Tuesday, February 11, 2025

September 5

 Para os mais atentos à temporada de prémios existiu um filme que por vezes apareceu nas listas mas que a maior parte das pessoas quase não ouviu falar que foi, nada mais nada menos do que este drama sobre o acompanhamento do massacre de 5 de Setembro de 1972 efetuado pela ABC e que se tornou num icon da reportagem televisiva norte americana. Desde a sua primeira exibição as criticas positivas colocaram o filme na antecamara dos premios, mas os parcos resultados comerciais acabaram por furar qualquer expetativa conseguindo apenas a nomeaçao para melhor argumento original.

Sobre o filme podemos dizer que tentar criar com realismo e com factualidade a forma como se tudo passou num acontecimento unico é dificil, mas o filme acaba por o fazer bem, embora sem grande input ou surpresa. E sempre um filme mais competente do que brilhante, num ritmo meio alto, e onde apenas o twist final acaba por dar ao filme aquela acelaração que qualquer filme tem de ter para se fazer notar.

Temos uma historia de personagens, sobre ir a procura da descoberta do que esta a acontecer. O filme funciona melhor na questão da produçao dos detalhes do que era fazer televisao ao vivo naquele tempo, das dificuldades do que propriamente no guião ou na criaçao das personagens. Fica sempre a ideia que a maioria das pessoas que a vimos nao as conhecemos e como tal temos dificuldade em perceber como reagem. Mesmo assim na forma como se vai desenvolvimento os acontecimentos o filme tem o seu merito.

Um pouco na onde do que Reitman fez com Saturday Night temos um filme sobre um evento televisivo e mais que isso sobre como tudo se foi desenrolando. Estes filmes ao serem curtos deixa pouco espaço para os seus interpretes e neste caso fica a ideia que deviamos ter conhecido um pouco melhor os decisores. mas fica o registo de um acontecimento unico e marcante na historia da humanidade, mas mais que tudo na forma como a televisão se desenvolveu a partir dai, para o que é hoje.

A historia segue um conjunto de jornalistas desportivos destacados para acompanhar as olimpiadas de Munique em 1972 que acabam por iniciar o acomapanhamento da tomada de refens dos atletas israelistas que vai desencadear o massacre de 5 de Setembro, e a forma como fizeram chegar o acompanhamento dessa tragedia ao mundo.

O argumento do filme é eficaz principalmente no promenor das dificuldades, nota-se trabalho de casa, de pesquisa e isso acaba por permitir que o acompanhamento de um acontecimento como este nos de uma boa intriga. Fica a ideia que em termos de personagens existia espaço para algo mais.

Na realizaçao do projeto temos Tim Fehlbaum um jovem realizador suiço que tem aqui a sua primeira imagem de marca num filme rigoroso no compromisso com o tempo, que tem na abordagem um dos seus maiores apontamentos. E um bom cartão de visita, veremos o que se segue.

No cast o filme nao e propriamente muito trabalhado nas personagens, acabando por ser Magaro quem sai com mais dimensão do filme. E o mais intenso o que tem em si mais despesas do filme, mas fica a ideia que a sua personagem com outro guião poderia ter crescido algo mais. Os secundarios cumprem sem serem nunca um sublinhado do filme.


O melhor - Os promenores do tempo do jornalismo

O pior - Fica a ideia que o filme poderia ser maior


Avaliação - B-

Sunday, February 09, 2025

A Real Pain

 Lançado no ultimo festival de Sundance rapidamente se percebeu que este seria o filme que iria aguentar até a temporada de premios, o que sucedeu, pese embora as excelentes criticas o filme acabou por ganhar um Hype na temporada de premios que vai conduzir a que o filme consiga pelo menos ganhar o oscar de melhor ator secundario. Comercialmente estamos perante um filme pequeno mas que comercialmente conseguiu os seus pressupostos estando presente nesta temporada de premios, contudo o resultado final em termos das principais nomeaçoes ficaram um pouco aquem.

No que diz respeito ao filme temos a tipica Road Trip por uma polonia reconstruida pos holocausto, e é neste segmento que o filme é mais sedutor, ao entrar dentro de uma tour com todos os seus ingredientes, na forma como as personagens interagem na forma como os conflitos vao surgindo e acima de tudo no detalhe da viagem o filme é curioso e o pressuposto ideal para a historia de base que o filme quer dar.

Tambem nesta o filme funciona na forma como diferencia o extrovertido, centro das atençoes sem rumo contrapondo com o introvertido, focado mas com a vida estabilizada. Mais que o holocausto o filme e sobre vivencias no mundo e nesse particular funciona, com um final dramatico pesado que assume bem a mensagem que o mesmo quer ter.

Onde o filme funciona menor acaba por ser em ser uma comedia disfarçada, fica a ideia que o filme muitas vezes quer puxar a gargalhada sem nunca o conseguir fazer. Claro que o estilo Culkin, com muito da sua assinatura e daqueles que preenche o filme e acaba por lhe dar um aspeto ligeiro que fica a ideia que o filme balança em boas condições para aquilo que quer transmitir. Fica a ideia que poderia ser mais efetivo, sendo sem duvida um excelente filme.

A historia segue dois primos bem diferentes, com uma infancia proxima que se juntam numa tour pela Polonia de forma a conhecerem a casa que era da avó que os criou. Aqui surgem os conflitos e as diferenças entre eles e um conhecimento da historia familiar.

No que diz respeito ao argumento fica a ideia que os dialogos sao bem trabalhados, mas falta mais dialogos sobre as personagens, ficando a ideia que o filme fica nos paralelismos. Bons dialogos mas mais que tudo uma boa ideia do que o filme quer transmitir e ser.

Na realizaçao notou-se a particularidade de Eisenberg querer ir buscar os pontos particulares e as diferenças pos holocausto. A sequencia do campo de concentração e dura e o filme sabe perfeitamente ser um guia com as personagens e isso é o maior segredo de um filme que se assume sempre como pequeno.

No que diz respeito ao casté um festival Culkin, reconhecendo que muito do ator, e dos seus personagens anteriores esta muito presente, nao se consegue ficar indiferente a sua toada e a forma como marca os ritmos. Um ator com um estilo proprio que poderá ter dificuldade em descalçar alguns pontos, mas quando encaixa no estilo que o filme quer este ganha em toda a dimensão. Eisenberg e ele proprio, com alguns, poucos, momentos de explosao da personagem


O melhor - A definiçao central das duas personagens

O pior - Poderia ser maior e dar mais do background das personagens


Avaliação - B+

Saturday, February 08, 2025

Babygirl

 Lançado em Veneza como o filme mais quente do ano, desde logo ficou prefilado para os Oscars depois de Nicole Kidman ter ganho o premio de melhor atriz no festival de Veneza. Mas logo ai se percebeu que a boa receção critica talvez nao fosse acompanhada pela reação do publico que nao foi propriamente muito proximo deste filme sobre fantasias sexuais. Em termos de bilheteira o filme saiu no final do ano, numa especie de filme quente de natal mas o resultado nos EUA foi rudimentar mas no resto do mundo a curiosidade permitiu ao filme resultados bastante consistentes.

O filme é sobre dinamicas sexuais e de poder laboral, a historia tem bastante atualidade e acaba por ser curioso a forma como o filme altera o padrão alegadamente convencional no que diz respeito aos generos dos envolvidos. Ate aqui o filme funciona, o problema são as personagens principalmente as masculinas, vagas, pouco trabalhadas, o que acaba por fazer a intensidade narrativa ter dificuldade em crescer, e quando assim é fica a sensação de um filme em lume brando que nao arranca.

Outro dos pontos onde parece que o filme estava demasiado dependente era na sensualidade da atração e também aqui penso ja termos visto bem melhor. A quimica entre os casais nao e propriamente muito interessante ficando a ideia que tambem o contexto familiar da protagonista fica demasiado pela rama. COmpreendo que o filme queira alinhar-se no lado central da sexualidade mas tambem fica a ideia que isso nao ficaria comprometido com mais trabalho nas linhas narrativas secundarias.

O filme funciona na mensagem, no tema que quer abordar e como o faz crescer. Fica a sensação que por vezes e algo preguiçoso na forma como constroi as suas proprias cenas e isso acaba por saber a pouco. E um filme razoavel sem nunca conseguir ser brilhante. Cai em alguns cliches e num filme de temporada de premios isso pode ser pouco.

A historia segue uma alta executiva com uma vida sexual reprimida que inicia uma relação sexual e de dominio com um jovem estagiario que em plena meia idade poe em causa a sua familia, o seu trabalho e a sua propria forma de se ver.

O argumento do filme acaba por ter alguns elementos que são atuais e que sempre foram trabalhados de uma forma algo simplista. O filme tenta mais, mas as personagens principalmente as masculinas acabam por ser tapadas pela forma demasiado intensa que o filme se debruça sobre a personagem feminina. O filme tem o seu maior valor nas interações finais.

Na realizaçao temos Halina Reijn uma quase desconhecida que se deu a conhecer neste filme. Nota-se uma realização feminina no enfoque, e na forma como o filme observa tudo desse ponto de vista. Falta algum risco visual, porque parece sempre um telefilme de natal. Veremos o que vem a seguir, ou sera um one hit wonder.

No cast temos uma Kidman disponivel, intensa, algo que tem sido comum nesta fase da carreira da atriz. NAo e propriamente a sua melhor construção mas e a que beneficia mais do filme ser construido em torno de si. Banderas poderia ser mais convincente nos momentos em que é chamado a ser intenso, e Dickinson e um dos atores em ascenção em Hollywood, da o lado perdido de uma juventude em crescimento, mas pouco mais, demasiado recheado de tiques.


O melhor - Os ultimos cinco minutos

O pior - Os personagens masculinos.


