Sunday, October 31, 2021

Paranormal Activity: The Next of Kun

 Depois de varios capitulos e de varias abordagens de uma pequena saga de terror que começou com apontamentos de camara de video vigilancia e seguindo com sucesso o que Blair Witch Project começou eis que surge mais uma das inumeras sequelas que habitualmente seguem um sucesso de terror. Já longe da historia de base, este novo capitulo lançado em Streaming pela Paramount +, novamente falhou em termos criticos com avaliaçoes negativas, e tambem comercialmente nao me parece o tipo de produto que potenciara o novo serviço de streaming.

Sobre o filme, como muitos dos filmes de terror, quando trazem alguma novidade usualmente os primeiros filmes funcionam mas esgotam-se rapidamente em ideias e na abordagem, e este filme surge num momento em que a saga ja estava a muito gasta e na abordagem mais do mesmo. Pois bem neste particular o filme e uma repetição do que ja vimos anteriormente, ou seja, alguns sustos de camara uma historia nova que quer funcionar em terror e pouco mais.

A questao e que a historia de base e repetitiva, obvia, pouco interessante, nao tras nada de novo ao qua ja vimos, podendo mesmo dizer que se afasta da base da serie, e assim, temos apenas um pretexto para sequencias de terror com camara na mão, um genero de terror que ja teve melhores abordagens e que nesta saga esta em completa extinsão.

Ou seja o dinheiro facil que muitas vezes as produtoras seguem ou seja pegar na ideia que todos ja conhecemos, lançar um ou outro elemento novo e eis que surge um novo filme que nos faz questionar ate quando vamos ter este tipo de sequelas interminaveis que nada ja tem de proximo a historia principal.

A historia segue um grupo de jovens que vai junto com uma amiga ate uma comunidade rigida de forma a tentar conhecer as razões da mesma ser abandonada na sua infancia, contudo começa a perceber que todos os rituais tem como base uma premonição passada proxima das respostas que procura.

Em termos de argumento mais do mesmo em terror, ou seja personagens pouco ou nada trabalhadas, uma ideia e o encaminhar tipico para o final que acontece neste genero, sem os elementos que o diferenciem minimamente.

Na realizaçao deste novo capitulo temos um Eubank que anteriormente tinha estado mais associado em terror psicologico do que num filme mais fisico como este. Em termos de abordagem temos a base dos primeiros filmes, embora mais proximo do que vimos em Blair Witch project mas penso que os seus filmes anteriores poderiam ser mais indiciatorios de uma carreira mais competente.

Este tipo de filme nada pede ou nada tras nos seus interpretes. uma serie de jovens quase desconhecidos proximos de televisao, com a sua participação simples, e provavelmente e o que vamos ver das respetivas carreiras, como ja aconteceu com os outros filmes da saga.


O melhor - Alguns sustos de camara

O pior - Ja nada ter a ver com a base


Avaliação - D



Dear Evan Hansen

 Numa altura em que o cinema mais do que nunca esta com alguma crise de novas abordagens tem-se tornado um pouco comum adaptaçoes de espetaculos da Broadway ao cinema, muitas vezes indo buscar as figuras associadas a peça original. Foi o que aconteceu neste drama contemporaneo que foi o grande vencedor dos Tony awards em 2017 e que viu aqui o seu filme lançado. Em termos criticos as coisas ficaram longe do sucesso da peça de teatro com avaliaçoes essencialmente negativas que surpreendem pela qualidade dos envolvidos. COmercialmente o filme arriscou ir ao box office mas os resultados ficaram um pouco aquem.

Sobre o filme podemos considerar a tematica e o valor moral do filme com algo bem patente e construido e que o filme potencia com momentos musicais recheados de emoçao e que acima de tudo nos lançam um Platt intenso na sua personagem. Fica no entanto patente que nesta passagem para o ecra o filme deveria ter mais risco uma abordagem bem mais de autor que o filme nunca tem, sendo quase sempre um filme com contexto externo das situaçoes de palco.

Mesmo assim e tambem com o problema de uma duraçao excessiva que torna o filme quase sempre repetitivo, percebe-se que o filme funcione melhor como peça original de teatro e que possa ter mais dificuldades pelo caractewr algo simplista do projeto e isso não retirando a força da sua historia torna o filme algo pequeno.

Assim, mas do que muita novidade ou mesmo uma abordagem artistica cinematografica a historia o filme apenas serve como veiculo para a historia chegar a mais gente mas fica algo coxo de outros elementos que pudessem surpreender os fas da peça musical.

