares ja que nem as estrelas do filme me parecem suficientemente impactantes para melhor desempenho comercial, nem este horror terror costuma ter grandes seguidores.

Sobre o filme podemos começar por dizer que o mesmo tem uma base de horror estranha concretamente colocando peças numa floresta densa onde parece ser impossivel sair, ate que de repende e com o cair da noite surgem uns estranhos seres que colocam a sobrevivencia dos mesmos em causa.

O filme tem o misterio e o lado de suspense visual tipico de Shylaman pai, na forma como as personagens sao desenhadas, do horror, o lado musical das cenas, mas a repetiçao do estilo surge tambem no desenvolvimento e quando o filme assume o que realmente e junto do espetador. O final acaba por ser melhor do que a repetiçao e cliche constante da primeira hora de filme, com os conflitos entre humanos e a sobrevivencia a todo custo.

Watchers nao e propriamente um filme de terror, mas mais um filme de horror sobrenatural, o filme consegue ter esse impacto mais sensorial, mesmo que nao seja propriamente nada de novo nas suas escolhas e fique sempre a ideia que a hora e meio que temos das personagens dao-ns muito pouco sobre elas.

A historia fala de uma jovem marcada pelo passado, que numa viagem profissional se perde numa floresta e acaba por encontrar tres pessoas na mesma situação que lhe explicam que para sobreviver tem de se refugiar durante a noite numa cabana envidraçada.

O argumento é original na abordagem, com risco, mas a sua competencia nem sempre e a melhor desde logo porque as personagens nunca sao propriamente muito potenciadas, e a resolução das duvidas da uma volta cientifica se calhar desnecessaria.

Na realizaçao podemos dizer que a filha Shylaman tem claramente todos os maneirismos esteticos do pai e tambem todo o lado mais critico principalmente no desenlace explicativo final. POr isso pensamos que temos mais uma questao de herança do que de arte.

No cast temos uma Fanning a tentar construir uma carreira adulta que nao tem sido propriamente facil de construir e esta personagem demasiado parada nao sera certamente grande contributo. Ao seu lado o lado visual de terror de FUéré funciona sempre e aqui nao foi exceção


O melhor - Sempre o suspense intenso do filme


O pior - Observando filmes do cla percebemos rapidamente o que vai acontecer


Avaliação - C

The Boy and Heron

 O filme que trouxe a gloria antiga ao maior criador de longas metragens de animação orientais da historia, conseguiu finalmente entregar a Miyazaki o reconhecimento da academia com o oscar para melhor filme de animaçao, num filme que marca muito a sua carreira, num filme sobre perda, animais, mundo imaginario e reencontro. Este filme acabou por conquistar em longo plano a critica e os premios, sendo que comercialmente para um cinema tradicionalista oriental os resultados foram brilhantes num sucesso completo.

SObre o filme eu confesso que ao longo da carreira do autor Chihiro foi na minha opinião o seu melhor filme pois mesmo tendo em si todos os ingredientes da carreira de um autor particular conseguia ter uma mensagem intensa e o filme conseguia ter um claro fio condutor permanente, nos restantes achei sempre que o filme entra muito facil na divagação, e em metaforas extremadas que afasta por completo o filme dos mais pequenos, que ate podem gostar da estetica mas tem claramente dificuldade em chegar a essencia dos projetos.

Talvez este seja ainda o mais dificil, desde o momento em que o filme entra na torre fica a ideia que o filme abre a imaginação de tal forma difusa que se perde um pouco o norte do que o filme quer transmitir. No final o filme recompoem um pouco mas fica sempre a sensação que tudo e demasiado estranho para ser eficaz. Os faz de Miyiasaki ficaram sempre surpreendidos pelos seus mundos imaginarios, quem nao conhece nao ficara certamente a gostar por este filme.

Numa altura em que o cinema esta em tudo standartizado, este tipo de filme e uma referencia do cinema das ultimas decadas e assinatura clara. Nao me parece que fosse o melhor filme do realizador para obter a unanimidade mas muitas vezes o facto tempo acaba por ser essencial, e neste caso parece-me que o contexto temporal e bem melhor que o filme em si.

A historia fala de um jovem orfão que regressa a base da sua máe falecida depois do seu pai iniciar uma relaçáo com a sua tia, contudo com um nascimento quase a surgir de um irmáo, eis que ele embarca numa aventura numa torre secreta contra os momentos do passado dos seus antepassados.

EM termos de argumento o estilo de cinema de Miyazaki e difuso num misto de realidades que nem sempre e simples de seguir, e neste caso principalmente no lado da fantasia isso nao acontece. O filme tem os elementos tipicos do realizador, uma mensagem forte emotiva, mas parece-me que o trajeto do argumento e demasiado complicado para o resultado.

