Thursday, February 28, 2019

Donnybrooke

O cinema  independente tem normalmente uma toada crua e agressiva que é muito vincada num estilo muito proprio de filmes. Neste pequeno filme estreado no festival de Toronto tinhamos um filme de agressividade pura num contexto de dificuldades financeiras latentes. Ao contrario de muitos outros filmes que viram a luz do dia no festival o resultado critico foi extremamente mediano retirando qualquer possibilidade de sucesso na temporada seguiinte ao filme. Dai que o mesmo tenha acabado por estrear de uma forma silenciosa no inicio do presente ano, em cinemas selecionados com resultados comerciais praticamente inexistentes.
A tentativa de alguns realizadores efetuarem filmes duros sem grandes palavras pode ter o mérito da força das imagens mas as mesmas podem ser insuficientes e o que vemos e uma trapalhada de imagens dificeis de conjugar. Pois bem este e um dos filmes que encaixa no segundo caso. Temos personagens sofridas, violência gratuita e pouco mais para um final pensado numa competiçao onde todos batem a todos para a vingança final, num filme que nao tens explicar e mais que isso que não tensa ir ao fundo das questões que levanta.
E certo que este caracter silencioso do filme potencia que o mesmo funciona mais na sua vertente agressiva e da crueldade de algumas cenas entre personagens mas de resto e na contextualização daquilo que estamos a ver parece-me obviamente um filme algo rudimentar e muitas vezes pouco trabalhado. Fica a ideia que um filme como este deveria ter mais palavras, mais contexto para as suas personagens para que a agressividade que nos é facultada tivesse algum fundamento logico.
Por tudo isto Donnybrooke esta longe de ser um bom filme, com processos lentos e mais que isso com imagens pouco ligadas, numa realiação escura, é certamente um filme facilmente apelidado como agressivo mas de uma forma gratuita caminhando para o seu final sem que o espetador esteja realmente interessando na sua conclusão.
A historia fala de dois individuos diferentes que vao entrar numa competiçao de luta, um agressivo, violento e criminoso e um outro que tenta com o premio alterar o destino da sua familia.
Em termos de argumento é um filme demasiado silencioso, com uma quase inexistente caracterização das personagens ou que ocupe muito tempo em dialogos, isso acaba por esvaziar um pouco aquilo que o filme em si da ao espetador.
Na realizaçao Tim Sutton, um realizador proximo do cinema independente tem um trabalho podemos dizer cru, de imagens escuras, quase sempre centrado nos elementos basilares de cada uma das persnagens. Nao e com este tipo de filmes que dara certamente para um cinema mais visivel.
No cast eu considero Jamie Bell um bom actor na forma como consegue dar intensidade aos seus papeis, mesmo em casos como este em que não percebemos muito bem de onde a personagem bem. Grillo por sua vez quase não interpreta limitando-se a distribuir violencia ao longo da mais de hora e meia de filme.

O melhor - A violência tem impacto na forma como é filmada.

O pior - A forma como o filme é uma mistura pouco integrada de cenas

Avaliação - C-

Wednesday, February 27, 2019

Capernaum

Em quatro anos o Libano teve pela segunda vez um filme nomeado para o oscar de melhor filme estrangeiro. Este pequeno filme, acabou por ser apresentado em Cannes onde fruto do seu realismo conquistou o grand jury que o premiou, acabou por se tornar numa das referencias do cinema extra hollywood do ano, acabando por conquistar a nomeaçao ao oscar respetivo. Comercialmente para um filme sem estrelas e nao falado em ingles os resultados de bilheteira foram extraordinarios.
Sobre o filme, eu confesso que me parece um filme que consegue transmitir tanto realismo e sentimentos nas suas duas horas de filme, que nos dá uma montanha russa emotiva tão grande que nos deixa angustiados e sem qualquer possibilidade de sermos indiferentes a um filme tão concreto, tão emotivo e tão duro. A forma como o filme consegue transmitir de uma forma tão impactante estes pontos é de um merito tão obvio que merecia mais destaque do mundo do cinema.
Desde os contextos espaciais, passando pelas historias de vida, a ligação à realidade dos seus interpretes e mais que isso ao fundamento ideologico final, o filme é recheado de intenções de pontos para discutir e pensar e mais que isso dá-nos com toda a força um sentido e angustia pela forma como vivemos em contraponto com a miseria que menores sem escolha tem de ter. COntudo mesmo com este realismo o filme consegue potenciar boas interpretações e boas sequencias de realição, num filme com principio meio e fim bem definidos.
Por tudo isto e facil para mim considerar este pequeno filme, como a maior surpresa do cinema deste ano pela forma em que um filme de um pais pequeno com meios econimicos reduzidos consegue transmitir tanto de uma forma tão natural que é impossivel passar por este filme sem o levar na memoria e isso e o que de melhor um filme pode ter.
A historia fala de uma criança, refugiada que acaba por sair de casa no momento em que os seus pais vendem a sua irmã mais velha a um adulto para casar, acabando por se contetar com uma refugiada da etiopia ajudando-a nos cuidados prestados a um bebe.
Em termos de argumento o filme é brilhante na forma como consegue ser cru e disruptivo nos dialogos, mas também na forma como consegue transmitir emoçao do primeiro ao ultimo minuto. A parte final do filme é deliciosa.
Na realizaçao o trabalho de campo da Nadine Labaki e brilhante a forma como consegue captar o lado miseravel dos contextos, a forma como consegue ser dura e ao mesmo tempo captar a quimica entre personagens diferencia a qualidade dos realizadores. Num filme que os mais atentos vao desconhecer mas que é sem duvida algo para sublinhar.
A entrega dos menores e maiores do cast e brilhante, o filme é levado ao colo pela interpretaçao do jovem Zain Al Rafea, que pelo facto de ter um papel proximo da sua vida, pode não ser uma personagem dificil mas o impacto que causa merecia mais atenção.

O melhor - Aquilo que o filme transmite

O pior - Muitas vezes estarmos desatentos a filmes desta proveniencia

Avaliação - A-

Vox Lux

O cinema e a musica são duas artes que ao longo do tempo andam de mãos dadas, quer em filmes mais tradicionais quer em apostas mais relacionadas com o estado atual da musica. Este filme intimista tenta entrar dentro do mundo de uma estrela Pop, com sucesso imediato. Lançado em plena corrida para os premios, apesar das boas avaliações não foram suficientes para lançar o filme na luta pelos premios. COmercialmente fruto desta ausencia na luta dos premios acabou por ser frustrante para um filme que tinha o aliciante de reunir novamente Jude Law e Natalie Portman.
Sobre o filme, temos um filme declaradamente fragmentando com um estilo independente assumido, mas que a sua opção acaba por fragmentar demasiado o filme parecendo com pouca ligação entre sequencias. A primeira acaba por ser a melhor, a mais crua, o realismo e o impacto do atentado na escola, e mesmo o lado musical acaba por ser o que de melhor tem o filme.
Nos dois segmentos seguintes o filme fica mais perdido, tem mais dificuldade em ser o cru que a primeira sequencia é, mas mais que isso tem muitas dificuldades em peneirar o importante e o impactante e o acessorio. Fica a curiosidade de cada sequencia ter um atentado terrorista proximo da personagem, mas acaba por ser tão forçado que parece colado à pressão para fazer sentido e isso acaba por desligar o filme.
Na parte final temos a arte performativa de Portman com as musicas da pop star Sia, numa sequencia de palco longuissima e que fica a ideia que o filme não tem na realidade mais para dar, o que acaba por tornar tudo algo confuso, e com a ideia que o filme promete ir a um lugar que acaba por nunca conseguir atingir.
O filme fala de tres momentos na vida de uma estrela pop, desde a sua ascenção apos ter sobrevivido a um ataque terrorista, estar no centro da fama, e numa fase decadente com problemas familiares.
Em termos de argumento a fração do filme em segmentos teria de ter mais impacto e mais ligaçao, sabemos que e a mesma personagem mas pouco mais temos a unir as pontas. O lado mais cru e duro no primeiro apontamento acaba por passar ao lado para a vertente mais musical pop dos seguintes.
Em termos de realização a batuta este a cargo Brady COrbet que tem aqui a estreia, num filme arriscado, por vezes bem filmado mas que falha como um todo, o risco e ambição sao bons ingredientes para uma carreira e o filme tem, mas nao funciona no geral.
No cast e um papel dificil e exigente para uma Portman em bom nivel, num filme contudo em que lhe acaba por entregar os segmentos menos impactantes. Ao seu lado Law e uma figura de corpo presente, sendo o maior destaque para a jovem Raffey Cassidy, a  melhor surpresa do filme.

O melhor - O primeiro segmento.

