Wednesday, May 31, 2023

John Wick: Chapter 4

 Poucos imaginariam quando o primeiro filme foi lançado que esta saga de este heroi se tornaria numa das sagas mais iconicas dos ultimos anos, num exercicio de estilo puro. O sucesso do filme foi subindo criticamente de filme para filme e tambem comercialmente as coisas foram sendo consistentes levando este personagem ao patamar maior dos herois de açao puro principalmente pos 2000.

A primeira coisa que podemos questionar depois de ver o filme, é como é possivel efetuarem um filme com quase três horas de John Wick depois de tudo que conhecemos dos filmes anteriores. Pois bem acontece e isso deve-se a sequencias de ação que são autênticos espetáculos de dança, luz e estética, mas que ocupam quase todo o espaço do tempo do filme, que nos deixa bons momentos embora como cinema e argumento seja quase inexistente.

Fica a ideia de que quem gostou dos outros filmes vai ser apaixonado por este porque tudo e amplificado ao maximo, as sequencias, as abordagens, os cenarios a banda sonora tudo e pensado para fornecer momentos ferneticos e insolitos aos espetador. Quem espera argumento e intriga este como outros torna-se igual, de um contra todos e pouco mais.

Fica a ideia que John Wick sabe o que as pessoas querem e dá um banquete total desses elementos. Podemos ficar cansados pela falta de um argumento, de uma personagem, de dialogo mas não podemos de deixar de gostar dos momentos interessantes esteticamente que o filme dá, e da sua originalidade. Nao sei se vão existir muitos outros filmes da saga mas os elementos que melhor funcionam foram sendo potenciados filme apos filme.

Seguimos a luta de John Wick contra a The Table, agora com uma nova chefia, que o leva a confrontos com enimigos e amigos do passado até um duelo final, tendo como objetivo de ver livre da maior organização criminosa que existe.

O argumento assim como o filme anterior é totalmente inexistente, temos apenas sequencias de ação e pouco mais. Nao temos dialogos, nao conhecemos os personagens temos apenas contexto para um bailado em forma de sequencia de açao.

Stahleski e em realizaçao o pai de John Wick, e sabe como ninguem sublinhar o que de melhor a saga tem. A preocupaçao estetica, de ritmo, de som e impressionante e faz de algumas sequencias do filme claramente iconicas no que a realizaçao diz respeito. Como so apenas faz, isto e bem falta-nos perceber o que vale noutro registo.

No cast temos Reeves numa das personagens mais iconicas da sua carreira que assume totalmente com as suas virtudes e defeitos que foram bebidas pela personagem. Bill Skaarsgard e o vilão de serviço com o lado estetico que sabe utilizar mas num registo que pede pouco em termos de qualidades interpretativas.


O melhor - O lado estetico de todas as sequencias de açao

O pior - Quase três horas sem grande argumento


Avaliação -B-



Sunday, May 28, 2023

Air

 Ben Affleck e sem sombra de duvida muito melhor realizador do que propriamente ator. Eis que este ano e som a chancela da Amazon surgiu este seu novo filme sobre a ligação criada entre a Nike e Michael Jordan que deu origem a marca Air Jordan. O filme que inicialmente foi pensado apenas para streaming acabou por conseguir boas criticas o que levou a que o filme arriscasse a distribuição em cinema com resultados razoaveis embora os ingredientes do filme podessem conduzir a resultados mais fortes.

Air e um filme de personagem entregue totalmente a Damon, que acaba por nos dar os contornos ainda que ficcionado da forma como tudo decorreu de forma a tornar o ganho da Nike ainda mais impactante, na maior jogada de sempre de uma marca desportiva para o seu atleta. O filme e descontraido, com alguns bons apontamentos contextuais em termos de tempo, mas o filme acaba por ser algo previsivel na forma como tudo se desenvolve.

Fica a ideia que pelos interpretes e acima de tudo pelo vetor de markting que este acontecimento se tornou o filme merecia mais arrojo, merecia quem sabe ser levado mais a serio, naquilo que a personagens diz respeito ja que entre no esteriotipo tipico de quem quer fazer um filme sobre algo sem entrar em muitas polemicas. O filme tem promenores interessantes como a nunca presença da face de Jordan, num filme em que ele e o ator principal sem nunca realmente aparecer.

Resulta assim um filme competente, que pelos seus elementos deveria ser uma abordagem mais arriscada, mais intensa, todos sabemos desde inicio como tudo ia a acabar mas o processo poderia ser mais trabalhado, embora Damon domine todos os momentos do filme, fica a ideia que e uma roupagem demasiado matine para um tema de algum impacto.

A historia segue a luta da Nike, em clara perda no mundo do Basket para ganhar novo animo, e tudo fica definido na estrategia do seu especialista de basquetebom em apostar as fichas todas num rokie nada mais nada menos que Jordan.

O argumento do filme é algo simplista, tem alguns momentos comicos em termos de dialogo que funcionam, dando ao filme uma roupagem descontraida na maior parte do tempo. Esses momentos fazem com que por vezes o filme nao se leve totalmente a serio na intensidade que deveria ter.

Affleck e um bom realizador, principalmente nos contextos temporais e sociais que da ao seu filme e aqui volta a ter. Com meios reduzidos e sem grandes truques de camara nos primeiros momentos da o destaque a si, deixando depois a historia rolar. nao esta na melhor forma mas continua competente.

No cast a personagem encaixa perfeitamente naquilo que Damon melhor consegue fazer, o lado descontraido simpatico e lutador. Ao seu lado Affleck parece demasiado esteriotipado e Bateman também parece ser um dos elementos que não leva o filme a serio.


