Thursday, May 16, 2024

Love Lies Bleeding

 Apresentado no ultimo festival de Berlim com alguma circunstância este filme que é uma obra visual dos suburbios americanos que junta a homossexualidade, o crime e o culturismo, pela sua irreverencia conquistou em grande linha a critica, com avaliações tão positivas que permitiu que o filme teve uma dimensão comercial que a primeira vista seria inesperada. Comercialmente o filme conseguiu uma boa distribuição mas os resultados comerciais ficaram-se pela mediocridade.

Sobre o filme podemos dizer que é um filme dificil acima de tudo porque é um filme esteticamente feio, um filme que nos da os seus atores nas suas piores versões num contexto social e pessoal degradante a todos os niveis. E um filme que quer impressionar pelos piores motivos de cada um e isso tem a virtude de conseguir, já que se percebe facilmente que é um objetivo muito declarado do filme e aquele que talvez mais facilmente consegue chegar

No que diz respeito ao restante já não me parece que o filme seja tão competente. Desde logo porque parte do pressuposto que nenhuma personagem tem que tem alguma congruência, o que lhe permite tudo do primeiro ao ultimo minuto nas opções, isso abre o leque de possibilidades mas ao mesmo tempo torna o filme redutor no que quer transmitir, sendo sempre um filme em que esperamos o que nos vai impressionar negativamente visualmente do que propriamente o que vai acontecer no seguimento das suas personagens.

Ou seja um filme que tem um contexto independente muito assinalado, mas acima de tudo quer demonstrar a irreverencia e algum humor negro na forma como da a pior faceta de todas aquelas vivencias. No final tenta entrar num plano metaforico que surge no filme algo descontextualizado. O filme tenta ser mais chocante do que interessante e isso consegue.

A historia fala de uma jovem culturista que acaba por se apaixonar com a gestora de um ginasio, com uma familia poderosa relacionada com o crime, que conduz a uma serie de acontecimentos que vai levar todos os elementos ao extremo e a luta pela sobrevivencia.

O argumento tenta ser uma especie de Bonnie e Clyde lesbico, mas que acaba por ter outros elementos como o abuso de substancias no culturismo e a forma como isso se manifesta na resposta e impulsividade dos seus utilizadores, mas pouco mais o filme é. Fica a ideia que o argumento abre o expectro de tal forma que tudo que fosse decidido iria funcionar.

Na realizaçao o projeto e de autoria quase total de Rose Glass uma realizadora britanica que tinha sido bastante elogiada no seu filme anterior Saint Maud, num circuito mais independente. Aqui com mais visibilidade denota-se a preocupação em ser esteticamente forte, embora o filme nunca saia do registo tipico do cinema independente. Fica a sensação que sera sempre uma realizadora de minorias.

No cast o detalhe estetico escolhido para as personagens ajuda o impacto das mesmas. Stewart está desgastada, longe de imagem de sex symbol do inicio, numa personagem que serve para pautar a sua anterior escolha sexual. Ao seu lado um Harris sempre intenso, e uma surpresa da culturista Kate 0'Bryan numa personagem fisicamente dificil, mas que parece ser a sua medida.


O melhor - O filme quer chocar esteticamente e consegue.

O pior - O espectro do argumento cair num exagero em que tudo encaixava


Avaliação - C



Tuesday, May 14, 2024

Godzilla: Minus One

 Na ultima cerimonia dos oscares existiu um premio que surpreendeu o mundo do cinema na altura em que foi anunciado que o oscar de melhores efeitos especiais era entregue a um filme japones, o qual tentou revitalizar o lado original do monstro japones numa adaptaçao local. Este filme que foi impulsionado por avaliações criticas muito interessantes conseguiu tambem comercialmente ser um fenomeno nos EUA com resultados consistentes principalmente se tivermos em conta que se trata de um filme totalmente falado em japones.

Sobre o filme podemos dizer que temos o tipico filme de Godzilla em plena guerra com um estilo muito original e próximo da base com limitações orçamentais e com um estilo tradicional o filme e esteticamente imponente, muito naquilo que os japoneses fazem bem no que diz respeito as dinamicas de honra que normalmente os filmes asiaticos dao primazia. Contudo e um filme sem grande trabalho de argumento acabando por ser apenas um contexto para um filme com uma abordagem estetica propria.

O lado mais surpeeendente do filme e a sua origem, provavelmente poucos aceitariam esta adaptaçao de godzilla se fosse americana, mas o lado tradicional de base de um monstro que melhor que ninguem e conhecido dos asiaticos acabou por ser o segredo do filme neste regresso a base, mesmo que em termos de algo de novo o filme nunca se encontre propriamente fora do que ja vimos.