O pior - O filme perceber que não tem um objetivo e acabar com vinte minutos de musica

Avaliação - C

Saturday, February 23, 2019

The Favourite

Yorgos Lathimos deve ser um dos realizadores em melhor forma no cinema atual, depois de dois primeiros filmes que conseguiram o fulgor critico mas seriam demasiado estranhos para o consenso surgiu esta satira sob a forma de filme de epoca que conquistou a critica em pleno conseguindo mesmo ser o filme com mais nomeaçoes aos oscares, o que demonstra bem toda a sua pujança. Em termos comerciais Lathimos teve tambem aqui o seu melhor resultado muito por culpa da força na temporada de premios.
Eu confesso que gosta do forma de Lathimos realizar desde a forma como capta as imagens ate a forma como consegue que sequencias sem sentido algum e disparatas na sua forma de expressar o façam, e neste filme temos mais uma vez isso, da forma mais interessante que se pode pensar, num filme de epoca detalhado com toda a circunstancia e sarcasmo que o filme merece.
Outro dos veiculos do sucesso do filme e talvez o maior deles acabe por ser as tres interpretaçoes centrais de tres atrizes em primeira linha que levam o filme e alguns dialogos para patamares muito elevados quando fica a ideia que o filme em si poderia nao ser tao forte sem elas, já que na essencia a historia e mais curiosa do que fulguralmente interessante e mesmo o final pensamos que poderia ser bem mais imperativo.
Ou seja um filme que confesso que nao considero o melhor o ou o mais arrojado de Lathimos e obvio que tem um argumento bastante interessante, é bem realizado e muito bem interpretado, contudo falta uma historia diferente, uma abordagem que nao seja repetitiva o que acaba por ser mesmo no argumento, acabamor por a determinado ponto perceber a previsibilidade do que vai acontecer.
A historia fala da Rainha Ana de Inglaterra e a relação que mantem com uma amiga conselheira, que vai alterar quando uma empregada entre na casa real e começa a chamar a atenção da rainha o que pode alterar a dinamica de toda a coroa.
Eu confesso que o argumento e muito interessante principallmente em termos de dialogo, ja que em termos narrativos parece-me algo previsivel. E certo que nao e normal observarmos um filme de epoca tao arrojado em termos dos dialogos, e isso acaba por ser o elemento mais surpreendente do filme.
Em termos de realizaçao Lathimos tem assinatura e isso e oo que de mais importante um realizador pode ter, ainda para mais quando junta a isso argumentos de primeira linha, e um arrojo na abordagem, um dos realizadores mais em forma do cinema atual.
No cast tudo funciona Coleman e brilhante, embora nao nos pareça actriz principal, que na minha opiniao seria claramente Emma Stone, também ela com um papel intenso, mas o meu maior sublinahdo do filme vai para a excelente construçao de Weisz do primeiro ao ultimo minuto.

O melhor - As interpretaçoes

O pior - O filme acaba por no percurso narrativo ser algo expetavel

Avaliação - B

Friday, February 22, 2019

The Favourite

Mark Whalberg e Rose Bryne tornaram-nos nos ultimos anos em duas figuras maiores da comedia convencial americana e juntaram-se este ano nesta tradicional comedia familiar sobre as dificuldades de um processo de adoção. O filme que segue os procedimentos tradicionais da habituação conflito inicial da integraçao de alguem diferente num contexto obteve criticas razoaveis para o estilo em si, tendo em conta que os objetivos mais concretos do filme seriam comerciais, aqui o filme nos EUA ate conseguiu resultados consistentes que por sua vez foram menos fortes em termos internacionais.
O utilizar uma comedia simples com uma tematica e uma moratoria forte e muito comum nos EUA e neste filme temos isso de uma forma clara. O filme tem um caracter ligeiro interessante oscilando num humor de dialogo com uma parte mais fisica que vai levando o filme a bom ritmo, com algumas gargalhadas e com um espirito positivo o que e otimo para um filme com este estilo.
E obvio que temos um filme que na sua base e no seu desenvolvimento e previsivel do primeiro ao ultimo momento, principalmente na linhagem central, mas o facto de ser uma historia veridica acaba por dar mais poder aquilo que o filme transmite. Os pontos mais interessantes do filme acabam por ser o balanço e o reslismo das personagens das tecnicas de integraçao pese embora por vezes o filme acabe por ter demasiadas personagens absurdas com o intuito unico da comedia facil.
Ou seja uma comedia que funciona principalmente como entertenimento instantaneo, que peca na fase inicial por as personagens do casal serem demasiado parecidas o que nao dá grande balanço e torna a fase inicial algo repetitivo algo que com o passar do tempo se vai dissimulando e o filme caminha de uma forma simpatica para o seu fim.
A historia fala de um casal da meia idade que em face de não ter filhos e nao quererem ser pais idosos acabam por entrar num processo de adoção de tres menores com uma bagagem pesada que vai dificultar todo o processo com avanços e recuos.
Em termos de argumento o filme funciona bem no seu lado ideologico e na forma como aborda e bem a adaptação e todo o processo. Em termos de humor escrito o filme é trabalhador funcionando moderadamente, num argumento minimante interessante para os pressupostos do filme.
Na realizaçao Sean Anders e um realizador dedicado a comedia de massa, mas que ainda nao teve um filme com assinatura propria acabando os filmes por serem demasiado massificados e com pouco risco, neste caso segue o mesmo estilo.
Bryne e Whalberg estão neste momento em piloto automatico no estilo, e no caso de ambos parece-me perder aqui algum conceito de actores com outras capacidades para alem destas personagens unidimensionais e que apenas tem de funcionar em simbiose o que acontece facilmente neste filme.

O melhor - As tecnicas de serviço social

O pior - A extrema previsibilidade do filme.

Avaliação - C+

Spider-Man: Into the Spider-Verse

A animação norte americana passa obviamente por um momento em que a criatividade não está ao seu nivel mais elevado dai que percebemos que dois dos nomeados este ano para melhor filme de animaçao mais não são do que sequelas de exitos passados. Contudo existiu um projeto que chamou a atenção de toda a critica pela sua originalidade pese embora tenha como pano de fundo o heroi Spider Man. Este filme conquistou por completo a critica com a sua irreverência, sendo mesmo o grande candidato ao oscar de melhor filme de animaçao. COmercialmente para um filme tão arriscado os resultados acabaram tambem por ser muito positivos o que nos permite acreditar que o risco e o sucesso podem funcionar bem em conjunto.
Sobre o filme podemos dizer que o mesmo e uma pedra no charco em diversos pontos no cinema de animação, desde logo do ponto de vista tecnico, a forma como o filme mistura generos com um sentido e com um objetivo mas acima de tudo a homenagem aos quadradinhos que o filme nos dá e completamente delicioso e um espetaculo original delicioso na forma como as imagens nos são dadas e na forma como estilos se misturam como se de realidades se tratasse.
O segundo ponto onde o filme funciona quase em pleno e no arrojado argumento e mais que isso na forma como os dialogos, a satira, a semelhança com o que de melhor e mais irreverente filmes como Deadpoll tem acaba por dar ao filme um caracter surpreendente e mais que isso uma formula completamente diferente de tudo o que vimos anteriormente, com aspetos mais serios e outros completamente satiricos.
O unico senão do filme, ainda que menor e o facto do argumento e historia de base com a conjugação de realidades poder ser algo confuso para faixa etarias mais pequenas num filme que tambem e destinado aos mais pequenos. Aqui parece-me que uma intriga mais objetiva ou mesmo um filme mais linear poderia causar ainda mais impacto numa formula brilhante produzida com essa mesma superioridade criativa.
A historia fala de um jovem comum, no mundo do spider man que acaba por ganhar os poderes do super heroi, e tentar perceber o que esteve por trás do desaparecimento do mesmo, entrando em contacto com outras realidades com super herois diferentes mas com os mesmos poderes que acabam por formar uma equipa.
Em termos de argumento devemos dividir a intriga central que me parece algo confusao, embora percetivel para pessoas mais adultos, com os detalhes especificos que fazem o filme ser delicioso, nas cuiriosidades e nos dialogos e na forma como homenageia e bem os filmes daquele super heroi.
No que diz respeito à realização temos uma dupla que se une pela primeira vez e o resultado tecnico é original e brilhante o que altera um pouco os ultimos anos da animaçao mais convencional numa mistura de estilos que funciona principalmente no contexto do filme.
No que diz respeito ao cast de vozes, um grupo enorme de figuras conhecidas a colaborar com um projeto diferente que o ajudam e muito a ficar mais forte, num dos melhores trabalhos de animaçao a todos os niveis dos ultimos anos.

O Melhor - A irreverencia e originalidade da historia e do filme em termos tecnicos

O pior - Pode ser algo dificil para os mais pequenos

Avaliação - B+

Thursday, February 21, 2019

Ben Is Back

Toronto este ano foi a montra de candidatos aos premios onde se efetuou a primeira seleçao de quem seria realmente e candidato e quem ficaria desde logo no filtro independentemente das boas criticas. Ben is Back ficou de imediato nesse filtro por criticas moderadamente positvas e sem o entusiasmo necessario a torna lo num filme de maior dimensao. Isso auxiliado a uma distribuiçao reduzido mesmo com a presença de uma super estrela como Julia Roberts aniquilaram as prespetivas do filme.
Sobre o filme eu confesso que comparando com o outro filme da mesma tematica, concretamente Beautifull Boy, gostei bem mais da objetividade deste filme, mesmo que possa ser mais trabalhado no lado positivo e com uma narrativa mais dramatica talvez por nao ter a base real. E nos detalhes que eu penso que este filme funciona na forma como consegue como poucos nos dar o que pode ser inexplicavel numa relaçao mae filho neste contexto, a forma como a relaçao deixa de ter razao para ter acima de tudo coraçao esta efetuado com muita qualidade no filme muito por culpa de dois interpretes de primeira linha.
O filme na sua segunda parte torna-se demasiado policial com a chegada de algumas personagens que na realidade nada acrescentam ao filme, mas mesmo ai nas historias passadas da personagem com qualquer uma delas temos o excelente contexto que o filme necessita para funcionar, independentemente do lado mais subtil com que e abordado em algumas delas. E um filme filme declaramente emocional mas acaba por ser isso que o filme quer retrarar.
OU seja um dos bons filmes sobre toxicodependente, que consegue ir ao fundo na questão no pos crise e nas barreiras que se tem de ultrapassar numa perdendo a noçao de ter de ser um filme ativo e com ritmo junto do publico, e isso acaba por nos dar um dos filmes mais subvalorizados do ano, que merecia quem sabe mais atençao no que diz respeito a forma como por vezes um estilo de cinema mais convencional em alguns temas pode funcionar melhor.
A historia fala de um jovem em recuperaçao de toxicodependencia que regressa a casa para passar o natal, contudo vai acabar por suceder uma serie de acontecimentos que vai por em causa tudo na sua familia.
Em termos de argumento mesmo tendo uma narrativa central mais emocional do que racional, o filme tem um aspeto em que funciona em pleno que e na caracterizaçao e nas dinamicas entre mae e filho, que ultrapassam toda a racionalidade a forma como cada dialogo e escrito a forma como se passa do conflito para o afeto e do mais real nesta tematica que vi em cinema.
Hedges e um realizador de segundo plano, atualmente ate mais conhecido por ser pai de lucas, tem aqui um trabalho sobrio, tradicional, sem grande risco, deixando o palco aos interpretes. COm uma outra abordagem poderia fazer o filme crescer, mas com uma opçao tradicional nao o limita.
Tambem nas interpretaçoes, principalmente de Roberts penso que o filme acaba por ser tambem algo subvalorizado, Roberts tem uma excelente interpretaçao na dualidade tipica destas relaçoes. Hedges com uma ano mais uma vez brilhante e competente embora me pareça que esteve em melhor nivel em BOy Erased.