Avaliação - C+

Friday, February 07, 2025

Nosferatu

 Anunciado com toda a poupa e circunstânncia, eis que surgiu a visão de Robert Eggers de um dos mais carismaticos vampiros da historia do cinema, num elenco recheado de atores visiveis de uma nova geração, o filme estreou no final do ano e tornou-se quase de forma instantanea um fenomeno comercial e tambem critico que conduziu a algumas nomeaçoes para premios, a maioria das quais em categorias tecnicas mas que fizeram do filme um claro sucesso.

Sobre o filme podemos dizer que em termos de historia, a mesma e conhecida e nesse particular pouco poderia ser alterado por Eggers. Dai que o pese que o mesmo tinha sobre si, estava essencialmente na sua capacidade estetica de dar ao filme uma roupagem significativa que o diferenciasse e nisso Eggers embora nem sempre num trabalho totalmente coeso conseguiu ja que funciona bem com as sombras e com o horror.

Um dos pontos que acho que o filme funciona menos é em alguma hiperatividade dos personagens que ficam sempre muito mais presos as expressões faciais e aos exageros do que propriamente a dimensão da personagem. Fica a sensação que um cast tão mediato o resultado na maioria das personagens deveria ser melhor, porque fica a ideia que o filme para alem da riqueza tecnica perde algum do conteudo quando comparado com outros filmes com a mesma tematica.

Por tudo isto podemos dizer que Nosferatu funciona tecnicamente, funciona no aspecto onde Eggers e sempre mais eficaz na sua construçao visual, onde efetivamente se percebe que cada cena e pensada ao detalhe total para impressionar e tem essa capacidade. Quem tem a expetativa de conhecer um pouco mais Nosferatu e os seus amigos o filme nao vai por ai.

A historia segue o Conde Orlok e a sua tentativa de ir comprar uma casa na sua terra natal acabando por trazer consigo o mal, e uma forma de tentar dominar o mundo, com os seus planos e os seus seguidores.

O argumento do filme e reduzido, nao se debruça muito sobre as personagens passiveis de ser trabalhadas. A mitologia de Orlok tambem e transcrita pela base, e apenas a escolha final parece diferenciar-se ao ponto de ser relevante no que diz respeito a historia que o filme quer contar.

Eggers e um cineasta dos novos tempos, os filmes tem uma assinatura e uma riqueza visual quase sem comparação. Gosta da expressão dos seus atores e filma as mesmas com uma intensidade que o fazem ser a pessoa a seguir nos ultimos tempos, ainda para mais agora com uma vertente mais comercial

No cast o filme funciona na escolha de Skarsgaard embora pouco ou nada se reconheça do ator o que esta completamente transformado. Orlok e o protagonista e o filme sabe viver com isso. Nos restantes o filme nem sempre nos parece brilhante Rose Depp tem um papel vistoso mas penso que como os restantes cai demasiado no overacting expressionista. Pode ter sido uma escolha do realizador mas penso que nao e o melhor caminho.


O melhor - A estetica do filme.

O pior - Nao tras propriamente mais personagem a historia


Avaliação - B-

Monday, February 03, 2025

All We Imagine as Light

 Desde a sua apresentação no ultimo festival de Cannes que este foi o filme indiano a seguir, sendo uma presença constante na lista de melhores filmes do ano na maior parte dos criticos o filme falhou a indicação no pais de origem e por tal a nomeaçao para melhor filme estrangeiro nao existindo nos Oscares. A boa critica do filme deu-lhe uma carreira internacional meritoria, contudo comercialmente e tendo em conta que a industria de Bollywood vale muito dinheiro os resultados ficaram muito aquem.

Sobre o filme podemos começar por dizer que começa a por caracterizar Mumbai dos trabalhadores, as suas dificuldades a forma como as pessoas tem de se adaptar a uma vivencia de uma cidade interminavel. Este ponto e onde o filme melhor funciona. Quando o filme entre no lado das duas personagens o filme é vago, dificilmente conseguimos perceber o que cada uma sente, ficando apenas o choque cultural religioso na mente.

Por tudo isto temos um filme pequeno que sinceramente tenho muita dificuldade em perceber a forma como se tornou num dos acontecimentos criticos do ano. Sobra a caracterizaçao de Mombai diferenciado, das dificuldades de pessoas trabalhadores em ter minimas condições de vida, mas num filme local, fica a ideia que isso e o minimo possivel.

Assim um filme mediano indicado, de base e longe do lado pomposo de Hollywood, mas que fica na luz por ter dificuldades a contar a sua historia e quando assim é mesmo o que o filme quer transmitir em termos de ideias tambem fica longe. Uma surpresa o filme ter sido tao reconhecido, ficando a clara ideia que a falta de nomeaçoes poderá ter dado ao filme a insignificancia justa ao que apresenta.

A historia fala de duas fucionarias de um hospital com vidas amorosas diferenciadas, uma mais velha que tem uma aproximação a um medico mas esta refem do marido na alemanha, e uma jovem apaixonada por um jovem muculmano mas fica dificil encontrar o espaço para estarem juntos.

O argumento do filme e o maior handicap para ser um filme de referencia. As personagens ate poderiam representar muito mais do que o filme na sua essencia consegue lhe dar. Tambem em termos de simbologia fica a ideia que no final nao percebemos muito bem o que o filme quer transmitir.

Na realizaçao o projeto de Payel Kapadia uma realizadora indiana que pela sua coragem acaba por ser uma figura de referencia tambem politica. Aqui nota-se que conhece bem a cidade de Mombai, mas pouco mais, o filme entra na cidade mas sem um lado artistico particulamente trabalhado. E daqueles filmes que o historico da realizadora acaba por ser mais valorizado do que o trabalho concreto em si.

No cast o filme e liderado por duas atrizes nativas pouco conhecidas que funcionam na dictomia das personalidades. O lado mais extrovertido da juventude contra a submissão das mais velhas acaba por ser o que o flme tem de mais diferenciado.


O melhor - Mumbai

O pior - A sensação de que o filme não trás nada de relevante na sua mensagem


Avaliação - C

Sunday, February 02, 2025

Homestead

 Num ano em que a Angel Studio e a sua doutrina andaram semana apos semana em novos lançamentos de forma a tentar repetir de forma clara o sucesso de Sound of Freedom, eis que a sua maior aposta com o seu maior colaborador Neil Mcdonnald viu a luz do dia, num filme que marca o inicio de uma alegada serie. Criticamente ao contrario da maioria dos filmes da Angel o resultado foi mediano com algum apoio entre os mais conservadores. Comercialmente ao contrario dos outros projetos que foram desastres completos este acabou por despertar a atenção dos conservadores com resultados interessantes ainda que so circunscritos aos EUA.

Sobre o filme podemos dizer que é dificil perceber a ideia do filme, temos uma ataque terrorista, uma especie de fim do mundo e uma serie de pessoas juntam.se numa comunidade para sobreviver ao que vem ai. O filme tem uma ideologia mais que discutivel naquilo que defende das suas personagens. A loucura por armas, por defesa do que é nosso, fica a ideia que este extremismo republicado acabou por ter agora uma representação em cinema.

O mais comum neste tipo de cinema e intriga pouco ou nada trabalhada, relaçoes esterioripadas em todos os momentos e arestas que o filme que ter e um lado politico e ideologico discutivel no mundo de hoje. A forma como tenta comercializar os americanos em guerra contra o mundo em que temos de defender os nossos acaba por ser uma viagem aos western dos anos 50 sem o carisma dos mesmos.

Poucos sabemos que ira evoluir a Angel Studios, atualmente e quase uma doutrina, desta vez sem grandes elementos religiosos acabando por incidir mais em determinados mandamentos da filosofia conservadora, quase em contraponto com o lado mais esquerdo de Hollywood. Perde o cinema acima de tudo porque ate agora a ANgel pouco ou nada deu ao cinema de relevante.

A historia segue um grupo de pessoas que se junta apos um ataque terrorista de forma a tentar sobreviver em comunidade. Tudo fica pior quando tentam ser colocado em causa e criam uma guerra com os interesses instalados.

O argumento do filme e redutor em toda a sua analise. As personagens esteriotipadas, a moratoria final esperado e vazia. As personagens parecem num momento em que estao numa telenovela de segunda linha como rapidamente num filme de guerra. Enfim nada encaixa e o filme sabe disso.

Na realizaçao, este tipo de projetos tem realizadores proprios, tarefeiros de pouca ambiçao estando aqui Ben Smallbone. Ate ao momento o seu melhor trabalho tinha sido um documentario de Johnny Cash e agora um registo menor artistico. Normalmente este e o caminho para realizadores em fim de linha ou quem nao encontrou a passagem para trabalhos mais atrativos.

No cast temos um conjunto de desconhecidos sob a batuta de Neal Mcdonaugh o ator fetiche deste tipo de filmes que acaba por ser a imagem do estudio, depois de diversos anos a ser um vilão de segunda linha. O filme nao tem propriamente personagens dimensionais logo as interpretaçoes são tambem elas rudimentares e de atores ate ao momento irrelevantes.


O melhor  - Rapidamente percebemos que nao vamos perder tempo com a serie

O pior - Quase duas horas de um folhetim conservador


Avaliação - D

Saturday, February 01, 2025

The Brutalist

 Depois de ter estreado com estrondo no ultimo festival de Veneza esta obra de autor foi ganhando espaço nas apostas para os oscares ate se tornar no alvo a abater. Nos ultimos tempos algumas polemicas relacionadas com a utilizaçao de AI colocaram algumas duvidas no caminho que parecia triunfante como o melhor filme do ano, mas a luta mantém-se principalmente porque as criticas foram impressionantes. Do ponto de vista comercial, um filme com uma duração de mais de tres horas e meia afasta sempre e os resultados poderão ser comercial curtos para um candidato a premios.

Sobre o filme a primeira coisa que se pode dizer é que o filme não e minimamente aborrecido, que vai lançando intriga consequente, que fica a ideia que ate demais e que por vezes alguns pontos sao deixados em aberto mesmo que fique a clara ideia que isso e propositado. O filme tem um significado interessante e atual sobre as dificuldades da emigraçao e a utilização dos mesmos por classes superiores para exercer poder. O filme e claramente eficaz nessa mensagem embora seja mais que isso.