O melhor - A historia e impactante principalmente tendo em conta o que se seguiu.

O pior - Uma abordagem demasiado proxima de filme de domingo a tarde.


Avaliação - C+



Saturday, May 27, 2023

The Covenant

 2023 parece ser um ano em que Guy Ritchie apostou com dois filmes bem diferentes lançados muito proximo um do outro com objetivos bem diferentes. Este e um filme mais adulto, mais fora do registo do realizador, o qual embarca nos filmes de guerra que ainda não tinha exprimentado. Este filme sobre a ligação de dois homens e terreno de guerra conseguiu conduzir o realizador a boas criticas embora não brilhantes. Comercialmente os resultados foram curtos principalmente por ter um ator de primeira linha e alguns meios.

Este filme de guerra é daqueles que em termos de personagens e relação entre as mesmas tem algumas linhas interessantes principalmente o pacto de divida e mais que isso a forma como quase silenciosamente as personagens acabam por comunicar. O problema e que em termos de guerra, algo que o filme ocupa grande parte do tempo o filme é basico, pouco espetacular tornando-se num mediano filme de guerra.

O filme tem bons momentos principalmente em termos de interpretação nos momentos de maios exigencia fisica dos atores. Fica o lado politico de demonstrar o que se encontrou e o que se deixou no Afeganistão longe da bandeira americana, mas acima de tudo e um filme de personagens e do que se criou entre as duas, e nisso o filme tem algum impacto.

Por tudo isto temos um mediano filme de guerra, que sendo algo cinzento do ponto de vista produtivo, algo que nos ultimos tempos quase já não acontece, e intenso nas personagens e no que as liga, mesmo que não tenha muitas palavras ou justifique muito esta conexao.

A historia fala de um soldado americano que é salvo por um interprete afegão, que regressa ao terreno de guerra para encontrar quem o salvou e mais que tudo dar-lhe uma oportunidade de vida diferente longe do contexto de guerra.

Em termos de argumento o filme é linear, com personagens pouco trabalhadas, pouco dialogos mas muita conexão silenciosa entre personagens, mas que tem um argumento obvio e pouco diferenciado.

Exige-se de alguem com a experiencia de Ritchie com meios algo mais grandioso do que apresenta aqui, na abordagem mas principalmente no lado modesto de todas as sequencias de guerra que tem muito espaço no filme. Nao e o seu melhor momento de uma carreira que já teve muito mais impacto.

No cast Gyllenhall tem força e fornece a competencia fisica interpretativa que o filme pede, num momento interessante de forma do ator. Ao seu lado Dar Salim, tem uma interessante interpretação silenciosa que balança bem com todo o contexto de guerra do filme.


O melhor - A ligação silenciosa dos personagens.

O pior - As cenas de guerra sao muito basicas


Avaliação - C+



Thursday, May 25, 2023

Big George Foreman

 Hollywood gosta muito de biopics de diversas formulas, sendo sempre um estilo de cinema que aparece quando as ideias deixam de surgir. Este ano surgiu o biopic de George Foreman um conhecido boxista norte americano, e a forma como o mesmo, se tornou no mais velho campeao de pesos pesados. O filme surgiu num estilo serie b de estudio com criticas algo mediocres e comercialmente a falta de uma figura de primeira linha tambem acabou por não permitir um grande sucesso no resultado final do filme.

Este e o biopic by the book, ou seja limita-se a dar algumas arestas da personalidade sem grandes riscos, perde muito tempo nos combates e numa especie de rivalidade iconica, sem entrar muitos nos detalhes, e quando vimos passaram mais de duas horas de filme onde as alterações fisicas no personagem acabam por ser o elemento mais visivel do filme, o qual tem um ritmo baixo, poucos elementos diferenciadores no seu estilo, e acima de tudo pouca ambiçao na abordagem.

Talvez a vida de Foreman não seja a mais interessante das figuras do boxe, talvez o seu lado espiritual e a sua devoção ao lado mais religioso, que o filme trata um pouco pela rama, pudessem ter sido mais trabalhado, mas no final fica totalmente a ideia que o filme nunca quer sair do morno, e um biopic isso e a noção que rapidamente vai ser esquecido.

Ou seja o filme de Foreman, que provavelmente ocupou um espaço que teria de ser ocupado, mas que acaba por não ser muito mais que isso, fica a ideia que o filme da demasiado relevo aos combates, mesmo nao os trabalhando com espetacularidade remetendo tudo para um claro nivel b de cinema, que tambem sofre pelo facto de não termos figuras de primeira linha.

O filme fala na ascenção e altos e baixos de uma carreira longe de um titulado lutador, e principalmente os ajustes pessoais que foi fazendo a sua vida e que o tornaram num pastor de uma igreja depois do termino da longa carreira.

No que diz respeito ao argumento o filme arrisca pouco na personalidade e nos conflitos, limita-se ao publico e aquilo que o filme acaba por ser em muitos elementos como as rivalidades e os feitos, nos restantes resguarda-se e nesse quadrante o filme acaba por ser pouco trabalhado.

Tilman Jr e um realizador conhecido por algumas abordagens de um cinema cultural afro americano que aqui tem uma realizaçao simplista que tambem limita o filme, na falta de ambiçao. Isso torna essencialmente o filme uma tarefa e quando assim é hollywood esta saturado destes projetos que nao deixam crescer alguns realizadores.