O melhor - O realismo da dinamica relacional mae filho.

O pior - O lado policial do filme tira-lhe alguma densidade

Avaliação - B+

Destroyer

Todos sabemos que neste momento uma excelente transformação fisica de um ator conhecido e muitas vezes o passaporte para o mediatismo e sucesso critico de um filme. Este fica vincado pelas imagens de uma Nicole Kidman envelhecida e com a erosão do tempo. Pese embora este aditivo em termos criticos o filme foi insuficiente para se lançar na dinamica de premios e nem a propria protagonista conseguiu a nomeaçao desejada. Tambem comercial Destroyer muito por culpa da pouca divulgaçao esteve longe de ser um sucesso.
No que diz respeito ao filme, podemos dizer que a premissa dos agentes inflitrados e algo que o cinema ainda não levou a serio, e que neste filme tinha muito por onde ir principalmente na influencia posterior dessa vida. COntudo o filme percebe que tem limitações na narrativa que quer seguir, principalmente em termos de desenvolvimento de personagens secundarias e acaba por apostar ao maximo na interpretaçao de Kidnam que tem muitos planos longos de expressões faciais de desgaste.
Isso faz do filme quase um monologo interpretativo que merecia mais atençao da academia para a atriz para acaba por desguarnecer um filme que se perde em flashbacks e que apenas a relevaçao final da-lhe algum fulgor depois de duas horas demasiado repetitivas e que nunca conseguem criar uma intriga intensa de ligaçao entre personagens.
Ou seja um filme com um bom tema, mas que nao consegue ter recursos para alimentar uma boa historia e uma interpretaçao de ponta apostando claramente na segunda. Fica a ideia que nao era necessario limitar tanto os secundarios do filme e algumas arestas do filme para Kidman ter o impacto que tem.
A historia fala de uma agente encoberta que gravida acaba por ver o seu namorado morto pelo grupo que estao inseridos o que acaba por lhe destruturar a vida. ALguns anos depois o grupo volta a atacar e ele faz tudo para poder vingar-se dos mesmos.
Em termos de argumento tirando um elemento de forma parece-me que é tudo demasiado limitado. As personagens principalmente a outra face da moeda e claramente pouco trabalhada e fica a ideia que mesmo a persnagem e a unica que se esvazia com algum proposito. Em termos de dialogos e cenas tem alguns bons momentos mas nao e equilibrado.
Karyn Kusama esta longe de ser uma realizadora de primeira linha no cinema com um afastamento longo com passagem pela televisao mas tambem me parece que aqui esta longe do sucesso exagerando nos planos proximos da face de Kidman, o que acaba por lhe tirar algum descernimento no restante do filme.
E obvio que Kidman tem uma personagem intensa, onde coloca os seus atributos e a boa forma que esta como actriz. Ganha pelo filme ser pensado para ela, mas perde por oo filme se limitar a ela.

O melhor - Kidman

O pior - A forma como o filme nao consegue ir para alem de uma personagem

Avaliação - C

Wednesday, February 20, 2019

Shoplifters

Premiado com a Palma de Ouro do festival de Cannes, este é daqueles pequenos filmes internacionais que mesmo sem ter uma historia plenamente original, consegue convencer pelo entrosamento entre as personagens e principalmente na forma como consegue gerir as emoçoes ao longo da sua duração. Este filme foi amado pela critica internacional e que redondou na vitoria no Festival de Cannes e mais recentemente na nomeaçao para melhor filme estrangeiro. Comercialmente para um filme nao americano, os resultados acabaram também por ser interessantes na medida em que ultrapassou a barreira mitica do milhao.
Sobre o filme podemos dizer que tem uma base interessante e principalmente e riquissimo na forma como nos da a ligação emocional entre personagens num contexto financeiro de pobreza extrema, a forma como as personagens se sentem bem naquele contexto com as suas diferenças são o aspeto positivo do filme, na forma como nao tem medo de retratar a miseria humana daquela forma tão natural.
O filme perde na parte final, quando apos o climax acaba por perder o rasto a algumas persoangens, preocupando-se mais com o seu passado do que com o seu futuro, diluindo algum do peso simbolico e emocional que o filme vai criando no elo entre as personagens. Por outro lado esta opção acaba por ser a mais realista, e isso encaixa bem num filme cru sobre estes aspetos.
Ou seja um bom filme do mundo, que demonstra que mesmo com dificuldades de verbas produtivas existe sempre a criatividade de transpor para o ecra situações concretas. Nao e claramente uma obra prima do cinema oriental, mas fica-nos na retina a forma como com tão pouco aquelas personagens funcionavam bem em conjunto, mesmo extra sociedade.
A historia fala de uma serie de pessoas que vivem num espaço desocupado todas juntas, e vivem de alguns objetos que subtraem em lojas, até ao ponto em que uma menina junta-se à "familia" e tudo tem que se ajustar a uma nova presença.
Em termos de argumento o filme tem uma base mais realista do que original. O filme é rico na forma como expressa as emoções, acabando por outro lado por ter como principais trunfos a contextualizaçao espacial de cada segmento. Fica a ideia que em termos de conclusão o filme deveria ser bem melhor potenciado.
Na realizaçaõ Koreeda traz-nos o espirito mais recente do cinema origental, trabalhando com grande realismo e acima de tudo um trabalho bem potenciado na exploração emocional. Tem aqui o impacto necessario para começar uma carreira internacional.
No cast temos um conjunto de atores quer jovens quer adultos que encaixam perfeitamente no lado emotivo e realista do filme. Parece-me claro que é um filme de primeira linha, com atores que fruto das suas origens encanxam nos propositos do filme.

O melhor - O realismo do filme.

O pior - A conclusão

Avaliação - B

Tuesday, February 19, 2019

Mirai

O cinema de animaçao asiatico foi sempre um marco em termos deste genero do cinema, sendo filmes que usualmente associam valor critico com um sucesso comercial grande principalmente nos paises daquela região do globo. Este Mirai e mais um filme com a componente maxima dessa tradição que conquistou a critica com avaliações essencialmente positivas. Comercialmente Mirai obteve resultados significativos nos EUA talvez potenciado pela nomeaçao aos oscar de melhor filme de animaçao.
Em termos de filme podemos dizer que tecnicamente o filme mistura o lado tradicional do desenho humano com as potencialidades maximas do sentido estetico dos cenarios exteriores e mais que isso interiores. Também no lado moral parece-me claro que se trata de um filme rico, com os pressupostos bem estabelecidos, e mais que isso parece-me que se trata de um filme com o mesmo formato que outros filmes.
Assim, parece-me que o lado que nos parece que funciona pior no filme acaba por ser o lado fantastico do filme, o mundo e as relações com os antepassados pese embora seja uma ideia interessante, nem sempre consegue ter o impacto desejado e perde acima de tudo no lado mais descontraido que o lado real do filme consegue ter.
Mesmo assim um filme interessante, uma boa conjugação entre a riqueza moral que os filmes de animação oriental conseguem ter, associado a um nivel estetico e um lado interpretativo de primeira linha. Podemos dizer que no final este tipo de filmes redunda em coisas muito proximas e que Mirai esta longe de ser sequer um dos melhores filmes do genero, mas numa altura em que mesmo o cinam americano de animaçao esta em crise parece-me claro que se trata de um filme competente e principalmente brilhante na contextualização do espaço.
Sobre o filme o mesmo conta a historia de uma criança que ve a chegada ao seu agregado familiar de um novo rebento, numa altura em que a sua familia tem que se adaptar a nova situação, e acima de tudo perde a atenção de alguns familiares, o mesmo acaba por viajar num mundo imaginario onde interage com figuras passadas e futuras da sua familia.
Em termos de argumento a formula e muito semelhante a algumas das obras mais relevantes do cinema de animaçao asiatico. Podemos dizer que em termos de dialogos vale pela simplicidade de processos e pela mensagem forte e atual que transmite.
Na produçao temos o lado tradicional do 2d mas com a força visual que normalmente estes filmes asiaticos conseguem ter no detalhe. Denota-se a homenagem as figuras mais proeminentes deste tipo de cinema, sendo dos elementos mais valiosos do filme.
No cast de vozes e em virtude de ter visto a versão japonesa, parece-me dificil avaliar a execução que me parece competente.

O melhor - O detalhe da casa.