Tambem no ponto de vista de estetico a realizaçao do filme e incrivel e original do primeiro ao ultimo minuto, a forma como começa, confusa mas simbolica, a capacidade de ser original na introduçao e mesmo no final, o intervalo pensado, a forma como o som e ator principal do primeiro ao ultimo minuto, ao longo de mais de tres horas e meia faz do filme um objeto gigante, tecnicamente irrepreensivel e surpreendente.

O que poderá ser o lado mais debil do filme, ainda assim forte é o argumento, fica a ideia que o filme alimenta demais a chama e fica sempre a sensação que fica algo por dizer, algo por saber, num filme tao grande isto pode parecer estranho. Sem duvida e um dos melhores filmes do ano, talvez o mais perfecionista, se calhar nao o que melhor entertem ou prende o espetador.

A historia fala de um arquiteto judeu hungaro que embarca para os EUA em busca de sucesso deixando para tras os horrores da II guerra mundial. Entre avanços e recuos conhece um rico e impulsivo empresartio que acaba por o ajudar a desenvolver o seu trabalho.

O argumento do filme tem muitos temas, o da emigraçao o mais simbolico e atual, mas tambem vai a procura do contexto historico de cada momento. Nas personagens o filme aborda diversos problemas com diversas pontas, consegue atar todas embora parece que em algumas com demasiados atalhos.

Corbert e o heroi do filme, a forma como pensou um filme tao grande, ao detalhe, a forma como esteticamente o filme surpreende mais de tres horas. A originalidade das suas escolhas fazem com que so um desastre o oscar de melhor realizador. Uma carreira em crescendo de um dos valores seguros de Hollywood e ainda jovem.

O cast e muito eficaz, fica a ideia que Brody se calhar e demasiado proximo na disponibilidade fisica ao que fez em Pianista. A personagem e intensa, tem tres horas de duração, é eficaz mas podera perder por ja o termos visto num registo proximo. Jones quando entra domina o filme, uma excelente atriz que parece ter perdido por momentos o espaço maior de hollywood que regressa com sucesso. Pearce e muito convincente na sua construção, e as nomeaçoes todas aleas sao naturais, embora fique a ideia que tirando Jones, nenhuma seja realmente forte para ganhar indiscutivelmente.


O melhor - A realizaçao

O pior - FIca a ideia depois de tres horas e meia que algo ficou ainda por dizer


Avaliação - B+

Thursday, January 30, 2025

The Girl With the Needle

 Depois de estreado no ultimo festival de Cannes este peculiar e sombrio filme dinamarquês, estreou com excelentes criticas e foi-se sempre mantendo na discussão nos prémios para melhor filme estrangeiro, acabando por conseguir essa gloria. Comercialmente o filme acabou por passar despercebido, principalmente porque o lado a preto e branco como assinatura poderá sempre fazer afastar alguns espetadores.

Sobre o filme podemos dizer que temos dois pontos distintos na sua execução com resultados proximos mais diferentes. A primeira parte do filme acaba por funcionar bem na caracterização e definição inicial da personagens e os seus avanços e recuos, o filme consegue utilizar bem o preto e branco, é intenso, é pesado e tem o que de melhor muitas vezes o cinema europeu nos trás que é a intensidade.

Com o conhecimento da relação central do filme, este acaba por  demorar mais no impacto que quer criar numa fase inicial. Inicialmente achamos estranho até percebermos efetivamente o que o filme quer ser. Quando temos a revelação o filme recupera a intensidade perdida a meia da viagem e torna-se num filme intenso, impactante, bem realizador e uma boa demonstração do poder que o cinema europeu, nos nossos dias consegue ter.

Assim temos um dos bons filmes do ano, uma agradável surpresa, num filme original, numa historia impactante com bom ritmo, e que acima de tudo consegue surpreender na sua forma de aos poucos ir ao submundo das pessoas não fosse o filme sobre uma serie de crimes macabros. Provavelmente a competição pelo melhor filme internacional este ano vai ser dura, mas fica a clara ideia que este merece estar na disputa.

No que diz respeito a historia temos uma costureira em pleno pos guerra mundial, que acaba por ser ver na pobreza, gravida de um indivíduo rico que a abandonou, com um ex marido que julgou morto deformado. Tudo muda quando é salva por uma mulher dona de uma loja que a ajuda a dar um destino para a criança, tornando-se aliada da mesma, a qual guarda um terrivel segredo.

O argumento do filme e impactante e bem gerido na forma como se vai revelando e essencialmente tambem na forma como consegue se ir agrupando com objetivos muitos concreto em cada um dos pontos. Temos boas personagens, intensidade na sua criação que merece atenção.

Na realização Magnus Von Horn e um jovem realizador dinamarques ja com alguma filmiografia interessante que tem aqui o seu melhor filme. Boa opçao pelo preto e branco que dao ao filme um caracter mais impactante e negro. Atenção porque se trata de um realizador jovem que devemos estar atentos.

No que diz respeito a interpretação, ambas protagonistas Vic Carmen Sonne e Drine Dyrholm são intensas, esteticas e levam a si o filme da forma que este quer ser. E um filme de personagens e ambas acabam por demonstrar bem a intensidade das interpretes europeias.


O melhor - A capacidade do filme se reinventar nos seus momentos.


O pior - Podemos achar que o filme perde algum espaço no seu intermedio


Avaliação - B+

Tuesday, January 28, 2025

Queer

 Luca Guadagnino surgiu de forma surpreendente em 2024 com dois projetos bem diferentes, com o mesmo argumentista, com os mesmos compositores, mas com ambições diferentes com este Queer a ser lançado em plena temporada de premios e com objetivos claros. Criticamente as coisas ate correram bem nunca conseguindo ser brilhante, fica a ideia que se falou sempre mais no lado homossexual da personagem de James Bond do que o filme em si, e nao sei se essa opçao resultou naquilo que o filme queria atingir. Do ponto de vista comercial os resultados foram curtos principalmente nos EUA onde poucos se interessaram por o tema.

Sobre o filme posso dizer que gosto da forma com que Guadagnino filme na conjugação do tradicional, no europeu com a musica e a importancia que a estetica visual e auditiva tem nos seus filmes, alguns deles obras primas do cinema moderno. o que falha neste filme é mesmo a historia, a dictomia da relação sexual e amorosa ate podia ser um bom trabalho se o filme não tivesse demasiada preocupação em dar ao filme o elemento de choque por vermos um James Bond em cenas de sexo explicitas, colocando o guião um pouco de lado.

Outro dos problemas do filme é a que irreverencia musical, que dao alguns dos melhores momentos ao filme, mesmo das personagens, no desenvolvimento do filme acabe por desaparecer para dar espaço a sequencias onde as personagens não saem do seu espaço. Na ultima parte do filme, fica a ideia que tudo se perde, a sequencia do consumo para tentar perceber a relação é exagerada e o filme nao ganha propriamente dito com essa eloquencia.

Por tudo isto e mesmo sendo obvio que Luca e um dos melhores realizadores da atualidade fica a ideia que este filme perde-se em perciosismo e nao encontra a sua forma mais correta de comunicar. Quando se fala mais de uma interpretaçao do que propriamente do filme, fica a ideia que algo falhou e Queer falhou talvez por ter levado em demasia a ambiçao de ser essencialmente um filme Queer.

A historia segue um individuo no Mexico que passa a vida a deambular por espaços publicos procurando encontros sexualziados ate que tudo muda nos contactos com um jovem com o qual partiha experiencias sexuais esperando que tudo seja algo mais.

O argumento do filme ate poderia ter uma base interessante, na dictomia entre o envolvimento sexual e intimo, o filme explora em alguns momentos esse ponto, mas deixa-se adormecer exageradamente nos grafismos e por fim numa sequencia de resposta pouco coesa. Nao nos parece o melhor argumento para os objetivos.

Na realizaçao e incrivel a forma de Luca filmar e captar a todos os momentos as melhores imagens possiveis. Sabe quando as personagens necessitam de conversar a sos com o publico, sabe usar a musica, e fica aqui algo perdido na minha opiniao com um argumento lento, e principalmente com ter colocado a acentuaçao do filme na sua escolha para protagonista.

Craig arrisca mas o filme arrisca muito na sua escolha. Esta exposiçao contra tudo o que fez antes podia ser bem avaliada mas ia ser o assunto central do filme mais do que qualquer outra coisa. Pena e que o filme procure na maior parte do tempo isso, e o filme se perca. Uma boa interpretaçao mas um filme que se parece demasiado preocupada com ela. nos secundarios Starkey cumpre uma tarefa de base da personagem central.


O melhor - Alguns momentos de Luca Guadagnino como realizador.


O pior - A sequencia final


Avaliação - C

Sunday, January 26, 2025

Anora

 Desde o momento em que este filme americano foi galardoado com a Palma de Ouro no ultimo festival de Cannes que a atenção dos premios ficou centrada nele, nos seus interpretes e no percurso posterior que iria efetuar. Com criticas de primeira linha, o filme acabou por ter resultados mais modestos do ponto de vista comercial inicialmente mas o percurso dos premios acabou por conduzir o filme para resultados que ninguem esperaria num primeiro momento, sendo um dos filmes que se encontra a marcar esta temporada de premios.

Sobre o filme, e nao sendo eu uma pessoa que tenha tido um total entusiamo nos filmes anteriores de Sean Baker, fiquei totalmente apaixonado por este filme, pelas personagens, pelas interações, pela forma como o filme encaixa na simplicidade das mesmas, nao colocando de parte o seu intenso final e o seu significado. O filme e claramente até ao momento o filme mais completo do ano, numa montanha russa de emoçoes, que acaba por ter os seus segredos no argumento e interpretações.

