Saturday, November 30, 2024

Moana 2

 Oito anos depois da Disney ter lançado um dos seus maiores sucessos dos últimos tempos, concretamente Moana, que conseguiu ser um dos primeiros projetos da Disney a juntar de forma eficaz o lado musicar, mistico e emocional eis que surge a sua natural sequela, que surge num ano em que a Disney apostou em sequelas depois de alguns falhanços nos ultimos anos. Criticamente as coisas nao foram brilhantes e o filme ficou aquem do seu primeiro filme, embora seja claro que comercialmente sera facilmente um dos sucessos do ano.

Sobre o filme a primeira coisa que me vem á cabeça é que o filme arrisca zero, tras a personagens como nos a conhecemos, tenta jogar com o lado mais emocional da sua personagem jovem com uma irma, as personagens introduzidas sao os nativos de Motuniu e depois a razão para uma viagem e pouco mais. Todos sabemos como o filme vai acabar, mas mais que tudo todos sabemos tudo que o filme nos vai dar, e em termos de humor tirando Maui e os animais o filme simplesmente nao existe.

Mas onde o filme mais perde relativamente ao primeiro e na qualidade musical muito distante, a maior parte das musicas sao copias de baixa qualidade do que se fez no primeiro filme, ficando algo a ideia que a narrativa de base pouco mais e do que uma historia de inteligencia artificial para nao defraudar as expetativas, mesmo que alguns achem que o filme funciona porque despera na essencia o que o primeiro filme fez.

Assim temos uma sequela simples, pouco arriscada, direi mesmo preguiçosa, que tenta resgatar uma disney com alguns problemas associadas a falhanços sucessivos. Aqui jogou pelo seguro com uma sequela do seu maior sucesso dos ultimos anos, mesmo que em termos de historia basicamente acabamos onde começamos o filme e isso e sinonimo de preguiça.

A historia segue uma Moana crescida cuja curiosidade por outros mundos e povos conduz a uma aventura de forma a tentar unir o seu povo a outros, tendo que ultrapassar os desafios de um deus malefico com a sua tripulaçao e a ajuda de sempre.

O argumento do filme é basico, talvez demais para uma grande produçao e mesmo para aquilo que estamos habituados na Disney de primeira linha, que se fica nos dialogos nas curtas incursões pelo humor e na musica. A previsibilidade de toda a historia e total.

Na realizaçao deste segundo capitulo temos tres colaboradores da DIsney num trabalho de estudio mais do que um trabalho de realizador e autor. O filme joga com a riqueza estetica e emocional do primeiro filme mas sem evoluçao, o que para um filme ancora da Disney poderia se esperar.

No cast de vozes como vi a versão portuguesa nao irei comentar.

O melhor - Emocionalmente o filme cumpre.


O pior - Fica a ideia que tem medo de arriscar em toda a linha


Avaliação - C

The Piano Lesson

 A Netflix apostou neste final do mes de Novembro a maior parte das suas fichas maiores para a temporada de premios, com alguma incidencia desde cedo, desta adaptação ao cinema da peça famosa de August Wilson um dramaturgo que tem estado muito ligado ao sucesso e à familia Washington nestas adaptações. Apesar das expetativas criticamente o filme recebeu razoaveis criticas mas se calhar sem o impacto para conseguir ser um frontrunner na temporada de premios. Do ponto de vista comercial não parece ter sido a aposta central da NEtflix quem sabe mais centrada na dinamica comercial das comedias de natal.

Para quem viu Fences pode esperar um filme com muitas similaridades, temos que pensar que se trata de um filme pensado para teatro, onde a expressão maxima das personagens e os seus maneirismos acabam por ter relevância central. Nisso o filme funciona, a forma individualizada que cada personagem tem de se expressar acaba por dar ao filme o seu cunho pessoal.

A questão e a historia, parece um pouco um Christmas Carol sem a dinamica de natal e o filme torna-se algo longo com conversas vagas, principalmente no estilo que fazem adormecer o espetador. O seu final emotivo podera conseguir resgatar os que nao foram-se perdendo no caracter vago das personagens e dos momentos, mas parece muito pouco para um filme que foi pensado com algumas propostas para premios.

Por tudo ressalvo que nao sou propriamente um fá da forma de escrever de August WIlson, fica a ideia que tudo e centrado demasiado nos maneirismos e pouco no conteudo, e o filme sofre por isso. O nivel emocional que o filme poderia ter nunca acaba por ser transmitido em toda a sua plenitude, e torna o filme essencialmente monotono e monocordico.

A historia segue o regresso a casa de um irmão com a proposta de vender um piano de familia que tem de alguma forma o bloqueio de uma irmã, associado as vivencias do seu pai que teve na origem do caracter emotivo associado ao piano.

O argumento e um dos problemas do filme, ate podemos achar muito particular a forma dos .dialogos. Tirando as duas personagens centrais as outras aparecem algo difusas nos propositos do filme e isso e estranho principalmente o numero elevado de tempo que tem.

Na realizaçao o projeto foi entregue a Malcom Washington, filho de Denzel que tem aqui a sua estreia numa longa metragem. O filme perde-se um pouco no estilo que quer ter. Ao contrario de Fences com muitas referencias ao teatro este divaga entre generos sem ter propriamente nenhum. Apenas parece ter alguma força na sequencia musical. Muita expetativa mas o resultado foi curto

No cast temos David Washington tem aqui a aposta do seu irmão, numa personagem distante do que tem feito, com intensidade mas continuo a achar um ator com dificuldades na expressão emocional. Jackson tem os melhores momentos, mas acaba por ser Deadwyler que ganha o filme.


O melhor - O momento musical

O pior - A forma como os dialogos são demasiado vagos


Avaliação - C

Friday, November 29, 2024

Joy

 




Numa altura em que a Netflix parece estar numa corrida contra o tempo com lançamentos continuo de filmes com um espectro mais critico do que comercial, eis que surgiu um filme ingles mais de autor, sobre a forma como foi evoluindo a fecundação in vitro. Criticamente apesar o entusiasmo ter sido moderado os resultados ate foram positivos, contudo comercialmente ficou a ideia clara que não foi uma aposta central da aplicação.

Sobre o filme podemos dizer que uma boa historia, ou um bom acontecimento nem sempre pode ter uma capacidade de transmitir bem uma boa historia, e isso pode ser o que se pode considerar deste filme. Assim, desde logo o filme tem um ritmo lento, a culpa deste ponto acaba por ser uma definição temporal que nem sempre é a melhor o que faz com o espetador nem sempre tenha noção do salto temporal da sua historia.