Um biopic depende sempre muito da construção central do seu interprete, neste caso um quase desconhecido Khris Davis que funciona nas parecenças físicas, as quais exigiram um pouco do ator, mas em termos de qualidade interpretativa o ator tem algumas limitaçoes, num filme que exigia outro tipo de atores.


O melhor - Alguns feitos de Foreman sao louvaveis

O pior - O filme ter pouca ambiçao 


Avaliação - C



Sunday, May 21, 2023

Sisu

 Existem filmes que são feitos com ambições pouco impactantes que de repente motivado pela originalidade da abordagem ou por algum mediatismo em torno de festivais maiores que ganham dimesão suficiente para terem um lançamento mais visivel, potenciado pelo valor critico interessante do filme. Sisu, principalmente tendo em conta que se trata de um filme sem grandes figuras, quase europeu, podemos dizer que os resultados comerciais foram suficientes para pelo menos colocar o projeto no mapa.

Sisu é em termos de argumento um filme de guerra do heroi contra os vilões todos, com muitas cenas irreais, exageradas, que consegue funcionar principalmente pelo caracter gráfico, banda sonora e exagero sanguineo que o filme se torna, o que o leva a ser uma especie de John Wick de guerra com muito sangue e outros orgão internos a voar, mas a historia é a esperada.

E um cinema rebelde, que fica com alguns apontamentos estranhos como a presença do cão, a sobrevivencia, mesmo a divisão em capitulos é sempre mais concetual do que util, num estilo de cinema que em termos de argumento quase não existe e que vai ganhando adeptos no cinema de ação fisico, onde este filme cumpre todos os requisitos a que se propoem.

Ou seja a capacidade de alguns produtores, fora da maquina principal surpreender no estilo mais proximo das grandes produtoras acaba por ser o que acontece neste filme, com a ideia que o argumento pode ser apenas um acessorio, se tudo o resto foi potenciado ao maximo.

A historia segue um heroi de guerra que depois de encontrar ouro, e abordado pelo exercito Nazi de forma a tentar aniquila-lo e ficar com o ouro, so que a resistência é bem maior do que o esperado.

O argumento do filme não vai para alem da premissa, poucos dialogos, nenhuma personagem, desenvolvimento esperado, mas isso é a forma que o filme é pensado para tentar fazer resultar amplificado todos os outros elementos.

Na realizaçao Jalmari Helander é um realizador finlandes que ja tinha estado em alguns filmes de estudio com resultado desinteressante que tem aqui uma especie de regresso as origens onde convence, já que fica a total ideia que o filme é muito potenciado acima de tudo pelos elementos de realizaçao, pode ter sido o passo atrás de meios necessário.

Em termos de cast um conjunto de figuras completamente desconhecidas que tem de funcionar graficamente o que acaba por acontecer com alguma normalidade, fica a ideia que o filme quer elementos fisicos e não interpretes de primeira linha.


O melhor - Os elementos graficos do filme.

O pior - O argumento não existe


Avaliação - B-



Friday, May 19, 2023

The Mother

 A Netflix comparativamente com outros anos tem estado ligeiramente mais silenciosa, lançando agora em Maio um projeto mais comercial que tenta apostar em Jennifer Lopez como atriz de ação. The Mother e daqueles filmes simplistas criticamente sofrivel, sendo que comercialmente tem tudo para ser um produto com alguma visibilidade.

Sobre o filme podemos começar por dizer que o filme centra todos os seus esforços em fazer de Lopez uma atriz de ação que não entra propriamente no seu estilo. Isso acaba por tornar o filme em termos narrativos basico, quase um body count em sequencias de ação sem grande ligação entre fases, que criticamente acaba por nunca ser minimamente impontente. Isso leva a que o filme tenha poucos elementos diferenciadores.

Mas ao apostar todas as fichas na frescura de Lopez como atriz, seria importante que esse aspeto funcionasse, o que acaba por não acontecer, primeiro porque Lopes tem recursos muito limitados quer em termos dramaticos, pouco explorados neste filme mas também em ação e o filme acaba por ser ver sem muito mais para dar, do que muitos tiros, lugares diferentes e mais de duas horas de filme.

Por tudo isto The Mother e muito do que a Netflix tem falhado em termos de cinema, com produçoes pouco trabalhadas, e argumentos repetidos tentando que tudo funcione em prol de uma super estrela que traga visualizações, mesmo que por seu lado tudo o resto fique esvaziado ao limite maximo.

O filme fala de uma mãe que acaba por colocar a filha ao abrigo de uma família de acolhimento para a proteger da possibilidade de vingança de um perigoso grupo criminoso, contudo após a descoberta a mesma dedica-se a garantir a segurança da filha aniquilando todo o grupo.

Em termos de argumento o filme é redutor ao máximo, pouco dialogo, pouca personagem, muito no estilo serie B de ação onde o filme acaba por perder em comparação com outras abordagens semelhantes, mas com ainda mais vazio de personagens.

Nick Caro e uma realizadora que chegou a ter alguma dimensão que foi desaparecendo com o tempo, tornando-se numa tarefeira sem grande sucesso, e aqui pouco mais do que cumpre.

No cast Lopez tem limitada abrangência como atriz e aqui fica a sensação dessas dificuldades. Em termos de secundários pouco ou nada de relevo particular mesmo com alguns atores de primeira linha.


O melhor - Algumas sequencias de ação.