Na realização Miyazaki e um dos mitos vivos da animação com um conjunto de filmes que fazem da sua carreira iconica, pelo estilo, pelo conceito e pela arte visual unica muito presente no filme. NAo temos riscos na assinatura mas temos o seu lado estetico ao maximo.

No cast de vozes na versao original sempre a expressividade estridente niponica e sempre o melhor espelho de um filme como este.


O melhor - A fantasia sem limites

O pior - ALgo confuso demais


Avaliação - C+

Tuesday, July 16, 2024

Kingdom of Planet of the Apes

 Alguns anos depois do sucesso desta nova reedição de planeta dos macacos a qual teve por base maior a personagem de Ceasar interpretada e criada por Andy Serkis, surge a sua sequela, muitos anos depois, e numa luta constante entre espécies de macacos. Esta nova saga conseguiu conquistar a critica mais tradicional e este filme conseguiu esse objetivo com criticas interessantes. Em termos comerciais a falta de figuras de primeira linha foi substituída por efeitos técnicos de ponta. Comercialmente os resultados foram muito interessantes principalmente num ano em que as principais apostas falharam.

No que diz respeito ao filme podemos dizer que temos um filme que aposta tudo na inovação tecnológica e na inovação dos efeitos especiais dos macacos, dai que grande parte da duração do filme não tenha uma intervenção de primeira linha de humanos, deixando o filme a explorar toda a riqueza de um mundo totalmente criado por macacos de diversa ordem, nao sendo propriamente um filme rico em termos narrativos.

No final o filme abre novas vagas, numa disputa entre seres humanos e macacos, num filme que acaba por ser apenas a organização da especie. O filme tem uma disputa de especies, traições mas em termos narrativos e um filme pouco trabalhado, deixando ser como protagonista a sua produçao que tem claramente os melhores atributos. numa saga que me parece, pelo menos do ponto de vista algo cinzenta, sobra o lado qualitativo dos efeitos e das expressões.

Numa altura em que o cinema está em clara falta de ideias que acabem por tornar o cinema inovador, tenta-se aprimorar tecnlogicamente as ideias de sucesso de um passado recente. Esta saga e competente sem ser estrondosa, ja consegue sobreviver sem figuras de referencia mas parece estar a atingir um teto em termos de produçao que nao permitira outro espaço.

A historia segue a civilização dos macacos apos o dominio de Cesar, numa luta entre classes e forma de vida, potenciada acima de tudo no medo que eles tem da retaliação dos humanos e da forma como a guerra das especies podera rapidamente escalar.

O argumento tem a base dos primeiros filmes, mas mais centrada na luta dentro da especie. Nao temos propriamente uma evolução narrativa ou um filme marcado por ideias particularmente diferenciadoras, mas temos acima de tudo a abertura para novos filmes.

Na realizaçao Wes Ball e um tarefeiro de grande estudio ja com alguns produtos comerciais caros, mas que aqui tem a sua aposta de maior risco. O filme é grandioso tecnicamente embora sem grande risco concetual de um realizador competente mas com pouco rasgo um pouco como toda a carreira do mesmo.

No cast o filme tem boas apostas na escolha de interpretes para expressões de macacos, com a tecnologia que ja tinha funcionado bem com o Ceasar de Serkis, no lado humano a aposta numa quase desconhecida como Freya Allan funciona, porque a personagem e misteriosa e o seu lado desconhecido ajuda, e porque o filme quase nada requer desse ponto.


O melhor - O lado tecnologico do filme.

O pior - Duas horas e meia e muito tempo para o sumo efetivo do filme.


Avaliaçãoo - C+

Wednesday, July 10, 2024

Sight

 Desde o fenómeno Sound of Freedom que a Angel Pictures associada ao lado mais conservador e religioso norte americano tem estado mais em foque, tentando repetir os procedimentos simples, e acima de tudo a doutrina que conduziu ao sucesso completo do seu filme cartaz. Este ano surgiu uma nova historia de vida desta vez de um medico oftalmologista oriundo da China, num filme que criticamente foi sofrível, como a maior parte dos projetos da produtora, sendo que, comercialmente provavelmente o que funcionou em Sound of Freedom dificilmente se irá repetir.

Sobre o filme podemos começar por dizer que se trata do estilo típico da produtora, ou seja, uma historia de vida, com muita emoção, num filme pensado para potenciar ao máximo a personagem que se quer louvar, numa mistura de biopic e muita fé, mas com pouca razão na forma como as coisas foram sendo feitas, num cinema claro de segunda linha com propósitos muito particulares.

