Se existe titulo que durante o ano de 2012 colocou
expectativa nos amantes do cinema foi este The Master, por um lado marcava o
regresso de Joaquin Pheonix ao cinema depois da sua licença sabática para algo
que ninguém compreendeu bem, ainda para mais pela mão do carismático e sempre
intenso Paul Thomas Andersson, a isto acrescenta-se o facto de ser um filme
inspirado na cientologia a religião de culto em Hollywood. Os resultados foram
frustrantes e se em termos comerciais o filme não tinha grande ambição, em
termos críticos as coisas foram positivas, que contudo não chegou para uma
candidatura seria do filme aos oscares onde so os seus interpretes marcarão lugar.
É conhecido e mais uma vez bem notória a capacidade de Paul
Thomas Andersson criar o insólito alias este filme é todo ele marcado por
momentos insólitos narrativamente ricos com bons diálogos que a daterminado
momento se tornam poéticos, o problema é que muitas vezes diversos factos
separados, nem sempre funcionam num todo congruente, e parece-nos neste
particular que o filme falha, não se consegue reunir num todo singular, que o
torna uma obra difícil, demasiado subtil e paralela para um filme com objectivos
aos galardões.
Com o passar do tempo o filme vai intensificando o
imaginario o metafisico e aqui o filme perde intensidade fica demasiado preso
as palavras dos seus interpretes e pouco as imagens que nos dão, num cinema
demasiado filosófico e pouco prático, que nem sempre oferece a sensação de um
bom tempo passado que deverá sempre ser o pronunicio de um bom filme.~
Paul Thomas Andersson já tinha evidenciado este registo nos
seus filmes mais recentes, desde Magnolia que deixou a realidade típica para se
inteirar num cinema metafórico, que nos parece bem mais fácil de apaixonar do
que propriamente o seu inicio, é verdade que com esta forma ganhou um estilo
próprio muito alimentado e venerado por um lado mais vanguardista e
experimentalista de um cinema que na minha opinião ficara sempre aquém de uma
simples e boa historia.
O filme fala de um jovem extremamente recalcado que apos a
guerra tem dificuldade em encontrar a sua razão de viver, aqui exprimenta
diversas coisas ate encontrar um líder de um culto e a sua família que o vão
ajudar a tentar definir a sua própria existência.
O argumento tem bons momentos, principalmente em termos de
sequencias isoladas muito bem escritas que proporcionam um cinema de
excelência, contudo parece-nos que devido ao excesso filosófico do filme no seu
epicentro o filme tem dificuldade de funcionar narrativamente como um todo,
principalmente por alguma dificuldade em conseguir definir as suas personagens
principalmente as secundarias.
A realização é interessante a abertura de angulo e a forma
como conjuga o silencio e o contexto com as personagens faz com que Andersson
realize como poucos o consegue fazer, um realizador de excelência que com mais
consciência critica sera certamente um dos históricos no futuro, quer na realização
quer na singularidade dos seus filmes.
É obvio que The Master tem a sua grande ancora na qualidade
das suas personagens e na forma magistral com que estas são interpretadas,
principalmente Pheonix um caso serio de um actor desalinhado que tem neste filme
uma interpretação de eleição uma das melhores do ano senão mesmo a melhor pela
intensidade versatilidade, o facto do excesso de distancia da realidade e
principalmente as características semelhantes do actor poderá conduzir a uma
menos valorização, mas e a força do filme. Hoffman tem também um papel de
excelência de um actor brilhante que consegue acompanhar o protagonista num
nível elevadíssimo, já Adams parece daquelas actrizes que onde toca é
valorizada mesmo em personagens mais descalças como a que desempenha neste
mesmo filme.
O melhor – Pheonix e a qualidade da sua interpretação.
O pior – Um cinema narrativamente demasiado metafisico e filosófico
Avaliação – B-