 A historia fala sobre um adolescende desadaptado que acaba por ficar no olho do falcão da comunidade por uma alegada relação de um jovem desadaptado que acaba por se suicidar, o que o leva a criar uma relação de base que nunca existiu.

Em termos de argumento moralmente e em termos musicais o filme tem momentos fortes, tratando de um problema bastante comum nos nossos adolescentes. E o grande vetor do filme, principalmente no significado e força emotiva da sua historia.

Na realizaçao Chbosky surpreendeu o mundo com alguns filmes de adolescentes e principalmente na sua simplicidade de transmitir emoçoes simples. Neste filme exigia-se mais risco na abordagem, mais autor, mais diferença e fica a ideia que alguma preguiça na abordagem que e pouco condizente com o que ja vimos deste realizador.

No cast Platt ganhou uma dimensao na Broadway por culpa desta construçao unica que marcou a sua carreira ate agora e mais uma vez constroi uma excelente prestação a todos os niveis, dramaticos, fisicos e musicais. Ao seu lado um leque de atores de primeira linha dao a guarda de honra da prestação central.

O melhor - O tema e a intensidade emocional.

O pior - A abordagem da realização e algo limitada


Avaliação - B-



Friday, October 29, 2021

Halloween Kills

 A entrada de um realizador proximo da critica num Franchsing de longa duração como Halloween da sempre a esperança que tudo possa voltar a funcionar, e em parte isso aconteceu quando Gordon Green pegou na historia e nas mortes de Michael Meyers em 2018. Tres anos e depois e apostado em fazer como o primeiro lançamento, ou seja uma triologia surge a sua natural sequela com os mesmos ingredientes do primeiro filme, ou seja violencia e algumas figuras envelhecidas do original. Em termos criticos as coisas nao correram tão bem como o seu antecessor com uma mediania com pendor negativo. Por sua vez comercialmente o filme apostou no grande ecra e tendo em conta a situação pandemica ate podemos dizer que as coisas resultaram.

Sobre o filme eu confesso que existem ingredientes que tornam qualquer filme de Halloween interessante, que começa pela banda sonora que segue todos os filmes e com a figura e poses iconicas do seu terrivel vilão, onde o filme realmente funciona, mais pelo lado iconico do que propriamente porque aquilo simboliza e resulta no filme.

De resto e em termos de intriga chegamos apenas a conclusao que Meyers e imortal e ficara para sempre presente o que faz com que tudo se torne possivel, mas ao mesmo tempo monotono, e onde apenas o sangue e as violentas mortes, numa realizaçao algo diferente vai mantendo vivo um filme totalmente vazio em termos de argumento ou de crescimento da saga, que marcou uma geração do terror mas que agora e apenas uma fonte de rendimento para quem o produz.

Ou seja fica a ideia que o franchsing de Halloween nao e muito diferente da propria personagem de Meyers, ou seja um filme com muitos volumes, que e incapaz de morrer, que tem algum estilo mas que ja ninguem percebe ou liga as suas motivaçoes ou mesmo a forma como cresce ou se vai desenvolver.

A historia segue o mais recente filme, numa altura em que Meyers e resgatado pelos bombeiros e continua a sua vingança pelas pessoas onde residiu com o objetivo de ir para casa, altura em que se cria uma milicia com o objetivo unico de matar o mal.

Em termos de argumento o filme basicamente nao existe limitando-se a uma serie de mortes e uma personagem que simplesmente deixou de existir porque simplesmente limita-se a matar e nao morrer, mesmo as personagens da base do filme deixam de ter qualquer tipo de crescimento ou influencia no decurso do filme.

No que diz respeito a Gordon Green e um realizador de comedia que ganhou algum espaço e que foi com o ultimo Haloween que ganhou mais impacto. E indiscutivel a marca de autor e acima de tudo a proximidade a base mas fica acima de tudo a ideia que em tudo o resto o filme fica-se pelo icon que e.

No cast muito pouco regate de figuras de base muitos anos depois e sem qualquer carreira, uma Lee Curtis que entra para dar contexto historico ao filme e nada mais, num filme sem personagens e dificil qualquer impacto dos seus interpretes


O melhor - O lado iconico do vilao


O pior - O argumento


Avaliação - C-



Tuesday, October 26, 2021

Copshop

 Carnahan foi a determinada altura considerado pela maioria da critica especialziada como um dos novos realizadores de uma vaga marcada pela irreverência e pela ação que parecia trilhar um caminho de sucesso. Pese embora alguns sucessos nos ultimos tempos a sua carreira parece ter estabilizado num estilo de cinema por vezes irreverente mas que aos poucos se foi afastando da critica, que começou a olhar com mais reservas para o seu percurso. Este ano surgiu este filme de açao numa esquadra da policia com resultados criticos satisfatorios, principalmente tendo em conta o genero em questão. Comercialmente o filme arriscou nas biilheteiras mas os resultados ficaram algo distantes do esperado.