E daqueles filmes que rapidamente poderia ir para um serviço de streaming de qualidade baixa, porque tudo e mecanizado para a emoçao facil, para tudo funcionar positivamente na empatia entre o espetador e a personagem central, numa serie de cliches em que se percebe que o filme quer vender um produto individual que o final coloca totalmente no centro.

GOstando-se ou nao do lado corriqueiro do filme certo e que a Angel e o seu lado populista tem conseguido marcar uma agenda propria no cinema americano. Pese embora nunca mais tenha repetido o seu filme mais famoso fica a ideia que veio para ficar porque e um cinema barato pouco ou nada exigente que ocupa espaço.

O filme fala de um medico oftamologista com um passado cruel que regressa aos seus fantasmas quando tem de tentar recuperar a visao de uma criança indiana que o faz querer acreditar e ter fe em forças superiores que podem fazer superar os seus medos.

O argumento e claramente corriqueiro do primeiro ao ultimo minuto numa conjugação de cliches, de personagens unidirecionais um daqueles biopics em que tudo corre bem para a personagem a qual e programada para aproximar-se ao maximo do publico.

Na realizaçao do projeto temos Hyatt um habitue de filmes religiosos de epoca e de fé, que tenta dar o lado emocional no estilo telefilme de segunda tipico num genero que nao faz carreiras mas tarefas.

No cast apenas a presença de Kennear e surpreendente embora este genro seja cada vez mais o refugio para atores sem grandes projetos com participações de pouco risco. A escolha de Chen como protagonista e tão mediocre como todo o filme.

O melhor - A mensagens acaba por ser sempre positiva.

O pior - A forma como o filme acaba por ser uma mare de cliches de segundo nivel


Avaliação - D+

Monday, July 08, 2024

Space Cadet

 Todos sabem que as apostas de verão da Prime são naturalmente mais modestas a todos os níveis do que habitualmente fazem a Apple mas principalmente a Netflix. Esta estreia surge no âmbito de comedias românticas sobre sonhos não cumpridos com um humor para toda a família e pouca coesão em termos de forma como a historia vai-se construindo. Este filme foi um autentico flop critico com avaliações pessimas e comercialmente não me parece que seja o valor comercial de Roberts que resgate qualquer filme desta natureza.

Sobre o filme podemos dizer que é sem qualquer duvida um dos filmes mais absurdos que me lembro de ver, daqueles que aos dez minutos já me questionou bastantes vezes o porquê de ter iniciado, e todo o percurso do filme acaba por confirmar os piores prognosticos numa comedia disparatada, sem graça, que tenta um humor fisico que nunca acontece e que ridiculariza todas as instituições crediveis que retrata.

Fica a ideia que o disparate não tem noçao da sua dimensão e que tudo o que vemos parece retirado de uma enciclopedia de como não fazer uma comedia a todos os niveis, interpretativos, realização, mas cima de tudo do argumento que fica na maior parte do tempo preso aos maneirismos quase sempre pouco interessantes da sua protagonista.

Todo o absurdo do filme começa com a ideia estupida que qualquer curriculo falso consegue passar na Nasa, mas se isto é estupido tudo o que vem em seguida em termos de humor, ligação e resoluções torna-se ainda mais absurdo a todos os niveis do que propriamente a ideia principal e isso diz muito da qualidade do filme apresentado.

A historia segue uma jovem bartender que numa epifania sua decide cumprir o seu sonho e candidatar-se à Nasa mesmo sem ter qualquer tipo de curriculo para o fazer, contudo apos o mesmo ter sido falsificado acaba por ser selecionada e ter de tentar enganar a escolha.

No argumento podemos dizer que disparata e a melhor definiçao para o que vimos do primeiro ao ultimo minuto, sendo que isso é claro na historia, na piada, ou falta dela e no desenvolvimento narrativo, ou seja, um terror.

Na realizaçao de um telefilme a escolha recaiu em Liz Garcia uma realizadora que essencialmente trabalha para aplicações sem grandes feitos que tem aqui o trabalho tipico, sendo que as sequenncias espaciais são de um amadorismo atroz que explica o facto da realizadora ficar acima de tudo neste tipo de cinema.

No cast Roberts nao esta no seu melhor nivel colecionando comedias de segunda linha que de filme para filme vao piorando a qualidade como esta. os secundarios fazem a fraca figura de todo o filme.