O pior - Vazio Narrativo


Avaliação - D+



Monday, May 15, 2023

Crater

 As aventuras juvenis em grupo tem ao longo dos anos se tornado em sucessos em diversas areas principalmente pela forma como a ligação grupal acaba por criar quimica nos filmes. Este ano e sem grandes figuras e de uma forma mesmo silenciosa surgiu esta produção Disney que acabou por convencer a critica, mas que comercialmente não parece ser uma grande aposta do serviço de Streaming mais apostada em promover o mundo Marvel.

Sobre o filme podemos dizer que inicialmente temos um basico filme de aventuras juvenis no espaço, que funciona com alguma normalidade, sem grandes riscos, passando pela apresentação das personagens e blindar o grupo com um trabalho juvenil. O filme melhora na sua conclusão, principalmente quando tem apontamentos interessantes de Sci Fi e o emotivo final de ligação, onde o impacto emocional resulta.

Claro que não é um filme com grandes personagens, atores juvenis quase todos desconhecidos, efeitos muito reduzidos, principalmente tendo em conta que se trata de um filme no espaço, mas acaba por ser na quimica de grupo e no impacto emocional do filme que o mesmo sai com avaliação positiva.

Assim um razoavel filme familiar, sem grandes momentos, mas competente nas suas personagens e mesmo na contextualização cientifica que torna o filme num bom momento para todos, e com o lado impactante e nostalgico que em filme mais juvenis a disney trabalha bem.

A historia fala de um grupo de jovens que vive na lua que decide em plena chuva de meterioritos sair do complexo habitacional e tentar explorar a supercificie onde vivem, criando uma aventura entre todos eles para ficar na memoria.

Em termos de argumento a intriga é basica, e por vezes mais emotiva do que propriamente com um objetivo concreto para alem da aventura em si. Comicamente arrisca pouco, mas o impacto emocional do final, leva o filme para patamares positivos.

A realizaçao do filme é de Patrick Alvarez alguem ligado a televisão principalmente juvenil, que tem aqui um trabalho algo simplista para um filme no espaço. nem sempre competente no realismo, talvez devido aos poucos meios atribuidos, mas não trás grandes lucros a sua carreira.

No cast um conjunto de atores juvenis, a maior parte deles em primeiro destaque sem grandes momentos, num filme simples que não exige muito das personagens e dos jovens que acabam apenas por ter alguma visibilidade.


O melhor - O final

O pior - Os efeitos especiais minimalistas


Avaliação - C+



Saturday, May 13, 2023

The Pope's Exorcist

 Se existe uma tradição que também é comum no mundo do terror é ter pelo menos uma vez por ano um filme sobre exorcismo, tendo este filme um ingrediente surpreendente que é a presença de um ator de primeira linha como Russell Crowe a encabeçar o projeto, mesmo não estando o ator na sua melhor forma. O filme conseguiu passar a critica com uma mediania que não foi a alavanca diferenciadora do projeto e comercialmente os resultados foram razoaveis muito por culpa do valor comercial do ator.

Sobre o filme podemos dizer que inicialmente pensamos que vamos ter um filme diferente sobre exorcismos, quer pela banda sonora das primeiras sequencias, pelo estilo mais descontraido do personagem central, que nos faz inicialmente esperar alguma diferença que rapidamente se esbate, já que ao entrar na intriga o filme torna-se num filme igual a tantos outros de exorcismo e procura da causa, que não nos consegue levar a qualquer sentimento relevante, principalmente tendo em conta a quantidade de filmes iguais que ja surgiram.

E obvio que ter Crowe como interprete permite a ligeiras melhorias, mas que acabam por não ter qualquer impacto, ja que a propria personalidade do personagem e a sua irreverência desaparece no epicentro do filme, o qual se preocupa com o lado gráfico, onde não é diferenciado quando comparado com o que já se fez e numa tentativa de dar uma intriga maior para explicar o demonio, que também não é muito interessante.

Por tudo isto temos um filme sobre exorcismo igual a muitos que foram efetuados recentemente, sendo que a presença de Crowe deixa de fazer sentido logo aos quinze minutos do filme quando este decide seguir o trajeto comum do genero e não dar uma roupagem ligeiramente diferente nem que fosse no tom escolhido.

A historia segue o responsável pelos exorcismos do vaticano o qual tem de se deslocar a espanha de forma a estudar a possessão de um jovem numa antiga casa agora em reconstrução para habitação familiar e perceber o que realmente está a possuir o jovem e combater uma força demoniaca relevante.

O argumento é igual a todos os filmes que nos ultimos anos foram sendo lançados sobre a materia, numa especie de roupagem nova do sucesso de Exorcista com a mesma história, mesmo já se tendo passado decadas sobre o filme de sucesso.

Na realização Julius Avery é um realizador de terceira linha americana que procura ainda o filme que o faça subir de divisão. Não me parece que seja neste tipo de projetos e mesmo com Crowe que o consiga, já que graficamente e na abordagem não trás nada de novo ao genero.

No cast, podemos dizer que temos um Crowe a procura de espaço que parece ter perdido, num genero que me parece demasiado pequeno para ele. Fica a ideia que os melhores momentos são dele mas não é neste contexto que vai recuperar o impacto da carreira que manteve, mesmo numa atuação a solo como esta.


O melhor - A banda sonora descontraida dos primeiros quinze minutos.

O pior - O filme caminhar para o que ja vimos repetidamente no genero


Avaliação - C-



Evil Dead Rise

 Os classicos do cinema de terror tem a virtude de constantemente surgirem novas roupagens constantemente, umas mais proximas do original, outras que de alguma forma acabam por ser mais originais na abordagem. Neste segundo capitulo em 2023 surgiu esta nova roupagem de Evil Dead, a qual foi inicialmente pensada para streaming mas as boas avaliações criticas conduziram a um lançamento com alguma expansão que se tornou numa aposta ganha ja que o filme tornou-se no fenomeno comercial do ano, no que a terror diz respeito.