Sobre o filme podemos dizer que os elementos principais na forma do realizador tratar os seus filmes estão bem patentes, ou seja, ritmo, rebeldia, e muitas aproximações ao cinema mais típico de Ritchie. De resto temos a dureza dos atores, num filme musculado que funciona melhor quando as personagens são trabalhadas para a irreverencia do que na intriga demasiado embrulhada com avanços e recuos que não beneficia muito daquilo que é a evolução natural quer da intriga quer das personagens.

Podemos dizer que a irreverência do filme e a sua primeira assinatura e que as personagens ou mesmo a agressividade que o filme vinca acaba por ser uma assinatura bem patente na forma do filme comunicar, mas ao mesmo tempo penso que isso nao leva a que o filme trabalhe bem a sua narrativa, a sua historia e a forma como a mesma acaba por se traduzir em imagem. Os avanços e recuos finais e apenas uma confusao bem realizada e pouco mais.

Fica a ideia que os filmes do realizador se limitam nos dias de hoje a trabalhos concetuais de disparos ou mesmo de personagens pouco presas a um argumento em confronto. Isso ja tinha sido muito pautado em Smoking Aces mas aqui apesar de em confinamento de espaço volta a cair nessa tentaçao. Muitas vezes um bom conceito nao da um bom filme e este e um caso disso

A historia fala de um individuo associado ao crime que e preso numa esquadra, e que tudo se transforma num rebuliço na tentativa de aniquilar este criminoso naquele contexto, numa luta entre assassinos profissionais, policias e afins uns contra os outros num cenario de caos.

O argumento e confuso, nao so na explicaçao de toda a intriga e de onde vem cada personagem com as suas motivaçoes, mas acima de tudo na forma como a propria historia e a ligaçao entre personagens se vai criando. E quando o argumento nao desata os nos a comunicação com o espetador fica sempre danificada.

Caranham e um realizador com atributos, com assinatura, com ritmo, e atual, mas nos ultimos tempos vinca mais a rebeldia do que o conceito e a maturidade e isso tem levado a que nao consiga evoluir como realizador nos seus filmes, perdendo mesmo o impacto ja conhecido da sua forma de obter imagens, este filme demonstra esse declineo.

No cast podemos dizer que a escolha de Grillo e Butler e fisica, e a irreverencia e a explosao fisica que o realizador quer, mas principalmente o primeiro tem diversas limitaçoes que lhe permita encabeçar um filme como este. O melhor destaque vai para o excelente papel de Toby Huss, que demina o filme enquanto a sua personagem dura.


O melhor - A forma das imagens demonstrarem a rebeldia que o filme quer ter.


O pior - A confusao do argumento


Avaliação - C



 

Friday, October 22, 2021

The Many Saints of Newark

 Era um dos acontecimentos cinematograficos do ano, o prometido Spin Off de Soprados, que tentava exibir a forma como foi criada a carismatica figura de Tony Soprano. Embora com um elenco de escolhas muito especificas mas sem nomes de grande mediatismo o filme surgiu em alguns festivais com resposta critica moderada, embora maioritariamente positiva mas parece não ter dado o impulso que o filme necessitava para estar ao lado da serie. Comercialmente o filme foi distribuido pela hbo max e pelos cinemas mas os resultados ficaram aquem do que Sopranos poderia valer.

Sobre o filme, podemos dizer que o mesmo tem algumas vertentes em que e competente, principalmente na ligação a ideia original da serie nos enredos e subenredos que se cruzam e o insolito de algumas situações. Fica no entanto a clara ideia que na execução de outros pontos o filme é claramente inferior principalmente nas novas personagens que nao sao equilibradas o suficiente para levantar o filme nas diferentes ligaçoes que nos da.

Outro dos pontos discutiveis e o enfoque, ou a falta dele que da a personagem de Tony, fica a ideia que o filme quer ter a historia como paralelo como o garante comercial de sucesso mas que por outro lado fica algum tempo a olhar para tudo o resto quando muitos esperam e que a personagem que deu nome e acima de tudo impacto ao filme tenha os seus minutos e percebamos como tudo começou e nisso o filme nem sempre e competente.

Contudo temos um divertido e intenso jogo de poder entre diferentes grupos com motivaçoes diversas, com alguns pontos de homenageiam bem o que a serie de base foi como as conversas familiares com tecnicos especializados. Nao mata as saudades que Sopranos nos deixou mas fica uma representaçao ambiciosa.