Ou seja mais uma adaptação de Godzilla na base tradicional, com meios curtos mas que sabe encontrar a imponência do monstro na estetica certa com a rigidez de um orçamento limitado. Por tudo isto temos um filme que demonstra a capacidade do japao de fazer filmes de primeira linha e que tire acima de tudo o lado do desenvolvimento tecnico ou desse reconhecimento geral

A historia segue o aparecimento de Godzilla em pleno mar em altura de guerra e a forma como a armada japonesa marcada pela derrota na guerra tenta-se organizar para destruir tal estranho e indstrutivel monstro.

O argumento na genese e basico e vai a genese da criaçao do monstro. Temos poucos elementos novos para alem da contextualizaçao temporal algo diferente do que ja vimos. Nao temos propriamente uma riqueza forte em personagens e dialogos e nao e no argumento que o filme tem os seus melhores atributos.

Na realização do projeto temos Yamazaki um veterano realizador japones com algum conceito no pais que aqui conseguiu o lado internacional na forma como utilizou efeitos especiais com budget limitado sem nunca perder ao mesmo tempo a sua capacidade de ir buscar o que de melhor funciona na tradiçao do monstro.

No cast o monstro e o protagonismo. A forma de intepretar do filme e utilizada no cinema japones e que as vezes e tao situada culturalmente que pode nao encaixar na forma mais global de ver cinema. Nao e um filme de grandes personagens e logo de grandes interpretaçoes


O melhor - A originalidade de efeitos especiais tradicionais e funcionais

O pior - A historia e mais do mesmo


Avaliação - C+



Monday, May 13, 2024

The Idea of You

 Numa das maiores apostas comerciais que a Prime lançou este ano surgiu esta comedia romantica com uma diferença etaria que tinha objetivos muito concretos do ponto de vista comercial, ainda para mais sob a batuta de um realizador que ja teve algum sucesso critico. O filme acabou por ser bem avaliado criticamente e deixou de imediato a impressão que seria um dos objetos comerciais mais concretos do ano, o que parece ter sido conseguido. A questão que se faz e que carreira poderia ter tido o filme em termos comerciais com uma estreia no cinema.

Este e uma comedia ou um drama romantico cheio de cliches do primeiro ao ultimo minuto. Desde logo tudo parece fora de sitio para encaixar na historia de amor idilico e comercial. A personagem de Haynes parece fora do icon pop, a personagem feminina parece muito jovial para a idade, dai que a ideia do romantismo intra geracional nunca fique totalmente sublinhanda num filme que esbate pelo menos esteticamente essa diferença todos os minutos.

Do ponto de vista narrativo o filme apenas ganha impacto na minha opinião quando começa a existir o odio nas redes sociais e o impacto de tudo a volta, e aqui que as dificuldades existem e que leva a medidas. O filme tem tempo de explorar mais isso mas aposta acima de tudo na forma como minuto apos minuto repete os momentos a dois, que funcionam com quimica embora pareça sempre uma historia demasiado desenhada.

Por tudo isto e aceitando que o casal funciona enquanto quimica, o filme e uma comedia de desgaste rapido que trabalha quase nada no desenvolvimento das personagens e mesmo da relação que coloca os secundarios no cliche, nunca conseguindo ser mais que um Notting Hill de segundo nivel, com a faixa etaria a ser um acessorio que o filme usa apenas no plano teorico.

A historia fala de uma quarentona mae de uma adolescente que depois de um encontro ocasional com o idolo da filha, de idade bem mais nova inicia uma relação com o mesmo, que leva a contornos pouco esperados que a faz ter de de pensar sobre a sua vida rotineira e o amor que pode ser da sua vida.

O argumento do filme é um cliche em todos os sentidos e em todas as opções que faz. Nao e um filme que consiga ter momentos comicos, tenta entrar pelo lado lamechas do amor, tenta introduzir alguns temas de discussão, mas apenas as redes sociais funcionam.

Na realização temos Showalter, ele que foi o maestro do sucesso the big sick mas que depois teve sempre dificuldade em seguir a carreira com apostas posteriores de gosto discutivel. Aqui temos um realizador que sabe transmitir momentos a dois mas sem grande valor artistico.

No cast temos Anne Hateway que acaba por ser a adulta mais jovem que poderia ser escolhida quebrando alguns patamares possiveis. No que diz respeito ao lado masculino o icon pop atual de Galitzine da o lado pop que o filme quer ir buscar, embora como ator ache algo limitado.