O filme e melhor no espaço que cria para cada personagem e a forma como depois isto vai conduzir a sua expressão. Todos com as suas características e com o seu espaço, o filme tem obviamente uma maior proximidade a temas mais femininos, num filme onde esse ponto e claro, sem nunca fugir as questões culturais em causa.

Por tudo isto temos um filme competente, sem ser brilhante, com um tema, ou uma homenagem a um feito de uma importância totalmente relevante, mas que o filme parece quase sempre se limitar a contar, sem conseguir impactar o entusiasmo, ou ser particularmente diferenciador mas conseguir marcar o ponto de uma forma diferenciada.

A historia segue três pessoas importantes no estudo e na dedicação de todo o processo que conduziu a primeira fecundação in vitro, num filme que toca todas as resistências politicas, e ideológicas.

O argumento do filme sabe bem o peso politico e idiologico do feito que quer exibir e homenagear. O filme tem boas personagens, mas parece sempre ter alguma dificuldade em fazer a ação avançar, ou pelo menos o ritmo do mesmo.

Na realização o projeto Ben Taylor e um realizador de televisão que tenta aqui com a chancela da produtora da sua serie de maior sucesso fazer a passagem. O filme exigia, quem sabe uma melhor caracterização temporal dos momentos, num filme que parece, como alguns da Netflix muito preso a um budget curto e orientado para os atores.

No cast não e fácil a transição de atores intantis para a idade adulta, processo em que temos Mckenzie. Demonstra alguma dificuldade em demonstrar a intensidade que tão bem geria nos seus primeiros anos, mas se calhar o problema e a adaptação do espetador ao seu crescimento. Nighty e sempre um ator descontraído e o seu papel e este no filme.


O melhor – O acontecimento histórico que o filme detalha

O pior – A forma como filme tem dificuldade em se caracterizar temporalmente

 

Avaliação – C+

Tuesday, November 26, 2024

The Merry Gentlemen

 A Netflix nos ultimos anos tem-se tornado quase numa especie de Hallmark no que ao natal diz respeito, contrapondo lançamento com ambiçoes à temporada de premios com filme básicos de natal, onde resgata atores algo perdidos nas carreiras. Este e mais um desses projetos de epoca, que acabou por ser lançado para preencher as matines de fim de semana de quem nao tem serão melhor, que se turnou um sucesso comercial da aplicação, mesmo que do ponto de vista critico o filme tenha sido um desastre.

Sobre o filme podemos dizer que o filme é mau como todos esperamos que seja, desde o momento em que vimos a sua sinopse ou as sequencias do trailer. Tudo começa na produção, as cenas de dança são de um amadorismo atroz, a relação central tem pouco de romantica e acaba por ser uma serie de cliches sem qualquer tipo de ligação, num filme pachorrento, com luzes de natal por todo lado, mesmo que sem grande sentido, e uma humor quase sempre sem graça.

E facil achar graça à curiosidade simples do natal pelos efeitos, mas tudo o resto que compoem o filme e de um nivel pessimo, que começa nas interpretaçoes conduzidas por dois atores de filmes romanticos que foram adolescentes famosos que a falta de talento lhes colocou numa posiçao proxima do mesmo, o filme tentar ter uma graça tonta que nunca funciona, sendo os ultimos segmentos de corte um autentico desespero nesta causa, e um filme que nunca consegue sequer ser romantico na sua base.

Nao sei qual vai ser o futuro da Netflix nestes projetos de natal, se e ultrapassa a Hallmark na quantidade de filmes maus de natal, esta num bom percurso, porque este tipo de projetos pela sua falta de qualidade, quase com uma produçao amadora começa sem ser possivel de perceber numa produtora desta dimensão.

A historia segue o regresso a casa de uma bailarina cuja idade condicionou a continuidade da sua carreira que acaba por tentar resgatar um negocio de familia, com um show de streep masculino com alguns dos seus conhecidos, ate que acaba por se interessar por um indivíduo que colabora no espaço, tudo em plena epoca festiva.

O argumento e um deserto total de ideias de principio a fim, que passa pelas personagens completamente unidimensionais, pelo sempre cliche de natal do regresso as origens, mas acaba por ser nos dialogos completamente sem qualquer profundidade ena gritante falta de graça que os problemas sao mais vincados.

Na realizaçao temos Peter Sulivan um experiente realizador que parece ter como tema sempre o natal nos mais diversos tipos, sem que com quase mais de 40 filmes tenha feito nada particularmente relevante do grande publico tendo apenas aqui mais um ponto na mesma sequencia de trabalho para o anonimato.

No cast Robertson chegou a ser uma aspirante a revelaçao que rapidamente viu a sua carreira completamente centrada em filmes romanticos de baixa qualidade que este filme da seguimento. Ja ao seu lado Michael Murray foi um ator adolescente famoso que a falta de qualidade interpretativa o conduziu para uma serie B, que este filme tambem encaixa.


O melhor - O Natal é sempre um bom estilo de filme.

O pior - A forma como tudo parece fora do lugar


Avaliação - D-

Monday, November 25, 2024

Smile 2

 Depois de um sucesso incrivel no mundo do terror o sorriso mais assustador dos ultimos anos do cinema regressa na tipica sequela. O resultado deste segundo episodio voltou a ser bastante positivo, desde logo do ponto de vista critico, onde mesmo no terror comercial conseguiu avaliações essencialmente positiva, mas tambem comercialmente onde parece caminhar para um resultado mundial muito proximo do primeiro filme, o que significaria basicamente a certeza de um terceiro capitulo.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme algo diferente do primeiro, mais de personagem, mais na cabeça da sua protagonista, um icon pop que permite ao filme alguns pontos que nos parece serem bastante eficazes principalmente em termos esteticos, onde o filme acaba por ser quase sempre intenso, e proporcional a Scott uma personagem de entrega total, numa prestação que merece alguma atenção.

Ao contrario do primeiro filme, mais direto, este ao entrar nas dinamicas emocionais da personagem e mais confuso, mais dificil de seguir entre o que é real ou não, e isso pode tirar um impacto imediato que o primeiro filme tem junto do grande publico, aqui fica quase sempre a ideia de um estilo menos comercial, e onde acima de tudo o sorriso interpretativo e acomapanhado pelas expressoes faciais de panico da protagonista.

Assim temos um filme competente em termos de terror, quem sabe menos impactante do que o primeiro filme, mas talvez mais concetual. Nao nos parece ter atributos fortes para ser um grande filme de terror de massas, desconheço inclusivamente se o filme o quer ser, mas a riqueza estetica acaba por contrapor alguns problemas de um argumento muitas vezes algo confuso.

A historia segue um icon Pop que depois de um acidente de carro regressa a carreira mas começa a ser assolada por alucionações de diversas pessoas a sua volta que dificultas a perceção sobre o que é real e imaginario, numa luta contra os seus proprios fantasmas.