O melhor - Nada

O pior - Duas horas de mau cinema


Avaliação - D-

Saturday, July 06, 2024

Beverly Hills Cop: Axel F

 Quarenta anos depois de Eddie Murphy se ter eternizado no cinema na mistura de comedia e ação no seu caça policias eis que a Netflix aposta numa sequela que tenta revitalizar ou homenagear o filme. Murphy repete o papel, temos a mitica musica, e acima de tudo tentamos revivar o espirito dos anos 80. Criticamente o filme ficou pela mediania, mas comercialmente ira certamente ocupar alguns serões de verão por esse mundo fora.

Sobre o filme podemos dizer que o genero de açao comica estava na moda nos anos 80, mas passaram 40 anos desde então e muita coisa mudou, desde logo no estilo de humor que o filme tenta repetir sem nunca ter o impacto dos primeiros filmes. Fica a ideia que o que nos leva verdadeiramente para o filme de base e a musica e pouco mais, ja que ate o proprio Murphy tem menos ritmo a todos os niveis e a sua idade torna as sequencias de açao, pouco trabalhadas quase sempre irrealistas.

A forma como o filme tenta criar uma intriga policial e proxima do que fazia nos primeiros filmes, observa-se a homenagem de ir buscar os interpretes originais, mesmo que a carreira da maioria dos mesmos nao tenha propriamente sido brilhante, temos o cliche da descendencia e um ajudante que neste caso e um ator conhecido mas pouco mais. A intriga e previsivel e o filme quer ir rapidamente para as loucuras da personagem central, mesmo isso ja nao tenha o encanto de outros tempos.

Fica para os mais nostalgicos a homenagem mesmo que na essencia seja sempre um filme que nada tras ao que ja tinhamos visto. Os mais puros vao achar desnecessarios, os mais velhos vão sentir um ligeiro conforto, mas nao e um filme para criar novos seguidores, ou que consiga mesmo explicar junto dos espetadores o que significou a quarente anos o filme original e o que era na altura a carreira de Murphy.

A historia segue o regresso de Axel a Beverly Hills para ajudar a sua filha advogada a qual se encontra englobada numa intriga que envolve policias corruptos e que exige a presença do investigador mais proeminente da materia.

O argumento e repetido, nota-se a preocupaçao de nao quebrar muito com o que foi feito no passado nem em termos humoristicos nem em termos esteticos. A intriga e previsivel, e o filme nao e propriamente rico em termos comicos. Fica a ideia da homenagem mas pouco mais.

Para a realização do projeto a escolha recaiu em Mark Molley um jovem totalmente desconhecido que seguiu os passos do original, com muitas referencias musicais mas pouco ou nenhum risco ou assinatura. O filme quase roça o telefilme e isso nunca e propriamente um grande elogio para uma longa metragem.

No cast Murphy esta mais velho sem a frescura ou a intensidade de outros tempos mas a personagem e ele. O filme tenta dar um lado jovem ao mesmo mas nem sempre as coisas encaixam. Os secundarios sao os de sempre, com carreiras pouco impactantes. A incorporaçao de Gordon Levitt é apenas comercial ja que incorpora pouco para o filme.


O melhor - A musica iconica

O pior - A sensação que o tempo desgasta o conceito


Avaliação - C

Thursday, July 04, 2024

A Family Affair

 Uma das grandes apostas de verão da Netflix foi esta comedia romantica que junta novamente Efron e Kidman como eventual duo romantico, não obstante dos mais de dez anos que os separa, numa comedia familiar. Criticamente os resultados foram mediocres, muito na onde do que habitualmente consegue a Netflix nas suas grandes produçoes de verão. Comercialmente este e daqueles filmes que tem todos os ingredientes de resultar comercialmente numa aplicação e os primeiros dados vão nesse sentido.

Sobre o filme já vimos dezenas de vezes filmes sobre relações com a mãe da amiga, aqui temos uma ligeira diferença no genero que basicamente e a relação com a mãe da funcionário. O problema do filme começa com o estilo de humor disparatado e na forma como cria a personagem central como um simples idiota, que acaba por nao dar nenhuma credibilidade ou mesmo valor emocional ao que vem a seguir, e isso leva o filme mais proximo da comedia parva do que do romantismo que no final quer ter.

O segundo problema do filme e a falta de forma clara dos seus protagonistas que parecem sempre estar a fazer um favor ao filme ainda maior do que a satira dos filmes de açao que o filme engloba em si proprio. Alias o filme nao funciona nas cenas amorosas, todas demasiado cliche e sem contexto, mas também não funciona na dinamica mãe-filha ja que ambas parecem sempre demasiado distantes para o impacto emocional que o filme quer ter.