Os primeiros vinte minutos sao algo parados, parece que queremos entrar na vida de uma dançarina de striptease, para rapidamente passarmos para a loucura da relação que sao molas de arremesso para o que vemos a seguir. E quando os quatro protagonistas centrais começam a procura que o filme consegue ser ele proprio, com sequencias brutais, humoristicamente bem trabalhadas, escritas de forma inteligente e interpretadas de forma melhor, a segunda parte do filme acaba por ser das melhores dos ultimso tempos.

Por tudo isto Anora e um dos grandes filmes dos ultimos anos, pela capacidade de uma aparente historia comum ser surpreendente a todos os niveis. ALguns poderão dizer que falta alguns temas politicos, que joga com a russia e com os EUA mas que isso acaba por ser apenas filmes de personagens mas a historia simples por vezes devolve o cinema a sua base e Anora fá-lo melhor que muitos.

A historia segue uma dançarina de striptease que acaba por ser contratada por o filho de um magnata russo com dinheiro interminavel que a leva a semanas de loucuras até que os pais do mesmo percebem o que esta a acontecer e enviam os seus funcionarios para tratar do assunto.

O argumento e brutal principalmente na sua concretização, mais do que na ideia de base. Humoristicamente muito bem escrito, sem nunca ser propriamente uma historia cheia de graças, mas o impacto final da historia acaba por levar o espetador ao epicentro emocional da personagem e isso acaba por ser demasiado impactante.

No que diz respeito a realizaçao, Baker e um realizador de base independente, de personagens e aqui volta a fazer isso, a ir a confusao das vidas. Encaixa no estilo que ele quer ter, embora o filme possa parecer mais pequeno do que outros que lutam pelo mesmo premio. O melhor filme de Baker ate ao momento.

No cast temos interpretaçoes de nivel altissimo, Madison e inacreditavel em toda a construção e nos diferentes momentos, ao seu lado Borisov e o coraçao do filme mesmo sem grandes falar. Mas destaque também para os outros tres secundarios que se calhar mereciam mais atençao tambem, como Karagulian, Eidelsheyten e Tovmasyan.


O melhor - o arranque que o filme tem.

O pior - Os primeiros minutos podem ser algo repetitivos


Avaliação - A-

Saturday, January 25, 2025

The Room Next Door

 Depois de tantos anos de carreira e tanto reconhecimento eis que Almdovar surge finalmente na lingua inglesa, com um elenco de luxo, e com um reconhecimento critico principalmente onde festivais, onde ganhou premios principais. Academicamente as coisas nao correram tão bem e o filme nunca foi na verdade uma das apostas para a temporada de premios, pese embora as boas avaliações gerais. COmercialmente Almodovar ainda é um referencia e o resultado global foi interessante.

Sobre o filme podemos dizer que ele começa a luz brando na forma como nos vai mostrando a relação central, com a ida para a casa e com a referencia central do filme, o filme vai ganhando dimensão ficando a ideia que Almodovar a determinada altura iria sacar um coelho da cartola como conseguiu na maior parte dos seus filmes de maior sucesso, mas isso raramente acontece, acabando na base por ser um filme muito mais intimista do que se julgou que iria ser.

O filme é bem interpretado Swinton está ao seu melhor nivel, na vertenta camaleonica que apenas ela consegue fazer, e os dilemas morais centrais parecem bem introduzidos. Fica a ideia que o restante vetor politico do filme fica muito mais aquém, centrado numa personagem e fica a clara sensação que tudo é demasiado encaixado sem contexto e isso acaba por ser um parentises demasiado grande.

Fica a ideia que este é claramente um filme menor de Almodovar, funciona na quimica entre as personagens e a forma como trabalha o que realmente a personagem de Martha queria com a saida e os seus objetivos. Fica a ideia que os minutos finais são desnecessarios e o filme devia prender-se mais nas duas protagonistas.

O filme fala sobre duas amigas distantes durante muito tempo que se reunem depois de uma delas descobrir um cancro terminal, a mesma percebendo a inivitabilidade do seu destino acaba por propor uma saida a duas, nos ultimos dias da sua vida onde ira praticar a sua propria morte.

O argumento do filme neste epicentro é original, o filme trabalha muito bem as personagens para esse momento, mas fica a ideia que o filme quer ser mais politico, nao so na discussão central, mas em outros elementos que parecem sempre distantes do lado mais intimo que o filme deveria ter.

ALmodovar e um realizador para todos os gostos, com filmes interessantes outros apenas polemicos, com o passar dos anos foi aprimorando os seus filmes tornando-os mais parados mas ao mesmo tempo pensados em termos esteticos. E uma boa realizaçao embora fica sempre a sensação que uma reviravolta que o filme nao tem.

No cast Swinton, escolha central de Almodovar da o melhor de si, intensidade, transformação fisica, intensidade, num papel que se calhar era o que mais merecia outro destaque. Moore acaba por ser apenas equilibrada num filme onde o destaque maior vai para Swinton.


O melhor - A relação central entre as protagonistas e as questões entre elas.

O pior - O parentises politico na personagem de Turturo


Avaliação - B-

Thursday, January 23, 2025

Mufasa: The Lion king

 Cinco anos depois da Disney ter arriscado um completo Live Action de Lion King o qual obteve receções mistas surgiu uma nova abordagem, numa sequela prequela, com uma nova abordagem no que diz respeito à animação utilizada, que acabou também por nao convencer a critica que se dividiu no estilo. Comercialmente The Lion King e um dos sucessos maiores da Disney e aqui continua ja que toda a gente quer ouvir as novas musicas e seguir as personagens que alimentaram o imaginario de uma toda geração.

Sobre o filme podemos começar por falar da produçao, pese embora a critica inicial ao primeiro filme de falta de expressão em sinceramente gostei bem mais dessa abordagem do que propriamente este excesso de CGI do primeiro ao ultimo minuto, onde fica a duvida se estamos perante uma animaçao realista ou um live action. Certo que o filme ganhou expressividade e força nas personagens mas sem que isso seja propriamente o melhor elogio ao filme.

No que diz respeito a narrativa penso que o filme arrisca pouco na jogada do antes e depois. Fica a clara sensação que apenas no final e na forma como o filme vai buscar um pouco das origens conhecidas das personagens que ele consegue chamar a si o carima dos primeiros filmes. Isso surge demasiado tarde no filme. A abordagem musical também nao me parece sempre aquela que mais se adequa ao que o filme acaba por ser.

Por tudo isto podemos dizer que temos um filme mediano a todos os níveis, claro que gostamos de reviver personagens tao fortes como estes, as musicas mais conhecidas mas por um lado fica a ideia que o filme não tas nada de novo para alem do estilo de animaçao que sinceramente não me parece em momento algum o melhor.-

A Historia pese embora seja contada ao filho de Simba, acaba por ser sobre o seu pai e a forma como este se tornou no rei leão e a sua relação com Scar. Numa abordagem musical sobre a relação com Sarabi e a força com que se tornou o todo poderoso que conhecemos.

O argumento arrisca pouco, tenta tocar apenas na relaçao Mufasa Scar no que ja conhecemos sendo que no restante o filme basicamente não tras nada de novo para alem de algumas musicas que tentam ir buscar sem sucesso o sentido das primeiras.

Na realizaçao Jenkins e uma escolha estranha pelo passado mais independente e num estilo mais proprio de um cinema afro americano. Aqui essa aposta apenas podera estar associado ao naipe de vozes mais do que o estilo do filme. Na minha opinião o estilo de animação e demasiado artificial para o que o filme quer.

No cast de vozes Harrison Jr e Pierre acaba por ser uma escolha interessante tambem musicalmente. O filme nao arrisca muito naquilo que quer e fica a ideia que principalmente Harrison Jr. tem voz para mais. Os restantes continuam por replicar papeis que acabam por ser boas escolhas.


O melhor - A musica de sempre e os cinco minutos finais


O pior - A forma como a animaçao nao e realista


Avaliação - C

Tuesday, January 21, 2025

Kraven The Hunter

 


Depois de dois anos de produção e atrasos no lançamento eis que finalmente Kraven viu a luz do dia, em mais um filme sobre outro dos vilões icónicos de Spider Man. Lançado em pleno natal e depois de diversos filmes terem falhado comercialmente e criticamente este não fugiu à regra mais comum, criticamente um desastre, sendo que comercialmente os resultados foram mais uma vez dececionante para a Sony, que acaba por colecionar neste conceito um conjunto de projetos falhados.

Kraven é um filme que tenta ser icónico, que tenta trabalhar a personagem desde o inicio, mas a abordagem acaba por ser muito comercial e básica desde o inicio. Rapidamente percebemos que o filme tem um bom elenco, mas acaba por ser um desperdício de CGI de pouca qualidade e numa serie de atores fora de linha nas suas personagens. Fica a ideia que a única coisa que funciona no filme e a proximidade da imagem final com a imagem icónica da banda desenhada.

Um dos maiores problemas do filme começa na narrativa, muitas das ligações do filme são mal, ou não são trabalhadas de todo, como a personagem do irmão, a ligação da personagem central com a sua amiga e criadora, mesmo a relação entre os vilões são apresentadas sem qualquer contexto ou trabalho. Fica a ideia que o argumento do filme parece escrito por uma versão beta da inteligência artificial.

Por tudo isto kraven é a tudos os níveis um desastre, fica a ideia que a expetativa por um bom elenco ainda tornou o resultado pior naquilo que foi a sua concretização. Tem os mesmos erros, se calhar até mais do que Morbidus e Madame Web, e não consegue ter outras vantagens, Fica a ideia que este projeto da Sony ficaria na historia como um dos maiores desastres que existe memoria não fosse a força comercial de Venom.

A historia dá-nos a conhecer Kraven, um jovem filho de um bandido russo que depois de ser atacado por um leão é salvo por uma jovem nativa, e lhe dota de super poderes que usa para caçar bandidos, até ao momento em que a caça muda de lado.

