Saturday, December 31, 2022

Till

 A questão racial é sempre um dos aspetos muitos presente em todas as corridas a premios, principalmente lembrando todos de historias marcante do passados, nas mãos de realizadores habitualmente associados também a causas politicas. Este ano surgiu esta abordagem a historia chocante de Emmet Till, numa america dividida na questão. Estreado em festivais americanos o filme reuniu boas criticas que o colocaram nas listas para os premios principalmente para a sua protagonista, uma quase desconhecida Danielle Deadwiller. Comercialmente fruto de ter integrado algumas listas potenciou bons resultados muitos superiores ao que o filme esperava no inicio do seu percurso.

Sobre o filme podemos começar por dizer que a historia real é impactante, dramatica e acima de tudo muito intensa naquilo que são as politicas raciais mas acima de tudo humana. O filme consegue bem dois pontos, gerir todo o drama e força da personagem central, elavancada por uma excelente interpretaçao da protagonista, e o lado mediatico e politico inerente as opções pos mortum que o filme da prevalência na segunda fase do filme,num balanço que me parece muito interessante do filme.

Till e um filme politico, e um filme biografico mas é acima um filme que nos faz pensar sobre a dignidade humana, acabando por ser neste ponto que o filme melhor funciona na forma como vai buscar o sofrimento, as escolhas, os debates, num filme que toma uma posição clara, o filme ainda com simplicidade assume o testunho politico que o faz num dos filmes interessantes do ano,.

Por tudo isto Till e um filme a ver, talvez demasiado simplista para grandes premios ou sublinhados, principalmente na abordagem de telefilme, mas a historia relatada, o impacto, e acima de tudo a forma como o filme nos da uma interpretação de primeira linha merece este sublinhado especial.

A historia segue uma mãe que depois do seu filho ser morto por uma questão racial no Mississipi acaba por levar a cabo uma estrategia de publicitar o sucedido em beneficio dos direitos dos negros.

A historia de base é das mais chocantes da luta, pela futilidade dos motivos, pela agressividade impregue e pela idade da vitima. O filme sabe jogar muito bem com tudo isso num intensificador de emoçoes, e acima de tudo numa otima construção de uma personagem central de primeira linha.

Na realizaçao do projeto Chukwu e uma realizadora afro americana que tem apostado em filmes sobre a aquisição dos direitos civis e as perdas que resultaram. Isso faz com os filmes valam mais pela historia do que pela simplista abordagem que ja tinha tido em CLemency, percebe-se sim que tem um programa politico meritorio nos seus filmes.

E no cast que o filme tem o maior destaque na excelente interpretaçao e criação de Danielle Deadwyler, uma jovem quase desconhecida atriz que tem aqui uma das mais ricas e intensas interpretações do ano com claro carimbo de possivel nomeaçao. A partir de determinada altura o filme é um concerto a solo, com o ritmo certo e o espaço para o impacto.

o melhor - A interpretaçao de Deadwyler

O pior - Na realização e tudo muito simplista


Avaliação - B



Thursday, December 29, 2022

The Eternal Daughter

 Existem atores que definem muitas vezes a sua carreira pelo risco de quase patrocinarem as abordagens exprimentalistas de alguns criadores. Tilda Swinton aceitou o repto de Joanna Hogg para protagonizar nos dois vertices este indepedente e intimista filme. Apresentado em alguns festivais como Veneza o filme obteve boas criticas principalmente do lado mais exprimentalista dos criticos. Comercialmente é claramente um filme de minorias com resultados quase inexistentes.

Eu confesso que gosto de risco, e de algumas abordagens independentes que o cinema de autor permite, mas quando as historias terminam em filmes quase impercetíveis, e monocórdicos extremamente dependentes de uma interpretação virtuosa com alguns bons momentos, embora tudo se torne demasiado percétivel do primeiro ao ultimo minuto, o filme acaba por se tornar monocordico e quase sempre aborrecido, onde nada acontece e tudo é rapidamente percebido nos primeiros minutos de filme.

Por tudo isto podemos gostar da ligação intima que o filme poderá ter com a sua autora, de alguns bons momentos de Swinton mas acima de tudo é dificil gostar do filme como obra individualizada, porque nada acontece, porque tem um ritmo lento e sonolento e principalmente porque a revelação que quer esconder é facilmente percebida pelo espetador nos primeiros minutos. Podemos gostar do espaço, do ambiente, que poderia ser o contexto ideal para um filme de terror, mas ele nunca aparece, onde a irritação da personagem é com barulhos normais e pouco mais.

Por tudo isto The Eternal Daughter acaba por ser um monocórdico e algo aborrecido filme independente, igual a muitos que são lançados em festivais e temporadas de prémios para críticos com gostos mais particulares e com prazer por abordagens mais diferentes. Mas é um cinema demasiado diferente e fora da normalidade para causar grande impacto na maioria de nós.

O filme fala de uma escritora/realizadora que vai para um estranho hotel isolado com a sua mãe de forma a tentar recordarem o passado desta ultima, quando a primeira começa a ver a sua capacidade de escrita influenciada pelos barulhos estranhos do espaço.

O argumento é curto, uma ideia, muita divagação, pouco ritmo, pouco personagem. A ideia é fácil de perceber qual é, e depois diálogos que parecem sempre significar muito mais para quem escreveu o filme e muito menos para o espetador.

Hogg é uma realizadora próximo da critica, que já no seu Souvenir conseguiu um reconhecimento critico muito superior ao valor do filme, que motivou inclusivamente uma sequela e que agora tem um filme parecido no mesmo estilo monocordico com boas imagens mas pouco conteudo.

Nao e necessario estes tipo de projeto para todos percebermos o valor de Swinton. Neste monologo com duas personagens, temos a sua qualidade reconhecida e que Hogg coloca todas as despesas do filme. E a que melhor sai deste exprimentalismo exagerado que ela também gosta de participar.

O melhor  - O espaço fisico do hotel


O pior - O unico apontamento relevante ser previsivel


Avaliação - D+



Violent Night

 O espirito natalicio é algo omnipresente no mundo do cinema, que já teve todas as suas abordagens na maior parte de estilos e feitios. Este ano surgiu mais um desses filmes concretamente um que marca a ligação entre um pai natal ranger e justiceiro com um grupo de criminosos num palacio de uma familia abastada. Em termos criticos esta curiosa abordagem foi recebida com mediania. Comercialmente o projeto conseguiu resultados consistentes principalmente tendo em conta algum non sense que o filme acaba por ser.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo é o John Wick mas que esta personagem acaba por ser o pai natal. Soa a estranho e o filme é mesmo isso um exercicio de rebeldia simples pouco elaborada, com muita violência e sangue sem grande aprumo narrativo que resulta num projeto demasiado obvio para o seu resultado, que fica pelo non sense e pelo arrojo da proposta, mas que na realidade trás nada de novo ao cinema.

Um dos problemas do filme é que nos leva para um passado da personagem central que depois tem medo de arriscar, e isso faz com que tenhamos muitas perguntas para fazer. O sucesso comercial e o vazio das explicações poderão conduzir a que no futuro surjam muitas novas abordagens e sequelas sem grande impacto de forma a render um peixe que comercialmente acabou por escoar.

Assim surgiu uma rebelde historia de natal ou uma roupagem diferente do pai natal, que tenta ainda que de forma subtil dar os apontamentos de rebeldia e alguns toques de espirito natalicio em termos morais, mas que nada tem a ver com o espirito em questão. Podemos achar diferente, se gostamos ou não do produto final isso é mais ambiguo.

A historia segue um pai natal desiludido com as pessoas que se vê sozinho numa mansão onde uma familia é atacada por grupos criminosos e no qual vai se tornar o heroi daquela noite, sendo o surpreendente guerreiro que vai colocar fim àquela organização.

O argumento do filme tem uma base rebelde e original que acaba por ser algo exagerada do primeiro ao ultimo minuto, na caracterização da personagem central, no argumento tipico de John Wick demasiado vazio. Sobra os momentos e os apontamentos dos filmes mais tradicionais de natal e acima de tudo a diferença de uma historia diferente.

Na realizaçao do projeto Wirkola é um realizador de filmes de terror de segundo nivel que aqui acabou por dar uma roupagem algo comica ao conceito de ação/terror. O filme não e propriamente prodigo em grandes apontamentos artisticos que demonstram um realizador a subir de forma mas ainda com diversas deficiencias

No cast o pai natal de Harbour dá o lado fisico e agressivo e ternurento que o ator da na sua personagem mais conhecida na serie Stranger Things. Fica a ideia que os secundarios poderiam ter atores mais competentes mas a escassez de dimensão das personagens acabava por impedir grandes riscos.


O melhos - Os apontamentos de humor de outros filme.

O pior - E diferente mas absurdo


Avaliação - C



Monday, December 26, 2022

Strange World

 Em algo que já é habitual ao longo do tempo a Disney acabou por lançar como proposta de Natal um filme sobre familia, exploradores e novos mundos. O filme estregou com toda a circunstancia tipica da produtora, com criticas moderadas, mas rapidamente se percebeu que o filme não tinha conquistado o espetador em geral reunindo algumas das piores criticas em termos de avaliaçoes de users. Comercialmente as coisas foram um desastre, principalmente danificado pelo pessimo registo do passa a palavra, dai que a estrategia tenha passado por levar o filme rapidamente para a aplicação de streaming.

Sobre o filme podemos começar por dizer que se trata na base do tipico filme da Disney de novos mundos, iguais a outros que nos ultimos vinte anos foram sendo lançados. A questão e que o filme é aborrecido e repetitivo, quer no conflito geracional que o filme lança, sendo ai semelhante a tudo o que ja foi feito neste quadrante, mesmo o lado explorador, de onde pesa o facto do novo mundo como e caracterizado nunca ser completamente interessante e empatico para o espetador, onde o twist final da alguma frescura a todo o filme.

Outro dos debates e a necessidade da Disney tentar quebrar algumas barreiras, com o lançamento de personagens LGBT+. Se isso me parece interessante por outro lado o filme poderia ser mais disso a todos os niveis, poderia explorar todas estas questões do que a circunscrever a dois apontamentos de dialogo e nada mais, e ai parece que a Disney ainda não se encontra minimamente confortavel com o tema lançando apenas como forma de preencher esse estatuto.

Por tudo isto e facil perceber que o filme não resulta, fechando o ciclo de um ano completamente desastrado para  Pixar e Disney que colecionaram falhanços criticos e principalmente junto do espetador, na forma como tentaram lançar os produtos originais. Esperemos que nos proximos anos regresse a glorio que nos habituou porque este ano e este filme e concreto foi um pleno desastre.

Sobre o filme este fala de uma familia de exploradores, em três gerações com formas diferentes de estar que embarcam numa expidição de forma a tentar sair fora das fronteiras da aldeia o que os leva a um mundo no minimo muito estranho.

No argumento o filme e repetitivo em quase todos os seus elementos e os novos quase nada servem para resgatar alguma coisa. As personagens também não sao empaticas e so twist final e a sua revelação dao alguma frescura a historia em si.

Na realizaçao eu confesso que sempre fiquei impressionado por esta dupla de realizadores na capacidade de atualizar a Disney, mas neste particular o filme falhou. Em termos de tecnologia e a de ponta que ja conhecimentos apenas com um outro apontamento de assinatura, embora fique com a ideia que no guião que os problemas maiores surgem.

No que diz respeito ao cast, com alguns atores conhecimentos ele funciona com Gyllenhall a encaixar na personagem central. Nao e propriamente um filme que dependa muito das vozes mas o resultado funciona.


O melhor - O twist final

O pios - Um argumento repetitivo


Avaliação - C-



Saturday, December 24, 2022

Spirited

 A grande aposta comercial da Apple + para esta epoca de natal foi esta comedia musical baseado no Conto de Natal de Charles Dickens eis que surge este filme com dois dos melhores atores e mais conceituados em termos comicos do momento, num filme visual. Em termos criticos o filme ficou pela mediania tipica de uma comedia de grande estudio. Do ponto de vista comercial este e o tipico filme que aproveitando ao espirito natalicio podera potenciar algum valor comercial.

Sobre o filme podemos dizer que o paralelismo de mundos e algo confuso, principalmente na dinamica do mundo dos fantasmas, onde o filme é algo confuso no proposito para um filme familiar. O filme vai sendo resgatado por um ou outro momento de humor que funciona, muito por culpa da personagem de Ferrell sempre mais confortavel no registo do que Reynolds.

Com o desenvolvimento e com o filme em termos concetuais e morais a aproximar-se mais daquilo que e conto de Dickens o filme acaba por ser mais simplista, na quimica das duas personagens, sendo os momentos musiciais sempre mais comicos do que visuais, mesmo que o filme nunca descuide este ponto, acabando por ser um filme agradavel de ver sem grandes sublinhados, aproveitando acima de tudo o humor facil e algum espirito natalicio.

Spirited e assim um filme que funciona na maioria dos seus objetivos, falta-lhe elementos para se tornar no mais vincado ou entrar na biblioteca tipica de natal, talvez devido ao humor algo non sense que adquire, mas aproveita no momento o espirito e o humor, e acima de tudo o insolito de ver alguns atores em musicais quando não sao minimanente talhados para esse registo.

A historia segue o fantasma do presente, com um passado atribulado que tem a tarefa de levar a redenção de um publicista famosos, desprovido de ligações mas que vai perceber que este projeto não e so do seu alvo.

No argumento o filme não e facil de compreender para um filme de toda a familia, a primeira hora e confusa nos elementos e no exagero de personagens que não conhecemos bem o seu proposito. Na segunda fase e depois de se organizar o filme funciona melhor principalmente a transmitir os valores do conto de DIckens.

Na realizaçao Anders e o tipico realizador de comedia de estudio que tem aqui um projeto maior, um musical visual. Tem alguns momentos de muita cor, embora sem grande detalhe artistico, notando-se que o filme funciona muito melhor no lado comico do que no visual, e que define a carreira ate ao momento do realizador.

No cast dois atores de primeira linha da comedia, onde Ferrell talvez pelo paralelismo tipico com a sua personagem em Elf sente-se mais confortavel e pauta o filme mais no seu estilo de humor. Reynolds esta num bom momento comercial, embora fique a ideia que a sua personagem e algo presa para o seu estilo de comedia.

O melhor - A forma como o filme funciona nos valores e humor depois de se organizar na primeira hora.


O pior - A primeira hora e muito confusa


Avaliação - C+



Thursday, December 22, 2022

Prey for the Devil

 Num ano onde os maiores sucessos criticos ate tiveram origem em alguns filmes de terror, o ano acabou com este pequeno filme sobre exorcismos, numa evidente proposta de terror e de impressionar o espetador que acabou por ser muito limitado do ponto de vista critico, com avaliações negativas, mas que comercialmente resistiu muito para alem do esperado.

Sobre o filme eu confesso que os filmes de exorcismo pareceram sempre demasiado semelhantes na forma como nos tras personagens associadas ao demonio, e da forma como o filme a determinada altura esquece um pouco qualquer tipo de coerencia narrativa para impressionar e tentar dar imagens de horror para assustar ou pelo menos deixar desconfortavel o espetador, aqui rapidamente passamos a primeira fase, num argumento quase vazio para ir para a segunda.

A questão e que na segunda e principalmente com aquilo que o filme tenta impressionar jã vimos filmes que foram muito mais longe, tendo em conta a atualidade e aquilo que facilmente se ve em qualquer filme de serie b. Talvez por isso surja alguma dificuldade em perceber porque motivo este filme acabou por resultar em algum sucesso comercial, ja que os ingredientes que o filme tras ja foram todos utilizados e em melhores proporções.

Por tudo isto mais um filme de terror de desgaste rapido com quase nada de particularmente relevante que acaba por ter os seus cinco minutos de fama, mas a clara falta de qualidade parece que rapidamente ira conduzir o filme para o seu esquecimento como muitos outros que ao longo do tempo foram surgindo sobre exorcismo e que fomos esquecendo ate o nome.

A historia segue uma mulher que começa a ser treinada para exorcisar contudo no seu passado esta associado a possessão da sua mãe o que a leva a ter uma familiaridade com o diabo.

No que diz respeito ao argumento a historia de sempre sem grandes alterações significativas no que diz respeito ao restante. As personagens basicas e vazias tem um unico proposito no filme, e acima de tudo fica a ideia que tudo caminha para o trajeto de sempre e pelo caminho menos interessante.

Na realizaçao deste projeto Daniel Stamm um realizador de televisao que tem aqui a primeira abordagem ao cinema com um resultado de pouco impacto. Fica a sensação que de consegue ter mais arte na cor e na fotografia quando não quer impressionar do que nos claros elementos de terror.

Em termos de cast atores desconhecidos alguns vindo da televisão em personagens pouco ou nada trabalhados, que da para preencher curriculo e nada mais. 


O melhor: A curta duração

O pior - Ja vimos isto mas muito melhor.

Avaliação - D



Sam and Kate

 Num ano de dois mil e vinte e dois, onde ficou registado algumas tentativas de regresso de alguns veteranos, Dustin Hoffman apostou pela questão mais sentimental ao unir-se ao seu filho neste drama romantico geracional de pequena ambiçao comercial. Este pequeno filme com alguns efeitos de natal recebeu criticas algo moderadas o que não permitiu que atingisse qualquer tipo de impacto comercial, terreno que me parece que o filme tivesse poucas expetativas.neste terreno.

Sobre o filme o mesmo tem um ritmo pausado tipico de filme de domingo a tarde sem grandes ambições. Tem diversas relações que aborda num verdadeiro quadrado geracional. O filme e algo esteriotipado nas relações pais filhos marcadas pelo passado, sendo mais funcional na execução da função da relação amorosa central, no seu crescimento e seu desenvolvimento, embora fique a ideia que o filme se perde quase por completo quando efetiva a relação.

Por tudo isto este e um filme de pouco destaque onde a relação central e a quimica de personagens com alguns promenores acabam por alimentar o filme em alguns momentos mas que acaba depois por não ter sequencia no resto das arestas, que acabam por ser mais esteriotipadas e conduzir a um final previsivel que nao permite que o filme tenha grande impacto.

AInda mais a curiosidade da ligaçao de Hoffman com o seu filho, num momento em que o mais velho parece longe dos seus anos de referencia. O filme tenta apontar outras baterias como o amor a ligação entre as personagens seniores onde sinceramente me parece que o filme tem muito mais dificuldades em efetivar para onde o filme quer ir.

A historia segue dois jovens sozinhos e os respetivos pais os quais acabam por iniciar uma relação de namoro mas as respetivas ligações aos pais acaba por dificultar a concretização de um romance com personagens algo marcadas pelo passado.

O argumento do filme e simplista, uma historia de personagens, centrada essencialmente no amor e na ligação entre pais e filhos. O filme e algo previsivel e nem sempre consegue nas suas dinamicas de conflito criar o impacto interessante na relação central a qual não e minimamente acompanhada pelas restantes dinamicas.

No que diz respeito a realizaçao a cargo de Le Gallo um actor com algumas propostas na realização ainda que de impacto baixo e esta e mais uma, que mais nao e do que dar imagem a sua historia sem grande risco ou assinatura de artista.

Por fim do que diz respeito ao cast, o filme e competente principalmente posicionando todas as personagens naquilo que de melhor todas elas neste momento transmitem, embora longe de ser surpreendente ou ter interpretaçoes de linhagem de referência.

O melhor - A historia de amor central

O pior - As outras dinamicas acompanham mal


Avaliação - C



Monday, December 19, 2022

Disenchanted

 Há quinze anos atras a Disney surpreendeu o cinema com a comedia romantica que misturava o nosso dia a dia com historias de encontar um filme que conduziu ao alavancar de Amy Adams para uma primeira linha do cinema. Volvido este tempo eis que surge a sua sequela, adaptada a idade dos seus representantes, que surpreendentemente não arriscou o cinema, pese embora o primeiro filme tenha sido um sucesso. Em termos criticos o filme ao contrário do primeiro filme ficou pela mediana, sendo que comercialmente a forma como o filme foi distribuido dificultara perceber o real impacto do filme.

Sobre o filme eu confesso que gostei do primeiro filme pela originalidade e um conceito de risco de uma abordagem pouco convencional que está novamente presente neste segundo filme. O problema deste relativamente ao primeiro e que por um lado Amy Adams já não tem idade para ser uma estrela romantica de grande dimensão e o filme sofre isso, e depois ao entrar no mundo encantado e musical o filme torna-se algo repetitivo e mesmo algo previsivel, não tendo a originalidade da abordagem do primeiro filme.

Claro que temos pontos que nos parece que a originalidade surge como a sequencia em desenhos animados, a versatilidade da passagem da personagem central por diferentes fases. Fica e a ideia que tudo acaba por ser diminuido no que ao resto diz respeito, já que a historia não e propriamente bem trabalhada, e mesmo em termos humoristicos ao contrario do primeiro filme, existia espaço para mais.

Assim surge uma sequela sem a força do primeiro filme, se calhar por isso mesmo o filme foi distribuido diretamente para streaming, Esta abordagem desta saga teve o seu impacto no primeiro filme, e depois tirando Adams todos acabaram por ir perdendo força nas carreiras e o filme perdeu também a força dessa falta de carisma das outras personagens.

A historia segue a familia criada no primeiro filme, anos depois, com a entrada de Morgan na adolescencia e na forma como todo o contexto tem de lidar com isso. Com o desejo de voltar com a sua familia a uma historia de encantar isto torna-se perigoso e pode conduzir a problemas no seio familiar criado.

No que diz respeito ao argumento, muito da qualidade e originalidade da abordagem vem do primeiro filme. Nas suas particularidades e na historia que o filme tem menos impacto desde logo no humor, claramente menos funcional do que o primeiro, a maior previsbilidade do conceito mas acima de tudo o facto de não conseguir dar novas personagens com algum impacto.

Na realizaçao Shankman habituado a filmes musicais tomou o lugar de Kevin Lima, na tentativa de resgatar uma carreira que já teve mais impacto, depois de alguns falhanços. O filme tem cor, consegue captar o espirito das aldeias das historias de encantar, mas fica-se por ai. Explica o porquê de acabar a carreira como um mero tarefeiro.

Adams e uma das actrizes mais competentes do momento, a qual não estando na melhor fase da sua carreira, dá-se sempre a intensidade e ingredientes diferenciados a sua personagem, o que volta a ser presente neste filme. O filme sofre a falta de uma vilá de primeira linha e mais que tudo alguém que dê o novo ánimo ao filme.


O melhor - O segmento do desenho animado

O pior - A forma como o humor essencial no primeiro filme funciona mal neste


Avaliação - C



Saturday, December 17, 2022

Slumberland

 A Netflix teve um ano muito ativo em diversos campos sem que isso a tenha tornado mais eficiente. Neste inicio de Outono acabou por lançar uma das suas maiores produções apostada numa conhecida historia juvenil sobre sonhos, com um realizador experiente e alguns efeitos especiais de ponta, mas o resultado comercial e critico ficou muito aquem do esperado. Criticamente o filme não convenceu com alguma tendência negativa e isso acabou por não funcionar no típico passa palavra necessário para fazer os projetos Netflix funcionar.

Slumberland e uma serie original e bem intencionada que nos tenta mergulhar no mundo dos sonhos. O filme até consegue ser esteticamente interessante, emotivo, com alguns paralelismos interessantes, mas tem o problema completo do primeiro ao ultimo minuto que é não concretizar o mundo dos sonhos, ficando sempre a ideia que se trata de uma mistura de cor e som mas que pouco ou nada tem de relevante ao desenvolvimento da historia tornando apenas tudo algo repetitivo.

Outro dos problemas que não faz o filme funcionar e claramente a forma como a personagem de FLippy acaba por ser caracterizado e desenvolvido, a escolha de Momoa seria por si arrojada, mas a formula com que a personagem é desenvolvida como uma especie de artista rock vanguardista tira alguma inocencia e acima de tudo faz funcionar pior o paralelismo necessário com a outra personagem do filme.

Ou seja fica a ideia de que um filme que poderia ser bonito, e mais que tudo poderia e deveria ser proximo de todo o genero acaba por se tornar numa confusão que concretiza alguns dos pontos, mas longe daquilo que poderia ser o impacto de uma abordagem mais simples, ou melhor que fizesse o mundo dos sonhos funcionar minimamente como o mundo real acaba por funcionar.

A historia fala de uma jovem que apos ficar orfão fica entregue aos cuidados de um tio algo rigido, acabando por se dirigir ao mundo dos sonhos associado as historias que o seu pai lhe contava para tentar encontrar algum ponto de apoio para seguir.

O argumento podemos dizer que não sera numa primeira analise facil, pelo paralelismo dos mundos, o que pode dificultar para um filme que quer ser para toda a comunidade. O problema e que para alem deste problema a forma como caracteriza o mundo dos sonhos e a sua personagem central ainda torna tudo mais complicado.

Na realizaçao Lawrence é um realizador experiente com alguns sucessos comerciais de grande ecrã como Hunger Games mas que depois nunca conseguiu impor o seu estilo em obras mais individuais. Aqui o filme consegue ser bonito e espantoso em alguns momentos, ainda que sem assinatura, mas e demasiado complicado para o que o filme quer ser.

No que diz respeito ao cast Momoa falha na abordagem a personagem e principalmente na execução, fica sempre associado a rebeldia que o caracteriza quando a personagem merecia mais. No restante a jovem Marlow Barkley e a que melhor vai de encontro a alguma inocencia que o filme quer, sendo que O'Down também parece com dificuldades no lado mais dramatico.


O melhor - O filme tem esteticamente alguns bons momentos.

O pios - TOrna-se demasiado confuso para todos


Avaliação - C



Thursday, December 15, 2022

My Policeman

 Numa altura em que Harry Styles tenta conquistar o cinema e tornar-se num artista todo o terreno, este foi a sua grande aposta e de grande risco, quer pelas cenas de sexo homossexual, sempre complicadas para um simbolo sexual adolescente, quer por ser um filme mais critico do que comercial, de epoca, sobre a forma como a sociedade via a homossexualidade. Este filme tradicionalista britanico acabou por nao entusiasmar a critica a qual resultou numa mediania exagerada. Do ponto de vista comercial, o filme não era claramente muito ambicioso neste particular mas serviu sempre o esterlato de Styles para fazer valer o impacto na Amazon.

Sobre o filme podemos começar por dizer que como a maioria dos filmes de homossexualidade de epoca, tem implicitos valores muitos proprios politicos que merecem o seu destaque. Do ponto de vista do desenvolvimento narrativo o filme e sofrivel principalmente pela dificuldade do impacto do passado ser assinalavel no presente do filme, alias e falta de sintonia entre momentos e os balanços acabam por tornar o filme mais previsivel do que impactante.

Alias percebe-se que o filme não é propriamente rico em conteudo quando o filme explora cenas interminaveis de intimidade entre os protagonistas masculinos que conduz a que o filme queira mais ser falado por esses momentos do que pela intriga e o impacto da sua historia. Fica apenas o detalhe historico da forma como a homossexualidade era tratada e reprimida no passado, se calhar ainda presente no presente.

Ou seja um algo pastoso drama tipico britanico, de ritmo baixo e que conta uma historia que percebemos ao primeiro minuto onde vai parar. Fica a ideia que quer aproveitar o estatudo de Styles dando-lhe versatilidade mas o filme nem ganha pela sua presença e tem mesmo algumas dificuldades com as suas ainda grandes limitações enquanto ator, ficara mais marcado pela forma como o filme nos da uma Styles diferente da estrela que está sempre presente do que por outra coisa qualquer.

O filme fala de um policia recem casado, que acaba por se envolver com um negociante de arte que acabam por assumir uma relação impossivel e proibida, mas que acaba por ser presente na relação heterossexual criada, em dois momentos distintos.