Por tudo isto temos uma fraca comedia romantica, com o seu maior problema é não conseguir ser minimamente engraçada, fica a ideia que o filme a determinada altura desiste mesmo de ter graça, e em termos romanticos faltam muitos ingredientes o primeiro dos quais o realismo das duas personagens que parecem retirados de um computador dos anos 80.

A historia fala de uma jovem assistente de uma estrela de cinema que vê a sua relação com a sua mãe a ficar danificada quando descobre que esta tem uma relação amorosa com o seu patrão com quem mantem uma relação muito contordaba.

O argumento do filme tem o cliche tipico do amor pela estrela, mas o problema são nas linhagens que dai saem, quer do ponto de vista emotivo do romance onde o filme tem muita dificuldade em criar quimica no duo, mas tambem no valor comico quase sempre desprediçado.

Na realização do projeto temos LaGravenese um realizador ja experiente que teve na adaptação de BEaautifull Creatures a sua grande aposta, que falhou nunca mais tendo um projeto de tal dimensão. Aqui um telefilme, com bons planos de espaço para fomentar a quimica do casal que raramente vai para alem disso.

No cast temos um Efron que ficou sem qualquer expressão depois das intervenções cirurgicas que ve em Kidman um reflexo parecido. Ambos tentam encontrar o registo comico adolescente de uma King monocordica, mas e muito pouco. Apenas Bathes parece estar em minima forma.


O melhor - Alguns planos de espaço


O pior - A forma como o filme nao consegue ser engraçado nem romantico


Avaliação - D+

Wednesday, July 03, 2024

If

 Numa altura em que o cinema de verão deste ano teve alguma dificuldade em se aproximar do grande publico, existiram projetos ambiciosos de nomes conhecidos do cinema atual, mas que acabaram por não ser propriamente brilhantes do ponto de vista comercial. If era um desses filmes ambiciosos de estúdio, com um elenco de primeira linha, um realizador próximo do publico. Criticamente o filme ficou-se por uma mediania que acabou por surpreender já que Krasinski normalmente é alguém que sabe muito bem o que ambos alvos querem, por sua vez, do ponto de vista comercialmente o inicio brando acabou por acelerar e os resultados acabaram por ser competentes.

No que diz respeito ao filme podemos dizer desde logo que o mesmo tem sentimento e coração de uma forma bem sublinhada. O filme sabe gerir muito bem o melodrama com o lado mais cómico e descontraido, sendo que aos poucos as personagens e a forma como o filme leva os espetadores a sua infancia faz o filme ter esse peso emocional, e simplicidade de comunicação que funciona.~

Nao e obviamente um filme de massas, nao e um filme que tenha um valor comico muito aprimorado, sendo sempre simples e mais destinado ao sorriso do que a gargalhada, mas e o filme que nos faz recordar a infancia e o que vamos perdendo quando crescemos. E daqueles filmes que o tempo lhe pode dar mais destaque do que o primeiro impacto que se calhar esperaria mais Reynolds do que propriamente coraçao

If parece-me um filme fora de tempo, demasiado puro, quem sabe para os dias de hoje, demasiado tradicionalista, e isso faz com que ficamos perdidos onde o filme quer ir. É muito mais um drama introspetivos do que uma comedia para toda a familia. Tem alguma dificuldade em assumir o seu publico mesmo que isso o torne quase sempre num filme emocionalmente rico.

A historia fala de uma jovem orfã de mãe, que perante uma intervençao cirurgica do seu pai fica em casa da sua distante avó, ate que descobre que no ultimo andar do predio desta vive uma serie de personagens de ficção que tem como objetivo serem os amigos imaginarios perdidos de diversas pessoas.

O argumento do filme é ambicioso naquilo que é os seus objetivos emocionais. Fica a ideia que do ponto de vista comico poderia ser mais intenso, mas isso se calhar dar-lhe-ia uma toada mais descontraida que o filme nao quer ter. O lado emotivo do filme é o mais eficaz.

Krasinki e um bom realizador principalmente de filmes de ação de primeira linha que tem aqui um estilo diferente. Nota-se a tentativa de ser tradicional, e o filme funciona na forma como vai buscas inspiração a classicos como Roger Rabitt na ligação entre a imagem digital e a real. E uma variação do seu estilo de cinema embora com menos assinatura que os anteriores.

No cast temos uma jovem Cailey Flemming que da ao filme a suavidade que o filme quer ter, no misto entre a inocencia e a dor. Temos um Reynolds mais introvertido, e uma boa escolha de vozes para as personagens digitais


O melhor - O coração do filme.

O pior - Talvez a nivel de valor comico o filme nao seja sempre funcional


Avaliação - B-