O argumento do filme é um desastre a todos os níveis principalmente na articulação e conjugação das personagens. Fica sempre a ideia que o filme se esquece de dar contexto aos elementos que vão surgindo sendo básico também na forma como a estrutura se organiza. Nunca tem graça mesmo tentando a espaços muito longos ter grala.

JD Chandlor e um realizador competente que deu também alguma expetativa ao filme, mas que se percebe que não deu ao filme qualquer um dos atributos que lhe foram reconhecidos nos projetos anteriores. O filme não tenta ser artístico, criativo, e faz um péssimo uso de CGI. Chandlor vai ter de dar muitos passos atras para renascer depois deste filme.

No cast Taylor Johnsson e um dos meninos bonitos atuais de Hollywood mas aqui não salva o filme, é repetitivo, o carisma é duvidoso, e o filme não ganha muita intensidade com isso. Debose e um erro de casting para o estilo que o filme queria dar a personagem, longe do seu tipo, e os vilões todos eles demasiado estereotipados, e sem em Crowe nos últimos tempos vamos estado habituados a este registo, Nivola e Abbot são bons atores que tem aqui um pe de meia, mas um percalço na carreira

 

O melhor – O lado icónico da ultima imagem

O pior – O filme lançar personagens sem ninguém as perceber

 

Avaliação - D

Sunday, January 19, 2025

Kneecap

 Estreado como muitos filmes experimentais no ultimo festival de Sundance, inicialmente este filme chamou a atenção pela presença de Fassbender e por ser uma expecie de documentarios sobre uma irreverente banda da Irlanda do Norte, com a entrada na temporada de premios este filme tem comparecido em algumas listas e alguns dizem que figurara no naipe de nomeados para melhor filme internacional fruto das boas criticas nos festivais mais conhecidos. Do ponto de vista comercial a abrangencia do grupo não é elevada, mas os resultados foram interessantes sem serem brilhantes que poderão ser ajudados se o filme conseguir entrar nas nomeações.

Sobre o filme temos uma abordagem diferente, irreverente, comica sobre a criação do grupo e os seus objetivos. Temos um filme disruptivo com muita bagagem historia que acaba por juntar musica e rebeldia ao nivel maximo, em mais de hora e meia de adrenalina e o som tipico do grupo, um hip hop eletronico, que acaba por contagiar. Em termos de filme tudo e original na abordagem e acaba por ser uma das boas surpresas do ano.

Claro que o filme tem alguns momentos em que parece não levar a serio a mensagem, sobrepondo a irreverencia a força que o grupo teve no renascer, ou pelo menos na sobrevivencia da lingua irlandesa, alias o filme quer homenagear acima de tudo essa origem cultural, e consegue, naquilo que é o caminho menos logico para a conquista.

Por tudo isto temos um filme diferente, original, uma especie de documentarios sobre a roupagem do grupo sobre os motivos da sua origem. Fica a sensação que se o mesmo se levasse um pouco mais a serio nas personagens, caminhos e propositos poderia ter ainda mais alcance e maturidade, mas é sem duvida uma das boas surpresas do ano.

O filme fala de dois rebeldes jovens, que vivem na euforia da idade que se juntam a um professor de musica defensor da lingua de base irlandesa para constituir um grupo de hip hop disruptivo e disposto a assumir a identidade linguitica das gerações anteriores marcadas pelo conflito.

Na realizaçao temos Rich Peppiat um desconhecido que parece claramente ter entregue o seu talento a imaginaçáo do grupo e o filme funciona na forma como nos traduz bem o estilo do pais, na rebeldia de alguns momentos com originalidade na abordagem e uma boa sintonia entre o filme e a musica. Pode ser um inicio interessante se tiver continuidade.

No cast o tridente dos protagonistas acabam por representar ou exibir-se a eles proprios o que e sempre um territorio mais facil. Fassbender tem a homengem num  bom papel e numa boa aposta numa especie de apadrinhamento do lado mais global do grupo.

O melhor - A originalidade da abordagem e do significado.

O pior - FIca a ideia que o filme por vezes nao se leva a serio naquilo que foi o resultado final


Avaliação - B

Saturday, January 18, 2025

Nightbitch

 Produzido e pensado para estar em grande na temporada de premios de 2023, com a greve dos autores o filme foi atrasado um ano e a expetativa esmoreceu daquele que poderia ser o papel para uma vida de AMy Adams. No meio de muitas estreias o filme acabou por ser lançado sem grande resultado critico que o ditou a uma mediania que imediatamente retirou qualquer tipo de expetativa de luta pelos premios ao filme. Essa falha acabou tambem a resultados comerciais desoladores fazendo crer que a primeira ideia do filme ser lançado na hulu diretamente seria a mais eficaz.

O filme tem um tema interessante e começa bem, naquilo que é a descriçao de uma nova mãe que deixa de existir a todos os niveis de forma a ser essencialmente mãe. O filme nisto e bastante direto, na forma como a personagem acaba por ter os seus proprios comentarios e duvidas. O filme funcionaria e conseguiria conduzir Amy Adams para uma interpretaçao de primeira linha não fosse a metafora canina entrar em jogo. Aqui o filme perde um pouco o norte, torna-se exagerado sendo que o seu significado acaba por ser demasiado paralelo.

Adams e os pequenos atores vão segurando o filme o qual vai perdendo em alguns momentos a sua direção. Torna-se ideologicamente estranho num tema tão comum. A forma como a vida familiar vai sendo gerida tambem parece na escolha final algo pouco trabalhada, mas isso nao retira as nuances de um filme bastante interessante no tema, na forma como o aborda, onde vai na sua analise, pensando apenas que a metafora e exagerada.

Assim um filme concetual, que tem medo de ser simples, quando determinadas vivencias e as duvidas que dai surgem sejam complexas mas comuns. O filme consegue ter numa Adams preparada para o papel a sua ancora, mas nunca consegue como filme ir para alem de alguma mediania.

A historia fala de uma artista que abandona o emprego para ser mãe a tempo inteiro, contudo a sua falta de existencia e o desgaste provocado por pelas necessidades do menor começam a conduzir a mesma para instintos caninos que colocam em causa toda a sua base familiar.

O argumento do filme tem o dom de tocar num tema muito impactante e na maior parte das vezes algo tabu, que e a forma como vimos a maternidade. AI o filme e intenso, completo, trabalhado, mas depois tenta na metafora fazer o seu assunto e ai perde força.

Na realizaçao Heller e uma das figuras da nova vaga de autores de Hollywood que consegue chamar a si atores de primeira linha, mas aqui tem pouco risco, demasiado pregada ao cinema mais independente, aqui falta alguma diferenciaçao na abordagem. Depois de um inicio forte nos ultimos filmes fica a ideia que ficou um pouco aquem.

Adams e uma excelente atriz, a entrar numa fase da carreira diferente, aqui tinha tudo para brilhar mas o argumento leva para um caminho que torna o papel e a personagem algo difusa para ser amada. Mesmo assim a competencia esta sempre la e a entrega fisica. McNairy tem sempre o seu lado diferenciado embora aqui apagado propositadamente. Os gemeos que acabam por interpretar o menor são uma cereja no filme.


O melhor - A forma como toca num tema muitas vezes tabu.

O pior - A metafora nao funciona por completo


Avaliação - C+

Friday, January 17, 2025

The Order

 Lançado em alguns festivais e em época de oscares, não sendo um filme deliberado para a temporada de prémios, devido a sua base real o mesmo poderia ter algumas ambições neste particular. Conduto não obstante as boas avaliações o filme não se conseguiu posicionar de uma forma clara na temporada depois da boa receção em Veneza. um dos pontos que pode ter prejudicado filme neste percurso acabou por ser a sua dececionante carreira comercial, num thriller que normalmente funciona bem na bilheteira.

O filme tem uma base que normalmente funciona neste tipo de registo, o policia da cidade, experiente mas com uma vida marcada por diversos acontecimentos que chega a um ponto mais rural mas acaba por se conforntar com uma serie de crimes. Depois o cliche tipico do bandido bem formado, um grupo sem nada a perder e um aprendiz que começa a tentar dar os primeiros passos. Tudo isto e um cliche e o filme funciona acima de tudo pelo facto de quebrar algumas rotinas na expressão dos antagonistas, tendo aqui alguem bastante peculiar.

O ritmo do filme é quem sabe demasiado baixo, e isso faz com que as sequencias sejam algo adormecidas, percebe-se a tentativa de se distanciar dos filmes de estudio para lhe dar uma roupagem mais de autor, mas se calhar isso corta algum ritmo em determinados momentos. Nao obstante disso as personagens sao dimensionais, principalmente a de Law, e os debates bem atuais nao obstante de estarmos a falar de acontecimentos com40 anos.

O filme é interessante pela sua atualidade, mesmo na forma de um policial de desgaste rapido. Fica a sensação que o filme mais simples poderia em muitos momentos ter mais impacto, mas ao mesmo tempo fica a ideia que isso tiraria a capacidade do espetador pensar nos propósitos do grupo antagonista. nao sendo um grande filme é um filme com bons apontamentos mas longe de uma obra de referencia.

A historia fala de um policia experiente que segue para uma pequena cidade, segundo ele para ficar com ritmo mais leve, mas rapidamente percebe a existência de uma serie de crimes praticados por um grupo com um objetivo concreto dificil de definir, e maior do que o expetavel.

O argumento do filme funciona muito mais nos fundamentos das atitudes do que na historia, nas personagens e nos momentos que o filme quer ter. Fica a ideia que no balanço de intriga existiria espaço para muito mais de inovação e de ritmo. Algum risco nas personagens mas isso define o filme.

Na realizaçao temos um projeto assinado por Justin Kurzel um realizador de grandes festivais mas que ainda falta se calhar um grande filme e este também não o é. Denota-se alguma preocupação ideologica mas fica ideia que os filmes ficam sempre um pouco aquem do que realmente poderia ser o seu primeiro significado. Espera-se o proximo projeto.