O melhor - A vertente do impacto das redes sociais no dia a dia da relação


O pior - O cliche geral que o filme tem~


Avaliação - C-



Saturday, May 04, 2024

Arcadian

 Ncolas Cage tornou-se nos ultimos anos, fruto da sua precaria condição economica, um dos atores mais hiperativos de hollywood, nem sempre nos melhores projetos, mas no grupo exagerado de fimes foi criando colaborações com realizadores de baixo estatuto que funcionaram, dai que os seus filmes sejam autenticas supresas para perceber o que na realidade vao ser. Pois bem este ano surge neste filme de ação/terror apocalitico, ao lado de dois atores muito jovens a tentar ganhar espaço, mas o resultado critico foi mediano, o que neste caso pouco potencia aquilo que o filme poderia ser. Comercialmente o filme conseguiu uma distribuição wide que demonstra que Cage esta a regressar a uma forma mais satisfatória, mas o resultado foi desolador, demonstrando que continua sem conseguir, por si só segurar o filme.

Sobre a historia podemos dizer que é o comum nos filmes pos apocaliticos de terror, temos algo que nunca e totalmente explicado como nasceu que cria o panico nas noites, e temos os protagonistas a tentar sobreviver as investidas cada vez maiores do monstro. Temos dois irmãos diferentes, na adolescencia e com os interesses possiveis da idade naquele contexto, tema que me parece ser onde o filme melhor funciona nas diferentas dos irmãos.

Isto dá-nos um filme de serie b com pouca palavra, previsivel nos desenvolvimentos narrativos, e que depende de um monstro que funciona melhor sonoramente do que em termos visuais, onde me parece quase sempre um alien deformado. O desenvolvimento do filme e o standartizado, nao conseguindo nunca entrar em força no espetador.

Por tudo isto temos um normalissimo filme de desgaste rapido, que parece utilizar Cage como chamariz mas que rapidamente o dispensa para os jovens serem os protagonistas, que acaba por mitigar alguns danos ja que rapidamente se percebe que Cage não estava propriamente no filme com muita vontade, fruto de uma personagem basicamente inexistente.

A historia segue um pai que ficou com dois filhos pequenos nas maos e tenta manter a segurança destes contra as investidas de uma forma desconhecida que ataca de noite. Mas os irmaos tem formas diferentes de lidar com este perigo o que podera colocar em risco a coesão necessária.

O argumento tem uma base igual a tantas outras que ja vimos em filmes do genero de segunda linha. Os atores acabam por ser potenciados ao minimo e acima de tudo fica a ideia que os dialogos sao encurtados para das o previlegio ao terror que tambem ele e apenas standart

Na realizaçao o projeto foi assinado por Benjamin Brewer um conceituado responsavel de efeitos especiais que nos ultimos tempos tem tentado com menos sucesso a escrita e a realizaçao. Aqui denota-se o que quer, mas nao sei se tera talento para ir alem do obvio. A ver o que se desenvolve, ja que se trata de um jovem realizador.~

No cast podemos dizer que Cage em baixo de forma rapidamente desaparece do filme para das voz aos mais novos. Fica a ideia principalmente que Martell vai ter dificuldade na passagem da criança prodigio para ator, pelo menos nesta fase. Jenkins com menos bagagem funciona melhor.


O melhor - O registo sonoro de terror

O pior - A previsibilidade com que o filme segue


Avaliação - C



Friday, May 03, 2024

Unfrosted

 Depois de muitos anos longe das luzes da ribalta, e com a chancela da Netflix surgiu o novo projeto de Jerry Seinfield, com o seu estilo humoristico numa especie de parodia a forma como surgiu as Top Tost, um dos snacks pais populares nos EUA, e na luta que isso desencadeou entre as companhias dos cereais. Um dos projetos mais aguardados da netlix pelo reaparcimento da figura iconica do humor norte americano acabou por cair rapidamente com uma pessima receção quer critica quer do publico. Comercialmente Senfield vai sempre render alguns adeptos mas este cast interminavel podera ficar aquem do esperado.

Sobre o filme podemos começar por dizer que é acima de tudo um absurdo, totalmente satirizado, com um espirito sit com, exagerado, e que na maior parte das vezes nao tem qualquer graça. O problema começa e acaba essencialmente num Senfield desatualizado que conseguiu chamar ao filme alguns dos atores humoristicos do momento mas pouco mais, ja que a sua escrita e realização nunca conseguem o objetivo minimo que era ter graça.

Podem alguns Easter Eggs para quem é atento ao mundo dos cereais ter alguma curiosidade, mas desde logo nem toda a gente tem este tipo de conhecimento, nem o tema e tão importante para ser uma longa metragem da Netflix. Poderia se enquadrar num tipo de registo que tem sido muito comum, concretamente os filmes sobre sucessos empresariais, mas o filme nunca consegue ter qualquer objetivo de contar qualquer dado real.