O argumento e confuso, nao e propriamente o apontamento mais bem trabalhado do filme, ficando a sensação que o filme se perde por vezes nas ilusões dentro das ilusoes o que lhe tira o efeito imediato do primeiro filme. Nota-se que o filme quer arriscar mas tem dificuldades em criar o impacto.

Na realizaçao Parker Finn regressa com o seu filme de sucesso, em termos esteticos, talvez com mais abertura do estudio, arrisca mais, e mais concetual, menos comercial. Sabe jogar com as emoçoes e a sua expressão maxima como forma de terror, mas so o que vem depois poderá dar a entender o seu real valor como realizador.

No cast o filme da a Scott uma excelente prestação, ainda que no terror, tem intensidade, irreverencia de uma atriz que ja tinha tido uma oportunidade em termos de grande publico que nao funcionou em plenitude. O filme é ela, e o sorriso do filho de Nicholson, que entra pouco mais de dois minutos.


O melhor - O caracter estetico do filme.

O pior - O confuso mundo de ilusoes sobre ilusoes


Avaliação - C

Sunday, November 24, 2024

Sing Sing

 Pensado inicialmente para sair em 2023 depois de boas criticas em termos de alguns festivais mais pequneos, devido a forte concorrência naquilo que poderia ser algum poder de premios o filme foi adiado para 2024, provavelmente por terem percebido que quem sabe a competiçao seria menos feroz, o que ate tem sido real. As boas criticas podem conduzir que este curioso filme chegue aos premios, comercialmente os resultados foram rudimentares o que podem complicar esta missao.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo tem uma tarefa interessante que e juntar dois mundos completamente diferentes concretamente o espaço prisional americano e o teatro e sonho de artes, o filme nisso nao tenta ser muito exagerado em nenhum dos pontos, mas acima de tudo sublinhar um detalhe estatistico americano que sublinha que os presos que se associam a um programa de artes tem menos possibilidade de reincidir, depois alguns cliches tipicos dos filmes de prisoes, mas acima de tudo um teor descontraido e muita emoção.

Mas onde o filme se diferencia mais acaba por ser na opçao por escolher pessoas reais para interagir com a sua figura maior, o protagonista e produtor Colman Domingo, cada um conta a sua historia, muitos com o cast original, numa especie de documentario de ficção que da ao filme ainda um impacto mais significativo na sua agenda também politica.

Por tudo isto SIng SIng ponde nao ser em si so uma obra particularmente diferenciada, fica a ideia que o filme se perde alguma coisa em promenores de teatro que podem fugir um pouco a globalidade do espetador e o ritmo nao e interessante mas a sua formula e a sua emoçao acabam por ser pontos a que ninguem fica indiferente.

A historia segue um grupo de reclusos perigosos que acabam por aderir a um programa de reintegração atraves das artes, onde se tentam capacitar e levar ao publico uma nova peça, em forma de comedia, enquanto as diferenças e as lutas pessoais estão sempre no tema do dia.

O argumento do filme parte de uma premissa real, e de historias reais que acabam por dar um impacto emocional mais forte ao filme. A historia nunca foge deste ponto apesar dos cliches estarem sempre la. Em termos de riqueza de argumento e dialogos é competente sem ser brilhante.

Esta obra tem como realizador Greg Kwedar um jovem realizador quase desconhecido, na sua segunda longa metragem depois de uma primeira que nao foi propriamente um sucesso. Nota-se o espirito indie e acima de tudo deixa os atores e a emoçao funcionar, sendo que o seu maior segredo foi a opção central de colocar os atores, ou reclusos na primeira pessoa.

O filme tem um Domingo sempre bastante emocional nos seus papeis, nao sei se e um ator diferenciado, mas ultimamente tem estado no epicentro de Hollywood tambem por questoes politicas. Tem um papel interessante num bom momento de forma. Podera os melhores elogios irem para Clarence MAclin embora ele faça dele mesmo, e ninguem melhor que ele conheça os maneirismos, mas e claramente a personagem mais intensa do filme


O melhor - A mensagem clara de esperança para um sistema descreditado

O pior - O ritmo e quase sempre demasiado lento


Avaliação - B

Saturday, November 23, 2024

Absolution

 Numa altura em que Liam Neeson anunciou o abandono dos seus filmes de terror começam a surgir os seus ultimos produtos no genero, em colaborações muito particulares que foi fazendo com realizadores especificos. Este e um desses projetos, estreado de forma silenciosa, longe da azafama inicial com criticas medianas, mas acima de tudo com resultados de bilheteira cada vez mais pequenos e que certamente ajudaram o veterano ator na sua escolha.

Sobre o filme podemos dizer que com o passar do tempo e essencialmente quando os projetos começaram a ganhar menos nas bilheteiras os projetos e a dimensão dos mesmos foi ficando cada vez menor, bem como o grau de açao, em face de termos tambem um Neeson mais envelhecido. Aqui temos o tipico filme do veterano desligado, cheio de cliches, onde apenas os golpes secos do ator dao alguma ligaçao ao que ele foi fazendo nos ultimos anos.

A forma como o filme abandona um pouco as sequencias de combate por si so e tenta ser mais emotivo, acaba por ser uma escolha que torna o filme mais narrativo sem que isso seja propriamente um elogio, ja que e um filme previsivel, com os cliches emocionais da redenção onde apenas a imprevisibilidade de atuaçao do protagonista acaba por ter alguns pontos de suspense.

Ou seja um filme mediocre muito na onda do que Neeson tem feito neste segundo momento depois da açao de combate, onde as personagens parecem agora vivenciar as marcas dessa vida com alguns laivos da mesma. Falta ao filme chama, personagem e mesmo produçao num daqueles projetos que se vai diluir na filmiografia do mesmo, vasta e com poucos elementos diferenciadores.

O filme fala de um gangster marcado pela forma como sempre trabalhou para um organizaçao criminosa, que descobrindo uma doença terminal tenta ir recuperar algum tempo com a sua familia, enquanto a propria memoria o começa a atraiçoar.

O argumento do filme e previsivel em quase todas as decisoes que quer ter, principalmente no que articula na redenção. Nao e um filme de grandes dialogos, querendo acima de tudo mostrar os problemas de ajustamento da personagem na dificuldade. UM filme previsivel.

Na realizaçao Petter Moland foi um dos ultimos realizadores de açao de segundo plano a dedicar esta parte da carreira em filmes de Liam Neeson, um genero proprio, que nao e propriamente muito apetrechado do ponto de vista de produçao, sendo que este tambem nada nos tras a esse respeito. Tenta ter alguma ambiçao nas sequencias de sonho, mas as mesmas nem sempre sao bem potenciadas.