No que diz respeito ao argumento para a alem do testemunho politico e social de epoca o filme acaba por ser algo pastoso, ou mesmo muito previsivel. Nao e propriamente rico nas personagens e na intriga, tendo apenas alguns momentos mais interessantes na dinamica de casal e na forma como lidam com o conhecido desconhecido.

Na realizaçao do projeto Michael Grandaje é um tradicional realizador ingles com alguns filmes de segunda linha, sem grande mediatismo que tem aqui como maior proposito liderar Styles como ator. O filme e tradicinal ao maximo na sua roupagem, dai que a realização surja algo diluida no filme.

No cast temos o risco de Styles, mais preocupado em chocar do que propriamente em mostrar dotes como ator. A personagem nao pede mas ele nao dá, ainda para mais acompanhado por um Linus Roache, que também nao me parece o ator mais imponente do mercado. Os poucos bons momentos acabam por ser da jovem Corrin.


O melhor - A dinamica do casal

O pior - A forma como tudo se torna previsivel desde o início


Avaliação - C-



Wednesday, December 14, 2022

Weird: The Al Yancovic Story

 Al Yancovic é um icon da cultura non sense norte americana, razão pela qual foi ganhando dimensão e colecionando premios na forma como foi ligando a musica e a comedia. Aqui e sobre o seu argumento temos a sua historia de ficção sobre a sua vida, que marca a estreia da Raku em grandes produçoes de streaming, num filme que foi apenas lançado na aplicação. Este cultura sub pop da personagem fez com que o mesmo arrecadasse criticas positivas, e comercialmente, embora publicado num serviço menor acabou por chamar a si algum mediatismo.

Sobre o filme, este começa bem, na forma como de uma forme descontraida, e quase satirica e exagerada nos tras o inicio do icon, sempre intrepertado com um perfeito "boneco" (sic) por um Radcliffe que encaixa como uma luva no lado mais absurdo de toda a personagem. O filme no entanto perde-se no exagero e na sua eloquência que o faz perder muito norte daquilo que poderia ser um biopic divertido para se tornar num exagero total, sem grande consistência.

A questão do filme é que talvez o inicio ou a formula que Al conseguiu para atingir o sucesso deveria ser contada e acaba por ficar em claro segundo plano, pelo exagero, pela forma como vai introduzindo versões adaptadas de personagens conhecidas. Aqui o filme perde o sentido, e perde mesmo o carisma da personagem, na sua inocência que foi cativando. E daqueles filmes que tenta ser mais engraçado do que funcional e isso acaba por o fazer perder o encanto inicial.

Ou seja para quem conhece a obra de Al, este abordagem e a esperada, pois junta a fição e a comedia, as por outro lado se calhar um lado descontraido da sua verdadeira historia ainda com alguns picos de ficção tambem funcionaria bem, e ficariamos a conhecer bem melhor a personagem do filme. Ficam sentimentos contraditorios no fim do filme.

A historia dá-nos a alegada historia de Weird, sob a  mente de como ele gostaria que tudo tivesse acontecido. o filme começa com alguma ligação à realidade que a vai perdendo por completo ate entrar no exagero dos contactos e na formula dos mesmos na carreira do artista.

No argumento a parte real merece ser contada a forma como o filme ficciona o resto é que é completamente exagerado e absurdo. Ao inicio ate podemos considerar a abordagem como diferente, mas o que é demais irrita e o filme exagera bastante.

Na realização o trabalho a cargo de Eric Appel um realizador associado a filmes comicos e series do mesmo teor, vai de encontro ao proposito total do filme, que é chocar em algum tipo de humor exagerado. Sem grande risco ou qualquer tipo de abordagem mais artistica o filme deixa o humor que quer ter fluir.

O melhor destaque do filme vai para Radcliffe aos poucos temos uma ator versatil mas mais programado para a comedia. Encaixa fisicamente bem no boneco comico que o filme quer que ele seja. Tambem deve ser sublinhada a proximidade clara física entre Rachel Wood e a jovem Madonna.


O melhor - Radcliffe


O pior - O filme entrar num exagero total de lado absurdo


Avaliação - C+



Sunday, December 11, 2022

Armageddon Time

 Apresentado no ultimo festival de Cannes como uma obra auto briográfica de James Gray, este pequeno filme sobre a pre adolescencia, sonhos e tentativa de nos colocarmos no mundo, até conseguiu ser bem recebido no festival o que de imediato lhe colocou o selo de oscarizavel, o qual com o lançamento e com o pouco impacto comercial acabou por ir desaparecendo, sendo que apenas o seu percurso nos primeiros premios podera definir que papel ira desempenhar o filme nesta temporada.

Sobre o filme temos um drama familiar, sobre a infância, sobre os comportamentos pre adolescentes, sobre os sonhos, sobre a forma como se integra em diversos momentos. O filme não sendo no seu todo uma obra prima, tem otimos momentos, como a primeira reunião familiar, sobre o crescimento da relação de amizade com alguem de outro lado da sociedade, bem como as conclusões, isto tem um valor emocional muito mais impactante apos o conhecimento que se trata de memorias do proprio realizador.

Claro que muitos verão o filme e pensarão que e algo pequeno, algo circunscrito ao momento, mesmo que o filme esteja constantemente a colocar dados historicos para o contextualizar. A forma como o filme nas conversas entre as duas personagens infantis vai fazendo crescer os sonhos tipicos e o ponto forte de um filme que talvez necessitasse de um desenvolvimento maior da relação da personagem central com os pais e com o seu contexto.

Mesmo assim um bom filme dramatico, bem interpretado, principalmente pelos consagrados adultos que escolhe. Nem sempre é objetivo nos trajetos o que faz com que o impacto final possa ser deliberadamente menor. Nao sei se tem tamanho para premios, mas tem o lado emocional e nostálgico que muitas vezes é necessario.

A historia segue um pre adolescente que na escola publica acaba por se associar a um jovem de classe baixa, com problemas de comportamento o que conduz a que também ele acabe por replicar tal conduta o que leva a uma alteração de escola e o impacto da morte da sua figura de referência no crescimento de uma identidade.

No que diz respeito ao argumento nota-se muita intimidade do argumentista e realizador com a historia, no lado animico que acaba por associar entre as duas personagens infantis. Penso que a forma como conhece as personagens adultas dificulta o argumento em as caracterizar para alem do aqui e agora.

Gray e um realizador experiente que nunca teve um filme diferenciado que preenchesse a sua carreira a longo termo. Aqui temos um filme realizado com simplicidade deixando funcionar o cast e a historia que se nota ser proxima da sua infancia. Talvez goste mais desta simplicidade dele como realizador quando comparado com o que fez anteriormente.

No cast eu penso que a personagem mais jovem, entregue a  Banks Repeta, que ja tinhamos visto como secundarissimo em Black Phone nao funciona. O actor parece sempre debil demais para a rebeldia que quer fornecer a sua personagem. O filme salva-se pelo seu tridente de consagrados. Hathway e Strong estão a um nivel elevadissimo, e com possibilidade de nomeaçao no terreno secundario, e a presença de Hopkins da ao filme o lado sereno que o filme quer na abordagem da relaçao avo neto.