O filme coloca um sublinhando nos seus papeis, temos um Law intenso, num bom ano e momento de forma, embora pareça sempre que os filmes onde tem esses momentos são algo curtos. Muitos elogios tem sido dados a Hoult, embora no caso deste pareça sempre que as personagens poderiam ter algum maior risco.


O melhor - A atualidade dos fundamentos de um grupo com 40 anos

O pior - Ritmo algo baixo.


Avaliação - C+

Wednesday, January 15, 2025

Firebrand

 A vida das casas reais inglesas ao longo do tempo foi sempre um campo muito fértil para filmes e abordagens, sendo que em 2023 e quase de uma forma silenciosa surgiu mais um filme sobre Henry VIII e mais uma das suas relações neste caso a ultima. O filme foi passeando por alguns festivais com receções medianas que acabaram por sublinhar essencialmente a construção de Jude Law como o polemico monarca. Em termos comerciais nos EUA o filme nao existiu no resto do mundo os resultados foram melhores nao sendo brilhantes.

Sobre o filme podemos dizer que foi estranho perceber a existência deste filme nas pre indicações dos Baftas e na presença de Jude Law entre os possiveis nomeados. O filme e simples e aborda de uma forma simplista a ultima relação de Henrique VIII do ponto de vista da sua mulher. E um filme com temas interessantes que parece ser muito mais eficaz quando entra nas loucuras da personagem do que propriamente no tema do impacto religioso que o mesmo quer ter.

E um filme academico na sua abordagem, principalmente no ritmo pausado, deixando que a historia faça o restante. Parece algo exagerado ou pelo menos pouco detalhado na forma como define personagens secundarias importantes, mas consegue contextualizar bem a loucura vivida naqueles anos em todos os aspetos e os seus exageros, claro que a batuta e de Jude Law e a sua prestação sendo os restantes pontos apenas razoaveis.

Assim mais um filme sobre personagens historicos da coroa britanica e os seus momentos, num ritmo pausado, deixando as personagens colocar no filme muito do seu lugar na historia. Todos conhecemos a importancia ou mesmo a loucura daqueles anos que o filme transmite bem, mesmo não sendo propriamente prodigo numa abordagem diferenciada, é um filme mediano, que tem nos papeis o seu melhor elemento.

O filme fala essencialmente sobre a ultima mulher de Henrique VIII na sua fase mais decadente de saude mas ainda com as suas manias. O filme fala tambem na caça as bruxas daquele tempo e na forma como a esposa do monarca conseguiu conciliar a sua relação com ele com as suas ideias.

O argumento do filme é mais descritivo do que criativo na originalidade. O filme tem os seus temas bem definidos trabalha-os com simplicidade deixando a historia sublinhar o que realmente e importante. Nao temos propriamente uma definiçao completa dos artistas historicos mas isso e o problema de um filme sobre um momento demasiado rico.

Na realizaçao temos Karim Ainoz um realizador de origem argelina com uma carreira mais assumida em festivais do que propriamente num lado mediatico, que acaba por ter um filme competente sem grande rasgo. Temos o detalhe da corte britanica sempre importante mas pouco diferenciado.


No cast temos Jude Law num dos seus melhores papeis, fisicamente disponivel, louco, vivo, Law esta num bom momento de forma e o filme tem nele o seu melhor elemento. Vikander esta numa fase dificil da carreira e este filme nao a melhora, parece sempre uma persoangem demasiado apagada para um filme sobre a sua personagem.


O melhor - Jude Law

O pior - A forma como o filme perde-se em detalhes importantes da historia de alguns dos seus protagonsitas


Avaliação - C+


Tuesday, January 14, 2025

La Chimera

 Apresentado o ano passado no festival de Cannes mas entretanto desaparecido até agora ter surgido com algumas pre indicações para os Bafta este filme italiano acabou por surpreender numa especie de Indiana Jones independente. Criticamente o filme resultou com boas avaliações que sublinharam a prestação de Josh O Connor num papel pouco convencional. Comercialmente o filme foi estreando de uma forma algo difusa ao longo de diversos espaços que conduziu a resultados competentes a volta do globo.

Sobre o filme podemos dizer que o caos das personagens e o seu lado pobre e bem contextualizado muito naquilo que o cinema italiano faz bem, detalhando contextos e formas de vida, e a excentricidade das personagens. isso e bem trabalhado em todos os momentos do filme e principalmente caracterizado na boa personagem central, a ancora de todo o filme.

Depois vamos tendo duas horas de sequencias algo aparatosas, filmadas de uma forma pouco convencional, mas com assinatura. Acabamos por criar alguma empatia com o grupo, mesmo sendo um conjunto de indigentes. No lado amoroso fica a ideia que esse lado do filme poderia e deveria ser melhor trabalhado.

Assim surge um curioso filme, original, bem protagonizado por um ator em ascenção em Hollywood e que gosta de arriscar, num filme de autor. Claro que muitos dos apontamentos podem ser considerados em alguns momentos algo demais, mas o risco e principalmente os pequenos apontamentos ideoligicos do filme merecem o seu particular destaque.

O filme fala de um indigente arqueologista que ganha a vida a recuperar oferendas de tumulos, que procura a sua amada, numa altura em que regressa ao seu grupo depois de ter sido preso e à familia da sua amada que de alguma forma vai contra o seu estilo de vida.

O argumento do filme não é propriamente muito trabalhado ou aprofundado. Fica a ideia da originalidade da abordagem que acaba por ser maior na forma do filme transmitir o seu conteudo do que propriamente nas palavras que usa. 

Na realizaçao a Alice Rohrwacher teve um ano de 2023 brilhante não so conseguindo o sucesso critico com esta longa metragem mas tambem conseguindo uma nomeaçao numa curta. A realizadora gosta do lado tradicional sem que isso lhe tira alguma originalidade da abordagem.

No que diz respeito ao cast podemos dizer que O Connor esta a criar uma boa carreira e neste filme tem o palco necessário para ganhar esse respeito. E intenso, entrega-se a uma personagem dificil e domina o filme. Ao seu lado a excentricidade do restante cast faz realçar a sua prestação.


O melhor - Alguns tiques de realizaçao originais.

O pior - O filme pode parecer em momentos demasiado difuso


Avaliação - B-

Sunday, January 12, 2025

Y2K

 Um dos filmes que acabou surpreender o lançamento deste ano foi este peculiar filme de terror tecnlogico sobre o bug do ano 2000 com um elenco de atores na rampa de lançamento mas que rapidamente se viu emaranhado em criticas demasiado medianas para conseguir se impor na sempre complicada epoca de dezembro. Comercialmente o filme tentou a sua sorte numa distribuição wide mas os resultados foram muito negativos, demonstrando que por si so Zegler ainda nao e uma atriz ancora.

Sobre o filme podemos dizer que tem uns primeiros vinte minutos razoaveis quando entra dentro da adolescencia de um jovem daquele tempo, aqui o filme e curioso, trabalha nas discussões e no estilos e normalmente as coisas funcionam bem neste registo. O problema do filme e quando logo se torna num filme de terror tecnlogico da fuga contra as maquinas onde acaba por ser absurdo, sem sentido, sem graça, destruindo por completo os primeiros minutos razoaveis do filme.

O que falha e que o filme escolhe muito mal as personagens que seguem com o duo de protagonistas, fica a ideia que no ambito daqueles que poderiam seguir a escolha nem sempre foi a melhor. E isso acaba por levar a que o filme perca alguns apontamentos humoristicos sendo que o que sobre e muito pouco. Isto sem contar com o absurdo da intriga central.

Por tudo isto fica a ideia que o filme ate poderia resultar como uma comedia romantica adolescente mas e totalmente absurda como um filme de terror adolescente. A cada minuto que passa o lado absurdo fica sempre pior, sem que a graça em algum momento consiga resgatar o filme para a comedia. Na ultima hora o unico ponto relevante que surge e Fred Durst.

O filme fala sobre um conjunto de jovens de diferentes graus de adaptação a vida escolar que se reunem na passagem de ano de 1999 para 2000, mas apos a meia noite todas as maquinas se revoltam contra a humanidade começando uma luta pela sobrevivencia.

O argumento na sua base e disparatado mas o filme consegue tornar a ideia ainda pior. Nao existe personagens, a forma como o filme encontra a sua resolução tambem nao convence ninguem, e fica a ideia que o filme abandona o lado comico demasiado cedo, sendo que o restante e apenas absurdo.

No que diz respeito ao realizador temos Kyle Mooney na sua estreia, um ator de segunda linha que teve este projeto demasiado pessoal. Denota-se que trabalhou bem o lado do adolescente da passagem do milenio mas pouco mais, quando necessita do lado tecnico o filme torna-se absurdo.

NO cast Zegler nao funciona sem a voz e mais uma vez percebeu-se isso, ao seu lado temos um Martell que ja se pensou que pudesse assumir um papel mais relevante na sua geração. Denota-se qualidade e intensidade mas nao e neste tipo de filmes que vai ser um ator de primeira linha.

O melhor - A contextualizaçao do tempo inicial

O pior - A lado de terror.


Avaliação - D+

Bonhoeffer - Spy, Assassin, Pastor

 Numa luta cada vez maior pela Angel Studios se tornar quase a produtora das boas maneiras, eis que no final do ano surgiu um novo biopic sobre uma das figuras que tentou o ataque a Hitler num filme mais biblico. No seu estilo mais tipico o filme acabou por convencer o lado mais conservador e nao convencer a critica especializada. Do ponto de vista comercial, a estrategia da Angel de rede de compra teve resultados novamente moderados como a maioria dos seus ultimos projetos.

Sobre o filme podemos começar por dizer que efetivamente a historia de Bonhoeffer poderia ser interessante do ponto de vista teologico no sentido de nos dar um pouco a luz o risco em que vivia alguem que fosse contra os paradigmas nazis. O problema claro do filme é a sua dificuldade em conseguir em algum momento ser credivel, num esteriotipo e num filme marcado por mais de duas horas de frases feitas em que parece que nunca conseguimos encontrar a real personagem e isso e dos piores pontos que um biopic podera ter.