Neeson foi um ator razoavel que perdeu quinze anos numa quantidade inacreditavel de filmes iguais, pouco ou nada relevantes que quase o deixou sem ser ator para ser apenas alguem que combatia bem. Aqui temos alguns momentos em que vai buscar o nivel dramatico do ator, mas sem grande sucesso, num filme a solo, como a maioria do que fez.


O melhor - Nao termos apenas o filme basico de açao

O pior - Os outros elementos nao conseguirem ser significantes para tirar o filme do grupo


Avaliação - C-

Friday, November 22, 2024

My Old Ass

 

Apresentado em festivais pequenos com algum reconhecimento critico este é mais que um filme de encontro de gerações da mesma pessoa, habitualmente pensado para comedias rápidas e de desgaste imediato. Um filme que foi bem recebido em alguns festivais mais pequenos, que conseguiu também uma maior abrangência do ponto de vista comercial com a divulgação por parte da Prime.

Sobre o filme podemos dizer que temos um filme que parece no trailer uma comedia de adolescentes que acaba por ser muito mais que isso, embora nem sempre consiga gerir de uma forma eficaz os seus timing, principalmente num ritmo lento, e com muita dificuldade em conseguirmos perceber numa primeira parte o desenvolvimento da sua personagem central.

Com a entrada em cena do “eu mais velho”, o filme tem uma vertente de ficção que acaba por ser um elemento que não tenta dar explicações limitando-se as potencialidades deste convívio e nesse particular o filme acaba por ser interessante ao  abordar a personagem sem a piada fácil, entrando nos conflitos do tempo como a sexualidade, mas também a expetativa, para no final se tornar numa interessante historia de amor.

Pode não ser uma obra de ritmo e aproximação fácil ao espetador mas tem elementos suficientes para a tornar convincente naquilo que quer transmitir e acima de tudo naquilo que se espera que o filme seja. Nota-se o teor independente nos contextos e na forma como não se deixa cair na comedia fácil de costumes.

A historia segue uma adolescente perto de seguir a vida para uma cidade grande que acaba por numa noite de festa interagir com o seu mais velho que lhe da algumas pistas a seguir no futuro tendo em vista uma maior felicidade.

O argumento do filme sabe bem os pontos que quer tocar e a atualidade da maioria dos mesmos. O filme aceita as suas características centrais e não se

torna disparatado, isso pode afastar do grande publico mas sublinha os seus apontamentos centrais.

Na realização Megan Park e uma realizadora jovem realizadora de uma nova geração que tem aqui um filme de autor, principalmente por assinar o argumento e dar ao filme o lado intimista das pequenas coisas. O filme talvez tenha ficado num grau intermedio de sucesso, mas parece-me ser uma realizadora a seguir.

O cast tem dois jovens atores mais próximos das series em crescendo que encaixam no lado que o filme quer dar a ambos, principalmente na indefinição sexual de Elliot. Plaza tem sempre o seu lado descontraído e intenso que funciona embora aqui num registo bem mais moderado.


O melhor – Os temas atuais que o filme fala na indefinição de um adolescente

O pior – O ritmo lento da primeira fase do filme.

 

Avaliaçao – B-

Tuesday, November 12, 2024

A Different Man

 Apresentado no ultimo festival de Berlim, onde teve boas criticas, o filme acabou por ficar conhecido pela transformaçao fisica de Sebastian Stan, e pela presença de um ator com uma deformação facial, que acabou por ser surpreendente pelo seu lado descontraido. Pese embora as excelentes criticas o filme com o seu teor independente teve dificuldades em termos comerciais com resultados curtos tendo em conta o potencial que o filme poderia ter tido.

Sobre o filme podemos dizer que e um dos melhores filmes do ano ate ao momento, desde logo porque consegue indicar uma mensagem sobre a aparencia fisica e a forma como influencia a auto perceção de uma forma concreta que nos leva na montanha russa do estado de espirito da personagem, que acaba por em cada momento ser uma boa introspeção sobre o mundo que nos rodeia, e a forma como a aparencia acaba por ser essencial, mas nao fundamental.

O filme tem um ritmo pausado inicial com detalhes e cada personagem a  frequentar o espaço proprio num guião com bons momentos, dialogos, onde as personagens crescem com o filme, sendo que a introdução do elemento Oswald acaba por levar o filme para um lado mais interessante, descontraido sem que com isso o filme abandone a mensagem clara que quer ter.

Por tudo isto e sem tanto ruido se calhar este particular e pequeno filme transmite uma mensagem ainda mais forte do que The Substance sobre a valorização fisica e a sua importancia. Nao necessita de grande fogo de artificio acabando por sustentar o seu filme num bom argumento, personagens, mas acima de tudo na sua capacidade de se debruçar sobre os diferentes momentos da mudança.

A historia fala de um aspirante a ator com uma deformaçao fisica facial que acaba por ter dificuldade na relação interpessoal com uma vizinha por quem se apaixona. Alguns anos depois e depois de um tratamento que tornou a cara dele normal, reencontra a vizinha percebendo que o passado comum vincou ambos.

O argumento e a grande valencia do filme, na capacidade de fazer as personagens darem em cada uma das suas posições o que o filme quer de cada uma para fortalecer a mensagem, sem nunca perder dialogos fortes, e engraçados que sao a forma como o filme melhor comunica com o espetador.

A realizaçao marcadamente independente acaba por ser o parente mais pobre do filme, a cargo de um quase desconhecido realizador Schimberg que tambem e argumentista sabe deixar o que melhor o filme tem fluir, concretamente o seu cast. Nao e vistoso mas e funcional.

No cast e incrivel o ano de Stan em duas construçoes com carimbo de premio que por razoes diferentes podem o deixar fora. O ator tem a capacidade de se moldar a cada momento desde o lado pausado ate a explosão que so esta ao alcance dos melhores. Incrivel o lado divertido de Pearson nao obstante da sua estrutura facial, e a forma com que Reinsve acaba por ser o balanço do filme, na sua apariçao depois do sucesso de The worst person in the world.


O melhor - As interpretaçoes

O pior - A forma como o filme tem um ritmo lento no primeiro segmento


Avaliação - B+

Sunday, November 10, 2024

I Saw the TV Glow

 Apresentado em Sundance com uma excelente resposta critica, este filme acabou por ser lançado ainda em Maio nos EUA com esse carimbo, mas rapidamente se percebeu que a resposta do grande publico nao ia ser a maior. Contudo o filme acabou por se transformar num simbolo da comunidade transgenero e isso captou um resultado de bilheteira interessante, o que associado a valorização critica levou o filme a alguns premios midseason e principalmente a presença em algumas nomeaçoes mais independentes.