A historia fala-nos de um Tony Soprano adolescente que acaba por estar envolvido numa familia associada ao mundo do crime, com uma ligação mais forte ao seu tio Dickie e como que recusado pelos seus pais demonstram o contexto onde se desenvolver e como se criou o estilo.

Em termos de argumento pese embora nas intrigas e nos dialogos seja um filme próximo daquilo que foi efetuado na serie. Perde na personagem mais central por nao ser propriamente muito clara na forma como a mesma foi aprendendo e criando a sua perosnalidade assumida.

Na realizaçao a batura foi entregue a Alan Taylor alguem que esteve na televisao associada ao sucesso de guerra dos tronos e que agora parece estar dedicado a filmes de grande estudio. A realizaçao e simplista sem grandes riscos deixando o enredo fluir e isso acaba por ser a melhor opçao.

No que diz respeito ao cast apesar de nem sempre ser escolhas obvias como Odom Jr e Nivola, o filme acaba por aproveitar bem o bom momento de ambos. Nos secundarios a escolha de Gandolfini e mais dramatica do que competente, ficando a ideia que as coisas poderiam e deviam ter sido bem mais vincadas,


O melhor - Olharmos para aquele espaço conhecido


O pior - Tony Soprano deveria ter mais impacto


Avaliação - B-



Wednesday, October 20, 2021

South os Haeven

 Numa altura em que é cada vez mais comum determiados atores de comedia tentarem a sua sorte em cinema dramatico, eis que surge a tentativa de Sudekis, impulsionado pelo sucesso de Ted Lasso o fazer, neste thriler negro completamente diferente do estilo de cinema que o mesmo tem adotado nos ultimos anos. No entanto este South of Heaven estreado em poucos cinemas não conseguiu captar a atenção critica com avaliações essencialmente medianas e comercialmente não teve o impacto, passando com total indiferença pelos diversos lados da equação.

Sobre o filme inicialmente temos um filme que promete muito naquilo que e o romantismo e redençao da personagem, chengando a levantar a ideia de um filme pensado para nos trazer uma componente dramatica das personagens, mas que passado quinze minutos de duraçao abandona por completo para apostar num filme de gangsters e de sobrevivencia de segundo nivel, pouco ou nada interessante que caminha para o seu esperado final.
Um dos problemas do filme e que se calhar como drama de redençao poderia pelo menos em termos dramaticos ser funcional, mas acaba por nunca conseguir trabalhar um aspeto particular que é a sua capacidade de ser um competente filme de criminosos uns contra os outros, neste particular já vimos filmes muito mais bem construidos e acima de tudo com uma abordagem muito mais competente.
Por tudo isto fica acima de tudo a ideia de um filme que promete mais do que da, que nos seus parâmetros isolados nunca é sufiicientemente claro para ter um impacto signficativo. Um dos pontos que demonstra bem alguma pobreza do filme acaba por ser o facto de o seu elemento de maior realce acabar por ser a forma como Sudekis foge ao seu estilo normal.
A historia fala de um ex presidiario que apostado a sair e dedicar-se a sua namorada com doença terminal ve-se imediatamente inserido no meio de uma intriga criminal que o vai ter de levar a regressar ao mundo que o privou da liberdade por tantos anos.
No que diz respeito ao argumento se a base e a forma como os dados sao lançados ate acabam por ser interessantes, já me parece que quando o filme entra na intriga criminal e de vingança o filme perde impacto e nunca consegue contruir com congruência qualquer tipo de narrativa que alimente de forma competente o filme.
Na realizaçao Keshales vem de um estilo de cinema de terror serie b, que aqui nao consegue propriamente lhe dar elementos diferenciados no estilo de cinema. Normalmente e um filme de alguem que ficara neste estilo de cinema para o resto da vida, sem grande sublinhados.
A tentativa de Sudekis e clara aproveitar o sucesso critico que tem tido para arriscar num estilo de filme e personagem completamente distinto aquilo que nos tem habituado. O resultado está longe de ser brilhante, fica a ideia que o argumento nao ajuda a personagem mas a sua construçao também nao e interessante. Melhor uma Lilly que fica a ideia que merecia mais destaque no cinema dos nossos dias.

O melhor - Os primeiros cinco minutos

O pior - O filme adota um estilo completamente distante daquilo que deveria ter

Avaliação - C-



Tuesday, October 12, 2021

Blue Bayou

 Numa altura em que algumas produtoras começam a lançar os seus primeiros trunfos para a temporada de premios, eis que surge este pequeno filme sobre a questão da legalidade de algumas adoções e a forma como algumas pessoas tem sido deportadas para paises dos quais sairam muito pequenos. Este drama familiar realizado e protagonizado por Chou e um desses filmes o qual obteve uma critica mediana, que o torna insuficiente para grandes aspirações no que a prémios diz respeito. Por sua vez no que concerne ao valor critico os resultados são modestos mas fica a ideia que o filme nunca teve grande ambiçoes nesse particular.