Do outro lado temos a montagem do filme, os saltos temporais do filme fazem muitas vezes o espetador se perder o fio ao novelo. As coisas acontecem com saltos que nunca percebemos propriamente organizar, e isso parece sempre ser falta de jeito em conjugar cenas do que algo pensado para fazer sentido, já que efetivamente tal nunca faz.

Ou seja uma boa personagem totalmente desprediçada num conteudo que nao tem qualidade em quase nenhum dos seus pontos. O filme falha num argumento limitado e pouco trabalhado, na montagem e na interpretação, quando assim é não existe historia de vida nenhuma que consiga resistir a tanta falta de capacidade.

O filme fala de Bonhoeffer e a sua forma com que se associou a igreja devido a um tragico acontecimento na sua infancia, e a forma como as suas crenças o conduziu a ser um antagonista do lado nazi alemão.

O argumento do filme é limitado a uma serie de referencias e frases feitas, efetivamente pouco para um filme com mais de duas horas de duração. Nao tem profunidade as personagens secundarias sao simples simbolos e isso leva a que o biopic seja pouco interessante.

Os realizadores aposta da Angel Studios estao longe de serem brilhantes, aqui temos Komarnicki um quase desconhecido que ja tinha tido alguns projetos noutros papeis que aqui pouco ou nada diferencia de um filme serie B. Mesmo com mais meios o estilo de abordagem da produtora limita a criatividade dos autores e aqui isso acontece.

No que diz respeito ao cast um conjunto de desconhecidos encabeçado por um Jonas Dassler que nao convence, um conjunto de feiçoes pouco realistas parecem sempre colocar a personagem fora de tom. Supreende a presença do jovem David Jonsson principalmente depois da excelente prestaçao no ultimo ALien, embora aqui a sua presença seja apenas momentanea


O melhor - A vida da personagem 

O pior - O filme nao querer saber muito dele em deterimento da doutrina da sua produtora


Avaliação - D

Friday, January 10, 2025

Heretic

 


Um dos acontecimentos cinematográficos do ano acabou por ser este filme de terror que marcava uma alteração na carreira standartizada mantida ate aos dias de hoje por Hugh Grant. Num filme de terror que obteve boas criticas o filme foi ganhando num dos géneros mais hiperativos do ano, alguma força comercial embora longe do que normalmente os filmes mais eficazes do género conseguem ter.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo é diferente na abordagem ao dar o protagonismo a duas testemunhas de uma religião, acabando por as introduzir num primeiro momento, até ao momento que a direcionam para o contacto com o antagonista principal do filme, aqui o filme tem diversos níveis com diversos resultados. Começa bem nas discussões sobre religião, e onde Grant temos os momentos em que faz a melhor intriga.

Depois na segunda parte o filme tem mais dificuldades quando tenta ser de terror, aqui pouco assuta, o twist acaba por ser expetavel, embora por momentos fique a ideia que o filme pudesse ir para outro lado, e o final acaba por não ser propriamente muito convincente, sendo que os truques de camara nos ataques acabam por ser repetitivos.

Não obstante destas dificuldades e um filme competente que consegue fazer intriga muito por culpa do que já conhecemos de Hugh Grant e a forma como o filme joga na dualidade da sua personagem. A primeira meia hora de filme e muito interessante quando o mesmo tenta fazer um terror psicológico com a crença religiosa, sendo que é sempre nestes debates que o filme acaba por ser, na maior parte do tempo, competente.

A historia fala de duas testemunhas de uma religião que acabam por se dirigir a casa de um individuo, aparentemente simpático que as conduzem num jogo do gato e do rato onde tem colocar a frente de tudo as suas crenças e a firmeza da sua convicção religiosa.

O argumento do filme é interessante, não apenas na intriga de base, mas essencialmente na discussão que acaba por fazer da religião em cada um dos personagens. O filme e menos competente na intriga de terror, sendo o atalho final um dos pontos fracos do filme.

Na realização temos uma dupla cujo filme anterior não foi propriamente um sucesso tremendo, com alguma dificuldade em ter impacto. Aqui são mais cuidadosos em todos os momentos. Alguns dos aspetos como o jogo de camara com a casa de miniatura demonstra originalidade embora o filme nem sempre jogue com isso. Uma clara melhoria comparada com o primeiro filme.

No que diz respeito ao cast Hugh Grant domina os ritmos do filme, num papel de risco mas que saiu bem, porque conseguiu ser ele próprio e ao mesmo tempo consegue levar o seu lado descontraído para um aspeto mais Creepy que o filme aproveita. As duas protagonistas, quase desconhecidas funcionam bem, principalmente Tatcher, e a sua ambiguidade.

 

Õ melhor – A primeira meia hora do filme.


O Pior – O atalho final

 

Avaliação – B-

Wednesday, January 08, 2025

Vermiglio

 Os candidatos italianos aos Oscares são sempres filmes que merecem a sua atenção, devido à riqueza, e mais que tudo a versatilidade do seu cinema. Este pequeno filme, conseguiu o primeiro objetivo, a nomeaçao para o globo de ouro de melhor filme internacional, embora pareça que a nomeaçao para o oscar seja mais dificil. Criticamente o filme foi bem recebido, com elogios a sua riqueza visual, sendo que comercialmente o filme resultou na europa, mesmo sendo rapidamente percetivel que se trata de um filme com pouca ambiçao neste particular.

Sobre o filme podemos dizer que se trata de um filme sobre uma localidade que tem um erro claro, de ter demasiadas personagens sem nunca entrar propriamente em nenhuma delas. O filme precorre diversas linhagens narrativas, sem se centrar em grande parte do tempo em nenhuma delas, tornando o filme difuso, colocando o espetador apenas atento as pequenas formas de vida daquela comunidade.

No final o filme tenta com o seu twist criar algum impacto mas o ritmo lento, tipico dos filmes de autor tradicionais italianos acaba por nao dar o impacto que o mesmo poderia ter. O espetador pode ficar ligado a algumas curtas mensagens de personagens esporadicas como as de Dino, mas o problema do filme e que quando nos pensamos que o filme vai arrancar num ponto da sua intriga, ele desaparece e cria-se outro que acaba por rapidamente ter o mesmo destino.

Não obstante destes pontos, o filme é rico visualmente, tem alguns elementos a titulo de curiosidade que vao conseguindo colocar o espetador proximo do filme, mas a narrativa, ou neste caso as narrativas são curtas e nao se desenvolvem num estilo muito proprio do cinema italiano tradicional, não obstante de ficar a clara ideia que as personagens tinham valor suficiente para fazer o filme funcionar.

A historia segue uma familia dentro de uma pequena comunidade italiana, situada na montanha após a guerra onde surge um desertor que altera por momentos a forma com que a comunidade vive.

O argumento do filme funciona melhor em termos curiosidade e pequenos pontos de que no epicentro narrativo. O filme deixa demasiadas vezes as suas

pontas desconetarem e isso acaba por ser bastante limitativo do alcance real da historia que o filme quer contar.

Na realizaçao temos Maura Delpero uma realizadora italiana ainda algo restrita aquele pais que tem um filme bonito, que pensa as cenas para estas terem um impacto claro visual, mas que nem sempre o realismo das cenas e total. Vai ter aqui o seu filme mais mediatico de uma realizadora ainda jovem que podera progredir de acordo com o cinema que quererá ter.

No que diz respeito ao cast, nao e propriamente um filme de personagens porque difunda os momentos por diversas personagens não permitindo propriamente interpretaçoes de primeira linha. Tambem nao e por aqui que o filme perde qualidade.


O melhor - A riqueza visual

O pior - O filme perder-se em diversas linhagens narrativas


Avaliação - C

Tuesday, January 07, 2025

Maria

 Podemos dizer que a estrategia montada pela Netflix para atacar esta temporada de premios acabou por ser estranha, já que lançou os seus projetos maiores na aplicação nos mercados principais, sendo que na europa acabou por lhes dar cinema, o que atrasou o impacto que os filmes acabaram por ter. Maria, aquela que marca o fim da triologia de biopic de Pablo Larrain foi um desses filmes. Apresentado em festivais de alguma dimensão as criticas foram razoaveis, sem o entusiamo de filmes anteriores. Comercialmente o estilo de lançamento do filme deixa dificuldades em perceber que tipo de impacto o filme teve nos espetadores já que chega a contagotas, numa estrategia que nao me parece a mais brilhante.

Sobre o filme podemos dizer que quem ja viu os filmes anteriores de Larrain acaba por rapidamente perceber o que vai ver, um biopic situado num momento concreto da vida das personagens, com flashbacks e acima de tudo muita personagem. O filme encontra, na minha opinião uma base muito interessante para entrar dentro da personagem, o problema parece- me mais no que vai procurar dentro da personagem, conduzindo a que conheçamos melhor a sua forma de pensar do que o seu trajeto, mas talvez essa tenha sido o propósito maior do realizador.

O filme tem uma excelente primeira parte, os momentos da entrevista, o deambular por Paris o encontro com pessoas comuns e a relação com os seus empregados, dao nos pequenos detalhes aquilo que era mais pessoal da personagem. E tambem nesses momentos que Larrain e Jolie acabam por se destacar no seu aspeto essencialmente visual. O problema acaba por ser onde o filme tinha mais impacto, que foi nas sequencias de canto, onde apenas na ultima expressão conseguimos ir a alma da protagonista, nos restantes temos um lip sync do mais sofrivel visto a este nivel, e isso acaba por contagiar negativamente a forma como o filme funciona.

Ou seja o fechar de um circulo que nos deu a conhecer um Larrain promenorizado, com capacidade artistica, mas que parece ter decaido no resultado final, talvez porque todos ja conheciamos a sua forma de trabalhar, ou acima de tudo porque principalmente no segundo segmento o filme aposta numa vertente da vida da personagem que não é propriamente factual ou na maior parte das visões pouco define sobre a mesma.