Por tudo isto este renascer de Seinfield e marcado essencialmente pelo disparate, a forma como tenta a cada minuto a piada sem sentido, que consegue mais a titulo de curiosidade do que pela graça em si, como o segmento Mad Men. Fica a ideia que uma reunião de amigos deste tipo, com tanta gente consagrada e de primeira linha merecia essencialmente um projeto bem maior.

A historia e uma satira ficcional sobre a forma como foi inventado um dos snacks mais conhecidos do mundo e que mudou a forma como os americanos viam o pequeno almoço, numa guerra coorporativa entre duas multinacionais bem conhecidas.~

O argumento e onde residem os maiores dos problemas do filme, tenta ser engraçado de minuto a minuto, sem nunca realmente o conseguir. O filme e esforçado, mas nem a historia consegue ter qualquer tipo de realidade nem o absurdo da historia com os seus easter eggs alimentam o que e feito.

No que diz respeito a realizaçao o projeto e pessoal de Seinfeld e o mesmo acaba por ser o realizador do filme numa tarefa pouco dele. Fica a sensaçao do tipico filme de segunda linha de Sandler, e isso nao e propriamente um elogio.

No cast Seinfeld nunca foi propriamente um ator de primeira linha e aqui demonstra que sem treino ainda ficou pior. A sua personagem nunca funciona no humor fisico ou de qualquer outra forma sendo o corpo mais estranho de todo o filme. Depois um recheio de cameos de atores para todos os gostos que mereciam um melhor contexto.

O melhor - O segmento Mad Men

O pior  - O esforço para tão pouca graça


Avaliação - D+



Thursday, May 02, 2024

Rebel Moon 2: The Scargiver

 Rebel Moon é o projeto de base da colaboração maior entre Zack Snyder e a Netflix, que tem aqui o seu segundo capitulo no periodo de menos de meio ano, com o objetivo de potenciar ao maximo a riqueza visual que o realizador da aos seus filmes. Pese embora tal investimento, certo é que pelo menos do ponto de vista critico os resultados não sairam da mediania. Comercialmente fruto do investimento aplicado, existiu uma aposta clara comercial com resultados ate ao momento interessantes.

Sobre este segundo episodio desta saga criada de base, eu pessoalmente confesso que esperava mais a todos os niveis. O filme nem sempre tem o movimento e açao prometida, e acima de tudo esperava-se algum crescimento das perosonagens ja que o filme limita-se a dar algum contexto passado das personagens, o que o faz isoladamente em flashbacks, e o reavivar a todo custo do vilao da primeira abordagem para tentar rentabilizar o filme ao maximo para a batalha final onde Zack tem a oportunidade de ir buscar os argumentos que o mesmo mais gosta para o seu lado visual que e assinatura do seu estilo de cinema. O pior de tudo e que fica sempre a sensação que o filme espera por esse momento.

Nao sabemos qual o impacto total que o filme vai ter para perceber que tipo de continuação vai existir. O filme joga com duas linhas, entre o lado guerreiro e romantismo da mesma. Percebe-se a hesitação no final em concluir ou assumir o filme como fechado que parece obvio no mercado dos nossos dias. Mas convenhamos que para alem da riqueza visual que ja e assinatura do realizador o filme tem muito pouco por onde seguir nos proximos filmes.

Assim temos Snyder no seu estilo mais tipico, ficando sempre a ideia que os seus filmes sao algo curtos no que diz respeito a historia e que com essa riqueza teriamos um cineasta de outra dimensão. Como a maioria dos seus flmes fica o estilo de realizaçao e as imagens cheias de slowmotions. Um filme para aqueles que ja eram fas do autor

A historia segue a transformaçao da personagem central na guerreira heroina proposta a fazer explodir a a profecia, contra um vilão que e reanimado com mais poder do que nunca, até ao confronto mais que esperado entre os dois lados.

E no argumento que ao longo do tempo foi sempre mais dificil para Snyder fazer o seu cinema ter algum sentido. Fica a ideia que ele procura apenas a base minima para fazer as suas sequencias de ação todas elas com traços semelhantes, mas com a clara ideia que a narrativa e basica, mas mais que isso com a clara ideia que nao e um filme de personagens.

Snyder como realizador é previsivel apesar de graficamente virtuoso, nota-se o cuidado nas escolhas das imagens, e o filme tem a sua assinatura com a musica e slow motions. Sao a assinatura do realizador , mas de filme para filme fica sempre a sensação que falta alguma coisa para a sua obra maior.

Neste segundo filme temos os resistentes do primeiro filme sem qualquer novidade. Snyder nao e um realizador de atores e isso denota-se num cast de segundas linhas que o filme não quer que sejam mais que isso mesmo. Fica a vertente comercial para os principais,


O melhor . O lado visual de Snyder

O pior - Uma hora adormecida


Avaliação - C