Sobre o filme podemos começar por dizer que temos um filme pesado, graficamente muito pesado, com muito sangue, mesmo que não seja um filme com grandes sustos ou tenha uma historia muito elaborada, alias temos mais do mesmo, ou seja um demonio que se solta e começa a atacar tudo e todos. Vale no filme o terror grafico bem executado e pesado, que nos da momentos interessantes.

O problema do filme reside acima de tudo no facto de ter uma premissa igual a mais de metade dos filmes de terror que nos dias de hoje existem, não tendo nada de particularmente diferente, a não ser a forma como desde inicio nos transmite como tudo vai acabar, já que de resto o caminho narrativo e o normal.

Ou seja o que resulta do filme é o seu grafismo, a violência o sangue exagerado que ao longo do tempo foi sempre transformando Evil Dead numa das sagas mais pesadas do terror tradicional e que vai mantendo na roupagem que vai tendo, mesmo que na essencia a historia seja quase sempre a mesma.

A historia segue duas irmãs e os filhos de uma dela, num prédio enorme quase a ser demolido que começa a ser atacado por uma força demoniaca depois de um terramoto desenterrar um perigoso espirito capaz de entrar dentro das diversas pessoas.

O argumento é o basico do filme de terror, daqueles que ja vimos de maneiras quase sempre semelhantes vezes interminaveis sem grandes alterações ou conclusões. Muitos poderão dizer que não é facil alterar uma historia como esta, eu penso que é apenas mais confortável não correr esse risco.

Na realizaçao do projeto Lee Cronin um realizador de terror de segunda linha que tem aqui o seu filme mais visivel, onde demonstra algum nivel grafico para o genero, e devido ao sucesso lhe poderá abrir portas para outros projetos da mesma natureza.

Um cast de desconhecidos onde ressalta de uma forma mais concreta a prestação fisica de Alyssa Sutherland que encaixa perfeitamente no grafismo do terror que o filme quer ter, nos restantes os gritos habituais e pouco mais.


O melhor - O nivel gráfico do filme.

O pior - O argumento ser sempre o mesmo.


Avaliação - C+



Friday, May 12, 2023

A Thousand and One

 No ultimo festival de Sundance, este pequeno drama social acabou por surpreender por ganhar o grande premio do juri, no Drama, o que conduziu a que o filme acabasse meses depois por ter um lançamento maior do que seria esperado sem este sublinhado. Criticamente o filme foi bem recebido, continuando o bom trajeto que ja vinha do festival, comercialmente, principalmente para a pouca dimensão produtiva do filme e a falta de figuras de primeira linha o resultado foi competente.

Temos aqui um drama pesado, sobre personagens nas dificuldades que é quase um estudo social de uma comunidade segregada, e isso denota-se em toda a relação nas personagens centrais, sempre marcada por uma toada negativa da dificuldade que quase congela a emoçao, isso faz com que a primeira fase do filme seja algo adormecida, principalmente para um filme que trata temas que outros ja tentaram.

O filme acaba por melhor com o aproximar do fim e principalmente com a revelação central. onde ai ganha a intensidade e o coração ausente até então, sendo a ultima conversa o epicentro total do filme, bem interpretada e que deixa no final uma boa sensação no espetador, mesmo que o caminho até lã não tenha sido o mais facil.

Ou seja um filme com uma tematica intenso, que acaba por ser algo lento e algo desconetado principalmente tendo em conta os intervalos temporais por preencher, que se resgata com o interessante e impactante final, que deixa uma sensação interessante, sem nunca ser uma obra de referência, embora competente tendo em conta o pouco investimento.

O filme fala de uma mulher com dificuldade em arranjar emprego que acaba por fugir com o seu filho biologico, que se encontrava numa instituição, tentando reconstruir a sua vida no centro da cidade de nova iorque.

O argumento do filme e detalhado na dificuldade social das personagens e das tentativas de resolução, embnora os diferentes momentos da narrativa dificultem fazer algumas pontes. Vale pelo ultimo dialogo impactante principalmente do ponto de vista emocional.

Na realização a estreia de A. V. Rockwell não podia ser melhor com o triunfo em Sundance, apesar de ter uma realização simplista, quase sempre proxima de um registo negro, muito de encontro ao registo do filme. Parece que os saltos temporais sao exagerados, mas ao ganhar a critica pode ter ganho a carreira.

No cast pouca gente conhecida, mas eficaz principalmente a construçao de Teyana Taylor, pela intensidade ao longo de todo filme, com uma personagem dificil, com diversos momentos que acabam por preecher o filme, embora os seus companheiros também estejam a um nivel interessante.


O melhor - O dialogo final

O pior - O ritmo inicial algo pausado


Avaliação - C+



Renfield

 Desde o momento em que este projeto foi anunciado e com as primeiras imagens que a expetativa em torno do filme era mais que muita, muito por culpa daquilo que poderia ser feito por Cage na encarnação de Dracula. Criticamente o filme frustrou as melhores expetativas com avaliações medianas, e comercialmente foi um floop consideravel principalmente pelo buzz que o filme teve no seu pre lançamento.

Sobre o filme podemos dizer que o mesmo começa bem, irreverente, sem sentido mas engraçado, sobre uma das personagens secundarias mais indiferentes da historia de Dracula de Bram Stoker. O problema do filme e o seu desenvolvimento em que apenas se torna absurdo, exagerado e onde a comedia na maior parte das vezes não é tão intensa como os produtores do filme pensa que é, e o filme torna-se num exagero, muitas vezes desinteressante.