Sobre o filme eu desde logo não consigo gostar de um filme que nao percebo quase nada que quer transmitir, e isso é o que me sobre neste filme, uma mistura confusa de realidades, personagens apagadas, e uma mensagem tipo roscharch em que cada um vê o que quer, mesmo que na realidade ao longo da hora e meio de duração do filme, nao se consiga ver quase nada, para alem de algum glow estetico, uns segmentos de vhs, mas em termos de historia nada, um conjunto desconetado de imagens.

E daqueles filmes que deveria vir com um manual de instruçoes para percebermos cada momento, caso contrario o filme é completamente indecifravel. Parece obvio que os que gostaram ou viram simbolismo no filme, poderão patentiar uma aparente lição estetica moral, que nem com o esforço da pessoa mais compreensiva consegue entrar, ja que sinceramente parecem noventa minutos de uma historia que parece nao ter qualquer tipo de continuidade.

O unico detalhe interassante do filme e a musica e a sua representação, uma serie de grupos quase desconhecidos com o seu espaço em palco, que faz com que muitas vezes o espetador aguarde por outro momento da mesma natureza do que propriamente se deixe levar pela intriga inexistente.

O filme fala de dois jovens com vidas dificeis e pouco integrados que se ligam por uma serie noturna, que os vai acompanhar ao longo da vida, mas será mesmo uma serie ou uma parte deles proprios.

O argumento e daqueles tão difusos que uma interpretação mais trabalhada pode fazer sentido, mas por si so nunca o faz. As personagens sao desconhecidas, os dialogos quase sempre sem chamas, e o desenvolvimento da historia e confuso de tal forma que os espetadores divagam.

A realização foi entregue a Schoenbrun, uma jovem realizadora que viu o seu filme, e a sua forma de comunicar dificil de perceber se tornar num hino de uma minoria, muito por culpa de uma critica especializada que por vezes gosta de sublinhar filmes que poucos conseguem ver o brilho.

No cast Smith e um bom ator jovem, dinamico, que aqui tem os melhores momentos nos ultimos dez minutos quando o filme deixa explodir a sua personagem. De resto ele e todo o elenco estão monocordicos num filme que nunca e verdadeiramente de personagem.


O melhor - A banda sonora

O pior - Ser daqueles filmes que ninguem entende, e alguns acham que entendem


Avaliação - D

The Apprentice

 Estreado no festival de Cannes, este polemico biopic sobre a ascensão do proximo presidente dos EUA, acabou por ser lançado uma semana antes das eleiçoes o que muitos conduziram a considerar um trunfo eleitoral democrata, que nao teve o seu efeito propriamente dito. O filme conseguiu algumas boas avaliações pese embora seja um filme imediatamente recusado pela maioritaria fração republicana. Comercialmente o filme também falhou onde nos parece que a estreia a uma semana das eleiçoes deu ao filme um caracter de campanha eleitoral demasiado denunciado, que a maioria dos americanos facilmente recusaram, e que se explica nos resultado das eleiçoes.

Sobre o filme podemos dizer que a primeira hora de filme e razoavel dá-nos alguma personagem, tenta explicar os objetivos e mesmo alguma visão do atual presidente dos EUA, e acima de tudo o crescimento da sua relação com Roy, e a forma como isso lhe permitiu crescer na manta de conhecimentos de Nova Iorque. O filme a alavancado essencialmente por duas interpretaçoes de um nivel altissimo, que permite que os momentos a dois sejam quase sempre fora de serie.

Na segunda fase o filme assume claramente a critica total a personagem, e aqui entra a campanha eleitoral, fica a ideia que o filme podera perder alguma personagem, mesmo alguma explicaçao da forma como determinados projetos megalomanos foram crescendo, mas isso e contornado com uma personagem cada vez mais bem interpretada por Stan que se vai aproximando sempre do que ja conhecemos de Trump.

Assim temos um bom filme, claro que o lado parcial, impedirá que seja um filme unanime, ainda para mais depois da estrategia de distribuição que assumiu. Fica a ideia que a primeira parte poderia perfeitamente ser aceitavel, para uma maioria, a segunda da critica, se calhar justa a figura, pode ser exagerada, mas isso nao tira ao filme a mais valia de um biopic disruptivo, polemico e que sabe bem contextualizar-se temporalmente.

A historia fala de um jovem Donald Trump e a forma como o mesmo conseguiu, com a ajuda do famosos advogado Roy Cohen se introduzir na alta sociedade americana e assim conseguir criar a base para o seu sucesso empresarial.

O argumento acaba por ter bons momentos de dialogo, principalmente entre as duas personagens principais que nos levam quase para um mundo a parte. No final o filme e quase a extrapolaçao das piores visoes de uma unica personagem, mas a mesma tornou-se agora novo presidente dos EUA, o que confere ao filme uma polemica total.

Ali Abbasi aceitou o projeto depois de alguns sucessos em televisao com The Last of Us. O realizador iraniano e disruptivo, tem a seu favor nao ser americano e portanto tentar se distanciar um pouco da luta, o que apenas consegue fazer na fase inicial. O filme e bem realizado principalmente na forma como nos conduz para uma Big Apple entre os anos 70 e 80.

E no cast que o filme brilha com duas das melhores interpretaçoes do ano, Stan e incrivel nos maneirismos de Trump, o que tambem ja tinha conseguido incrivelmente com Tommy Lee. Chegamos a ver todas as expressoes de Trump, e toda a forma que nos intriga, numa prestaçao que num filme menos polemico valeria uma nomeaçao garantida. O mesmo para Strong, um dos melhores atores da atualidade com uma prestaçao incrivel que encaixa com uma luva na sua forma de atuar, que merecia a mesma atençao,


O melhor - O cast

O pior - A forma como acabou por ser visto como um mero produto eleitoral

Avaliação - B

Thursday, November 07, 2024

The Outrun

 Apresentado no festival de Sundance de 2024, este pequeno filme independente, chamou num primeiro momento a atenção pela sempre especial presença de Ronan, uma das atrizes mais proximas da critica especializada do momento. Pese embora não tenha sido um dos filmes que triunfou no festival as boas criticas fizeram com que o filme ficasse logo encaminhado para um lançamento mais global na temporada de premios. Assim ressurgiu em Outubro, mas os curtos resultados de bilheteira quase inexistentes se calhar vão apenas permitir o espaço para este filme independente nos premios mais associados a esta industria.

Sobre o filme podemos dizer que é um filme sobre os desiquilibrios da personagem nos seus momentos, não e um filme temporalmente facil de acompanhar, com avanços e recuos sem aviso, que nos leva a tentar perceber acima de tudo o momento da personagem pela cor do cabelo. Embora essa dificuldade nao dificulda a comunicação que o filme quer fazer com o seu espetador, associando o consumo as dificuldades de vida e a tentativa da personagem de reabilitar.

Onde o filme melhor funciona e nos espaços, quando conduz a personagem para a sua natureza, para os espaços mais pequenos e onde o filme consegue dar esse conforto nao so a personagem mas ate ao proprio espetador. Esse detalhe sensorial do filme funciona, mesmo que por vezes alguns tiques de filme independente esteja sempre la com muitas cenas a so da personagem e acima de tudo um estilo demasiado pausado.

Por tudo isto sendo um filme razoavel, estamos longe de outros filmes independentes britanicos dos ultimos anos que conseguiram surpreender e ganhar um espaço muito particular no cinema. E um filme que chama a si muito das suas potencialidades na construção da sua protagonista, caso contrario levaria para uma mediania que o tornaria quase invisivel.

A historia fala de uma jovem com uma vida complicada marcada pelo alcoolismo que regressa a sua cidade natal e principalmente aos seus conflitos internos e familiares, ate que se desloca para uma pequena aldeia de forma a tentar reabilitar a sua forma de vida marcada por muitos episodios complexos.

O argumento do filme nao e propriamente diferenciado de outras historias de vida, a opção pela fragmentaçao temporal do filme acaba por ser um detalhe que pode tirar ritmo a historia que nao e propriamente uma força da natureza em dialogos e mesmo nas personagens secundarias, apostando tudo nos dilemas da personagem central.

Na realizaçao Nora Fingscheidt ja tinha tentado ir aos limites da pessoa no seu filme anterior com Sandra Bullock para a Netflix, mas aqui sem a pressão do resultado comercial, torna o filme mais intimista, sendo particularmente feliz a escolha dos espaços, que muitas vezes fazem o filme ter muito mais contacto com o espetador do que qualquer outro interprete. Veremos como a realizadora alema da seguimento a carreira.

Ronan e uma atriz que se encontra ha diversos anos a acariciar o Oscar sem nunca o ganhar, aqui um papel intenso, onde espelha os seus recursos que fazem dela uma das mais proximas da critica. As boas avaliações ficam bem no curriculo, mas nao me parece que sera aqui que conseguira o merecido premio, embora seja uma boa base para o que vier a seguir ja que lidera o filme do primeiro ao ultimo minuto.


O melhor - O espaço rural do filme.

O pior - A montagem temporal nao ajuda sempre o significado que o filme quer ter.


Avaliação - C+

Tuesday, November 05, 2024

Piece By Piece

 Este documentario sobre a vida de Pharell Williams um dos mais prestigiados musicos e produtores norte americanos tem desde logo a curiosidade de ser feito em Lego, o que nao deixa de ser original, o que seria um risco, principalmente pela produtora. E se criticamente as coisas acabaram por funcionar com criticas interessantes que sublinham essencialmente a irreverencia do projeto, comercialmente as coisas nao foram tão interessantes, ja que o filme tem tanto de original como perdido no publico alvo.

Sobre o filme podemos dizer que a forma e diferente, merece o sublinhado, oferece momentos curiosos na construçao de videoclips ou personagens que nos conhecemos, mas fica-se por ai, porque depois e dificil de levar a serio na forma como tenta explicar o crescimento da personagem, ou mesmo a dimensão contextual espacial, porque tudo e Lego e cor, e para alem disso fica apenas os melhores momentos musicais de uma carreira singular.

Fica a clara sensação que o filme e demasiado monotono para os mais pequenos, e que os maiores acabam por se fartar e nao levar a serio, depois de acharem graça inicial a brincadeira dos Legos. E uma assinatura mas fica claramente a ideia que o filme tem dois muitos demasiado distantes para funcionar em plenitude, o que conduziu na minha opiniao a que o filme rapidamente desaparecesse do cinema.

Sobra assim um filme ambicioso, original, mais o biopic que Pharell pensou para ele, do que propriamente o que o seu publico esperava. Talvez seja demasiado cedo para um filme concreto sobre a carreira, mas este acaba por ser uma experiencia e pouco mais, mesmo com toda a riqueza tipica que os filmes Lego sempre tiveram.

A historia fala sobre Pharell da sua infancia, adolescencia a forma como foi crescendo na musica e no seu amor por produçao musical, sem fugir dos seus sucessos e colaborações, sempre com a toada e cor da Lego.

O argumento e o possivel numa carreira curta, e com a condicionante de um filme que teria de ser todo ele montado em Legos. Nao e propriamente um filme que tenha muitos dialogos, apenas apontamentos biograficos, numa especie de documentario em Lego.

Na realizaçao temos Morgan Neville um realizador de documentarios Live Action que tentou aqui algo totalmente diferente. E um filme arrojado, com cor, que funciona no proposito que se coloca, nao sei e se o mesmo era o mais funcional para o publico alvo.

No cast de vozes a maior parte dos colaboradores do artista aceitaram fazer deles proprios, o que facilitou e tornou o trabalho mais eficiente, mesmo que o filme exija pouco no seu formato documentario


O melhor - A ideia e original

O pior - Mas fica a ideia que perde o publico concreto


Avaliação - C

Terrifier 3

 De filme para filme esta obra gore de Damien Leone foi ganhando fas e um conceito de culto que provavelmente poucos esperariam, de tal forma que este terceiro filme acabou por se tornar num simbolo do Halloween deste ano com uma loucura em torno da personagem de Art the Clown. Pois bem quem também parece que foi na onda foi a critica que valorizou criticamente o lado mais violento e quase amador com que o filme acabou por ser realizado. Comercialmente os resultados foram extraordinarios principalmente tendo em conta o ponto de partida de toda a saga.

Sobre o filme podemos começar por dizer que quer ser mau e consegue ser em todos os aspetos, desde logo porque as duas horas nao revestem o filme de qualquer historia, sendo que a unica coisa que o filme quer ter e sequencias de pura violência sem limites sem qualquer tipo de razão. Por tudo isto parece que gostar desta obra, nem na ironia parece ter lugar, porque a violência exagerada nao tem qualquer motivo, soando apenas a estranho.

Podiamos dizer que as sequencias de sangue e de tripas a céu aberto, eram extremamente reais e por isso o filme fazia vincar o seu lado mais violento com algum realismo, mas isso nao existe o filme é mal produzido, pouco realista, exagerado, sádico a um nível doentio, nao sendo possível para mim encontrar qualquer elemento criativo, com a exceção de efetivamente Art the Clown poder ser efetivamente um bom boneco de Halloween.

Eu compreendo que se queira fazer buzz com um filme declaradamente mau, compreendo que seja cool sublinhar defeitos e tornar qualidade, mas existe pontos claros que o filme não tem, historia, realismo, sobrando um prazer sadico incompreensivel que na minha opinião nunca é artistico na sua forma de ser acabando sempre por ser apenas nojento.

A historia acaba por seguir os intuitos de Art the Clown e a sua amiga Victoria num conjunto de mortes do mais violento e agressivo que podemos imaginar, reavivando alguns elementos do passado.

O argumento do filme é basicamente inexistente do primeiro ao ultimo minuto, dialogos completamente escritos por um mau programa de IA, ações incompreensiveis e mesmo nas mortes parece mais ir aos limites da loucura do que propriamente ter qualquer significado.

Leone ocupa um espaço proprio que tenho duvidas que muitos querem ocupar, o sangue e o sadismo ao maximo dizem na minha opinião algo sobre a sua maneira de se expressar sem que na minha opiniao isso seja minimamente artistico.

O cast e composto por um conjunto de atores amadores com prestações muito condizentes com o grau. Claro que todos podemos gostar das expressoes de Thorton no seu Art The CLown mas ai penso que o segredo acaba por ser no que melhor funciona no filme que é a caracterizaçao da personagem


O melhor - A caracterizaçao da personagem


O pior - Tudo o resto é mau e apenas sádico


Avaliação - D

Sunday, November 03, 2024

Woman of the Hour

 Apresentado no festival de Toronto, e imediatamente comprado pela Netflix a estreia de Anna Kendrick como realizadora surpreendeu a critica com boas avaliações, supreendidas pela forma subtil e quase anonima como debruçou sobre um momento de um serial killer. O filme conseguiu os seus intuitos comercialmente com a passagem para a Netflix contudo a mesma ainda nao o divulgou internacionalmente desconhecendo-se os reais objetivos do filme na temporada de premios.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo começa algo difuso, ao apresentar diversas personagens, onde apenas percebemos de imediato a posiçao do vilão. Baseado numa historia real, o filme tem essencialmente a sua graça quando mistura todos os temas num concurso de encontros, muito tipico dos anos 70 a 90, e aqui o filme funciona essencialmente por juntar ao mesmo tempo as indecisões produtivas deste tipo de concurso, ao lado perverso do vilão.

Pese embora esta mistura funcione, na minha opinião fica a ideia que para um filme táo curto, este perde-se por vezes em aspetos colaterais em demasia. Tambem a forma como o filme avança e recua temporalmente nao e propriamente facil de acompanhar e pode retirar alguma intensidade a narrativa central do homicida, mas muitas vezes fica a ideia que o filme nao sabe propriamente qual e o seu objetivo primario.

Mesmo assim Kendrick consegue dar pelo menos uma abordagem diferente a um filme sobre um assassino, dando primazia a um acontecimento concreto para tentar definir a personalidade em questão. Nao obstante da concretização parece que o filme se esconde dentro de si proprio em alguns momentos, mas nao deixa de ser um filme razoavel.

A historia segue uma concorrete a um concurso de encontros, que o faz como uma prespetiva de carreira de atriz que acaba por selecionar um candidato estranho que esconde um segredo bem negro.

O argumento do filme e difuso, fica a ideia que quer tocar em muitos pontos de cada personagem e que acaba por perder em alguns momentos o foco no que realmente mais efetividade tras. As sequencias do programa sao as melhores, e o filme perde um pouco o folego quando sai do mesmo.

Kendrick estreia-se com um filme onde se sublinha o seu trabalho de contextualização temporal dos  anos 70 e acima de tudo as produções desse tempo. E um bom primeiro trabalho, que iremos seguir com atençao com mais meios.

No cast Kendrick parece ser melhor realizadora do que atriz, onde fica sempre presa a alguns tiques de inocencia que acabam por limitar as suas personagens. O filme funciona bastante bem com um desconhecido Zovatto que consegue intrigar completamente, o objetivo principal do personagem.


O melhor - As sequencias do programa

O pior - A montagem temporal do filme.

AVali

ação - C+ 

The Substance

 Desde a sua aparição no festival de Cannes onde acabou por ganhar o premio para melhor argumento que The Substance assumiu ser um dos acontecimentos cinematográficos, pela sua irreverência, pela sua originalidade e pelo seu horror, dai que foi sempre esperado com expetativa a sua estreia nos cinemas americanos, pese embora tivesse uma distribuidora pequena. O filme resultou criticamente ainda com frutos do bom reconhecimento em Cannes, sendo que comercialmente os resultados foram competentes embora, a determinada altura, se pensou que poderia ser bem superior.

Sobre o filme podemos dizer que a primeira hora de filme é brilhante, na forma como é realizado, na forma como explora todos os sentidos ao extremo, numa realização impactante, estetica, forte para a mensagem que quer passar. A segunda parte do filme é mais estetica mas fica mais a ideia que o filme quer impressionar e ser um exercicio extremado de horror do que propriamente para ter um efeito narrativo e isso podera distrair do verdadeiro mote do filme.

Por tudo isto The Substance teve o ruido que mereceu porque é claramente original do primeiro ao ultimo momento, e um filme de autor, daqueles que parece ter condiçoes para ser um filme de culto porque e arriscado, diferente e leva ao extremo a sua mensagem. Claro que a parte final é mais o confronto do tipico filme de horror, e o balanço pode nao ser o melhor, mas e inequivoco que e um filme que vamos recordar para longo tempo.

Por tudo isto e nao sendo certamente o melhor filme do ano podemos dizer que pode ser um dos mais arriscados e rebeldes, e normalmente esses sao os ingredientes que fazem os filmes ficar no tempo. Aproveita a cultura atual, e deperta todos os sentidos numa boa experiencia principalmente em cinema.

O filme fala de uma estrela de HOllywood em decadencia que acaba por aderir a uma substancia que faz com que sete dias seja um nova pessoa, mais nova, regressando a si, mas com o passar do tempo parece ser mais dificil ser a idosa.

O argumento e dificil, principalmente na concretização da mutaçao, mas ai o filme funciona, no processo no detalhe, nas emoçoes causadas na duvida. A primeira fase do filme e extremamente bem detalhada com os valores morais bem assumidos. Na segunda fase o argumento deixa entrar a irreverencia da realizadora.

Este e um otimo cartão de visita para uma quase desconhecida Colariel Fageat, depois deste filme todos vao estar atentos ao percurso, porque este filme e artisticamente forte, original, e tem na realizaçao o seu maior vetor, impressionando ao longo da sua duração. Fica a ideia que o filme fica muito porte da linha que separa o fracasso, pelo risco, mas desta vez foi um sucesso sem duvida.