A historia segue os ultimos dias de Maria Callas, já sem a voz, e a tentar encontrar ainda a aura de outros tempos, enquanto deambula por um Paris, dá uma entrevista sobre a sua vida, e pensa sobre os momentos que manteve ao longo da sua vida, numa retrospetiva propria da sua vida.

O argumento tem algumas ideias originais, na forma como tenta organizar o filme de forma a dar o maximo que pode sobre a personagem no estilo que Larrain sempre assumiu. Podemos dizer que a obra ficou um pouco de parte em deterimento da personagem, mas isso acaba por ser uma escolha do proprio filme.

Larrain e um realizador particular, este projeto seu, deu pelo menos uma forma diferente de fazer biopic com uma assinatura muito clara, com muito primor do ponto de vista visual, embora fique sempre a ideia que algo ficou por contar. 

No que diz respeito ao cast Jolie esta imponente visualmente e nas sequencias de vida, perde um pouco pelo Lip Sync, que seria dificil mas fica a ideia que contagia negativamente uma performance pensada do primeiro ao ultimo minuto para premios. E um one woman show, mas poderia ter sido mais aperfeiçoado.


 O melhor - A abordagem do filme.

O pior - O Lip Sync


Avaliação - B

Sunday, January 05, 2025

Spellbound

 Se existe estilo onde a netflix tem sempre alguma dimensão ao longo dos anos acaba por ser a animação, desde logo porque corre maior risco em algumas abordagens e porque com os lançamentos ao longo do ano acaba por lhe permitir nao definir os objetivos imediatos do filme. Spellbound e uma megaproduçao de animação da SKydance que apostou em atores muito reconhecidos para dar a voz as suas personagens centrais. Comercialmente as coisas nao foram brilhantes, acabando a Netflix por rapidamente abandonar alguma propaganda ao filme, que por sua vez do ponto de vista critico tambem ficou por uma mediania que fez a Netflix apostar fichas noutro filme, mais natalicio de animaçao lançado no mesmo periodo.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme com uma produçao elevada que se nota não apenas nas escolhas de vozes, mas na cor do filme, que demonstra bem que o filme tem muita atenção a riqueza visual. O grande problema que esse é o unico grande sublinhado do filme, ja que o resto temos um monotono filme musical, com uma duração demasiado elevada que torna o filme demasiado aborrecido, mesmo para os mais pequenos.

As razões para o filme ser algo monotono começa com uma intriga, que ate no final tem um tema diferente e interessante mas que aparece apenas na ultima meia hora de filme e ao de leve, sendo o tema central do filme, deveria ser mais trabalhado, ter mais atenção e acima de tudo conseguir que o filme consiga pensar e ir mais a fundo no tema e no seu lado positivo, ja que se percebe que esse e o fundamento central do filme.

Por tudo isto temos um monocordico filme de animaçao musical, onde as musicas são demasiado normais para se destacarem e tambem do ponto de vista humoristico o filme nunca consegue tentar sequer ser engraçado. Esses sao elementos que podem alimentar filmes mais curtos em termos de narrativa e este filme nao usa nenhum desses trunfos tornando-se demasiado cinzento para o estilo.

A historia segue uma princesa que segue viagem com os seus pais, virados monstros na tentativa de contornar o feitiço que tornou os pais em estranhos seres que acabam por destruir tudo a sua volta.

O argumento do filme é na sua essencia limitado. No final percebe-se que o mesmo tem uma tematica diferente mas que o filme nao aborda. Fica a sensação que o filme com este tema poderia ser algo diferente, tocar num tema sensivel, mas acaba por apenas o alinhavar para algo sem graça e acima de tudo monocordico.

Na realizaçao o projeto foi assinado por Vicky Jensen a realizadora de Shrek que desapareceu depois do insucesso de Gang dos Tubarões, que renasce muitos anos depois, num filme com cor, arriscado, de estudio que nao e no plano tecnico que tem a sua maior dificuldade. Pode ser um regresso de alguem que nao conseguiu concretizar o seu bom inicio de carreira na realização de filmes de animaçao.

No cast de vozes apenas ouvi as versões musicais originais, ja que o restante do filme foi numa adaptação. Zegler canta bem e todos os musicais com ela terão a ser favor este ponto.


O melhor - A cor do filme.

O pior - A falta de graça ou a repetiçao monotona dos seus pontos maiores


Avaliação - C-

The Best Christmas Pageant Ever

 2024 foi um ano em o espirito natalicio esteve muito presente em estreias não so nos serviços de streaming mas tambem em alguns projetos pequenos que tiveram lançamentos nos mercados globais, como esta comedia juvenil. Esta comedia familiar estreou silenciosamente mas as criticas razoaveis acabaram por impulsionar o filme comercialmente, aproveitando o espirito natalicio mais tradicional levando a resultados de bilheteira nos EUA bem competentes.

Sobre o filme podemos dizer que temos a tipica comedia juvenil, passada numa pequena comunidade e na organizaçao da festa de natal. O filme e tradicional na forma como cria a intriga, com as crianças mal comportadas e a sua redenção. O filme nao e propriamente arrojado em termos de comedia, sendo sempre um filme mais generalista do que arriscado.

Nao deixa de ser surpreendente como um filme com premissa tão basica acabe por ter este sucesso. Foi notorio que comercialmente o publico encontrava-se com o espirito natalicio bem em niveis elevados e talvez por isso o resultado tenha sido este comercialmente, ja que em termos de procedimentos temos um filme com uma base que nos parece pensada para um direto para aluguer ou para preencher as matines de um canal generalista.

Por tudo isto temos um filme com o objetivo basico de ter algum espirito natalicio em familia, com pouco risco, com piadas simples, com uma narrativa previsivel, mas sem nunca ter tentado ser mais que isso mesmo, ou seja um filme de valores natalicios e desse contexto, nao sendo daqueles que explora particularmente o espaço visual do natal.

O filme fala de uma pequena comunidade que tem como evento do ano a organizaçao de um evento de natal, que apos ter perdido a sua mentora de sempre fica nas maos de uma mãe de familia que ve como particular dificuldade um grupo de crianças mal comportadas querer participar colocando em risco o sucesso do evento.

O argumento do filme e o tipico nos filmes familiares de natal, problemas e uma redenção embutida no espirito. O filme tenta ter graça, embora seja demasiado tradicional neste aspeto, arriscando pouco para nao perder o carimbo familiar. A previsibilidade do filme esta presente do primeiro ao ultimo minuto.

Na realizaçao do filme temos Dallas Jenkins um realizador com clara vocação religiosa que entra aqui num registo que ainda nao tinha sido visto ate agora que e a comedia religiosa. O filme acaba por ter esses temas numa vertente infantil, mesmo que o projeto pouco ou nada arrisque em termos de estrutura visual.

No cast conhecemos apenas Judy Greer e o seu estilo de interpretação caracteristico. O filme da o papel principal aos mais novos, todos eles desconhecidos que funcionam embora com papeis faceis. E um filme que vale mais pelo lado de ser visto em familia do que por qualquer um dos seus elementos individualizados.


O melhor - O espirito natalicio

O pior - A historia ser a tipica previsivel de aluguer


Avaliação - C

Saturday, January 04, 2025

Wallace & Gromit: Vengeance Most Fowl

 Eis que a Netflix atualmente com os direitos comerciais da saga Wallace and Gormit tem aqui mais um filme que marca a estreia de lançamento da aplicação em 2025, num filme que foi lançado para a temporada de premios ainda no ano anterior. Criticamente podemos dizer que as personagens criadas por Nick Park sao reconhecidas e este filme voltou a ter do seu lado a critica. Comercialmente uma vez que é mais um episodio da saga não fica a ideia que seja uma aposta elevada da Netflix.

Sobre o filme podemos dizer que temos mais um episodio como se de uma serie existisse onde temos mais uma aventura da dupla de amigos, com as caracteristicas que melhor funcionam, mas também o humor simples, com o estilo que dei vida a uma carreira muito interessante do seu criador. Fica a ideia que em termos de desenvolvimento narrativo nao temos nada de novo na dinamica do franchising, 

Temos um filme curto, em termos artisticos temos a forma como sempre Park trabalhou as personagens, no seu Stopmotion, mas e claro que a critica gosta do lado tradicional e de um humor ironico que acaba por a saga ter sempre presente, muito na linha do que a Ovelha CHone também tem. Por tudo isto nao sendo desde logo um poço de originalidade acaba por ser competentes para quem  gosta do estilo.

Fica a clara sensação com o sucesso da saga que mais capítulos se vão seguir, o que vai fazer com que os filmes se tornem apenas episódios maiores. O lado tecnológico deste filme é um apontamento narrativo que funciona e torna-o atual, mesmo no que diz respeito a forma como as reações das pessoas são potenciadas pelo resultado.

A historia segue o duo de amigos, agora algo separados pela nova criação de Wallace, um Gnomo de barro inteligente, util nas tarefas domesticas, mas tudo fica pior quando o controlo do mesmo acaba por cair nas mãos erradas.

O argumento do filme potencia as características que melhor funcionam na dupla de protagonistas, mas não particularmente relevante no percurso que conhecemos. A narrativa e os diálogos são o esperado, ou seja, competente para quem percebe os filmes desta forma, mas não me parece que por si so seja capaz de trazer novas pessoas para a saga.

Na realizaçao Park é o pai da dupla e de alguns projetos stopmotion, sendo sempre mais eficaz com as suas personagens de base. Aqui tem o apoio de Crossingham que subiu no departamento de direção, numa colaboração que nos parece mais um apoio do que propriamente um trabalho por si so.

O cast de vozes tem os habituais auxilios da saga. Nao e um filme onde os dialogos ou as vozes tenham particular revelância ja que o maior destaque esta na propria produçao do filme.


O melhor - A forma como Wallace & Gormil comunicam

O pior - Um episodio grande da serie


Avaliação - C+