O filme tem risco, e se inicialmente nos avanços e recuos da historia, nas dissertações proprias da personagem, o filme tinha um teor original na abordagem da historia, depois torna-se num serie b com sangue e luta, sem qualquer intriga central propriamente bem desenvolvida, que torna num absurdo tremendo sem o impacto de ser diferenciado.

Ou seja um filme que não se leva a serio, que tenta resistir e ter impacto comercial e comico com a presença de Cage como Dracula, mas pouco mais, inicialmente fica a ideia que a rebeldia de abordagem do filme iria funcionar, mas rapidamente temos sangue e tripas e pouco mais narrativamente falando, onde as ideias nunca fluem,

A historia segue Renfield ajudante e servo de Dracula, que está preso à força do seu amo, e que tenta se ver livre desse poder, no momento em que se envolvido na luta entre um grupo mafioso e uma policia sedente de fazer justiça.

No que diz respeito ao argumento temos uma historia que até tem uma abordagem inicial original, que se perde para ser um filme de bandidos comico serie B, em que a presença de Dracula e as ligações a historia são circunstanciais, já que é uma roupagem totalmente diferente de toda a historia que conhecemos.

Na realização Chris McCay e um realizador de comedia, muitas vezes em termos de animaçao, que tem aqui um filme com muito sangue, ainda que do ponto de vista comico. E uma comedia de grande estudio com meios mas sem arte, um pouco na linha da sua carreira algo cinzenta ate agora.

No cast Cage como Dracula acaba por ser um easter egg e pouco mais, a personagem quase não e desenvolvida sendo apenas um adorno estetico. Hoult encaixa no lado humoristico e quase desligado que se quer para o personagem, funcionando pior como heroi de ação, Akwafina sente-se sempre desconfortavel neste papel.


O melhor - Os primeiros cinco minutos

O pior - O filme tornar-se num festival do absurdo


Avaliação - C-



Thursday, May 11, 2023

A Good Person

 Quando lançou Garden State, Zack Braff tornou-se numa das figuras de hollywood a seguir, quer como ator, mas também como realizador e argumentista. Com o passar do tempo a sua carreira nunca se confirmou, principalmente nestas duas dimensões, pese embora alguns projetos. Este ano surgiu com este drama, aproveitando a figura em alta de Pugh, mas novamente não entusiasmou a critica com o seu drama intenso de personagem. Comercialmente os resultados também foram muito modestos principalmente tendo em conta o valor em alta da sua protagonista.

Este é daqueles dramas simples, que não ficamos indiferentes, pese embora esteja longe de grande originalidade na abordagem, e mesmo seja muito idilio na redenção das personagens, é indiscutivel que o filme funciona do ponto de vista emocional e da forma como vai comunicando as emoçoes com o espetador, principalmente quando conduz a personagem central ao fundo, tudo é feito com intensidade.

O filme aproveita a intensidade e o bom momento de forma da sua protagonista, levando ao extremo de ambos os lados, embora tudo seja feito a um ritmo ligeiro, e mais que isso com mudanças de teor muito rapidas, mesmo que as mesmas sejam denunciadas e também previsiveis, levando o filme para uma boa comunicação com o espetador sem o deslumbrar.

Por tudo isto, e mesmo sublinhando que a tematica ou mesmo o estilo do filme seja mais do mesmo, é um filme que cumpre os seus objetivos, com bons personagens, principalmente na dualidade Pugh - Freeman, que nos transmite o que quer transmitir, mesmo que por outro lado ficamos com a ideia que tudo o que vimos não tem qualquer novidade.

A historia segue uma jovem que depois de ser a condutora de um acidente de carro que vitimou familiares do ex-namorado, entre num espiral destrutiva até que se reencontra com o pai deste seu ex-companheiro, tentando curar as cicatrizes de tal acontecimento.

O argumento do filme é previsivel e natural, mas isso não lhe retira a capacidade, de principalmente emocionalmente comunicar de forma facil com o espetador, na montanha russa de emoçoes que o filme se torna. Nao sendo fantastico sabe ter esse contacto.

Na realização Braff nunca conseguiu concretizar a originalidade e mesmo algum tipo de drama comedia que conseguiu nesse filme. A sua carreira foi a todos os niveis desaparecendo sendo que aqui tem algum merito na facilidade com que comunica com o espetador sem grandes riscos, embora não seja o filme que o consiga retirar da sombra.

No cast Pugh esta em boa forma e o filme utiliza isso ao maximo nos extremos da sua personagem. Nao e a melhor composiçao da atriz, num papel escrito para brilho total, mas funciona, principalmente nos momentos com um Freeman sobrio para esta idade.


O melhor - A forma de comunicação emocional do filme.

O pior - Acaba por ser um filme ja visto


Avaliação - B-



Paint

 Owen WIlson foi durante muitos anos um dos habituais atores de comedia de estudio com mais intenção financeira do que critica. Com o passar dos anos e perdendo algum espaço no genero eis que temos assistido a algum maior risco como é o caso deste pequeno filme independente com um estilo muito peculiar. Quem visse o trailer pensava que seria um triunfo critico de WIlson que acabou por não ser, já que resultou em avaliações medianas e comercialmente muita pouca força num filme para minorias.