O melhor - O lado emocional e nostalgico que o filme transmite.

O pior - Algumas personagens so funcionam no aqui e agora.


Avaliação - B



Enola Holmes 2

 Enola Holmes foi talvez até ao momento o conceito de maior sucesso comercial que a netflix produziu ate ao momento, principalmente aproveitando o conceito comercial da sua protagonista. Como todas as outras produçoes normais, quando algo tem sucesso e um espaço curto de tempo ate surgir a sua sequela. Sobre a sequela os mesmos principios, e resultados semelhantes, criticamente as coisas ate correram bem, e comercialmente sera sempre um conceito com algum resultado junto dos espetadores da Netflix.

Eu confesso que até gostei em alguns momentos do primeiro filme, mas não gostei deste segundo, já que o mesmo torna-se tão denso no que diz respeito a sua intriga e aos pontos de contacto, tentando chegar a tantos pontos que se torna confuso e mesmo pouco intenso num filme que se queria de ação mas que acaba por ser algo monotono principalmente pelo excesso de linhas narrativas que serve.

Outro dos pontos que parece que tira algum impacto e o crescimento natural da sua protagonista, que tinha aquela inocencia que ainda convencia no primeiro filme e que aqui desaparece e Brown ainda não tem esfofo para heroina de ação e o filme perde muito nestes elementos da sua personagem ja que fica a ideia que é pensada para outra imagem.

Ou seja uma sequela que tenta tornar complexo o que e simples, tenta ter diversos estilos quando acaba por em rigor nao ter nenhum, tornando-se num aborrecido filme de investigação, que não aproveita a personagem maior de Holmes, e fica sempre a ideia que não se quer levar muito a serio mas enche o saco de elementos que o querem tornar mais que um filme de consumo de pipocas.

A historia segue Enola, na sua tentativa de se tornar uma detetive independente que acaba por ter pouco sucesso, ate que integra num caso que se torna bem mais denso que a aparencia e acaba por cruzar num caso do seu irmão o que vai necessitar de uma ligação familiar para funcionar.

No que diz respeito ao argumento o filme tem uma historia complicada e mesmo confusa que acaba acrescentar elementos em excesso a um filme de ação. Isso torna o filme denso de uma forma quase incompreensivel. Muitos podem dizer que e um risco de preencher conceitos vazios mas neste caso tirou os elementos fundamentais num filme de entertenimento puro.

Na realizaçao da sequela temos Bradbeer um experiente realziador de televisão com algum sucesso que ja tinha estado ao leme do primeiro filme. O filme tem conceito, o filme tem meios mas o ritmo televisivo prejudica um filme com esta duração. Talvez esta justificação esteja no percurso do realizador pela televisao.

No cast Brown e uma atriz juvenil que ganhou fama assim e esta no momento de passagem para a idade adulta, e este papel acaba por a ver ainda da primeira forma o que nao enxaica na imagem em si. Nao e a melhor forma de passar essa terrivel etapa. Canvil acaba por ser mais do mesmo, bem como a presença de Carter.


O melhor - O filme arrisca em acrescentar elementos a historia basica que estamos habituados.

O pior - Nao funciona e torna tudo muito lento




Avaliação - C-

Friday, December 09, 2022

The Wonder

 Sebastian Lelio é um realizador chileno que chamou a atenção do seu cinema no aclamado The Perfect Woman, que acabou por o conduzir ate aos EUA, onde tem tentado manter o seu estilo de captaçao de imagens, em filme intensos, que tem sido bem recebidos pela critica, embora longe do entusiasmo do filme que o deu a conhecer. Este ano apresentado em alguns festivais e sendo mais uma das apostas da Netflix para a temporada de premios surgiu este The Wonder, que ate foi bem recebido criticamente com avaliações positivas, mas comercialmente desvaneceu-se entre outras propostas colocando-o quase fora de qualquer corrida.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo começa bem, num estudio atual, e numa dissertação sobre historias e a forma como acreditamos nelas, contudo esta originalidade de abordagem, vai-se esbatendo quando entra a intriga central num filme de epoca numa cidade pequena, com muitas crenças. O filme vai sempre jogando com o lado da realidade e das crenças, conseguindo sempre que esse balanço seja assinalavel, contudo o curtissimo ritmo do filme acaba por o fazer adormecer retirando do impacto que o filme acaba por ter nas suas escolhas.

E um filme de contexto, vai escolhendo as suas personagens algo lentamente, e algumas das quais ficam por explicar, o filme quer criar o conflito entre a personagem central e a comunidade, embora de uma forma que me pareça algo lentificada. Quando fica a ideia que o filme ter de acelerar, o mesmo nem sempre o faz, tornando-se algo repetitivo para a conclusão final, ficando a clara ideia que o filme deveria ter preenchido melhor o espaço ate aquele fim.

Por tudo isto The Wonder e mais competente do que brilhante. E um filme que tem um argumento melhor do que acaba por ser. FIca tambem a ideia que a originalidade do seu prologo e epilogo acaba por ser algo inoquo para o resultado final que nos trás e nem sempre percebemos bem o porque disso.

A historia segue uma enfermeira numa pequena cidade irlandesa, que vai observar uma jovem que alimenta a crença que podera ter poder divino ao sobreviver meses sem comer, contudo aquilo que vai sendo analisado e diferente daquilo que todos queriam que fosse a realidade.

No argumento o filme tem uma historia interessante, que analisando o seu esqueleto, acaba por ser impactante, interessante e mesmo com a capacidade de fazer pensar. Contudo o ritmo pausado e alguma forma como deixa de lado alguns personagens acabam por nao permitir que o filme tenha o seu impacto completo.

Lelio e um realizador a ganhar espaço, consegue criar uma pressao psicologica permanente nas suas imagens, mesmo quando o filme se calhar pedia outro registo. Ainda nao acentou o seu local em Hollywood embora me pareça um trajeto competente.

O cast da a Pugh o protagonismo num momento em que a atriz esta em todo o lado. Nao e a sua interpretaçao mais imponente mas fica bem no registo. Ao seu lado Burke também cumpre, embora seja a jovem Kila Lord Cassidy que tem mais em si o peso do filme, o que ela respeita mesmo perante a sua juventude e alguma inexperiencia.

O melhor - O inicio e o fim do filme

O pior - O filme perder ritmo muito rapidamente


AValiação - C+



Tuesday, December 06, 2022

Raymond And Ray

 Numa altura em que as aplicações de Streaming tem cada vez mais recursos e mais apostas eis que a Apple ainda lançada pela vitoria nos oscares do ano passado lançaram este drama/comédia familiar produzido por Cuaron, com uma dupla de atores consagrado, sendo uma abordagem pre oscares. Pese embora esse objetivo a receção critica do filme não foi brilhante, muito mediana acabou por o filme perder algum impacto tambem comercial, ficando fora da corrida mesmo antes da mesma ter começado.

