Sunday, January 24, 2016

99 Homes

É comum alguns temas serem recorrentes em mais de um filme em cada ano cinematografico. Este ano explorado de formas diferentes a crise economica e a forma como isso se refletiu no mercado imobiliario foi totalmente detalhado em The Big Short e serve de pano de fundo para este filme bem mais narrativo. Pese embora tenha estreado em 2014, apenas em 2015 o filme viu a luz do dia. Bem recebido criticamente o unico aspeto que o filme entrou em disputa em termos de galardoes foi Shannon para melhor actore secundario o que não conseguiu atingir o objetivo. Comercialmente sendo um filme de pouca expansao conseguiu resultados bastante satisfatorios, ultrapassando a sempre mitica barreira do milhão.
Este filme ao contrario de outros e um filme sobre personagens que pode trazer uma ilaçao gerao, não esperamos um filme que nos explique muita coisa para alem da reação das mesmas a situação adversa. E é nesses parametros que temos um filme que toca num tima de impacto emocional, e que joga bem com isso principalmente ao dar a imagem da forma como as regras de despejo pode por em causa tudo nos mais frageis e em termos emocionais o filme e intenso.
Contudo e no excesso de moralidade do filme concretamente da personagem que penso que o filme e muito irrealista, todos sabemos que o instituo de sobrevivencia e puro em cada animal, humanos incluidos e o filme acaba por dar ideia que isso não existe talhando principalmente no agregado familiar, uma excesso de moralidade que poderia conduzir a falta de condições de sobrevivencia quando naquele ponto a personagem apenas estava a cumprir a lei. O filme poderia ir por ai denunciar a crueldade de uma lei injusta, mas jogar isso com padroes morais de pessoas no limite parece algo que faz o filme ser pouco realista na forma como trata uma materia de impacto e isso e claramente um defeito.
Depois um filme que em grande parte do seu tempo é emocionalmente eficaz mas um pouco repetitivo, em termos de capacidade de surpreender o espetador também e limitado, e poderia ter um final mais esclarecedor nem que seja em termos morais ou de aplicaçao pratica. Mesmo assim a forma como consegue dar um impacto emocional para um problema de muitos e tao poucas vezes tratado no cinema deve ser algo a sublinhar e elogiar num filme suficiente.
A historia fala de um pai de familia que apos perder o emprego acaba tambem por ser despejado de casa. Em urgencia por algumas verbas acaba por aceitar trabalhar para o mediador imobiliario com poucos escrupulos que o despejou tornando-se tambem ele um braço armado da lei.
Em termos de argumento acho que o filme começa bem, dando uma boa ideia daquilo que pode ser a lei e a injustiça da mesma, levando quase todas as situaçoes ao limite, isso permite a personagem de Shannon crescer, nem tanto o protagonista sempre dividido em confitos morais que no caso extremado dele dificilmente existiriam. O filme tem altos e baixos em termos de dialogos que sao sempre potenciados pela forma como a personagem de Shannon entra neles.
Em termos de realizaçao Bahrani tem aqui o seu filme de maior impacto, a realizaçao e simples sem grandes ambiçoes, sem grande primor artistico, que denota ser de curto investimento, parece tambem a ideia que assim o argumento poderia prevalecer de uma forma mais efetiva de um realizador que mesmo assim da um salto em termos de mediatismo dos seus filmes.
No cast Garfield tem um papel diferente da maioria dos seus registos, emocionalmente forte, um actor em preocesso de ascenção e que os dois filmes de peso que no proximo ano ira protagonizar poderao ser o salto para a primeira linha, aqui mesmo não tendo um papel brilhante deixa bons indicadores. Obviamente melhor e com mais impacto a interpretaçao de Shannon que da uma intensidade muito propria a todas as suas construçoes, principalmente do lado errado da questão. Mesmo com toda a qualidade que Shannon sempre da aos seus papeis, pareceu-me exagerado ter estado tanto tempo perfilado como candidato aos oscares.

O melhor – O impacto emocional criado numa situaçao limite como deixar de ter casa


O pior – Enfase num conflito moral que provavelmente nos dias de hoje nunca existira principalmente quando o crime ainda não existia ou não eram do conhecimento de personagens secundarias.


Avaliação - C+

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