No cast temos uma Demi Moore quase desaparecida que domina o filme, quer fisicamente quer na explosao da sua personagem, que merece atençao na temporada de premios, ainda para mais para uma atriz que nunca foi propriamente uma primeira linha interpretativa. Qualey tambem funciona, no balanço, e Quaid acaba por dar um lado lunatico apenas visto quando faz de Serial Killer


O melhor - A estetica total do filme.

O pior - Os ultimos 30 minutos abandonam algo o guião.


Avaliação - B

Saturday, November 02, 2024

Joker: Folie À Deux

 Desde o momento em que foi anunciado, talvez este projeto tenha sido o que mais expetativa criou junto dos amantes do cinema, principalmente aqueles que ficaram apaixonados pelo estilo e mensagem do primeiro filme, que foram muitos. Dai que desde o momento em que o filme estreou em Veneza começaram as primeiras avaliações de deceção, que parece terem chegado aos proprios atores, e o resultado critico defraudou por completo as expetativas. O passa palavra acabou por condicionar e muito o resultado comercial do filme que acabou por ficar longe do primeiro filme, mas acima de tudo das altas expetativas criadas.

E dificil analisar um filme como este, se Phillips recuou na ideia de nao fazer a sequela, parece ter feito como um ponto de partida para dizer a todos que nunca o devia ter feito, e isso esta presente do primeiro ao ultimo minuto. Da abordagem musical que se distancia na coerencia do primeiro filme, ao pastoso lado de tribunal, parece que claramente o filme quer ser uma critica ao que pensamos e desejamos do primeiro filme, do que qualquer coisa por si só. Nao temos nada de novo alias o filme e quase um reflexo sobre o porque do primeiro filme, e nisso podemos dizer que em sequela esperava se mais.

Mas onde eu acho que o filme arrisca mais e claramente na sua opção final, onde mais do que danificar o impacto deste filme e o seu significado vai atrás e coloca em causa o visto no primeiro filme. Aqui parece claro que Phillips poderia nao querer este filme e isso nota-se na forma como parece ter angariado o dinheiro investido para algo intimista, muitas vezes desprovido de sentido, onde pega em pontos que os deixa cair, mas no fim deixa a porta aberta aos atritos com a DC para fazerem o que quiserem.

Por tudo isto este e um filme arriscado, que acaba por ser mais uma analise do porque do primeiro filme do que prorpiamente um filme novo, com novos dados. Eu compreendo a expetativa de quem queria ver o que aconteceu a Fleck e aos seus seguidores, mas a opção foi diferente, talvez demais para fazer o filme funcionar no seu proprio conceito.

A historia segue um Arthur Fleck preso, e refem da medicação, ate que surge o amor na sua vida, num contacto fugaz que acaba por reavivar o seu lado mais reativo, que surge no momento em que começa o seu julgamento e a sua imputabilidade.

O argumento do filme é arriscado, os lados musicais estão longe de ser brilhantes, mas parece que a escolha vai de encontro as limitações de Fleck, as escolhas finais são polemicas, mas penso que são as que Phillips quis realmente para terminar o trabalho.

Phillips foi sempre um mediano realizador de comedia que acabou por ter no primeiro JOker a sua grande obra. Aqui temos mais risco, mais ilusão, rebeldia em demasia, exagera nos planos do personagem, mas percebe-se que sabe o que foi iconico no primeiro filme para demonstrar o seu lado estetico. Provavelmente vai ser toda a vida insultado pelo resultado final, mas friamente está longe de ser mau.

O cast temos um Phoenix que criou o seu proprio personagem  e encaixa perfeitamente nas suas dictomias. Fica a sensação que nos musicais se perde um bocadinho, mas tem ao lado uma cantora profissional que acaba por ter pouco palco na sua alegada Harley Quinn. Nao tem o brilhantismo do primeiro filme mas nao me parece que seja o problema do filme.


O melhor - Muito clara a mensagem que Phillipps quis passar

O pior - Nao era a mensagem que era esperada


Avaliação - B-

Friday, November 01, 2024

1992

 Depois de tres anos em que ficou no armazem eis que uma distribuidora acabou por lançar o ultimo filme gravado por Ray Liotta, meses antes de ter perdido a vida, o que por si só parece junto ter conduzido a uma distribuição maior de um filme de clara segunda linha. Em termos criticos o filme fracassou, sendo que comercialmente e mesmo com este input de ser lançado em dimensao wide os resultados foram curtos o que era esperado tendo em conta o tipo de filme em questão.

Sobre o filme podemos começar por dizer que temos o tipico filme de serie b de alguem estar na hora errada no local errado, e um conjunto de confrontos dentro de um grupo de criminosos com um golpe em marcha. Podemos dizer que o filme e um Die Hard falsificada o qual os elementos politicos introduzidos so servem para colocar um contexto nas ruas mais incendiado do que propriamente para ter qualquer desenvolvimento na intriga que vimos.

Por tudo isto temos um filme mediocre em quase todos os seus pontos, na explica as personagens as quais acabam por ser meras desconhecidas para toda a historia. As circunstancias vao aparecendo e ai o filme acaba por seguir sempre a linha previsivel do primeiro ao ultimo minuto. Digamos que se calhar Liotta merecia um outro filme para despedida mesmo que grande parte da sua carreira tenha sido dedicada a este tipo de filme.

Assim ficamos com a ideia da razão que distancia um filme de açao com atores mais conhecidos do que outros e a capacidade de uma intriga que mesmo que nao resulte, acaba por entregar aos espetadores algo que cumpre as suas funções que e o carisma do protagonista que aqui tambem nao existe.

A historia segue um segurança que acaba por se ver envolvido junto com o filho que tentou proteger dos tumultos da rua de um ataque de um grupo criminoso na loja onde trabalha.

O argumento do filme e o minimo como acontece na maioria de filmes serie b de açao. Poucas personagens, pouca descontraçao, muitos tiros, mas pouca emoçao, num filme que rapidamente percebemos que nunca existiu na nossa memoria.

Na realizaçao temos Vromen um realizador de filmes sobre criminosos, que ja teve alguns filmes mais visiveis mas que a carreira nunca arrancou, acabando preso em filmes menores como este onde apenas conduz ao lado mais escuro das imagens e pouco mais.

No cast temos Gibson como protagonista, um ator limitado que fica basicamente associado ao franchising de Fast and Furious e nao parece com carisma ou qualidade para mais, o que se torna muito claro num filme como este. Liotta funcionou sempre como um vilão intenso e isso e o que nos da na sua ultima apariçao.


O melhor - A ultima apariçao de Liotta

O pior - A forma como me parece que na maior parte do tempo o filme nao encontra o que quer ser.


Avaliação - D+