Paint e um filme artistico, bem realizado, com uma toada absurda que acaba por ser um estilo irreverente quase hippie que o filme quer dar esteticamente a tudo a sua volta, e neste particular funciona. O grande problema do filme é o estranhíssimo argumento de comedia do insolito que nunca consegue ter qualquer profundidade e pior que isso qualquer tipo de graça natural.

Fica a ideia que o filme quer ser tão insolito esteticamente e mesmo em alguns apontamentos circunstanciais da personagem que abandona a coesão ou mesmo o argumento em si, que parece uma reta onde pouco ou nada faz sentir as personagens que parecem, elas próprias anestesiadas com o estilo estetico que o filme quer adotar, mas acaba, pela falta de força do argumento por se tornar quase inocuo.

Ou seja uma comedia independente que leva WIlson um pouco as suas origens de uma comedia non sense que muitas vezes era tão insolita que se tornava engraçada, mas muitos anos depois e de muitos outros terem feito com alguma maior qualidade outros filmes do genero. Fica a noção que e um desaproveitar do conceito estetico num argumento que quase não existe.

A historia segue um conceituado pintor apresentador de televisão, que causa fascinio a todos com quem interage até que surge uma competição no modesto canal, que o faz ir à procura de outros significados para a sua vida.

E no argumento que residem os maiores problemas do filme, a maior parte deles causados pela falta de graça natural das situações que o filme cria com esse ambito. No resto uma frouxa historia de amor e traição, e a tentativa de atingir um ponto artistico para alem da fama.

Na realizaçao do projeto Brit McAdams tem um trabalho esteticamente interessante, original, que encaixa naquilo que ela vai procurar do filme, pena é que o argumento nunca acompanhe, e danifique um bom cartão de visita estetico do realizador.

Wilson e um caso de estudo, as suas personagens sáo repetitivas, as suas limitações mais que muitas e aqui tudo esta presente, restando o absurdo estetico que muitas vezes tem, aqui sublinhando com um cabelo surreal. O filme é dele com pouco espaço para os secundários quase desconhecidos.


O melhor - O filme tem cuidado estetico

O pior - Argumento


AValiação - C-



Monday, May 08, 2023

Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves

 Vinte e três anos depois da primeira tentativa de dar vida a esta saga literária e de jogos de computação, que se tornou num floop total eis que surge uma nova tentativa de rentabilizar comercial o produtor, com outro tipo de meios, desde logo comercialmente com mais efeitos, com um elenco de primeira linha com muita gente em boa forma principalmente na tv, e uma abordagem mais descontraida, com toques humoristicos. Criticamente as coisas correram bem com avaliações muito positivas, principalmente comparadas com o primeiro filme. Comercialmente os resultados foram mais medianos, principalmente tendo em conta o elevado investimento, mas a publicidade negativa do primeiro filme não foi uma grande ajuda.

O primeiro ponto que melhor funciona no filme é a irreverência humoristica do filme, que parte não só nos dialogos e no excesso de momentos sem grande sentido, mas também na propria montagem fora da caixa que da ao filme uma roupagem propria de quem quer fazer um filme descontraido de ação e magia para toda a familia, e nisso o filme funciona.

O problema maior do filme estará presente porque talvez a historia de base da saga está longe de ser apelativa, diferenciadora, independentemente de quem a realize ou protagonize. E um filme sobre fantastico com uma base igual a tantas outras, que no final na sua conclusão tem algum destaque, mas fica a ideia que os elementos misticos não são muito interessantes e acima de tudo que o filme necessitava de mais originalidade na mensagem,

Ou seja apesar de em termos de roupagem o filme ter conseguido a obra possivel de entertenimento com base na premissa, fica a ideia que ja vimos projetos de Hollywood mais conseguidos e com mais futuro. Claramente parece daqueles objetos que surpreende pela ousadia comica e pela comparação brilhante quando comparado com o seu antecessor, mas que se tornara inferior com a continuidade do franchising.

O filme fala sobre dois ladrões que atraiçoados por um antigo companheiro formam uma equipa de forma a recuperar um tesouro perdido e a filha de um deles, mas que afinal poderá ter um objetivo bem maior.

No que diz respeito ao argumento temos um filme que tem uma historia conhecida limitada, mesmo a explorar o fantastico, mas que no humor e na abordagem de todo o filme tem as suas valências funcionais e nisso fica a ideia que principalmente no humor o argumento funciona,.

A dupla de realizadores do projeto Daley e Goldstein tem sido agradaveis surpresas em comedia de estudio, pela irreverência e aqui abraçam o lado mais de ação e de grande produçao. Fica a ideia que o filme é terefeiro, que lhe falta alguma dimensão mais artistica, com algum abuso de digital, mas com alguns truques de originalidade comica que ficam bem, numa dupla talhada para comedia.

No cast um conjunto eficiente de atores, sem brilhante. Pine e um razoavel ator de comedia e ação, sem grandes segredos ou valencias, Rodriguez da o lado duro que o filme quer, sem mais, e no restante figuras conhecidas com personagens simples.


O melhor - O lado comico do filme.

O pior - A historia de base e limitada para um grande filme


Avaliação - C+



Saturday, May 06, 2023

Champions

 Quatro anos depois do cinema espanhol ter dado uma refrescante comédia sobre inclusão, filme que ganhou o mais conceituado galardão do cinema espanhol, eis que os EUA, e a máquina de Hollywood pegou no projeto para lhe dar a roupagem norte americana. Com algumas exigencias assumidas, como o filme ter interpretes com deficiencia mental como protagonistas e não poder alterar o final eis que surgiu este filme que em termos criticos ficou pela mediania total, muito por culpa do filme original ser ainda muito recente, sendo que comercialmente os resultados ficaram aquem, principalmente se pensarmos que se trata de um filme para toda a familia,

Sobre o filme podemos começar por dizer que a historia é moralmente interessante e a opção por atores efetivamente com os problemas dos personagens torna o filme emocionalmente impactante, mesmo que na maior parte do tempo o filme seja uma comedia ligeira sobre vontade e sobre prespetiva, onde o final, muito bem petrificado pelo autor do filme como aspeto a não mudar salienta.