O pior - O mundo imaginario poderia ser mais trabalhado

Avaliação - B

Monday, February 18, 2019

Mary Queen of Scots

A monarquia inglesa tem algumas das historias mais carismaticas da historia mundial, dai que nao seja estranho o facto de muitas dessas historias de vez em quando terem adaptaçoes cinematograficas de maior e menor dimensao. Este ano em pleno deadline para os premios surgiu este filme, com duas das actrizes em melhor forma do momento. O resultado critico nao foi brilhante e de imediato afastou o filme das maiores competiçoes em termos de premios. Comercialmente o filme foi mais eficaz embora ainda longe de um grande sucesso.
Este e daqueles filmes sobre intrigas e contra intrigas de coroas que deu aso a muitas das series de sucesso, onde rapidamente se percebe que o trono não só é sinonimo de poder mas mais que isso de risco. O filme tem uma intriga interessante, tem o peso historico das decisões sustentado em boas intepretaçoes mas fica a sensação que o filme poderia e deveria ser mais cru na forma comm nao entra propriamente nas dinamicas relacionais em questão.
Outro dos apontamentos que me parecem limitar o filme e ser uma abordagem algo tradicionalista, em termos de produçao e realizaçao para alem de um bom guarda roupa e uma maquilhageem de primeiro nivel fica a faltar uma abordagem estetica diferenciadora que a distanciasse de forma normal de tudo o que ja tinha sido feito ou mesmo dos estilos que estão a ser adoptados nas series de sucesso.
Ou seja um filme descritivo sobre um momento marcante na monarquia inglesa, com o seu valor historico e uma intriga na teia de poder tipica de um filme politico de epoca, mas penso que falta aqui alguns elementos que consigam elevar a historia, nao so na definiçao das personagens, no trabalho algo simplista dos dialogos ou mesmo na abordagem da realiaçao.
A historia fala de Mary, rainha da escocia que agora viuva tenta ganhar o reinado ingles, que declara seu, entrando num conflito imediato com a sua prima. Contudo e dentro de portas e com os planos existentes pela corte para o seu casamento seguinte que surgem os maiores problemas.
Em termos de argumento o acontecimento historico que o filme relata é interessante e mais que isso e dotado de uma intriga politica e relacional de primeira linha, parece-me é que o filme principalmente na definiçao das personagens e dialogos poderia ser mais objetivo.
Na realizaçao Josie Rourke pegou num filme maior que ela e limitou-se ao minimo exigido numa produçao com alguma dimensao mas que as imagens nunca tentam correr qualquer risco. Para uma realizadora que teve aqui o maior palco fica a ideia que tinha espaço para muito mais.
Ao apostar em duas das actrizes em melhor forma do momento existiu pouco risco. Ronan ja a vimos mais competente mas sofre de uma caracterizado demasiado simplista da sua personagem. Bem melhor Robbie que mais uma vez sublinha um excelente momento de forma provando que e bem mais do que uma cara bonita do cinema.

O Melhor - O guarda roupa e a maquilhagem

O pior - As personagens terem pouca profundidade

Avaliação - C

Saturday, February 16, 2019

Vice

Sempre fui adepto do cinema de risco, nas abordagens originais e de peso sobre o mundo que nos rodeia, e nesse prisma achei The Big Short uma obra de referencia nos ultimos anos, dai que a expetativa em torno de Vice era igual. QUando li as primeiras criticas completamente posicionadas em polos opostos, percebi que tentar fazer o mesmo na politica ainda era mais arriscado pelas emoçoes associadas as convicções de cada um, dai que a disparidade critica foi para mim inevitavel e a forma como isso acabou por tirar fulgor comercial ao filme.
SObre o filme posso dizer, que Mckay fez outra vez, ou seja pegou num tema, neste caso numa pessoa e nas consequencias das suas ações e fez uma especie de biopic, artistico, incorreto, muitas vez absurdo mas com uma irreverencia e um sentido de arte que deve ser inaltecido, porque contar uma historia e uma coisa, artilhar essa historia num surpreendente filme, com lados de argumento de completo brilhantismo e originalidade é outra e Mckay faz neste filme isso outra vez, como poucos conseguem fazer.
O filme começa com um ritmo mais lento, quase descritivo do percurso de Cheeney sobre a carreira politica do mesmo sem entrar na personagem, algo que sinceramente me parece que o filme nunca o quer fazer. Na segunda parte o filme entra no registo de arte, com diversas sequencias de um brilhantismo tecnico e argumentativo de primeira linha, sempre sustentado em interpretaçoes brilhantes associadas a uma maquilhagem de ponta.
Para quem viva a politica americana sera sempre um filme dificil de aceitar, para quem desconhece a politica americana sera um filme dificil de perceber, principalmente a sua irreverencia. Para quem quer conhecer o filme acaba por ser uma obra artistica de primeira linha, que nos da mais de duas horas de uma abordagem completamente diferente de tudo o que ja conhecemos.
Em termos de argumento o filme fala.nos de Dick Cheeney, ex vice presidente de George Bush, desde o momento em que era um aluno mediocre ate se ter tornado no mais poderoso vice presidente dos EUA.
EM termos de argumento McKay pela irreverencia e originalidade da forma como aborda as situações e completamente brilhante. Nao e uma historia diferente, e uma narrativa de feitos, mas a forma como nos detalhes o filme se distancia do que conseguimos ver com critica, e satira acaba por levar este argumento para a primeira linha dos argumentos este ano.
Na realizaçao McKay esta a conquistar um lugar dificil, polemico mas de valor indiscutivel, a forma como os seus filmes sao abordagens proprias e diferentes de tudo o que vemos. A forma como consegue manter as suas bases da comedia e junta-lhe uma capacidade de fazer montagens com significado muito intenso, tornam-o numa referencia e um realizador a seguir.
No cast o filme é do primeiro ao ultimo minuto um festival de Bale, muito ajudado pela mutaçao fisiologica que vai ocorrendo, parece-me claro que Bale tem aqui uma interpretaçao inpressionante, pela forma como se retira completamente do ecra dando lugar a um boneco perfeito de Cheeney. Adams tambem me parece num nivel muito interessante, e um Rockwell surpreendentemente parecido com um Bush que encaixa no seu lado descontraido. O pior so mesmo a voz de Carrel.

O melhor - A forma orignal e arriscada com que o filme aborda o seu biopic

O pior - A voz de Carrel

AValiação - A-

If Beale Street Could Talk

E dificil para alguns realizadores num dos seus primeiros filme, ou pelo menos num dos primeiros filmes mediaticos ganhar o oscar de melhor filme, isso aconteceu com Moonlight o que colocou todas as luzes da ribalta do processo sequente de Barry Jenkins. Este ano surgiu o seu filme seguinte, novamente na comunidade afro americana, novamente com o lado emocional e denunciante implicito, e novamente com criticas muito positivas, mas que desta vez nao conseguiram levar esta obra a nomeaçao para melhor filme do ano, embora tenha conseguido em termos de oscares muitas nomeaçoes importantes. Comercialmente para um filme intimista e sem grandes figuras de primeira linha podemos dizer que os resultados foram consistentes.
Jenkins e acima de tudo na minha optima um cineasta que gosta de ir dentro dos contextos sociais sem nunca perder o norte de uma questão estetica imponente, que acaba por tornar este filme, mais do que uma historia contada de forma linear, uma historia de amor incondicional entre duas pessoas, segregadas por uma sociedade. O filme acaba por ser acima de tudo bonito, e uma das historias de amor do ano, na forma como os pequenos gestos a definem.
Em termos de historia de base parece-me que temos mais do mesmo relativamente a outros filmes que incidem na populaçao afro americana e mais que isso na forma como relata as injustiças desta comunidade. Muitos podem dizer que o final nao feliz do filme e algo negativista, mas certo e que o filme e mais que a sua historia pois e nos promenores de produçao e de realizaçao que o filme eleva-se para uma categoria superior.
Eu como escrevi aqui nao fui um fa incondicional de Moonlight e acho mesmo que este filme de Jenkins e mais completo quer no que diz respeito a realizaçao, interpretaçao e no seu proprio significado. Podera ter um tema mais vulgar mas a forma como o abrilhanta com um argumento quase poetico acaba por dar ao filme o seu impacto, pese embora me pareça que muitas das personagens ainda tinham espaço para construçao.
A historia fala de dois jovens apaixonados, que acabam por ficar separados no momento em que a mesma engravida pela pisão do elementos masculino. O filme é a luta de uma jovem futura mae e acima de tudo para provar a inocencia do seu namorado.
Em termos de argumento a historia de base nao e propriamente criativa, ou original, mas a sua concretizaçao tem elementos de muito valor, principalmente nos dialogos e nos pequenos detalhes contextuais que o filme consegue ter. Um dos bons argumentos do ano.
Ao segundo filme e possivel perceber a forma como jenkins assina os seus filmes com uma serie de detalhes tecnicos e uma preocupaçao tremenda pela forma como quer que cada imagem ou cena do filme impactuem junto do espetador. Uma excelente realizaçao de alguem que começou com a força toda.
No cast eu confesso que achei em bom nivel mas não num nivel excepcional. King tem sido apelidade de grande favorita ao oscar de atriz secundaria e sinceramente fiquei surpreendido com uma personagem simples e uma interpretaçao igual a tantas outras. Nos principais, a forma como a realiaçao e feita potencia bem os papeis em questão.

O melhor - A forma como os dialogos sao trabalhados.

O pior - ALguns espaço para as personagens que não é completo

Avaliação - B

Friday, February 15, 2019

The Possession of Hannah Grace

Todos os anos em epocas distintas surgem titulos de terror usualmente aproveitando semanas aparentemente de uma maior calmia nos lançamentos wide nos cinemas norte americanos. Na transição de novembro para dezembro, em pleno lançamento de filmes para os premios surgiu este filme sobre espiritos e sobre exorcismos. Os resultados criticos do filme como a na maioria dos filmes do genero foram desastrosos, e comercialmente o filme conseguiu sempre chamar a atenção dos mais adolescentes que garantem sempre alguma rentabilidade a filmes como este.
Este e um tipico filme de baixa qualidade de terror, no qual nos é introduzido o demonio que possuiu um corpo, uma situação e depois temos o contexto espacial propocio para provocar o panico na exploração narrativa da situação. O problema do filme e que acaba por ser previsivel em todas as suas situações e nunca tem qualquer tipo de arte para funcionar em termos esteticos ou de conseguir potenciar as reações que desencadeia no espetador, recorrendo aos cliches todos dos filmes de possessão, quer esteticos quer acima de tudo em termos sonoros.
O filme nunca consegue ser minimamente feliz já que as personagens na sua essencia não existem, são meros peoes para a atuação do demonio, e mesmo na forma violenta que muitos outros filmes de terror acabam por assumir, este filme nunca consegue nem neste estilo ter impacto, parecendo sempre ser um filme que se limita aos recursos minimos que poderiam garantir algum ganho monetario.
Ou seja mais um filme de baixa qualidade de terror, que mesmo nas suas analises especificas tem falta de qualidade como argumento, abordagem da realização e um cast de segunda linha. Fica a ideia que so o facto de ser numa morgue poderia potenciar um resultado de mais impacto junto do espetador mas o filme desaproveita por completo este factos num filme que nunca consegue ter interesse em nenhuma das suas componentes do primeiro ao ultimo minuto.
A historia fala de uma ex policia que depois de um acidente de trabalho aceita um trabalho na morgue do hospital durante a noite, tudo começa a complicar quando recebe um corpo, que conduz a uma serie de eventos paranormais no interior do seu espaço de trabalho.
O argumento e do mais previsivel e usado no cinema de terror em hollywood, nada de novo, nenhum risco na abordagem e mais que isso, desaproveita por completo o contexto espacial escolhido. A falta de qualidade e de risco permanece do primeiro ao ultimo minuto, com destaque para a sua conclusão. Na realizaçao Van Rooijen um realizador de base grega mas sedeado nos EUA, que tem aqui o seu filme com maior expansao, mas mesmo em termos de terror e um filme muito modesto, pouco risco na abordagem, pouco sentido estetico, preso aos cliches de sempre fica a ideia que o filme é um basic de terror de segunda e normalmente deste genero não saem realizadores de primeira.
No cast pouco ou nada de relevante, o protagonismo do filme é entregue Shay Mithcell mais conhecida da televisao, com uma personagem obvia, pouco exigente e que se limita a fazer aquilo que as vitimas dos filmes de terror fazem. parece-me que nao sera com registos como este que conseguira o espaço maior na setima arte. No resto de secundarios nada de relevante ou que recordemos dez minutos apos a conclusao do filme.

O melhor - A sua historia simples e percetivel, o que nem sempre acontece em alguns filmes de terror.

O pior - E um filme mau de terror igual a tantos outros em todos os aspetos

Avaliação - D

Creed II

Três anos depois do mundo do cinema se ter entregue novamente à base de Rocky concretamente com a ligação de Rocky Balboa ao filho do seu amigo APollo Creed, surge a expetavel sequela em face do sucesso do primeiro filme. Novamente o filme consegue ir buscar algo do passado, concretamente a ligação com Ivan Drago, o que de alguma forma acaba por alimentar o saudosismo da saga. Este segundo filme pese embora tenha na generalidade conseguido criticas positivas teve longe do entusiasmo gerado pelo primeiro filme, algo que também se estendeu ao valor comercial do filme, que conseguiu tambem ser forte, mas longe do primeiro filme.
Creed é talvez das revitalizações de um franchising mais conseguidas dos ultimos tempos, porque conseguiu inovar, rechear o filme de novas personagens sem nunca deixar cair aqueles que foram mais significativos nos primeiros filmes de Rocky. Este segundo filme pese embora algo repetitivo relativamente aquilo que no primeiro filme funcionou, traz-nos outros elementos que marcaram a historia de Rocky, embora com menos risco. percebe-se que é um filme menos trabalhado, mais direto, mais pensado no entertenimento puro, contudo nestes pontos penso que o filme funciona.
Ou seja temos claramente menos das personagens, alias fica a ideia que tudo o que ja conhecemos delas e suficiente para que este seja apenas um filme situacional, sem grande evolução das personagens deixando espaço a tres sequencias de luta duradouras com desfechos distintos. Parece-nos contudo que o filme principalmente no lado dos Drago poderia e deveria trabalhar mais a dimensao pessoal de ambos já que nos parece sempre abrir esta porta que nunca a aproveitam para a trabalhar.
Ou seja Creed II e claramente uma forma de ganhar dinheiro com tudo o que funcionou no primeiro filme, com um argumento mais simples, mais previsivel mas que funciona principalmente porque sabe utilizar o que de mais saudista Rocky tem. Fica a ideia que provavelmente um terceiro filme tera que ter algo de novo, mas para ja e como entertenimento este filme serve os objetivos da saga.
A historia segue Adonis Creed, agora desafiado por Vitor Drago, filho de Ivan, pessoa que matou o seu pai. Nesta luta Creed tera de adaptar a sua forma de treinar e viver o desafio para derrotar um adversario tao mais forte.
Em  termos de argumento parece-me claro que o risco neste filme para a linhagem narrativa conhecida e claramente menor, e um filme mais previsivel, acima de tudo mais simples, mas ao mesmo tempo nos balanços das personagens e dos periodos funciona no nivel entertenimento que me parece ser mais pensado para este filme.
Na realizaçao deixamos de ter Coogler que entretanto se dedicou a Black Panther, entrando em jogo Steven Caple Jr, um realizador da escola de Coogler mas que tem aqui a sua obra mais visivel. Denota-se menos assinatura e mais tarefa do que no primeiro filme. Principalmente nas sequencias de boxe existia espaço para mais.
No cast Jordan é Creed, e conquistou este espaço no primeiro filme, sendo que aqui tem o trabalho facilitado ja que o filme tambem nunca lhe exige muito mais do que a presença fisica. Stallone que este perto do oscar no filme anterior, aqui volta ao piloto automatico de uma personagem que imortalizou. No lado dos vilões nem Lundgren e principalmente Munteanu parecem em algum momento ter o lado frio que o primeiro conseguiu no quarto filme de Rocky

O melhor - Funciona como entertenimento

O pior - Ser claramente mais pequeno quando comparado com o primeiro filme

Avaliação - C+

Border

O cinema nordico nos ultimos anos tem ganho alguma expansão, principalmente no que diz respeito a mitologia de seres grotescos em terrenos gelidos. No medio desses filmes mais de terror, no festival de Cannes de 2018 surgiu este pequeno filme, sobre alguns seres particulares inseridos na comunidade a procura da sua real identidade. O filme acabou por ser bem recebido na critica e no festival e que resultou num premio secundario no festival. Em termos comerciais o filme teve bons resultados nos EUA tendo em conta a origem do filme e falta de estrelas, talvez potenciado pela nomeaçao para o oscar de melhor maquilhagem.
Sobre o filme podemos dizer que se trata de um filme dentro da tradição tipica do cinema de horror nordico, ou seja um filme que gosta de ser cru, e duro nas imagens contrapondo com o ar gelido no seu contexto expacial. neste ponto o filme e fiel aos principios do cinema onde está integrado, sempre potenciado pela excelente caracterização do primeiro ao ultimo minuto do filme.
POr sua vez parece-me que em termos narrativos o filme é claramente mais modesto, a indecisão da personagem entre os valores a seguir até poderia dar espaço a um filme competente, complexo que nos fizesse pensar, mas a verdade e que o filme aposta mais por caracterizar a natureza da especia na forma como as dinamicas das duas personagens centrais se vao cruzando.
Ou seja um filme que se torna algo repetitivo, que nos da mais uma representação de uma imaginario nordico com um espaço cada vez maior no cinema, mas que no final temos um filme que nos dá pouco para alem do horror de algumas cenas e algum lado cru da vivencia animalesca daqueles seres, já que em termos de profundidade dramatica so na sua conclusao o filme consegue tocar neste ponto.
A historia fala de uma mulher com uma estranha capacidade de cheirar o medo, que trabalha num aeroporto e que começa a ficar interessada num estranho passageiro com caracteristicas fisicas iguais a sua, acabando por lhe permitir o acesso a uma parte da sua casa, altura em que percebe que talvez tal individuo esteja longe de ser humano.
No que diz respeito ao argumento, podemos dizer que na base o filme poderia ter objetivos concretos interessantes, mas na definiçao do filme tudo se torna demasiado repetitivo adotando quase sempre um estilo mais descritivo do que emotivo.
Na realizaçao Ali Abbasi tem aqui o seu filme mais conhecido que para cinema europeu ter conseguido nomeaços para os oscares e premios em Cannes nao poderia ser um melhor inicio de carreira. Esperamos agora a definiçao do futuro do realizador se aposta numa carreira europeia ou se entra no mundo de Hollywood.
No cast o filme tem nos dois interpretes principais, papeis dificeis potenciados em muito dos seus aspetos por uma caracterização de primeira linha. Fica mesmo assim a ideia que a intensidade empregue por ambos é um dos principais motores do filme em termos de intensidade das cenas.

O melhor - A maquilhagem

O pior - Demasiado repetitivo e descritivo

Avaliação - C

Thursday, February 14, 2019

London Fields

Existem filmes com uma pos produção tão complicada que se percebe automaticamente que a melhor solução para o filme seria o mesmo nunca ser lançado. Isso podemos dizer deste filme que teve três anos à espera de ser lançado com batalhas legas criativas entre o realizador e produtor, que acabou com o lançamento de duas versões. A mais divulgada aquela que hoje aqui vamos analisar, com autoria dos produtores foi um dos maiores floops criticos do ano com avaliação avassaladoras e destrutivas para o filme que o tornou num floop comercial total e um dos filmes mais criticados de 2018.
London Fields é um daqueles filmes que quer ser excentrico e criativo do primeiro ao ultimo minuto, e acaba por ser um desfile desorganizados de cenas absurdas sem sentido, quase desconexas e que nos fazem pensar que tudo tinha como unico objetivo uma paródia sem graça. A confusão do argumento e da narrativa apresentada, contextualizada com personagens unidimensionais e cheias de maneirismos sem qualquer sentido é das piores misturas que me recordo, salvando-se apenas a sensualidade de Heard, alias o unico ponto em que a personagem dela na realidade tem que existir.
Mas a confusao do filme não é apenas em termos de personagens e narrativo, na montagem temos flashbacks e fowards inexplicaveis, algumas referências a situações reais que não compreendemos, numa mistura que mais parece um video clip desorganizado de um musico de segunda. Mas nao ficam por ai os problemas tambem na assinatura estetica do filme temos momentos de cuidado, com outras que mais nao e do que uma forma televisiva de captar imagens.
E facil perceber que este filme mais que pessimo é estranho, sendo os objetivos do mesmo quase indecifraveis para o espetador que nao consegue sequer hipotizar qual seria o objetivo de tudo o que acabamos de ver. Fica na ideia uma tentativa de um thriller politicamente incorreto e excentrico que nunca consegue sequer organizar as suas ideias para ser concreto no local onde quer chegar.
A historia fala de um escritor que acaba por ir residir temporalmente para Londres de forma a ganhar inspiração para o seu novo livro, acabando por ficar obcecado pela sua vizinha de cima a qual começa um relacionamento dual com dois diferentes homens, acabando por decidir escrever sobre a vida da mesma.
Em termos de argumento a palavra mais clara para definir este filme é desorganização, quer na definição e papel das personagens, como acima de tudo na linhagem e desenvolvimento narrativo. Fica a ideia que muito do que vimos nao faz qualquer sentido e o filme fica muito danificado por isso.
Na realização Cullen nao aceita esta versão como sendo sua acabando por fazer uma edição do realizador. Nao me parece que a sua forma de recolher imagens seja tambem a mais benefica para o filme que acaba por se tornar numa mistura sem grande sentido. E este tipo de filmes e confusoes legais que muitas vezes acabam com uma carreira.
AMber Heard e sensual, alias tudo na sua carreira foi construido com base nesta caracteristica que este filme explora ate a exaustão, não conseguindo contudo retirar qualquer outra potencialidade da atriz. O problema e que no lado masculino para alem da já enervante excentricidade no cameo de Depp, temos um James monocordico como sempre e um Strugges com uma das interpretações mais sem sentido e irritantantes que me recordo do primeiro ao ultimo minuto. Apenas Throrton consegue nao sair danificado com a sua intervenção.

O melhor - Heard é sensual

O pior - O filme é uma mistura de coisas sem qualquer sentido

Avaliação - D-

Wednesday, February 13, 2019

Everybody Knows

Asghar Farhadi é dos poucos realizadores que num curto espaço de tempo por duas ocasiões saiu vitorioso no oscar para melhor filme estrangeiro, tendo-se tornado imediatamente uma figura do cinema mundial. Estranho é que em vez de ter optado pela chegada a Hollywood tenha seguido a carreira numa produçao espanhola com as duas estrelas maiores deste pais. O filme que estreou o Festival de Cannes de 2018, conseguiu boas avaliaçoes mas longe da unanimidade que outros filmes do realizador irniano ja conseguiram o que acabou por destruir a hipotese de termos este filme na luta pelos premios. Tambem comercialmente nos EUA o filme ao ser adiada a sua estreia para Janeiro acabou por ser um desastre completo.
Sobre o filme podemos dizer que é um daqueles filmes que faz quase tudo bem e que no final acaba por desprediçar tudo o que de bom criou e que poderia tornar um filme muito bom, numa obra mediana. O filme e muito interessante na criaçao de dinamicas de cidades pequenas, na quimica e interaçao de personagens, na forma como consegue captar a essencia de comunidades pequenas, num local proximo e recatado. O filme neste ponto trabalha com mestria percebendo que o acessorio de alguns momentos acaba por ser o essencial no espirito que o filme quer ter.
Mesmo no desenvolvimento da intriga o filme e inteligente, nas duvidas que vai causando e no espectro aberto que deixa relativamente ao que está por tras do desaparecimento de uma jovem. O filme consegue nos criar a duvida relativamente a todas as personagens e sobre as motivações e isso faz com que o filme vá crescento no impacto emocional e na forma como as personagens se vao destruturando com o adensar do tempo.
O problema é o final, para uma historia tão bem montada fica a ideia que qualquer espetador teria um desfecho mais interessante, de mais impacto e que terminasse bem melhor este filme. Parece que o filme quer surpreender e acaba por perder força no metodo que escolhe para se finalizar, fica a ideia de que o filme merecia ujm final bem melhor trabalhado. Sendo a perspetiva final a que levamos do filme sem duvida merecia o espetador e o filme um final bem melhor.
A historia fala de uma emigrante espanhola na argentina, que regressa a sua aldeia natal com os filhos de forma a estar no casamento da sua irma, contudo no dia da boda a sua filha é raptada o que vai despoletar o desvendar de diversos segredos do seu passado.
Em termos de argumento não sendo um filme particularmente diferente, funciona na forma com que as personagens se ligam e são diferentes entre elas. A forma como todos tem uma forma distinta de analisar a resoluçao do problema e muito interessante, pena é que a conclusao do filme nao tenha o nivel de todo o restante.
Farhadi e um realizador do mundo, e poucos como ele conseguem capatar a essencia do contexto social dos seus filmes, Nao sendo um realizador espanhol a forma como consegue captar nas imagens a essencia de aldeias pequenas em que todas as pessoas se conhecem e brilhante e demonstra bem a capacidade deste realizador do mundo.
No cast o filme tem duas interpretaçoes de primeira linha e intensas de Cruz e Bardem. Este casal e um poço de qualidade e intensidade e acima de tudo funcionam muito bem juntos. Fica a ideia que poucos conseguem ter a versatilidade e a força que Bardem da aos seus papeis.

O melhor - A forma como capta tão bem a essencia da populaçao de aldeias pequenas

O pior - O final

Avaliação - B-

Monday, February 11, 2019

High Flying Bird

A netflix nos ultimos dois anos tornou-se num viveiro de produçoes de realizadores conceituados com experiencias para um publico menor, mas que teve em roma o sucesso critico pleno que pode ser essecencial na forma como este conceito de cinema acaba por ser vincado. Soderbergh apostou no inicio deste ano em mais um filme filmado com Iphone no mundo do desporto e sem grandes figuras de referencia. Exibido em Sundance o filme conseguiu uma boa recepção critica com avaliações positivas, sendo que comercialmente com a falta de figuras de primeira linha o filme poderá ter muitas dificuldades.
Sobre o filme, ter um filme de desporto sem uma unica sequencia de desporto, e arriscado e neste caso parece-me ser um filme demasiado preso nas entrelinhas dos dialogos e por isso com dificuldade de ter a intensidade narrativa suficiente para pregar o espetador ao ecra. Parece-me um filme arrojado, com uma mensagem interessante de entrar dentro do desporto, mas parece-me demasiado subtil para ter o impacto desejado.
Mesmo assim e um filme com alguns bons momentos quer nos dialogos entre participantes mas acima de tudo nas manobras da relaçao de interesses que o filme nos da. Parece sim e que e sempre um filme mais teorico do que de personagens e quando assim é o filme acaba por perder aquilo que de mais importante poderia ter que e o impacto da sua mensagem.
Em termos esteticos esta forma de filmas que Soderbergh ja tinha utilizado no interessante Unsane acaba por nos dar planos interessantes e filmes com uma assinatura muito propria. Parece-me um filme mais valioso na sua competencia tecnica do que propriamente naquilo que concretiza na sua historia.
A historia fala da relaçao entre um agente desportivo e um rookie da NBA em plena greve de jogadores e a forma com que todas as decisões mais nao sao manobras de poder entre agenciar.
O argumento tem muito de forte e claro nas convicções que quer transmitir mas parece-me sofrer da falta de personagens dimensionais para dar o lado politico como contexto de uma historia maior. Tambem a indefiniçao pelo lado mais ligeiro do filme nao encaixa bem naquilo que o filme quer retratar.
Na realizaçao a posta de Soderbergh novamente pelo Iphone funciona o filme em termos esteticos e de entrada na historia é de primeira linha muito por culpa de um estilo que ja e mais uma marca de assinatura de um realizador, atualmente omnipresente mas distante de obras primas à algum tempo.
No cast o filme nao tem propriamente figuras de primeira linha, e sofre alguma falta de carisma das personagens por esse facto. Fica a ideia que o filme poderia e deveria ser acima de tudo mais exigente com as personagens para chamar melhor interpretaçoes

