Thursday, January 21, 2016

Freeheld

Existem filmes que pelo seu teor, pelo seu significado e mais que isso pelos seus interpretes naturalmente assumem candidatura natural aos prémios da academia, pelo menos no plano teórico. Isso facilmente se poderia dizer sobre este filme, sobre as conquistas legais dos casais homossexuais, com Julianne Moore a interpretar uma policia homossexuais e que padece de cancro. Mas nem tudo no cinema decorre da forma mais natural e o certo é que este filme não foi recebido com o entusiasmo que muitos esperavam tendo de imediato ficado de fora de qualquer corrida na Awards Season. Comercialmente um filme com pouca expansão acabou por ter resultados muito pouco significativos.
O cinema nos últimos anos tem surgido diversos filmes que tratam acontecimentos políticos fortes mas que acabam por não se traduzir em filmes de primeira linha, porque acaba por ser colocado de lado a preocupação do filme em ir para alem de um simples pressuposto e contextualizar com um filme de impacto, intenso, de personagens e próximo do espectador. Este e claramente o caso de este filme, que se limita a descrever a situação de uma forma cinzenta não explorando os pontos que o poderiam tornar diferenciador como a riqueza emocional na relação, o potenciar na normalidade da mesma, tudo isto acaba por nunca ser trabalhado num filme que se centra na batalha judicial.
Ou seja assumindo desde logo que o acontecimento em si é importante, e que a história/caso de vida tem um impacto importante na sociedade moderna, o certo e que o filme fora isso ano tem qualquer outro adereço que o torne forte que o torne uma obra melhor. Alias quase nunca conseguimos ter grande empatia com uma causa que à partida seria fácil de agradar mas que devido aos procedimentos pouco trabalhados do filme  quase nos causa alguma indiferença, nunca tendo o filme o valor emocional e intensidade que o poderia conduzir para outros voos.
E óbvio que em face das actrizes que protagonizam este filme acabamos por ter boas interpretações, ou seja que e um filme que não pelos seus executantes que tem problemas mas pela forma como em grande parte é definido.
A historia fala de uma policia dos Estados Unidos, que vive uma relação marital com a sua companheira que descobre sofrer de doença oncológica, sendo que no momento em que inicia os tratamentos luta pelos benefícios para a sua companheira iguais aos casais heterossexuais.
O argumento baseado numa batalha judicial conhecida é pouco mais do que os dados conhecidos, nos momentos em que o filme poderia ser mais criativo e mais espaço a liberdade acaba por os desaproveitar para se tornar quase um filme documental, e isso não e claramente um cunho de diferenciação do filme.
Petter Sollet é um realizador que até ao momento nunca teve um filme de topo, sempre filmes independentes sem grande visibilidade aqui tem talvez o filme com o maior assunto e melhores interpretes e torna tudo muito simples, muito cinzento nunca arrisca na realização e também não é por este lado que o filme acrescenta nada.
E óbvio que Julianne Moore tinha aqui um papel forte, e que provavelmente no qual tinha algumas expectativas de regressar aos prémios, contudo a pouca força do filme acabou por nao dar visibilidade a mais uma excelente interpretação de uma actriz em grande forma, uma das melhores da actualidade. Ja Page e depois de assumir a sua sexualidade podemos dizer que este filme e uma assinatura mais que uma interpretação

O melhor  - Julianne Moore

O pior - A forma como o filme se limita à descrição


Avaliação - C


No comments: