Tuesday, May 31, 2022

Chip'n Dale Rescue Rangers

 Com o nascimento da Disney + e uma questão de tempo ate diversas figuras esquecidas da produtora acabarem por ter maior destaque em produçoes como series e filmes proprios. Este ano surgiu o novo filme dos conhecidos em Portugal como Tico e Teco e o seu grupo de resgate que fez as maravilhas dos mais pequenos no inicio dos anos. Este filme acabou por obter criticas muito interessantes demonstrando a capacidade da disney investir mesmo nos seus produtos menos comerciais. Deste ponto de vista o lançamento direto para a aplicação tirou a capacidade de conseguirmos perceber inequivocamente qual o impacto comercial do filme.

Quando a disney apostou em trazer de volta um filme sobre figuras menores e quase desaparecidas como Tico e Teco tinha de explorar alguma originalidade do guião de forma a não cair na simplicidade mais comum noutras produtoras. O que é certo e que eles fizeram isso tudo, primeiro tecnologicamente num filme que trás todo o tipo de animaçao e personagem na cultura atual sem esquecer a componente historica e isso acaba por preencher o filme com uma nostalgia que o torna claramente impactante.

Mas nao fica por aqui o merito do filme, a forma como o filme acaba por ir buscar diversos recursos no argumento com a originalidade da forma com que atualizou as personagens a forma como não tem medo de colocar outras personagens conhecidas da disney em papeis menos comuns, mas acima de tudo na forma como mistura isso tudo para fazer um filme divertido e nostalgico.

Assim a disney pese embora nao tenha apostado num teor comercial elevado neste filme, acaba por ser um grandioso easter egg curioso do primeiro ao ultimo minuto. O filme preenche em total a nostalgia na forma como vai buscar personagens que já não conseguiamos recordar, juntando tudo num policial infantil e divertido que merece o seu destaquer.

A historia segue a dupla tico e teco depois da separação e de trajetos de vida diferentes, até que acabam por ter de juntar esforços de forma a tentar resgatar um dos seus antigos companheiros de filme que acabam por ter a vida colocada em causa com o ataque de um grupo organizado.

Em termos de argumento a abordagem e totalmente original, e o filme sabe conjugar isso com as personagens e a forma como as coloca no filme. Em termos da intriga em si, poderia ser mais desenvolvida mas isso se calhar tiraria o destaque ao curioso que o filme se torna.

Na realizaçao deste projeto Schaffer alguem sempre associado a comedia e principalmente ao Saturday Night Live que tem aqui um excelente projeto, de dificil execução pelos tipos de animaçao que junta e principalmente por dar sentido a tudo isso. Fica a ideia que se dedicasse mais ao genero do cinema poderia ter uma carreira de maior impacto.

No que diz respeito ao cast, principalmente em termos de vozes todos encaixam no estilo que o filme quer dar a cada uma das personagens, acabando por Kiki Layne ficar sozinha com os bonecos mas o que nunca a deixa desconfortavel ja que a tarefa não era dificil


O melhor - A originalidade da abordagem

O pior - A intriga central e algo básica


Avaliação - B



All the Old Knives

 Este thriller de espionagem lançado este ano pela Amazon Prime, de forma a dar rotina cinematografica a aplicação de streaming Amzona, acabou por ser lançado com alguma projecao mediatica principalmente nos EUA e motivado por criticas interessantes que conduziram a que comercialmente o filme adquirisse alguma visibilidade.

Sobre o filme temos um jogo do gato e do rato entre personagens dedicadas a perceber o que esteve na origem de um falhanço numa açao do CIA e que causou a morte a mais de uma centena de pessoas. Temos a investigaçao que nos vai levar ao longo do filme para diversos lados com pistas e despistes que acabam por ludibriar o espetador ao longo do filme, num filme que sem grandes sequencias de açao acaba por ser bem ritmado nas mudanças de rumo.

Claro que e um filme totalmente dependente dos twists que vai assumindo, um daqueles filmes  que nao e propriamente prodigo em grandes dialogos, ou grandes personagens mas cuja montagem e explicitaçao temporal do filme tem como objetivo unico levar o espetador para os caminhos previamente pensados para o depois surpreender, e nisso o filme tem a sua produtividade.

Ou seja um filme se que ve bem, que nos faz entrar dentro da narrativa de espionagem e contra espionagem que nos leva a mais que formalizar grandes teorias deambular por aquilo que as personagens nos vao revelando mas prendendo o espetador a historia, algo que nos thriller muitas vezes e o mais dificil de fazer.

A historia segue um conjunto de agentes do CIA que acabam por se reencontrar na reavaliaçao de um caso falhado, em que todos tentam encontrar a peça que conduziu a falha e consequentemente a morte de mais de uma centena de pessoas, num jogo de traiçao e muita proximidade.

O argumento do filme e funcional, principalmente porque alimenta a curiosidade do espetador na forma como o vai alimentando com subtis pistas, mas acima de tudo na forma como o filme acaba por surpreendentemente conseguir manter esse ritmo ate ao final. Nao e um filme de grandes dialogos nem personagens.

Na realizaçao Janus MEtz e um realizador holandes muito premiado em certames internacionais, que tem aqui um registo intimista, que demonstra o seu passado num cinema mais de autor, mesmo numa produção mais americana. Funciona bem embora me pareça sempre que os realizadores nordicos funcionam sempre melhor em projetos domesticos.

No cast Pine tenta encontrar na sua carreira mais recursos do que o basico heroi de açao, mas aqui acaba por demonstrar pouco, dando mais protagoinista a uma Newton mais intensa que domina os registos do filme.


O melhor - A forma como conduz o espetador para onde quer.

O pior - As personagens poderiam ser mais trabalhadas


Avaliação - B-



Monday, May 30, 2022

Sonic the Hedghog 2

 Depois do primeiro Sonic ter sido o ultimo grande sucesso antes da pandemia, o que levou a quase ano e meio em que o publico se afastou por completo do cinema, eis que surge a sua sequela, com um Jim Carey mais proximo da imagem que tinhamos do vilao do videojogo e as novas personagens dos jogos a aterrarem no conceito. Assim como o primeiro filme tudo parece ter resultado melhor comercialmente onde novamente o filme venceu do que criticamente onde os resultados medianos ficam longo do normativo para um blockbuster.

Pese embora a receção e o resultado tenha sido algo simular eu penso que o filme acaba por ser diferente do primeiro. Temos muito mais efeitos, menos historias, menos quimica da personagem Sonic com os seus amigos humanos, e um filme mais dependente de um estilo de humor de Carey que  funciona e que vai dando os rasgos de criatividade ao filme.

A inclusão de novos elementos magicos acaba por dar ao filme um teor demasiado infantil que lhe retira algum do lado mais rebelde e sem grande sentido do primeiro filme. Temos um filme que com a exceção dos momentos a solo de um Carey que marca o seu humor um filme mais proximo de Alvin do que propriamente de outros conceitos mais funcionais na junção de imagem real e desenhos animados.

Por tudo isto um filme com o pensamento em lucro imediato, que vai agradar menos os fas não declarados da saga e que gostaram do filme. Fica a ideia que o filme poderia ter mais originalidade, mas sabe aproveitar os efeitos de primeira linha, e principalmente as personagens que o jogo foi dando.

A historia segue o Sonic, agora com a ajuda de Tails. na luta contra um Robbotnick de sempre com a ajuda de um Knuckles com objetivos especificos.

Em termos de argumento tivemos a inclusao de novas personagens que necessitam o destaque. O filme abandona algumas das personagens do primeiro filme e não me parece que seja a melhor opção. Onde o filme funciona melhor e no humor descabido de Carey.

Na realizaçao Fowler regressa a cadeira, com mais meios, num filme mais tecnico. O resultado cumpre, sem grande arte, com a capacidade de tornar o filme maior que o primeiro, mas sem o dotar de um assinatura de autor.

No cast poucas inclusões, temos um filme mais dependente das caretas de Carey, onde ele funciona como ninguem, e uma voz de Elba em Knuckles que é curiosa.


O melhor - Carey

O pior . O filme e mais infantil que o primeiro


Avaliação - C-



Senior Year

 Muitos quilos perdidos depois eis que surge a nova Rebel Wilson numa comedia igual a tantas outras que fez no passado, com a chancela NEtflix. Assim como a maioria dos filmes da atriz sozinha eis que este filme esteve longe de ser muito bem recebido pela critica com avaliaçoes mediocres. Comercialmente mesmo nao sendo um ano onde a Netflix em cinema tem conseguido grandes apostas, parece claro que o resultado ficara a quem do esperado.

Eu confesso que nunca fui um entusiasta do estilo de humor de Wilson, desde logo porque tem um misto de humor fisico demasiado imbecil, com um lado sexualizado que faz sempre parecer que a actriz desejava ser a Melissa Mccarthy mas sem a piada. Talvez por isso surja aqui mais magra num filme em que muita gente passa o filme a dizer que ela esta muito bem fisicamente, que nos parece um claro alimentar de ego da interprete mais do que uma obra cinematografica.

No lado humoristico temos o tipica comedia de adolescentes com todos os ingredientes tipicos do registo como rivalidade, baile, musica e claque. O filme tenta ser competente do ponto de vista humoristico mas quase sempre não o consegue. Pior que isso e o iato temporal que o filme tenta alimentar para ser curioso e que se esquece dez minutos depois.

Ou seja uma comedia de pouca qualidade que náo serve qualquer outro objetivo que nao trazer uma Rebel WIlson com o mesmo estilo de humor embora com uma imagem diferente, sem que isso se traduza num beneficio pelo menos cinematografico na qualidade dos filmes que no tras.

A historia segue uma candidata a rainha do baile que de repente e apos um acidente acorda depois de vinte anos em coma percebendo que as pessoas da sua vida permanecem junto do seu liceu, onde ela vai tentar recuperar o tempo perdido.

Em termos de argumento as comedias com intervalos de tempo constumam por vezes dar situaçoes curiosas e com algum humor, mas este e dos filmes com essa base que pior aproveita essa caracteristica. O filme quase nunca funciona em humor e a historia e base moral do filme ficam um pouco aquem.

Na realizaçao temos Hardcastle mais associado a televisao e com maior sucesso que realiza com o estilo de comedia adolescente dos anos 90. Nao e dos estilos que mais potencie um realizador que acaba por perceber as limitaçoes do filme e limita-o ao basico.

No cast Wilson nem magra recuperou atributos que a tornem um boa actriz nem tão pouco funcional em termos de humor. Mais do mesmo, embora com uma roupagem diferente o que leva a ser dificil captar atores de primeira linha para os seus projetos.

O melhor  - A curiosidade do primeiro impacto do acordar vinte anos depois.

O pior - O filme nunca consegue ser realmente engraçado


Avaliação - D



Top Gun: Maverick

 36 anos depois de Top Gun se ter tornado num dos mais iconicos filmes de açao da historia do cinema, lançando ainda mais para o estrelato um jovem Tom Cruise que começava a dominar comercialmente Hollywood, surge a sua sequela sendo que Cruise com altos e baixos permaneceu sempre no lado mais forte do cinema. Esta sequela foi uma das grandes surpresas deste verão com avaliações muito positivas por parte da critica e comercialmente tudo indica ter-se tornado no filme ancora do ano ate ao momento.

Sobre o filme podemos dizer que o filme tem tudo que esperariamos ver em Top Gun, uma intriga proxima do primeiro filme, muitos cliches e comebacks que todos necessitavam, as mesmas personagens, num filme que consegue ser a simbiose entre um interessante filme de animaçao de familia com as homenagens concretas a quem fez do primeiro filme tudo aquilo que nos sabemos que se tornou.

Na novidade a componente tecnica ou seja com mais de trinta anos em que o cinema teve um avanço tecnologico nunca visto, eis que o filme teve de usar alguns desses recursos embora sem qualquer tipo de CGI, o que torna em termos produtivos o filme ainda mais incrivel principalmente pelas longas cenas de voo que os proprios atores protagonizaram e que nos suspendem a respiração.

Por tudo isto este novo top gun cumpre na integra os seus objetivos do primeiro ao ultimo momento, quer naqueles que viram e viveram o filme original pelo numero elevado de sequencias que vai buscar esse revivalismo, mas mesmo na forma como os efeitos e a açao estao presentes num compentente filme indepenente de açao.

O filme volta a Maverick agora um piloto de testes que devido a sua insolencia acaba por ser remetido para o treino de um grupo de elite, o qual o vai levar a um regresso ao seu passado e a diversas ligaçoes ao primeiro filme.

Em termos de argumento e um filme obvio com o balanço certo entre o lado mais emocional e o lado mais de açao. Nao sendo um filme muito original no seu desenvolvimento acaba por perceber bem os elementos que iriam funcionar com o publico e potenciar ao maximo esses momentos.

Na realizaçao Kosinski foi o escolhido por Cruise para realizar e a escolha foi acertada quer na forma como o filme de uma forma simples vai buscar o lado iconico das sequencias do primeiro bem como a forma como torna as cenas no ar de açao pura. Nao sera um cineasta de eleiçao mas e um competente tarefeiro.

No cast Cruise continua com esta idade a ser um icon do cinema de açao e aqui demonstra mais uma vez isso. O filme funciona bastante bem na forma com escolhe cada um dos secundarios para o papel concreto que quer, sem nunca ser muito exigente.


O melhor - A homenagem ao primeiro

O pior - E algo previsivel


Avaliação - B



Friday, May 27, 2022

Dual

 O cinema experimental ainda que com algumas figuras conhecidas do grande publico é um hábito no cinema que é apresentado em Sundance. Neste nova edição de 2022 este filme futurista sobre a clonagem foi um dos concorrentes saindo da competição com criticas positivas, embora nao entusiasmantes mas sem premios. Acabou por ser lançado num curto espaço de tempo mas com resultados comerciais rudimentares acabando por nao se tornar numa clara referencia deste festival.

Dual tem uma base ambiciosa, quer na forma como nos exibe a clonagem como resposta a saudade, entrando depois no conflito ideológico posterior. O filme ate cria bem o conflito mas depois e principalmente numa segunda parte parece um filme de ação de qualidade mediana, com uma espécie de Jogos de Fome onde nos parece que o filme teria de explicar muito mais da sociedade que o aceita.

O filme permite uma boa interpretação a divisão que o filme faz da personagem de Gillan mas depois fica-se por ai, o filme trás personagem que acaba por dispensar sem muita razão. O filme leva-nos para um impacto final de um duelo que não acontece e acima de tudo a riqueza que o filme quer trazer ao imperativo moral do filme funciona mas não brilha, tornando o filme diferente, com alguma qualidade mas longe de ser uma referencia.

Ou seja um filme com uma premissa ambiciosa, criado com alguma simplicidade e com a vontade de querer explorar os seus pontos de uma forma muito rápida, mas que depois se torna num quase thriller psicológico de visualização fácil que nunca consegue ser mais que isso, mas acaba por nesse ponto por ter algumas valências que merecem o destaque.

O filme fala de uma jovem que acaba por descobrir que tem uma doença terminal razão pela qual decide criar um clone de forma a substituir a sua existência a quando da sua morte, contudo rapidamente existe um volteface na sua condição de saúde o que a leva a ter de jogar um jogo de sobrevivência com a sua dupla.

Em termos de argumento a  base ideológica do filme tem algumas mais valias, e a ideia e original. nem sempre ficamos com a plena convicção que o filme consegue potenciar ao maximo o que quer fazer com ela, ficando muitas vezes no caminho do thriller psicologico e do filme de açao. A personagem ou as personagens centrais estão bem montadas e o filme cresce com o conflito entre ambas.

Na realizaçao Riley Stearns regressa a realizaçao depois de um estranho The Art of Self Defense. Parece um realizador com conceito, ainda jovem que parece por vezes perder algum foco na forma como por vezes se perde algo em alguma rebeldia desnecessaria e tambem neste filme temos esses apontamentos. E claramente um realizador independente mas que começa a ter alguma assinatura no seu estilo.

Gillan tem o filme entregue a si, em duas personagens divididas que lhe permite explorar diversos atributos que como actriz me parecem estarem bem presentes, e que talvez mereça um maior destaque num cinema dramatico mais de autor. Paul da apenas uma presença mais comercial ao filme.


O melhor - A ideia e original e e uma boa base de intriga

O pior - O filme atalha para um lado mais de açao que o favorece menos.


Avaliação - C+



Ambulance

 Muitos ficaram surpreendidos quando este novo projeto do rei dos blockbusters Michael Bay foi lançado em Março sem a pompa e circunstancia que habitualmente está associado aos super projetos do realizador. Percebendo-se que pelo menos em termos de orçamento seria um filme com menos meios criticamente não existiram melhorias significativas com avaliaçoes excessivamente medianas. Em termos comerciais sem o carimbo dos super franchising o resultado foi desolador tornando-se no maior fiasco do realizador ate ao momento.

Sobre o filme podemos dizer que muitas vezes quando realizadores tarefeiros recuam nos orçamentos ou nos filmes de grande estudio, surgem algumas surpresas num maior risco do argumento e do conceito, o que aqui claramente não acontece. O que temos e um filme de mais de duas horas de um seguimento policial com todos efeitos e tiques de realização de Bay para o final idilico onde tudo acaba bem mesmo que o caminho tenha sido cheio de obstaculos.

Por tudo isto torna-se um filme aborrecido, previsivel, onde mesmo a forma com que Bay filme torna-se irritante e não trazem ao filme nada de ganho relevante. Fica a ideia que o filme mesmo em termos de intriga e preguiçoso, quer trabalhar nos personagens mas deixa-os sempre num terreno demasiado ambiguo para funcionar e o resultado final e um aborrecido e enorme em termos de duração filme de ação de qualidade duvidosa.

Ou seja um filme que segue o que Bay tem feito sem os efeitos ou a saga atrás de si. Desprovindo o filme do que realmente era diferenciador na carreira do realizador temos um filme chato, aborrecido, na maior parte das vezes exagerado e com um desenlace que demonstra bem como um argumento não deve desaguar.

A historia segue uma dupla de irmãos que assaltam um banco, mas depois de algo correr mal no transporte tem de ficar na posse de uma ambulancia onde começa um seguimento policial, sendo que no interior uma paramedica tenta salvar a vida de um policia baleado o qual e o melhor escudo para a dupla de assantantes.

Em termos de argumento um deserto de ideias, quer na conceção da historia, nas personagens e na forma como as mesmas não crescem, e na forma como no fim o filme acaba por tentar terminar com o bem para todas as personagens que realmente interessam, no argumento começam os grandes problemas do filme.

Na realizaçao Bay habituou-se a filmes grandes com muitos efeitos e com uma forma de transmitir as imagens que potenciassem ao maximo esses segmentos. Sem o lado gigantesco nos efeitos fica descabido o filme ir a procura desses momentos, o que o realizador faz e o trabalho fica claramente prejudicado num realizador claramente com pouco talento e muitos meios.

No cast eu confesso que me surpreende que Gylenhall tenha aceite este papel a todos os niveis, mas que demonstram uma fase menos interessante na carreira do ator. Gonzalez ja me parece mais destinada a este tipo de registo pouco exigente e de muita açao, enquanto Mateen II ainda tenta ganhar espaço embora me pareça que o talento esta la para personagens mais trabalhadas.


O melhor - A relação entre irmãos pouco explorada

O pior - A duração para o que o filme nos da


Avaliação - D+



Wednesday, May 25, 2022

Morbius

 Num ano em que a Marvel vai estar em clara hiperatividade tentando recuperar o folego de anos perdidos, tudo começou na partilha de passe com a Sony no lançamento de mais um vilão de Spiderman a solo. Este projeto que foi sendo adiado fruto da pandemia viu a luz do dia com a pior receção que à memoria para um filme da produtora. Criticamente o filme foi um desastre com avaliações muito negativas. Comercialmente nos EUA o resultado foi fraco, acabando por recuperar ligeiramente no resto dos mercados.

Sobre o filme temos a introdução de um heroi/vilão que tenta assumir ao contrario de outros um caracter mais serio, ou seja e um filme com uma estrutura rigida mais proxima dos filmes de horror do que os filmes de entertenimento mas fica a ideia que essa rigidez leve a que o filme se torna demasiado serio sem ter qualquer outro apontamento que o destaque, sendo claro que como personagem Morbius nao consegue sustentar o filme.

Tambem nos efeitos ou na forma como o filme carece de qualquer assinatura, fica a ideia que temos um filme de super herois de qualidade baixa, o que esta mais proximo do que Sony nos deu em alguns dos seus projetos dos que realmente se tornou a frabrica do MCU. Torna-se mais evidente esse ponto na forma como filme abdica de qualquer efeito diferenciador, parecendo um filme que desiste de ser diferenciador para se tornar num cinzento filme de açao mas que pouco ou nenhum destaque consegue chamar ate si.

E a culpa do falhanço rotundo do filme e de tudo, da abordagem pouco artistica do seu criador, de uns interpretes que nao conseguem fazer crescer a personagem, e de um vilão que nunca é realmente impactante mas acima de tudo a ideia que o filme não consegue utilizar os efeitos de primeira linha para fazer pelo menos os momentos de açao serem competentes e assim so poderia resultar num filme mau.

A historia introduz-nos o debil Dr Morbius com o objetivo de encontrar uma cura para a sua doença acaba por fazer estudos com sangue artificiar e de morcegos que lhe vai dar um poder que nas maos erradas acaba por ter um efeito perigoso em tudo que o rodeia.

E no argumento que começa os problemas do filme, a introduçao e mesmo a intriga escolhida na introduçao da personagem nao e mais diferente. O filme tem dificuldade em se encaixar no genero do entertenimento abdicando do humor e torna-se num filme com uma historia cinzenta e pouco interessante.

para a conduçao do projeto a escolha recaiu num Espinosa que tem alguns filmes com alguma qualidade mas ainda com dificuldade em se assumir como um cineasta com assinatura. Fica a sensação que o realizador nao quer tornar o filme refem dos efeitos mas o que utiliza acaba por nao fazer da melhor maneira ficando algo perdido com o tipo de filme em causa.

No cast Leto tinha aqui uma personagem que necessitava de se afirmar e nao consegue: não o faz porque a personagem não lhe permite mas em face do seu trabalho como produtor, fica a ideia que o filme teria que ter mais do que a componente estetica da personagem. Tambem Smith parece subaproveitado num vilão de baixa qualidade que deambula para o final comum.


O melhor - A curta duração


O pior - A forma como o filme nunca consegue chamar a si qualquer atributo


Avaliação - D



Monday, May 23, 2022

The Lost City

 Era um dos primeiros blockbustrs do ano este filme comedia de ação com um elenco de luxo e com um um trailer que tinha chamado a atenção pela sua curiosidade e estilo de humor. Apos os primeiros screeners as avaliações não eram entusiasmantes com avaliações muito medianas que acabavam por não dar o impulso sigificativo para o filme ter esse impacto. Comercialmente o filme teve resultados consideraveis mas fico com a ideia que o filme chegou a pensar ter mais impacto comercial.

The Lost City tem uma base curiosa, quando parece que vai misturar ficção e realidade mas rapidamente o filme desiste desse ponto para se tornar num filme de ação de baixa qualidade onde o humor so funciona a espaços, ficando com a ideia que o filme se perde por completo apos o Cameo de Brad Pitt ficando com a ideia que o filme tambem nao encontra muito mais a dar depois dai, do que tentar fornecer alguma qumiica entre as personagens o que nao acontece.

Alias um dos problemas do filme e que quer ter algum tipo de açao e nunca consegue realmente ter, porque as personagens ficam muito mais preocupadas com um humor de ritmo baixo, e fica a ideia que o investimento do filme acaba por ser todo no cast e muito pouco naquilo que podia ser um interessante filme de açao em que o valor comico acabaria por ser um apontamento de qualidade, mas acaba por nao ser nenhum dos dois.

Ou seja um filme que prometeu muito mas que fica longe de cumpir os objetivos para ser um interessante filme de verão. Fica a ideia que Bullock tentou muito tempo no filme em procurar as suas fantasias com os seus colegas interpretes e nada a desenvolver uma narrativa vazia e pouco interessante e onde o nivel comico fica apenas pela mediania.

A historia fala de uma escritora de filmes de açao algo descontente com o seu percurso que acaba por ser raptada por um rico individuo que a tenta procurar para o ajudar a encontrar um tesouro, acabando por ser alvo do resgate do modelo que mais não e do que capa dos seus livros.

Em termos de argumento quem ve o trailer pensa que o filme ia ter mais orginalidade na abordagem o que o filme nunca tem, nem no que diz respeito a narrativa, nem as personagens nem as situaçoes. Fica a ideia que as ideias foram todas expostas no trailer e que nao sobrou nada.

Na realizaçao os irmaos Nee tem aqui o seu filme mais visivel em que fica a ideia que estao com meios a mais para a capacidade e explique a nao passagem ate agora para este tipo de projeto. FIca a ideia que o filme nunca consegue encontrar qualquer registo interessante de abordagem.

Por fim no cast Bullock e mais do mesmo, ritmo baixo humor das palavras e acima de tudo exibir a forma fisica ainda relevante tendo em conta a sua idade. AO seu lado Tattum que acaba por ser escolhido pela sua presença fisica, tendo Pitt os melhores momentos nos cinco minutos de filme.


o melhor - O cameo de Pitt

O pior - A burla que o trailer acaba por ser 


Avaliação - C-



Friday, May 20, 2022

The Bubble

 Judd Apptow e uma das figuras maiores da comedia norte americana o que faz com que por vezes arrisque um pouquinho mais nas suas abordagens e que estas nem sempre sejam do agrado da critica. Isso pode ser o que aconteceu com este peculiar The Bubble uma comedia que satiriza com o lock down e a forma como a industria respondeu a essa situação. Criticamente o filme foi um desastre completo, algo que não e comum numa carreira como do realizador e comercialmente o filme acabou por ficar contaminado por esta receção pouco interessante, acabando por ficar algo escondido na panoplia de projetos da Netflix.

O filme e uma satira arriscada, muitas vezes exagerada, descontrolada e nem sempre equilibrada mas que funciona no seu principalmente fundamento que é ser ridicula e divertida e isso o filme consegue. E daqueles filmes que nos faz rir mesmo com as situações mais simples. E um filme que nao tem medo de ser parvo, alias e na parvoice que tem o seu veiculo de comunicaçao e nesse particular e um filme que escolhe os pontos que quer ironizar, mesmo que isso custe ao filme uma real intriga ou algum lado mais adulto.

Claro que o filme principalmente pelo exagero de alguns pontos colocou-se de uma forma muito clara a disposiçao das criticas mais fortes e que nao resistiu ao seu estilo demasiado rebelde ou ao excesso de parvoice. E um estilo de humor que muitas vezes nao convence os mais tradicionais e neste caso isso foi claro. E obvio que e um filme que se leva muito pouco a serie e que isso impede-o de ser realmente marcante mas no final ficamos com a clara ideia que o filme conseguiu nos fazer rir.

E daqueles filmes arriscados para um realizador com algum portfolio como Apptow porque vai aos limites do humor e mesmo do bom gosto, mas claro que nas tematicas na critica interna e externa e mesmo na forma como acaba por dar pancada em muita gente fica a clara ideia de um filme irreverente que nos consegue divertir.

A historia segue a produçao de uma saga interminavel de um franchising de pessima qualidade em plena pandemia numa bolha de forma a impedir que o virus entre dentro do circuito. Contudo com o passar do tempo a obsessão com a proteçao acaba por colocar em causa cada um dos atores e membros da produçao.

Em termos de argumento a base ate podia ser adulta mas tudo e tratado de forma estapafurdia com um humor rebelde e infantil onde a logica e colocada de lado. O filme sabe trabalhar com isso principalmente no lado humoristico onde claramente funciona.

Na realizaçao Apptow e uma das figuras maiores da comedia com sucessos comerciais e criticos que tem aqui em termos de receçao o seu maior desastre. O filme tem risco, tem critica, e realizado com simplicidade ou mesmo com algum amadorismo pensado, mas isso nao caiu bem principalmente no lado mais tradicional de quem tanto gostou dos filmes anteriores de Apptow.

o cast e pensado na vertente comica e non sense que o filme quer ter e quem melhor que Duchovny e Pascal para matarealizar isso, com a ajuda de uma Gillan a ganhar peso no cinema comercial de Hollywood. Nao sendo papeis dificeis tem a cargo um humor exagerado que todos conseguem interpretar.


O melhor - O humor corrosivo do filme

O pior - E demasiado disparatado


Avaliação - C+



Wednesday, May 18, 2022

Choose or Die

 A  netflix sem o peso de ter de desaguar os seus projetos em face dos cinemas ja se encontrarem abertos, tem tido um ano de alguma dificuldade em tornar os seus projetos apeteciveis para o grande publico, razão pela qual tem surgido pequenos filmes em generos menores, em filmes de desgaste rapido como esta incursão pelo cinema de terror. O resultado critico do filme ate foi mediano longe do arraso que alguns filmes deste genero acabam por ter, contudo comercialmente foi claramente um filme que pouco impacto e que quase temos de descobrir na biblioteca da aplicação.

Sobre o filme temos um filme curto, muito proximo de outros de terror tecnologico que nos ultimos anos tem efetuado moda, com o ingrediente adicional do retro, ou seja pese embora seja um terror tecnologico e de maldição vai buscar os efeitos do retrogaming, numa mistura que seria uma questão de timing a aparecer.

Pese embora os atributos o filme e pouco interessante, previsivel de horror facil, mas que nada tras de particularmente relevante para o genero. Temos sangue, temos muitas escolhas mas pouco mais, um filme curto com personagens que na essencia nao existe e mesmo no que diz respeito a forma de filmar temos a simplicidade de processos que nao permite qualquer destaque tambem neste ponto.

Ou seja um fraco filme de serie b, onde questionamos apenas como um jovem como Asa ainda com algum sucesso na tv aparece neste tipo de genero. Sabemos como o filme acaba mas a forma como filme nao se vincou comercialmente acabou por não dar hipoteses a eventuais sequelas.

A historia segue uma maldição a qual e passada numa cassete de um computador antiga que acaba por exigir que quem a utiliza faça escolhas de forma a salvar a propria vida. As escolhas sao as mais dificeis e as mais sangrentas.

No que diz respeito ao argumento temos um filme sem grandes personagens, sem grandes surpresas ou abordagens que de alguma forma diferencie o filme de outros filmes menos competentes e de baixa qualidade no que ao terror diz respeito.

Na realizaçao Toby Meakins e um realizador de terror ainda pouco conhecido que acabou por ter o seu maior sucesso em alguns filmes de menor escala que conquistaram alguns festivais especializados. Aqui pouco ou nada de relevante na abordagem num filme que se assume como terror de baixo orçamento.

No cast para alem de questionarmos como e que Butterfiel aceitou este tipo de filme, Evans e a protagonista numa apariçao que da-lhe minutos mas que o filme nada exige como acontece neste tipo de filmes.

O melhor - O lado retro e sempre diferente


O pior - Os personagens nao existirem


Avaliação - D



Deep Water

 Esta produçao gerou curiosidade por se assumir como um claro Thriller erotico algo que há muito tempo os filmes tinham alguma dificuldade em assumir. O segundo ponto que gerou alguma polemica foi o filme ser lançado diretamente em aplicações de streaming embora a dupla comercial de protagonistas e mesmo do seu realizador. Criticamente o filme recebeu criticas medianas que não lhe permitiu voos mais elevados, sendo que comercialmente o filme teve algum impacto na distribuição da Amazon embora seja um peso pesado em face dos seus protagonistas.

No que diz respeito ao filme temos uma abordagem proxima do que ja vimos nos filmes anteriores de Lynn no qual o mesmo conjuga o lado mais sexual das relações, com um lado mais obsessivo. O filme consegue conjugar bem os limites que estes temas levam as personagens, embora a forma como o filme assume as dinamicas do casal com estes pontos nem sempre nos pareça plausivel ou equilibrada, ficando sempre o filme com a ideia que na relaçao do casal fica muito por explorar.

Em termos do lado policial o filme e mais simplista, esconde pouco e tenta acima de tudo entrar na dinamica do jogo do gato e do rato que nem sempre e bem feito. Fica a ideia que o filme e sempre muito mais bem trabalhado nas dinamicas da personagem masculina do que feminina que se encontra sempre demasiado distante daquilo que e a comunicação direta com o espetador.

Por tudo isto parece que Deep Water falha alguns dos pontos em que prometia funcionar, como a sensualidade, nem sempre trabalhada, o lado mais escuro das perosonagens onde fica a ideia que apenas o lado masculino acaba por entrar, ficando a ideia clara que o filme sente-se tambem perdido na forma como nao aproveita as personagens secundarias, acabando o filme por ser demasiado mediano e com pouco relevo mesmo no genero.

A historia fala de um casal em que o homem aceita que a mulher se relacione com outros homens de forma a manter o casamento embora isso o incomode e ao longo do tempo torna tudo mais explosivo principalmente quando os amigos da mulher começam a falecer.

Em termos de argumento a historia ate podia ter alguns elementos de interesse na forma como aborda os lados mais negros das relaçoes e de cada personagem mas o filme tem muita dificuldade em encontrar os pontos de contactos entre os personagens e a narrativa acaba por ser demasiado simplista.

Lynn e um experiente realizador que acaba por dar a sensualidade conhecida ao seus filmes embora nunca tenha sido uma figura de primeira linha. Aqui temos isso, tenta principalmente na imagem de Armas potenciar essa sensualidade mas fica a ideia que nao e pela realizaçao que as coisas funcionam. As cenas de açao sao de fraca qualidade.

No cast Affleck parece surgir num reverso do seu Gone Girl sente-se confortavel no lado mais escuro da personagem e fica a ideia que e quem se sente mais confortavel com o papel. Armas ja a vimos com mais qualidade e mais sensualidade em filmes que exploram menos este ponto.

O melhor - Os lados obsuros do casal

O pior - A intriga e muito limitada


Avaliação - C



Monday, May 16, 2022

9 Bullets

 Manter o sucesso em Hollywood deve ser uma das tarefas mais arduas para um ator, dai que muitas das figuras façam da sua carreira montanhas russas entre o sucesso e o deserto. Esta expressividade acabou por ser comum nas carreiras quer de Headey quer de Worthington que se juntam neste filme de baixo orçamento que estreou com criticas muito negativas e que comercialmente acabou por estrear em muitos pouco cinemas com resultados completamente inexistentes.

Este e um daqueles filmes serie B que apenas vamos ver porque reconhecemos alguns dos seus protagonistas mesmo tendo total perceçao que o filme sera fraco com poucas ideias e que apenas e uma forma dos mesmos irem sobrevivendo no cinema. Pois bem o filme e mesmo isto, uma especie de road trip de uma mulher sozinha com uma criança contra uma associaçao criminosa com toda a previsibilidade e erros narrativos que ja esperavamos.

E daqueles telefilmes que preenchem as aplicações de streaming de qualidade mais baixa, que junta algumas figuras que reconhecemos (algumas conhecemos mesmo mas já não viamos a muito tempo) num filme que do primeiro ao ultimo minuto nos diz de uma forma clara o que vai acontecer a seguir sem conseguir nunca prender ou trazer algum tipo de comunicação ao espetador.

Ou seja um mau filme que fica com a clara ideia que nunca tenta ter minima qualidade. Um daqueles filmes modestos na produçao e no argumento que tem como unico registo tentar amealhar os ultimos dolares que a potencial imagem dos seus protagonistas ainda podia rentabilizar o que neste caso nao e muito.

A historia segue uma stripper que acaba por resgatar uma criança sua vizinha depois da sua familia ser totalmente assassinada e embarcar numa road trip pela sobrevivencia de ambos presseguidos por um grupo criminoso bem proximo da protagonista.

Em termos de argumento previsibilidade maxima do primeiro ao ultimo minuto. Um filme com pouca narrativa, personagens despidas ao maximo de personalidade e uma incapacidade de surpreender tornam o argumento numa das razões do filme falhar em grande escala.

Na realizaçao Gigi Gaston e um autentico desconhecido com o seu filme mais visivel, sem arte, sem assinatura, limitando-se a um registo de telefilme de pequeno orçamento que normalmente conduz o seu realizador a um frustrante anonimato.

Headey e uma actriz que muitos pensaram que poderia reativar a sua força com o sucesso de Guerra dos Tronos mas nao conseguiu fazer a passagem para o cinema. Worthington esta numa mare muito baixa que podera animar no final do ano com o novo Avatar. Fica a ideia que já esteve numa mare bem mais agradavel.


O melhor - Algumas trilhas sonoras

O pior - A forma como o filme se assume como mediocre


Avaliação - D



Windfall

 Com o eclodir da pandemia de COVID 19 a industria do cinema teve de se reagrupar e organizar, principalmente nos meses de maior lockdown, dai que seja comum nos proximos tempos encontrar filmes mais circunscritos no espaço e em personagens. Este e mais um desses projetos, com o patrocinio da netflix numa especie de thriller psicologico. Em termos criticos a mediania não deu o impulso que talvez o filme e mesmo a carreira de  Mdcowell necessite, e comercialmente isso acabou por tornar o filme algo desprecebido na sempre visivel Netflix

Sobre o filme temos uma abordagem comum nos ultimos tempos que e colocar personagens num cenario numa situação limite que no inicio ate parece ser de facil resoluçao mas que acaba por se tornar rapidamente numa confusão e numa escalada de violência, o filme tem esse caminho bem definido mas fica a ideia que principalmente na explosao das personagens tirando a feminina todos tem dificuldade em encontrar o seu momento e o filme torna-se demasiado lume brando para o estilo.

O filme ate escolhe bem o contexto espacial. Uma casa de ferias, bonita num espaço unico que da boas imagens, mas e na aproximaçao entre personagens que o filme funciona pior. Fica a ideia clara que o filme exigia mais passado das personagens e mais ligaçoes para o impacto do seu desenvolvimento e mais que tudo o impacto das escolhas das personagens fosse outro.

Fica a ideia que o filme ate tem os condimentos necessários para funcionar mas tem dificuldade em fazer a sua historia resultar com o impacto estimado. Fica a ideia que as personagens deveriam crescer mais, dar-se mais a conhecer para alem do esteriótipo que as acompanha, e mesmo que acima de tudo o absurdo de muitas situações acabasse por ser ultrapassado pelo impacto e intensidade do conflito em crescendo.

A historia fala de um casal que ao entrar na sua casa de ferias percebe que a mesma esta ocupada por um ladrão sem grande jeito, mas cuja a dificuldade em resolver a situação entre cada uma das pontas acaba por conduzir a uma escalada de violência e mais que tudo na dificuldade em encontrarem o desfecho para a sua ponta solta.

Em termos de argumento o filme tem ingredientes principalmente na forma como as personagens podem entrar em conflito uma com as outras em face das características. O problema e que nem sempre o filme tem a arte para conduzir as personagens pelos caminhos certos e isso faz com que o filme tenha dificuldade principalmente na construçao da intriga.

McDowell e um realizador jovem que ja teve alguns trabalhos que foram bem recebidos mas que tem tido dificuldade em sublinhar a sua grande obra. Aqui ate escolhe bem o espaço mas nao consegue rentabilizar o seu arguimento numa componente estetica diferenciada e isso faz com que nao seja o passo necessario.

No cast o filme e rodeado por tres interpretes com caracteristicas diferentes com resultado tambem ele diferente. Segel tem estado esforçado em tentar entrar no mundo do drama mas tem dificuldades. Nao tem o impacto suficiente para descontruir uma imagem de muitos anos e aqui acaba por nao ser o filme para isso. Ao seu lado uma Collins com uma personagem que demora demasiado tempo a encontrar o seu impacto, estando os melhores a cargo de um sempre competente Plemmons.


O melhor  - O espaço

O pior - O filme nao imprimir o impacto e a intensidade mais cedo


Avaliação - C



 

Friday, May 13, 2022

The Outfit

 Peaky Blinders lançou novamente a ficção para o mundo do crime organizado e familiar, dai que seria obvio que alguns filmes tentassem aproveitar a onde desde sucesso para trazer projetos proximos ou com o mesmo tipo de abordagem. Este Outfit e uma intriga de personagens no jogo do gato e do rato entre dois grupos criminosos, todo ele passado dentro de uma loja de um alfaiate, com muitas jogadas e traiçoes. Este thriller acabou por ser bem recebido pela critica pelo seu estilo particular sendo que comercialmente não sendo declaradamente um filme de grande publico o resultado comercial até acabou por ser consistente.

Sobre o filme, temos um filme sobre familias do crime, uma contra a outra a jogarem os seus dados na loja de um particular alfaiate e a sua assistente, que acabam por se ver rodeados num jogo de intrigas entre as diferentes personagens e na luta pela propria sobrevivencia. O filme tem o lado iconico de ser todo ele passado em tempo real e no mesmo local, e acima de tudo na capacidade como o argumento e as personagens vao dançando uns com os outros para a propria sobrevivencia.

O filme acaba por ter nesses pontos as suas maiores virtudes e resultar num filme consistente, interessante, com um estilo proprio que merece a nossa atençao. Claro que nem sempre para um filme de gangsters e um filme de ritmo elevado, fruto de uma inspiração mais britanica, mas fica no final o resultado de um filme competente, bem interpretado e com o seu proprio estilo.

Assim, numa altura em que o cinema tem tido algumas dificuldades em encontrar registos e historias proprias, fica sublinhado a capacidade deste filme com as limitaçoes que se impões de espaço e tempo conseguir ser diferenciado e consistente em dialogos e acima de tudo em personagens que estão na mais de uma hora e meia de filme a jogar com a expetativa dos outros.

A historia fala de um alfaiate cuja loja acaba por ser o ponto de chegada de dois grupos criminosos rivais que acabam por tentar perceber quem se encontra a passar informações à policia, o que conduz a uma serie de acontecimentos que leva a um jogo do diz que disse entre cada um dos intervenientes em luta pela propria sobrevivencia.

E no argumento que reside a mais valia do filme e na forma como cada dialogo acaba por ser a munição da personagem dirigida ao outro. o filme tem essa capacidade e essa força de segurar os seus pontos nessa premissa, e isso e uma virtude do proprio argumento.

Na realizaçao Grahaam Moore argumentista de algum sucesso tem aqui a sua estreia na realizaçao num filme concetual, que nao sendo espetacular ou esteticamente muito trabalhado e um filme que sabe ir buscar as suas proprias influencias e aproveitar na forma como comunica com o espetador. Podera ser um bom inicio na carreira do realizador.

No que diz respeito ao cast, a aposta em Rylance como protagonista e excelente pela dualidade que o actor consegue dar as suas personagens e que o filme aqui exige. O misto de serenidade e misterio e aplicado na dose certa na personagem que conduz o filme, perdendo apenas em algum momento para um Flynn em boa forma.


O melhor - Rylance e a forma como o seu personagem conduz o filme.

O pior -Num filme de açao os ritmos nem sempre são intensos


Avaliação - B-



Monday, May 09, 2022

Umma

 Março ficou registado com o lançamento de alguns filmes de terror com diversos contextos. Este trás um filme concetual sobre a rigidez das tradições orientais numa obra simples, que acima de tudo quer explorar a capacidade estética das expressões faciais de Sandra Oh. Em termos criticos a mediania levou a que o filme ficasse um pouco aquem principalmente comparado com outros filme de terror, concretamente X que estreou na mesma altura. Comercialmente a produçao de Sam Raimi não foi suficiente para o filme brilhar com resultados muito rudimentares.

Sobre o filme eu confesso que quando vejo um filme com menos de 90 minutos de duração, ou o filme e de uma intensidade plena do primeiro ao ultimo minuto, ou fica a ideia que na produçao algo ficou perdido e o filme atalha para o seu fim. Pois bem parece evidente isso neste filme. Uma introduçao demorada, onde passa mais de metade do filme a introduzir as personagens, quando filme passa para a açao temos cinco minutos e pouco mais e depois a redençao, num filme que não ter minimo terror, ou mesmo horror, e que os efeitos visuais ficam nas expressões faciais de Oh.

Em termos narrativos a base de transpor os pesadelos do passado para o presente e muito utilizado, nem sempre com o sucesso ou mesmo com a intensidade que se espera e ai fica o facto do filme nunca se assumir verdadeiramente como um filme de terror caindo demasiadas vezes na intensidade do thriller psicologico que nunca o filme é na verdente na intriga e dos avanços e retrocessos das personagens que o genero acaba por exigir, acabando o filme por nunca prender ou ter a minima capacidade de se fazer chegar ao espetador.

Assim surge um cinzentissimo filme de terror, sem qualquer tipo impacto emocional ou estetico no espetador, que parece uma tentativa de trazer uma Sandra Oh em boa forma na televisão para um registo mais estetico no cinema, mas que sabe a muito pouco, e isso parece que o filme percebe razão pela qual atalha caminho para um final repentino.

A historia segue uma mãe e uma filha marcadas pela anti socialidade e por caracteristicas particular de ambas, que acabam por começar a chocar quando se descobre a origem de muitos dos medos da mãe a forma como os mesmos ainda parecem querer assombrar o passado.

Em termos de argumento fica a ideia que o filme nao tem caracteristicas de ser de terror, assumindo-se como tal e para thriller tambem fica a ideia que o filme tinha de ser mais composto na sua especificidade ficando a meio caminho e sem qualquer trajeto concreto

Na realizaçao fica a clara ideia que as expressoes de Oh poderiam dar esteticamente um bom fundamento de um filme de terror, contudo esta estreia de Shim não leva o filme para a intensidade psicologica que o filme necessitava e por isso o filme acaba por ficar a meio trajeto.

No que diz respeito ao cast Oh cumpre, já que nos parece claro que a sua escolha foi obviamente estetica para as expressões faciais que da ao filme e que sao o que melhor funciona. No restante escolhas pouco impactantes num filme que tambem nao exige.


O melhor - As expressões de terror de Oh

O pior - A forma como o filme nao se assume como thiller nem terror


Avaliação - D



Thursday, May 05, 2022

X

O cinema terror e habitualmente um dos generos que mais filmes lança por ano, alguns com objetivos puramente comerciais, mas outros aparecem com uma abordagem e um conceito algo diferenciado. Este foi o caminho escolhido por Ti West, num filme que tenta misturar a sexualidade da industria pornografica com o terror. Este filme acabou por resultar criticamente com avaliaçoes muito positivas, sendo que comercial e na ausência de grandes figuras mediaticas o trajeto comercial foi bem mais modesto.

O filme resulta nos dois princípios que quer ter, o primeiro é demonstrar o lado mais negro e inseguro da industria pornográfica  e o segundo é o horror numa forma muito particular na maneira como o filme é filmado num misto de terror estetico com psicologico e libidinoso que o filme vai encaixando perfeitamente a cada momento. fica a clara sensação que o filme encontra o seu registo e consegue manter o nível de horror que comunica bem e de uma forma adulta com o espetador.

O filme podera ser em determinados momentos demasiado estetico e ir buscar a repulsa do espetador de uma forma demasiado gráfica, mas isso e a forma com que o filme quer comunicar. Ao entrar no submundo da pornografia o filme quer entrar tambem nos limites do horror e consegue num filme negro, violento e mais que tudo um filme graficamente imponente.

Nao sendo um genero que seja facil criar produtos novos e narrativamente o filme ate acaba por ser algo repetitivo e previsivel nos seus contornos, certo é que o filme por outro lado consegue nos elementos especificos se diferenciar e quando isso acontece temos de valorizar um genero que por vezes anda perdido em percursos demasiado obvios.

A historia fala-nos de um grupo que se encontra a realizar um filme pornografico que acaba por alugar um espaço numa quinta nos EUA profunda, até que começa a despertar os piores sentidos do casal proprietario do espaço, e colocar em causa a segurança de todos.

Em termos de argumento o filme não e propriamente um poço de originalidade em nenhum dos seus momentos, acaba por ser em todas as especificidades menos no argumento que o filme tem as suas virtudes. Nao e muito rico em personagem e intriga mas funciona em tudo o resto.

Ti West e um realizador associado ao filmes de terror que tem algum valor iconico mas que nunca tinha sido propriamente um menino bonito da critica. Aqui temos o seu maior sucesso no seu filme mais arriscado, ficando a ideia que podera construir uma carreira mais forte a partir de agora.

No que diz respeito ao cast, temos uma Goth muito estetica e muito presente nas duas personagens, num filme que roda em torno de uma atriz indie que preenche o que os filmes querem dela, o misterio. Ao seu lado um conjunto de atores menos conhecidos que acabam por ser competentes, com maior destaque para Stephen Ure que é a parelha ideal para Goth mais velha


O melhor - A estetica e os limites ultrapassados do horror


O pior - Narrativamente e mais do mesmo


Avaliação - B-



Tuesday, May 03, 2022

The Adam Project

 Numa altura em que a Netflix ainda vai tendo dificuldade de entrar na dinamica principalmente dos Blockbusters, tem sido muitas as tentativas explorando o valor das estrelas como Ryan Reynolds, num filme de ação comedia de um realizador habituado ao sucesso e com um cast de primeira linha. Pese embora todos estes recursos que antecipava o sucesso claro do projeto criticamente a mediania ficou longe do que ja vimos Levy fazer noutro tipo de produçoes. Comercialmente sera sempre um sucesso tendo em conta o numero de sobrescitores da Netflix mas nao parece ter sido um filme para ficar na memoria.

A historia como todas as outras de regresso ao passado e futuro com as mesmas personagens exige sempre uma coerencia interna que nem sempre e facil que conseguir e o filme para potenciar algum humor perde essa competencia, o que acaba por surpreender pela negativa, pelos recursos empregues, mas acima de tudo porque o filme tem uma clara dificuldade em sublinhar outro tipo de valencias como o humor.

Fica a ideia que o filme tenta potenciar demasiado um estilo de humor que Reynolds esta preso e que na maior parte do tempo ate funciona mas que o filme pela sua tematica exigia normalmente muito mais força nos detalhes, na historia de base e acima de tudo na coerencia de cada um dos pontos, o que o filme acaba por ser deficitario muitas dessas vezes tornando-se num claro parente pobre nas carreiras dos atores e dos realizadores.

Percebe-se a aposta em busca de um sucesso imediato, mas principalmente depois do sucesso da ideia e do filme que a dupla conseguiu em Free Guy as expetativas estavam demasiado elevadas e resultam num filme com muitos recursos principalmente no cast mas com a clara ideia que e um filme pouco trabalhado pelos envolvidos, como que para cumprir calendario principalmente o da Netflix. Não e um filme que se faça notar embora nos possa deixar bem dispostos em alguns periodos.

A historia fala de um individuo que volta ao passado de forma a ir em busca da sua vertente mais nova para juntos poderem recuar ainda mais no tempo e colocar em causa os planos de um ser do futuro com um projeto que pode colocar em causa o futuro da humanidade.

Assim como a maior parte dos filmes sobre o futuro temos os mesmos pontos de trabalho. A necessidade de união, o insolito de algumas situações as quais acabam por se tornar veiculo do humor, uma humanidade a necessitar de ser salva. Pelos envolvidos e o seu valor o filme necessitava de alguma frescura pelo menos em alguns pontos.

Na realizaçao Levy tem-se tornado num competente realizador de comedia, que nos ultimos tempos tem adotado alguns projetos com mais meios e mais açao. Acabou por ter o seu maior sucesso no originalissimo Free Guy mas aqui volta um pouco ao marasmo de uma comedia algo sem sabor dos seus filmes anteriores.

No cast Reynolds e competente no estilo de ator que o filme pede, sendo claro que o filme procura encaixar naquilo que estamos habituados nele. O filme acaba por nao usufruir particularmente das restantes figuras que apenas dao nome ao filme.


O melhor - Algumas sequencias de humor funcionam no estilo Reynolds.

O pior - A historia ja foi vista vezes interminaveis


Avaliação - C