Sobre o filme podemos começar por dizer que começa com o tipica comedia de costumes, sobre a morte e sobre o passado. O filme consegue criar na diferença das personagens uma boa simbiose entre a dupla de protagonistas, mas posteriormente acaba por se perder em alguma eloquência com a chegada da dupla a cidade natal e na forma como todo o ritual de funeral acontece. NEsse particular o filme perde-se um pouco, principalmente com o afastamento das duas personagens.

Mesmo assim o filme tem bons momentos, potenciados pelo insólito de alguns momentos, mas acima de tudo em alguns diálogos das personagens centrais, cujas diferenças alimentam bastante os apontamentos que o filme vai tendo. Pese embora tal situação o filme perde algum crescimento, e perde-se um pouco na sua motivação ideológica, existindo a ideia de que o filme tem medo de se levar a serio tendo todos os ingredientes para o ser.

Por tudo isto parece claro que é um filme que tem bons momentos mas que a ideia final e claramente inferior ao que inicialmente se pensa que poderia realizar. O filme vai do melhor ao menos bom, com um final aberto que fica na retina como sendo uma tentativa de abrir o futuro das personagens, mas que ao mesmo tempo não e objetivo e quando isso acontece o filme tem dificuldade em concretizar os seus intuitos, por culpa propria.

A historia segue dois meios irãos, diferentes mas unidos, que regressam a cidade natal para o funeral do progenitor, uma pessoa muito peculiar que os mesmos vivem marcado, e que neste ritual vão conhecer um pouco mais das vivencias daquele.

Em termos de argumento o filme tem bons momentos, quer em curiosidades, que são muitas mas acima de tudo em alguns dialogos entre as personagens centrais. Perde-se e divaga em excentricidades na fase final, que tira alguma objetividade a um filme que com uma linha mais moderada poderia ter outro tipo de impacto.

Rodrigo Garcia e um realizador com alguns filmes conhecidos, associados ao drama de pessoas, mas que nunca teve o impacto de uma primeira linha. Aqui a realização e simplista, deixando o argumento e o cast funcionar, o que nem sempre acontece por culpa propria. E tambem por alguma simplicidade de processos que o filme não funciona particularmente tambem na realização.

No que diz respeito ao cast Mcgregor nao esta em boa forma e o filme padece do quase piloto automatico do ator nestes dias. Hawke esta em melhor forma e beneficia de uma personagem mais risca, mas fica a ideia que as personagens poderiam valer mais do que o argumento lhes vai dando e diminuinto.

O melhor - As  conversas iniciais da dupla de irmãos.

O pior- -O filme ir perdendo o gas ao longo do seu tempo


Avaliação - C+



Sunday, December 04, 2022

Call Jane

 Numa altura em que o aborto voltou a estar na ordem do dia na discussão politica norte americana, surgiu este pequeno filme sobre o tema, num passado que se pensava longinquo. Call jane quer chamar a disucssão sob o ponto de vista do pensamento feminino, e isso acabou por ganhar a simpatia da critica num tema sempre polemico. Do ponto de vista comercial, a falta de figuras de primeira linha e acima de tudo uma distribuição pouco impactante resultou num resultado comercial quase residual.

Sobre o filme podemos começar por dizer que o tema e impactante, que o filme não se abstrai de ter opinião, o que é sempre um apontamento politico concreto. No que diz respeito ao filme, temos uma historia complexa, de avanços e recuos, com alguns momentos efetivamente marcantes, embora depois no trajeto exista algum emarenhamento exagerado em avanços e recuos que tornam o filme algo adormecido e sem a capacidade de criar impacto no espetador.

Assim, o filme acaba por ser pequeno na sua genese e no seu desenvolvimento quando fica claramente a ideia que poderia e deveria ser maior. Este e um estilo de tema que usualmente tras os filmes mais premiados ou as apostas mais certeiras na temporada de premios, ainda mais com um tema atual. O problema e que o filme nao cresce na historia para alem dela propria e em tudo o resto e sempre de segunda linha.

Ou seja um filme que vale mais pelo testemunho politico de uma historia que pauta uma discussão na ordem do dia, do que pelo filme em si, o qual e sempre monocordico limitando-se em contar acontecimentos sem fazer crescer os seus personagens.

A historia segue uma mulher que em face do perigo de poder perder a vida numa gravidez conhece uma organizaçáo de apoio ao abordo ilegal, a qual vai ser parte da sua vida.

No argumento o filme tem uma historia e uma temática intensa e interessante mas o desenvolvimento narrarivo da historia nunca consegue tirar realmente grande proveito do tema. As personagens quase ficam entregues a momentos e o ritmo algo pausado tambem nao permite grandes forças.

Na realizaçao do projeto Nagy e uma argumentista de algum sucesso principalmente pelo argumento de Carol que tem aqui um filme claramente defensor das mulheres. Mais que uma obra artistica de referencia o filme e um testemunho politico que tem sido claro na sua carreira principalmente como argumentista. Na realizaçao e apenas normal.

No cast Banks nunca foi uma atriz de primeira linha porque nao soube aproveitar algumas oportunidades que foram surgindo. Aqui nota-se que esta sem rotinas de drama e isso faz tambem que a personagem nao tenham a dimensao pensada. Melhor Weaver que tenta retomar os melhores momentos de uma carreira de altos e baixos.


O melhor - O tema

O pior - A forma com que o filme se torna algo monocordico


Avaliaçao - C



Scrooge: A Christmas Carol

 Numa altura em que a Netflix prepara a abordagem a epoca de natal sempre prodiga em termos de rendimento de serviços de Streaming eis que surge mais uma produçao de animação, com um classico de natal a ter uma nova roupagem de animaçao pela enesima vez. Talvez por isso criticamente o filme tenha ficado pela mediania de ser uma abordagem totalmente esperada. Comercialmente tem tudo para ser um conteudo muito visto, porque o espirito natalicio esta bem presente.

Sobre o filme o que podemos começar por dizer é que e um projeto obvio do primeiro ao ultimo minuto, desde o estilo classico muito colorido do inicio, ate as viagens ao passado, quer ate a sua roupagem musical acaba por ser previsivel, mas eficiente naquilo que e mais uma transmissão da historia mais conhecida de natal, com o formato netflix de animaçao tipico, sem grandes riscos.

O filme podera ser mais do mesmo para quem ao longo dos anos ja viu a historia em filmes, peças de teatro ou animaçao, e ai o filme parece pouco ou nada ambicioso. Tambem me parece que com a necessidade de conteudos constantes a aposta em formatos passados com roupa nova seja cada vez mais comum. Nao sera certamente o classico que mais ficara na retina da historia mas e competente e proximo dos mais pequenos.

Ou seja um classico de natal numa nova versão igual a todas as outra, sem risco, mas com competencia e equlibrio. Para quem gosta da historia noventa minutos bem passados, para quem esta espera de ser surpreendido podera ser facilmente concluido que nao era necessarios.

A historia e a conhecida epifania de Scooge e dos fantasmas do passado, presente e futuro, na forma como o mesmo pensa nao so a epoca de natal mas o seu relacionamento com tudo e todos que o rodeiam.

No que diz respeito ao argumento o classico de Dickens e conhecido e todos ja sabemos tudo ao maximo promenor e o filme nisso perde na capacidade de surpreender, o que nunca tenta. O filme oferece algumas musicas que encaixam no formato e pouco mais.