O melhor - A ideologia está la

O pior - O filme nao a aproveita para aproximar a historia do espetador

Avaliação - C-

Thursday, February 07, 2019

Velver Buzzsaw

Pela amostra neste inicio de ano a aposta da Netflix nos seus produtos originais de cinema está para seguir, com um arranque no festival de Sundance com o novo filme de Dan Gilroy. A expetativa era elevada principalmente pela credibilidade que o realizador foi conseguindo nos ultimos anos, mas rapidamente se percebeu que a recepção critica e principalmente dos espetadores não iria ser a melhor com avaliações algo dispares. Comercialmente parece-me ser um filme com alguma divulgação na plataforma mas é sempre dificil perceber os dados reais de um filme lançado nestes moldes.
Sobre o filme podemos dizer acima de tudo que é um filme arriscado, e que muitas vezes o risco e o caminho para patamares mais elevados num realizador, mas neste caso penso que o resultado final está longe de ser plenamente satisfatorio, ja que a mistura de generos e assuntos acaba por tornar tudo demasiado confuso e com resultados diferentes. Na critica a excentricidade da arte e do seu mundo penso que o filme é feliz, principalmente na forma como caracteriza as personagens, no lado do horror e do sobrenatural a logica do filme vai-se perdendo funcionando apenas no aspeto visual
De um realizador e principalmente de um argumentista como Gilroy espera-se um filme com concreto de imacto maior do que este que temos aqui. Fica a ideia principalmente nos elos de ligação entre algumas personagens que o filme os define mal, e que acaba por ter como unico refugio a sua excentricidade trabalhada e que vai sendo nos promenores o motor de um filme que mesmo assim está longe de convencer.
Em face das pessoas envolvidas e obvio que o filme se trata de uma desilusão, já que a expetativa era elevada, mesmo assim em alguns parametros o filme consegue ser engraçado, bem interpretado e acima de tudo com um cuidado visual que denota autoria na forma como foi planeado.
A historia fala de um grupo de trabalhadores de agencias de arte que acabam por encontrar os trabalhos de um autor desconhecido mas que de repente entra no fascinio de toda a gente, contudo começam a acontecer episodios estranhos a todos aqueles que tentam negociar as obras em questão.
Em termos de argumento penso que o filme tem problemas, parece-me de imediato tem muitas personagens centrais para uma trama tão curta, e tem alguma dificuldade na integraçao do lado paranormal no conceito satirico que o filme tinha até então, e o resultado está longe de ser brilhante.
Gilroy e mais conhecido como argumentista do que como realizador mas neste filme parece-me que funciona melhor atrás da camara do que com a caneta. O filme tem momentos bem pensados do ponto de vista estetica funcionando bem o paralelismo entre a ação e a arte.
No cast temos os dois lados da moeda, Gyllenhall parece-me dar-nos uma demonstração de versatilidade que espelha bem os seus recursos que aguardam na minha opiniao o papel da carreira. Nos seus auxiliares actores que entram mais na sua zona de conforto com excepção de Sturidge que tambem tem os seus momentos de destaque

O melhor - A interpretação de Gyllenhall

O pior - A mistura de generos nao combina

Avaliação - C

Wednesday, February 06, 2019

Overlord

Jj Abrams e neste momento um dos produtores mais famosos de Hollywood, bem como um realizador em ascenção plena na 7ª arte principalmente depois do renascimento dos franchising do Star Wars e Star Trek. Este ano surgiu este filme, onde apenas surge como produtor. Overlord seria uma mistura de generos entre o filme de guerra e terror. Criticamente o filme teve acima de tudo avaliações medianas com ligeiro pendor positivo. Em termos comerciais o filme falhou principalmente para o padrão Abrams.
Sobre o filme podemos dizer que a mistura de generos acaba por ser uma inovação, ou seja a forma como o filme conjuga numa primeira fase um filme de guerra sobre a segunda guerra mundial, para depois passar a ser um filme de terror, sobre transformação genetica. O filme funciona bem melhor no primeiro momento, com um primeira sequencia de ação de primeira linha, mas depois acaba por o filme adormecer e se tornar demasiado vulgar na segunda parte.
Os grandes problemas do filme acaba por ser a forma como o filme não consegue desenvolver as personagens e a densidade das mesmas. A determinada altura parece-me que o filme se torna demasiado refém das suas sequencias de luta e pouco mais, já que em termos de conteudo o filme vai-se esvazeando, tornando-se quase num filme serie B.
Parece-me faltar muitos dos valores que um filme para o grande publico deve ter, principalmente no que diz respeito à algum lado mais descontraido das personagens ou mesmo na abordagem da realização. Ou seja parece-me um filme que na sua essencia tem um objetivo concreto, que o cumpre, mas que esta longe de conseguir diferenciar-se de outros tipos de filmes.
A historia fala de um conjunto de soldados norte americanos, que acabam por avançar para tras da linha do enimigo, com o objetivo de destruir uma torre de controlo, altura em que percebem que o adversario tem uma arma bem mais forte que transforma soldados e maquinas letais.
O argumento podemos considerar um filme algo vazio e pouco diferenciador. Em termos de personagens parece-me claro que o filme não deixa as mesmas crescer estando refem em demasia da forma como as sequencias de ação resultam.
Na realizaçao Julius Avery, tem um trabalho com um bom inicio nas sequencias de guerra, mas que no respeita ao resto o filme funciona pior, parece-me que existia muito mais por onde trabalhar no que diz respeito as sequencias de açao. A ver como a carreira evoluiu.
E no cast que me parece que o filme falha em termos de carisma e crescimento que poderia dar as personagens. Aqui o filme nao tem propriamente um trabalho exigente aos seus atores.

O melhor - A primeira sequencia de açao

O pior - A forma como o filme no segundo nivel não consegue ter o impacto do primeiro filme

Avaliação - C-

Monday, February 04, 2019

At Eternety's Gate

Existem personalidades da historia das artes que cultivam um mito à sua volta que acaba por ser dificil alguem pegar nelas num filme objetivo sobre a vida das mesmas. Nao se esperava que um realizador peculiar como Schnabel o fizesse aqui com Van Gogh, e talvez por isso apesar dos criticos mais especializados terem amado este particular filme, o mesmo nao conseguiu a força para estar nos premios como poderia ser expetavel numa primeira analise. Tambem comercialmente o lado mais intimo e de autor do filme pode ter afastado o grande publico, mesmo que o filme tenha ultrapassado a barreira exigivel para um filme como este.
Eu confesso que nunca seria facil dar vida a um filme sobre alguem que se diz ser tao complexo como o famoso pintor holandes. Dai que o filme e bem opta por nos dar momentos isolados, nao enquadrados da vida dele, os mais significativos do que nos tentar dar um biopic comum, e isso funciona, porque o carisma de Van Gogh passa para o espetador, muito por culpa de uma excelente interpretação fisica de Dafoe.
Claro que é um filme para minorias, que perde muito tempo no lado mais intimo, das deambulações e dos contextos no qual ele pintava, acompanhado por uma banda sonora que cria o desconforto que acho que Schnabel quer dar ao espetador para o fazer sentir a confusao que Van Gogh sentia no momento em que o seu contacto com a realidade começou a ser menor.
Contra si na minha opinião a tentativa de ser subtil, fica a ideia que poderia ser mais cru, mais visual no lado das loucuras do mesmo, principalmente nos momentos mais importantes da vida do autor, como a orelha cortada ou a sua morte. Aqui o filme vai para uma dimensão do que após quando o presente fica demasiado escondido.
Mesmo assim, percebe-se que é um bipopic de uma personalidade unica e carismatica, realizado por um autor com objetivos e uma forma de captar imagens propria, com uma boa conjugação entre a pessoa e a obra. Nao e um biopic para todos mas um filme interessante sobre Gogh.
A historia fala-nos de alguns episodios importantes na vida do autor, desde o seu processo de criaçao, às suas relações ate por fim a sua loucura.
No argumento nao temos um filme com muitas palavras, dialogos ou personagens, o filme prefere nos dar o autor e aquilo que mais conhecemos dele. Podera não arriscar muito no filme, arriscando mais no lado final.
A realização de Schnabel tem a sua assinatura, principalmente na aposta de nos dar as imagens pelos olhos do interprete algo que fez tao bem no seu filme mais conhecido de Escafandro e a Borboleta. POdemos dizer que aqui o filme usa isso com um lado mais estetico, e funciona, mesmo que o filme seja intimo demais para ser amado.
Dafoe tem uma interpretação de excelencia. Do primeiro ao ultimo minuto, encarna mais do que interpreta o autor, com expressoes faciais e um sofrimento transposto ao maximo num filme que mereceu a nomeaçao. O filme e a personagem dai que so Oscar Isaac como Gaugin consiga alguns momentos de sublinhado.

O melhor - Dafoe

O pior - A não traduçao em imagens dos momentos chaves da vida do pintor

Avaliação - B-

The Front Runner

Depois de um inicio de carreira como realizador auspicioso, Jason Reitman tem nos ultimos anos tido mais dificuldade em conseguir a unanimidade critica. Num ano em que lançou dois filmes algo distintos, era neste The Front Runner que tinha a expetativa de poder entrar na luta pelos premios. Apos as primeiras observações do filme, cedo se percebeu que nao seria deste e que provavelmente criticamente o filme que avançou no inicio do ano até seria melhor que este. Ja no que diz respeito ao lado comercial, resultados escassos e que foram o prego no caixao na expetativa do realizador.
Sobre o filme, eu confesso que gosto do caracter algo descontraido mas sempre com uma mensagem bem declarada que Reitman da aos seus filmes, tendo gostado bastante de Tully no inicio do ano. Pois bem este parece-me o filme mais confuso a determinados niveis do realizador estranhando mesmo a sua aposta nele. Desde logo na historia, o filme parece receoso de ir alem da duvida e isso num filme com duas horas é inexplicavel pois nos espetadores andamos sempre na duvida do que realmente aconteceu e mais que isso, so somos a prova no debate entre o lado etico do jornalismo e pouco mais.
POr outro lado parece-me um filme nem sempre organizado nos seus objetivos, ora tentando debater o lado etico e ate onde deve ir o jornalismo de investigação, aos debates morais dos candidatos, para tambem perder demasiado tempo e ruido no lado preparatorio das campanhas, o que da ao filme uma mistura de temas, e de sons que acaba por nao permitir centrar e criar impacto realmente em nenhum deles.
Pese embora me pareça um filme com alguns sublinhados que devem ser feitos como a forma como todo ele foi produzido com material existente à data, a forma como deixa os temas em aberto para os espetadores, fica a sensação que o filme nunca consegue na realidade criar qualquer tipo de empatia com o espetador e quando assim o é, dificilmente as coisas podem funcionar em pleno.
A historia fala-nos da disputa eleitoral de 1988, e na forma como Gary Hart grande favorito a ser o candidato Democrata, acabou por sair da corrida depois de uma noticia que dava conta de uma infedilidade sua.
Em termos de argumento parece-me que o filme é pouco objetivo ao querer abrir demasiados debates, acaba por perder o foco no que mais importante é, que é ter uma intriga interessante e que funcione bem junto do espetador. parece um filme com receio de preencher as lacunas historicas conhecidas e isso esta longe de ser corajoso para um filme como este.
Reitman e um realizador de pouco lado artistico mas com um formato simples e funcional de dar primazia as personagens. Aqui temos o lado tecnico de revivalismo que funciona bem, mas parece-me um filme serio de mais para um realizador que me parece funcionar melhor em filmes mais ligeiros.
No cast, este era um filme no qual Jackman depositava expetativas de sucesso critico. Pese embora as boas avaliações, parece-me que num ano tao forte como este Jackman dificilmente teria hipotese de premios com um papel com bons momentos mas longe da dificuldade de outros, mesmo do ator. Nos secundarios o filme nunca os chama realmente ao filme.