Sobre o filme temos os elementos todos para um drama de impacto emocional, desde o pouco suporte social da familia, ao lado xenofobo das forças policias, um passado nas personagens e acima de tudo a ligaçao com a personagem infantila acaba por ser a panoplia de todos os elementos que habitualmente preenchem o cinema dramatico de forma a ter em si a maior intensidade possivel,  e nisso na comunicação emocional o filme funciona.

Do lado da personagem penso no entanto que o filme poderia e deveria ser mais trabalhado. Realmente a personagem acaba por so nos momentos finais adquirir alguma empatia com o espetador o que torna que o filme perca um pouco essa ligaçao. Mesmo no que diz respeito ao passado parece sempre uma personagem perdida, o que contrapoem a estabilidade que o filme quer dar para tornar a opçao mais injusta ainda, e nesse ambito o filme deveria ter sido mais articulado.

Mesmo assim um filme emocionalmente intenso e forte, com uma mensagem social e politica definida que a transmite de uma forma clara. E um filme marcadamente independente na forma como se expressa em imagens e isso e pautavel do primeiro ao ultimo minuto. Nao tera força para altos voos mas deu destaque a um tema que de outra forma seria esquecido.

A historia fala de um emigrante coreano sem nacionalidade que depois de um problema com alguns policias ve-se na prespetiva de ser deportado de um pais onde sempre viveu para um totalmente desconhecido devido a um vazio legal do passado. O filme demonstra o esforço do mesmo em se tornar permanente e nao ter de abandonar a familia entretanto criada.

No argumento o filme e intenso e emocionalmente expressivo, que parece ser claramente o objetivo primario do filme. Fica a ideia que nas personagens poderia existir um trabalho mais impactante que desse um contributo maior para a forma como o mesmo acaba por incidir na proximidade ao espetador, principalmente na personagem central.

Chou e um actor e realizador quase desconhecido que tem aqui um filme de autoria. Na realizaçao opta por um cinema mais indie que encaixa na mensagem que o filme quer dar, embora nos pareça muitas vezes que a camara tem demasiado movimento. Veremos o que se segue mas temos alguem apostado em mensagens fortes.

No cast Chou perde pela personagem nao ser imediatamente empatica, e a sua prestação acabar por ser algo lenta. Vikander tenta reconstruir uma carreira que ja me pareceu mais efusiva, num bom cast mas que o resultado torna-o apenas moderado.


O melhor - A mensagem politica e social

O pior - As personagens


Avaliação - C+



Sunday, October 10, 2021

The Night House

 Lançado no verão deste ano mas pensado para o ano passado este pequeno filme de terror tentava demonstrar uma mistura de generos desde o terror mais tradicional ligado ao espirito ate um lado mais misterioso de policial. A mistura neste genero conseguiu captar boas avaliaçoes criticas os quais gostaram do estilo do filme, Em termos comerciais o filme arriscou uma estreia wide no regresso a normalidade mas os resultados foram modestos se calhar por Hall ainda e curta para em termos comerciais comandar um filme.

SObre o filme podemos dizer que o mesmo consegue criar o impacto e o misterior e isso faz com que esperamos aos poucos perceber um pouco do que o filme nos vai dar, embora fique desde logo muito dependente da forma como tudo ia ser ligado ou seja do climax final que explicaria aquilo que estavamos a ver. A preparaçao e boa mas infelizmente a execuçao final nao e propriamente brilhante a cair no tipico filme de espiritos malignos poderosos e isso sabe a muito pouco principalmente pelo caminho que o filme fez ate entao.

O lado estetico do filme, o lado misterioso e intenso da personagem central poderia conduzir o filme a um refrescante filme de terror num genero que cada vez mais segue as pisadas dos filmes de maior sucesso sem qualquer risco. Aqui a mistura de generos poderia ter feito o filme ser diferente mais infelizmente no caminho optou pelo lado mais facil.

Por tudo isto este e um filme com algumas virtudes mas que o resultado fica algo aquem do esperado, principalmente tento em conta a forma como conquistou as criticas. Se o lado policial poderia ter sido a chaves de fazer funcionar o filme, o lado paranormal cedo se percebeu que deveria ter sido apenas um elemento de distraçao.