Na realizaçao Donnelly vem da animaçao embora ainda sem projetos relevantes e escolhe um estilo competente, nada  arriscado. As imagens sao as esperadas, no estilo musical sempre interessante. Parece um inicio interessante num genero dificil mas onde a netflix tem obtido algum reconhecimento.

No cast de vozes em virtude de ter visto a versão portuguesa, de baixa qualidade diga-se nada pode-se auferir sobre o real impacto do original.

O melhor - A historia de sempre.

O pior - A falta de originalidade esperada


Avaliação - C+



Causeaway

 Apresentado em festivais de pre oscares este drama do pos guerra acabou por ser uma das grandes apostas da Apple para a temporada de premios depois de no ano passado CODA ter saido vencedor. Este pequeno drama, acabou por obter razoaveis criticas, embora longe do entusiasmo que pudesse ser a alavanca para voos mais elevados. Em termos comerciais a aplicação da Apple ainda tem alguma dificuldade de expansão e por isso tambem este filme teve longe de grande brilhantismo.

Sobre o filme temos um pequeno drama, para quem viu a serie The Maid, muitas são as semelhanças entre as personagens perdidas a procura de algo. O filme consegue perfeitamente incutir isso numa prestaçao intensa de Lawrence a tentar redefinir uma carreira bem mais independente. O filme e um drama de vida a todos os niveis, que tem o lado descontraido na relação de amizade que a mesma acaba por fazer com o seu mecanimo mas que leva novamente ao drama. Se calhar demasiado drama para um filme so e com tao pouco tempo.

A vantagem do filme sao as interpretações e a forma como as duas personagens encaixam facilmente uma na outra, aqui o lado mais descontraido da personagem de Henry acaba por desformatar o lado duro e rigido da personagem de Lawrence, sao os momentos a dois que tira o filme do marasmo o qual nem sempre aproveita os outros apontamentos da vida de ambos, tornando-se num razoavel mas longe de ser brilhante drama.

Assim surge um drama algo pequeno no que diz respeito ao tamano e ao ritmo, pausado, mas que tem duas personagens e interpretações que merecem destaque. Nao e um filme para espantar ou para deixar todos de boca aberta, mas acaba por ser um filme competente que sabe encaixar bem as duas personagens centrais que acabam por prender o espetador para perceber onde aquela sinergia vai acabar.

A historia segue uma ex militar que apos recuperar de uma explosão tem de regressar a sua terra natal e a casa, percebendo-se que pouco a liga ali, enquanto tenta regressar acaba por encetar uma amizade com o seu mecanico cuja vida tambem foi marcada pelo lado tragico.

Em termos de argumento o excesso de drama pode ser obvio no filme, que aproveita bem as angustias e as procuras constantes dos personagens. Nao e um filme muito ritmado ou com uma intriga de primeira linha mas e um filme onde as personagens resgatam o filme e isso tem a ver com a forma como o argumento as potencia.

Na realizaçao Neugebauer e uma realizadora desconhecida a dar os primeiros passos que tem aqui o elenco e uma aposta forte. A realizaçao e simplista, tipicamente independente de iniciante. Ela consegue captar bem os momentos das personagens mas o filme e pequeno e isso tambem acaba por colocar em causa o impacto da sua realizaçao. Mas e uma boa estreia ao mais alto nivel.

No cast Lawrence esta a tentar recuperar o impacto que lhe deu o oscar ainda jovem. Depois de ter andado algo perdida na carreira muito por culpa de Mother, a atriz encontra aqui um regresso a base, ja que foi em WInters Bone que ganhou impacto, no lado dramatico que aqui novamente demonstra ser a sua praia. Maior destaque para Tyree Henry um actor versátil que demonstra bem que a geração Atlanta foi uma dadiva ao cinema, nao seria surpreendente se conseguisse nomeaçao no projeto.


O melhor - As interpretações.

O pior - O baixo ritmo num filme tao pequeno


Avaliação - B-



Saturday, December 03, 2022

Black Adam

 Numa epoca em que a guerra entre DC e Marvel se encontra ao rubro quer no que diz respeito a filmes, mas tambem nas apostas das aplicações de streaming, eis que a DC apostou em grande ao lançar um heroi secundario mas a dar o protagonismo a uma das figuras mais conceituadas e mediaticas do cinema. O resultado critico nao foi o melhor, com avaliações sofriveis, muito na onde do que tem sido a maioria do trajeto DC. Do ponto de vista comercial, o valor comercial de The Rock foi essencial para tornar o projeto rentavel.

Sobre o filme eu confesso que desconhecia por completo a origem de Black Adam ou dos herois que aqui surgem e depois de ver o filme não fiquei muito esclarecido sobre o mesmo, para alem de ter poderes impressionantes e inigualaveis, e uma historia de base extremamente confusa com muitas personagens mas com uma intriga simplista e quase rudimentar.

O filme é debil a todos os niveis narrativos, na construçao de personagens, na intriga que escolhe mas acima de tudo por ser refem o tempo todo de efeitos CGI ao limite que se encaixam no movimento de todas as personagens, mas acima de tudo na criaçao de um vilao que nada tras do seu ator de base. Tudo isto da um fogo de artificio totalmente barulhento mas num filme que pouco ou nada tem de particularmente interessante, tendo apenas o objetivo ganhar dinheiro facil.

Esta tem sido a grande dificuldade da maior parte dos projetos da DC, a forma como os filmes se limitam a efeitos especiais de primeira geração, mas como as historias ou mesmo os projetos enquanto realizaçao sao fabriqueiros sem qualquer assinatura que por isso mesmo tem muita dificuldade de ter filmes assinalaveis mas mais que tudo de juntar as historias num mundo proprio.

A historia segue a criação de Black Adam um anti heroi, protetor de uma cidade que renasce com o mesmo objetivo depois de ter sido descoberta a coroa de um rei tirano antigo, e mais que tudo estar na posse de alguem com os mesmos objetivos.

No que diz respeito ao argumento começam aqui os problemas claros do filme que começam em personagens muito basicas, pouco trabalhadas, a começar pelo heroi e pelo vilão. Em termos de desenvolvimento narrativo tudo nao e também muito simplista e previsivel, exige-se mais para o conceito DC e para o dinheiro envolvido.

Na realizaçao para este projeto a DC escolher Collet Serra um realizador oriundo de filmes de açao simples, sem grande tamanho em Hollywood muito associado a Liam Neeson que nos ultimos tempos tem estado ligado a The ROck. Exagero de efeitos num filme de estudio sem assinatura um pouco semelhante ao que fomos vendo no realizador em anos anteriores.

No cast The Rock tem o lado funcional de heroi de açao, e aqui da o que o filme quer, principalmente esteticamente. O filme tem muitos secundarios que deveriam ter relevância que o filme nunca aproveita, e um vilão totalmente inexistente para alem do efeito especial.


O melhor - Alguns apontamentos da banda sonora.


O pior - A forma como o filme se esvazia nos efeitos especiais.


Avaliação - D+