O melhor - Alguns debates morais ainda hoje bem atuais.

O pior - O filme acaba por ser demasiado confuso do emaranhado de temáticas que quer tocar.

Avaliação - C

Saturday, February 02, 2019

Green Book

Todos os anos existe um filme que quase não demos pela sua produçao que acaba a corrida para os oscares na lideraça, faltando saber se conquista o ultimo round. O filme deste ano é este Green Book, uma comedia entre duas pessoas completamente distintas de meios e raças distintas que se encontram numa tour, em plena segregação racial. Pese embora Green Book nao tenha tido a unanimidade critica, quem gostou do filme e principalmente a audiencia maior amou o filme e tornou-o num grande candidato ao oscar de melhor filme. No que diz respeito ao nivel comercial com a passagem da palavra Green Book tornou-se num sucesso comercial tambem e uma das grande surpresas de 2018.
Sobre o filme começo por dizer que este filme tem tudo para ficar na historia e cedo percebemos que vamos ter um filme com excelentes personagens e excelentes dialogos, num momento social importante, sendo um filme que com uma simplicidade brilhante acaba por tocar em muitos dos problemas que os filmes de grande dimensão tomam, sempre potenciados por um dos melhores argumendos dos ultmos tempos e acima de tudo por interpretaçoes de montra.
O segredo do filme parece-me mesmo a forma como personagens tão diferentes entram numa quimica que nos ultimos tempos nao tem tido paralelo em hollywood. A ligaçao entre personagens torna com que o filme mais que bonito, consiga ser comico e mais que isso significativo, elementos que tornam de qualquer filme uma referência não só num ano mas acima de tudo para o futuro.
Sem duvida não so um, ou talvez o melhor filme do ano, mas mais que isso, um filme que facilmente sera recordado no futuro, percebendo-se isso enquanto vimos o filme, numa abordagem para todos, sobre uma tematica para todos, contada com simplicidade, deixando as personagens demonstrarem todo o seu fundo como poucos ate ao momento.
A historia fala de um descendente italiano com tendencia para responder agressivamente ao conflito, que e contratado para conduzir um elitista pianista de cor, numa tour pelo sul dos estados unidos em plena epoca de segregaçao social.
O argumento e brilhante principalmente acente em dois pontos que sao a base de qualquer filme, as personagens, extremamente bem caracterizadas e que combinam como poucas, e mais que isso os dialogos. Nao sei se o filme e fiel a realidade mas esta sera para sempre a visao dos dois.
Na realização Peter Farelly abandonou o irmão e a comedia main stream para postar num filme que lhe sai bem. Mesmo tendo um bom trabalho percebe que existem pontos no filme muito mais ricos e deixa-os brilhar e isso e astucia de um realizador que apos este filme sera sempre observado de forma diferente.
No cast Mortenssen e ALi dão-nos duas das melhores interpretaçoes dos ultimos tempos, potenciadas ainda mais que pela simbiose entre ambas. O papel de Mortensen e incrivel, nao so pela disponibilidade fisica mas pela forma como encaixa perfeitamente nos lados diversificados da personagem. Fruto de termos um ano competitivo provavelmente ficara a porta do oscar, quando talvez merecia mais. ALi deve ganhar o oscar ja que pelo que vi ate ao momento a sua prestação e incomparavelmente melhor a todas as outra que estão consigo nomeadas.

O melhor - A forma como o filme consegue ser descontraido e serio de uma forma pouco vista.

O pior - O debate sobre a veracidade do relatado deveria ser indiferente a avaliação do filme

Avaliação - A

Piercing

Todos os anos existem atores que estão relacionados com um cinema mais independente arriscar em filmes com formulas polemicas baseadas e ideias muito proprias dos seus autores. Um dos filmes mais estranhos que certamente vai ver a luz do dia em 2019 é este Piercing. Criticamente bem avaliado se bem que sem grande entusiasmo, e obviamente um filme para minorias e por isso deve estar longe de qualquer sucesso comercial.
Sobre o filme, podemos dizer que tem como base o lado mais negro de cada um e os desejos escuros sadicos das suas personagens. Depois temos um expetaculo do absurdo e do ilogico ao longo de uns curtos 80 minutos, onde as personagens centrais deambulam por sofrimento infligido e mais que isso por dialogos sem grande sentido e torna tudo numa confusão pouco percetivel para qualquer pessoa.
O filme nao começa mal a preparaçao do plano por parte da personagem central, é um bom momento de interpretaçao e realizaçao que depois acaba por perder todo o sentido com a entrada do outro jogador em campo, ai o filme torna-se um conjunto de imagens coladas de uma forma pouco percetivel, com uma narrativa quase inexplicavel para alem dos elementos de sadismo humano.
Ou seja um filme claramente independnete e arriscado, com bons planos de realizaçao e com uma abordagem com assinatura, mas que na minha opinião ao entrar em terrenos pouco percetiveis deixa de funcionar porque acho que no final quase ninguem percebeu realmente os objetivos do filme.
A historia fala de um pai de familia, com desejos pela violencia e pelo assassinato que engendra um plano no sentido de num quarto de hotel assassinar uma prostituta, contudo a pessoa que vai receber tem outros planos para a mesma noite.
Em termos de argumento podemos dizer que a base poderia dar um bom filme, nao fosse o filme entrar por dimensoes nao percetiveis e acabar por tornar tudo muito confuso, desaproveitando personagens que poderiam nos dar um bom filme.
Na realizaçao temos a inspiraçao niponica de base da historia na forma como Nicolas PEsce realiza, um jovem realizador que ja teve presença em crew de filmes de diversos generos e que aqui tens uma experiencia a solo, que tem risco mas nem sempre funciona.
No cast Abbot funciona bem como pessoa com algo escondido e o filme pede esta caracteristica em grande parte da sua duração.Wasikowska tambem me parece mais talhada para filmes com esta carga negra do que filmes de grande publico.

O melhor - A cena em que a personagem central treina a seco o seu plano.

O pior - A forma como o filme depois entra em realidades impercetiveis

Avaliação - C-

Friday, February 01, 2019

Viper Club

Os conflitos no medio oriente tiveram no final do ano diversos filmes, alguns deles a abordar a tragedia na Siria sobre diversas prespetivas. Este filme lançado pela produtora Youtube, acaba por nos das a prespetiva dos familiares perante a incerteza do rapto de um jornalista pelo estado islamico. Este filme acabou por não ter avaliações de primeira linha, com uma receção mediana, acabando por comercialmente tambem nao funcionar, mas aqui podera estar em causa a falta de um cast de primeira linha.
De todos os filmes sobre esta tematica que recentemente foram avaliados neste espaço este e claramente o mais emotivo, não entrando nunca no conflito em si, mas decidido a transmitir a agonia de uma mae cujo filho foi raptado e tenta tudo para conseguir trazer o filho de volta a casa. E um filme que joga sempre mais com o lado emotivo do que com o racional da questão, principalmente nos outros pontos da vida da personagem o que toma o filme em determinados muito novelesco.
Tambem em termos de flashbacks penso que exagera no recurso aos mesmos, a determinada altura estes nao acrescentam grande coisa para alem de fortalecer uma relaçao mae filho que por natureza ja o é, nunca servindo-se desses momentos para nos dar mais da personagem desaparecida, o que nos parece uma escolha discutivel.
No final ficamos contudo com a mensagem transmitida da dor e incerteza que todas estas situações provocaram em milhares de pessoas e acima de tudo a forma como a politica internacional teve que ultrapassar de forma quase gelida sofrimentos pessoas em busca de um resultado singular maior.
A historia fala de uma mae, que tenta tudo para tentar pagar o resgate pedido pelo estado islamico para libertar o seu filho, um jornalista de guerra que se encontra raptado pelo grupo terrorista.
Em termos de argumento o filme centra-se mais na gestao emocional da personagem do que propriamente nos mecanismos possiveis para angariar fundos. Isso acaba por ser a opçao mais facil em termos de desenvolvimento narrativo, embora nos pareça que torna tudo proximo demais de uma novela.
Na realizaçao Keshavarz e uma jovem realizadora que tem aqui o seu trabalho mais significativo ate os dias de hoje, com procedimentos simples, sem nunca entrar na complexidade dos cenarios de guerra, e acaba por ser a decisao menos arriscada.
No cast Saradon afastada da primeira linha em face da idade, dá-nos uma interpretaçao intensa que da força ao filme principalmente na forma como vivemos os conflitos das personagens sem entrar no lado facil do overacting. Nao sendo uma actriz numa forma invejavel, demonstrou ainda alguns recursos.

O melhor - O lado emotivo final

O pior - A forma como o filme nos seus elementos complementares e demasiado telenovela

Avaliação - C