A historia segue uma viuva numa casa misteriosa, que tenta perceber um pouco sobre as razões do suicidio do seu companheiro, mas o problema surge quando começa a a existir uma tentativa de comunicaçao da casa com a viuva para comunicar o que tinha ocorrido.

No que diz respeito ao argumento se a conjugaçao de generos poderia ser bem trabalhado, por outro lado nem sempre o filme e a sua narrativa tem mestria para tudo funcionar, e por isso o filme fica algo confuso e nem sempre consegue trabalhar a sua volta para o final desejavel.

Na realizaçao David Bruckner e um realizador muito proximo de um cinema de terror de segundo nivel mas de algum sucesso. O filme consegue construir bem as suas dinamicas externas mas no final fica a sensaçao que os generos deveriam ser melhor trabalhados e conjugados.

No cast Hall domina o filme do primeiro ao ultimo minuto, e uma actriz com talento, intensa, mas perde-se num terror algo vazio. E uma actriz que ja provou valer muito mais do que este protagonismo, e personagens demasiado proximas de outras de terror de meia linha.


O melhor -O filme introduz bem os generos

O pior - O final


Avaliação - C



Friday, October 08, 2021

Free Guy

 Numa altura em que o cinema parece algo limitado em ideias novas, principalmente com as grandes produçoes de verão, eis que surge um filme que foi elogiado pela originalidade do seu argumento e principalmente pela atualidade e humor de toda a situação. No que diz respeito a resposta critica a avaliação foi boa, com criticas positivas e algo refrescantes algo que não é comum nos dias que corre num cinema deste genero. Comercialmente o filme foi adiando o seu lançamento de forma a obter um maior entusiasmo, tendo os resultados sido positivos embora longe do que o filme poderia render noutro contexto.

Sobre o filme desde logo devemos sublinhar e enaltecer a originalidade do tema, a mistura do mundo dos videojogos com a vida real, a forma como filme torna toda a dinâmica bem representativa num misto de humor, amor, e mais que tudo num enlace que conjuga bem essa informação parecendo muitas vezes que se encaminha para o lado confuso, mas acaba sempre por se desenvencilhar bem, para um resultado de impacto forte e mais que tudo com uma boa capacidade de comunicar com o espetador.

Um dos meritos claros do filme e a sua capacidade de se ir desenvencilhando em camadas organizadas onde o lado inferior acaba por completar bem o que ja vimos. Muitos poderao considerar o filme, a ideia como algo absurdo, mas ninguem podera em momento algum assumir que o filme não tem a capacidade de surpreender na sua historia e mesmo no seu desenvolvimento. Muitos poderão dizer que existia espaço para mais risco, e mais humor, mas isso tiraria o filme da base terrea que ele quer ter.

Por tudo isto Free Guy e um dos bons e refrescantes filmes deste verão, que ajudara certamente a devolver o publico aos ecrãs. Apesar de utilizar em excesso um humor que recorre ao absurdo, mas também pelo facto de conseguir muitas vezes cair na historia corriqueira nao tira o brilho de uma historia diferente, bem trabalhada e que acima de tudo concretiza o seu objetivo principal, entretém.

A historia fala de uma personagem de videojogo que começa a perceber o contexto onde esta envolvido, acabando por auxiliar uma misteriosa jogadora a tentar descobrir o que esta por trás da criação daquela realidade.

Em termos de argumento temos originalidade na abordagem, no ritmo, no estilo de humor e principalmente na forma como o filme consegue integrar componentes secundarias que funcionam como por exemplo uma interessante historia de amor.

Na realização Levy e um dos mais intensos e produtivos realizadores de humor, que nunca conseguiu propriamente ter uma obra prima mas que principalmente nos ultimos anos como produtor tem incrementando a sua prestação em alguns filmes. Aqui tem um filme que entra dentro do seu registo mas que ao mesmo tempo tras a evolução tecnologica bem impactante.

No cast um dos segredos do filme e escolher bem Reynolds para o tipo de interpretação que o filme quer ter, e nisso penso que a personagem encaixa como uma luva no estilo de filme que o filme quer ter. Nos secundarios escolhas menos conhecidas e de algum risco que funcionam menos que o protagonista mas chegam aos objetivos do filme.


O melhor - O Humor do filme.

O pior - Pode ser algo absurdo


Avaliação - B 

Monday, October 04, 2021

The Guilty

 Poucos anos apos um filme nordico ter chamado a atençao por estar sempre perante de um atendedor de linha de emergencia, o sucesso critico do filme levou a um quase remake instantaneo, com Fuqua ao leme. Sob a alçada de Netflix e gravado em plena pandemia, The Guilty marca pela curiosidade de um estilo de seguir as comunicações de uma pessoa ao longo de novanta minutos, algo que ja tinha acontecido com alguns filmes do passado. Criticamente a irreverencia do estilo funcionou com avaliaçoes positivas algo que nem sempre e muito comum na carreira de Fuqua, principalmente nos ultimos tempos. Comercialmente parece ser um produto ambicioso da Netflix embora seja sempre dificil avaliar se resultou ou nao.

Sobre o filme podemos acima de tudo dizer que e um estilo que ja teve outros filmes, e que se calhar esses mesmos filmes funcionaram melhor, como Cabine Telefoonica e principalmente Locke. Este e um filme que se centra na personagem em si e nos seus conflitos e na forma como lida com toda a situação. Nesse particular o filme funciona pelo suspense de deixar partes escondidas e pelas reviravoltas, embora nos pareça que este estilo requere mais dinamica do ecra e acima de tudo mais ritmo.

Outra das virtudes do filme e que se calhar o diferencia ligeiramente mais, e a riqueza da personagem, ao dar um background da personagem acaba por essa situação e todo o seu historico se refletir na forma como gere a situação e isso acaba por ser o elemento mais diferenciador do filme e quem sabe aquilo que potencia mais força na interpretaçao de um Gyllenhall que tem que agarrar o filme do principio ao fim.

Num estilo que ja nao e original, e acima de tudo numa formula que necessita de outros elementos para adquirir ritmo e fazer o filme funcionar na plenitude sobre 90 minutos de suspense, de um filme que esocnde com alguma mestria os seus elementos do espetador, que os agarra, mesmo que no final o filme seja apenas satisfatorio e longe do que por exemplo Locke consegue ser.

A historia segue um policia acusado de homicidio que é enviado para o atendimento da linha de emergencia que se ve emaranhado numa historia de um rapto de uma mulher que podera colocar em causa a segurança da mesma e dos filhos, e que o leva a ter que gerir toda a resposta a situação.

O argumento pese embora tenha uma abordagem proxima de outros filmes do mesmo genero, acaba por ser original na forma como esconde o que quer transmitir. Os twist surpreendem mesmo que no resto o filme caia no cliche naquilo que e a personagem central e o seu desenvolvimento.

Fuqua e um realizador que começou muito bem com Training Day mas que a restante carreira ficou sempre muito aquem do esperado, conduzindo a um volume elevado de filmes sem grande sabor e sem grande arte. Aqui tem uma abordagem diferente mas fica a ideia que para alem da base do filme temos pouco autor.

No cast temos um monologo de um Gyllehall em bom plano, que explora os seus recursos em termos de intensidade e valores dramaticos, num papel competente embora nos pareça ser facil de gostar, mas nao entusiasma na plenitude. Boas escolhas para as vozes num registo mais dificil.


O melhor - A virtude de esconder elementos do espetador permitindo o impacto da reviravolta.

O pior - Nao tem ritmo para aguentar uma sequencia da mesma personagem


Avaliação - C+



Saturday, October 02, 2021

The Card Counter

 Quatro anos depois de Paul Schrader finalmente ter conseguido a unanimidade critica como realizador no seu peculiar First Reformed, depois de muitos anos apostado em diversos argumentos que deram grandes classicos do cinema principalmente em colaboraçoes com Martin Scrocese, eis que surge o seu novo filme com o realizador e amigo na produçao. Este Card Counter tem o lado mais impactante do realizador e novamente pega nos traumas de personagens. Criticamente mais uma vez foi elogiado com avaliaçoes interessantes. Comercialmente Schrader nunca foi um dominador, os resultados foram consistentes sem serem entusiasmantes.

Sobre o filme podemos começar por dizer que temos um filme bem mais simples do que o seu antecessos, mas se calhar menos iconico e menos exigente para o seu protagonista. O tema agora e o trauma de guerra ou melhor dito do pos guerra em alguem que cumpriu pena por tortura que tenta reacender a vida mas o passado surge de novo perante si. O tema tem impacto Schrader trata-o com a força da historia mas acima de tudo o filme consegue ser rico em imagens e entrar dentro da personagem central como poucos conseguem fazer.

Do ponto de vista das diferentes arestas do filme, seria errado considerar que elas funcionam todas bem e de forma equilibrada. E interessante a ligaçao ao jogo, com bastante ligaçao entre o espetador e o personagem. O drama passado e a forma como a ligaçao com a personagem de Cirk tambem e feita tem impacto, parece menos trabalhado na dinamica amorosa, que parece apenas querer dar algum colorido mas esta claramente menos forte que as restantes.

Resulta um bom filme que demonstra a boa forma de Schrader nao so nos argumentos onde sempre foi forte mas tambem numa maneira muito propria de captar imagens para as mesmas terem outro peso no espetador. O filme tem uma boa historia, bem captado e com bons protagonistas, insuficiente para ser uma obra muito diferenciada mas um bom filme que fica bem na filmiuografia de alguem competente como Schrader.

A historia fala de um ex recluso que cumpriu pena por tortura a presos em Guantanamo que ao sair dedica-se a ganhar jogos de casino de forma anonima ate que se começa a relacionar com uma promotora de campeonatos e acima de tudo um jovem que lhe vai fazer despertar alguma revolta com o seu passado.

Em termos de argumento Schrader e competente nao so naquilo que e a mensagem politica do filme, mas tambem na construçao da intriga e dos seus diversos pontos. Nao sento totalmente equilibrado nos seus pontos, acaba por ser competente na maior parte delas por culpa de uma excelente construçao de personagens.

Schrader era ate recentemente um argumentista que tentava ser um realizador de referencia sem nunca ter conseguido ser. Agora parece estar a encontrar o seu espaço com a polemica sempre presente na sua carreira, mas com uma assinatura de autor inegavel.

No cast Isaac tem um papel de impacto que sem grandes artefactos constroi bem, sem deslumbrar. E seguro e interpreta o lado misterioso que se procura. Ao seu lado o sempre intenso Dafoe e um jovem em crescimento como Sheridan. Parece que apenas Haddish fora do seu campo de comedia fica um pouco à deriva no contexto do filme.


O melhor - O impacto da mensagem pessoal e politica

O pior - Haddish nao encontra o ritmo do filme e isso leva a que a sua aresta seja a mais debil


Avaliação - B



The Addams Family 2

 Dois anos apos o lançamento, ou melhor o regresso da familia Adams ao grande ecra, desta vez em animação, eis que surge a sua expectavel sequela, dentro do registo do primeiro filme, com o lado negro associado a familia, mas acima de tudo com um naipe de vozes de primeira linha. Se o primeiro filme nao foi propriamente um sucesso que faz estranhar a sequela tao rapida, este segundo filme voltou a ter uma mediania critica que nao impulsiona o que quer que seja e a contingencia pandemia ainda existente limitara de forma clara o resultado comercial do filme.

Assim temos o registo do primeiro filme, esteticamente um filme pensado para nao ser perfecionista de forma a jogar com o lado mais estranho de cada uma das personagens. Ao seu lado temos uma historia que nos parece expectavel mas muito longe dos bons argumentos e acima de tudo a moralidade que que normalmente esta associada a filmes de animaçao, mas talvez isso nao fosse expectavel na Familia Addams, esperava quem sabe era uma maior originalidade de abordagem.

Fica a ideia que o filme entre em algumas particularidades de cada uma das personagens, mas se compararmos com o live action do passado fica a ideia que a maioria das personagens, principalmente as mais velhas perderam algum do impacto e carisma com a passagem para a animaçao, sobre a Wendsday que sempre foi um dos motores principais dos filmes.

Assim, temos o caminho facil da sequela, sem grande sentido ja que nos parece que o primeiro filme ja nao tinha sido suficientemente vinculativo para assegurar este segundo filme. Este e mais do mesmo, as imagens trabalhadas para ter algum horror, as sequencias sem grande sentido para um efeito de horror comico, mas falta muito do carisma das personagens e sem sombra de duvida nao me parece que seja um franchising de live action feliz.

A historia continua a saga da familia adams, agora numa road trip pelos eua, enquanto um estranho individuo e os seus seguranças tentam encontrar a familia para provar que Wendsday nao faz parte do cla mas sim foi vitima de uma troca a nascença.

Em termos de argumento a ideia de road trip poderia ser curiosa , ja o drama familiar nao nos parece ter funcionado minimamente, principalmente porque as personagens acabam por nao ter o carisma para alimentarem a historia em si, e tudo parece sempre bastante rudimentar.

Na realizaçao a dupla de realizadores regressa do primeiro filme com o mesmo estilo, com a mesma formula, que acaba por ser expectavel, mas depois fica a ideia que um conceito como este deveria ser mais estetica e mais concetual o que o filme nao e , tornando-se numa tarefa de grande estudio e pouco mais.

E nos recursos de vozes que o filme aposta o maximo, mas a falta de dimensao ou trabalho das personagens nem sempre consegue tirar o maximo proveito dos recursos que tem. O que maior destaque tem neste parametreo e Chloe Moretz e pouco mais.


O melhor - A road trip em alguns monumentos poderia funcionar

O pior - A falta de novidade do projeto


Avaliação - C-