Claro que é um filme obvio, muitas vezes utopico na sua simplicidade, que nos dá uma historia romantica que na essencia não é propriamente interessante, que a personagem principal tem aquela redenção exagerada de uma forma abrupta, mas isso não tira ao filme o ponto onde me parece que ele é mais eficaz que é no coração entre todas as personagens do primeiro ao ultimo minuto.

Assim, não sendo um filme totalmente maduro, sendo um remake de um filme que acabamos de ver, parece importante pela mensagem que o filme assume que HOllywood conduza esta mensagem a mais gente com a força da sua maquina, sendo fiel ao original, num filme que mais do que o que vimos, que é um tipico filme de desporto de domingo a tarde tem uma mensagem muito concreta que passa.

O filme fala de um treinador de basquetebol profissional, na maré baixa da sua carreira que após um acidente tem que ir treinar uma equipa de basquetebol com jogadores para olimpicos com sintomas essencialmente associados a atrasos cognitivos.

Em termos de historia o filme tem na narrativa o tipico filme de desporto, no lado dos apontamentos do tema, trata tudo de uma forma suave, não querendo muito drama mas acima de tudo um tema ligeiro que quer fazer chegar a mensagem, sendo o fim o epicentro da mensagem.

Bobby Farelly separou-se nos ultimos tempos do seu irmão, o qual tem conseguido maior sucesso principalmente com Green Book e acabou por permanecer na comedia de estudio e na televisão. Acaba por ter aqui um filme simples de estudio onde o maior elogio acaba por ser na simplicidade da integração de tantos atores no projeto.

No que diz respeito ao filme, o personagem encaixa perfeitamente no lado mais ligeiro de Harlesson que acaba por construir uma dualidade de carreira que funciona e o aproxima do grande publico. Nos secundarios Olsen tem aqui mais tempo numa carreira totalmente dedicada a televisão, embora nos pareça com atributos para mais tempo.


O melhor - A mensagem.

o Pior - Um remake demasiado cedo


Avaliação - B-



Friday, May 05, 2023

Mafia Mamma

 Toni Collette tem uma carreira algo estranha já que consegue sempre imprimir alguma qualidade principalmente na sua carreira na televisão, mas a sua carreira no cinema tem sido pautado por filmes de segunda linha pouco ambiciosos. Esta comedia acabava por ser mais do mesmo neste segundo plano, criticamente votado a uma indiferença total e comercialmente pouco ou nada relevante, mesmo com a presença sempre notada de Monica Belucci,

SObre o filme temos uma alegada comedia negra que falha em diversos pontos, desde logo porque o choque de narrativas não torna o filme tão engraçado como o mesmo espera que tornasse, já que nos parece que claramente Collette não e uma figura de comedia, e mais que isso, o filme parece sempre pouco ambicioso num estilo de humor quase sempre disparatado.

No lado mais violento o filme é dual, ora tendo um registo extremamente familiar de comedia de segunda linha quer numa agressividade quase descontrolada que não dá ao filme um estilo proprio, mas mais que tudo um filme que exagera nesses momentos mais sanguinários sem que isso seja propriamente benéfico para o resultado final do filme.

Assim sai claramente um mediocre filme, que nos faz questionar muito a gestao de carreira de uma Toni Colette com talento e intensidade mas que aposta em comedias com pouca qualidade para preencher a sua carreira, num filme que nunca consegue ser curioso, pouco congruente e acima de tudo pouco engraçado.

A historia segue uma dona de casa americana que apos descobrir que e traída viaja para a italia para o funeral de um avô percebendo que herdou uma familiar mafiosa com muitos riscos, e muito por onde gerir.

No argumento a a base é disparatada mas a concretização não funciona principalmente porque em termos humoristicos a formaula utilizada está longe de provocar grandes momentos cómicos, sendo que tudo o resto acaba por ser mais absurdo que curiosos.

Na realização Hardwicke foi no inicio da sua carreira alguém a ter debaixo de olho que depois do seu maior sucesso, Twilight" desapareceu tendo uma carreira preenchido com filmes insignificantes de segunda linha, em que este é mais um apenas onde o talento que demonstrou no inicio da sua carreira está totalmente ausente.

No cast Colette tem recursos, mais dramaticos e de grande intensidade do que propriamente em termos comicos onde acho que fica sempre um pouco desaproveitada, principalmente quando tem o filme so para si, e não utiliza os seus atributos.


O melhor - E um filme sem grandes ambiçoes.

O pior - A forma como Colette desaproveita



algum talento neste tipo de registos


Avaliação - C-

Thursday, May 04, 2023

Fear

 Janeiro é sem duvida o mês talvez menos interessante do cinema em termos de qualidade ja que as salas continuam a ser preenchidos por candidatos aos Oscares lançados anteriormente e os projetos são normalmente ou as sobras dos estudios ou filmes de terror a tentar ganhar espaço. Um dos filmes que encaixa neste segundo ponto foi este Fear. O mesmo foi criticamente um desastre, dentro de um descalabro que muitas vezes acontece no genero, mas também comercialmente onde a expansão surpreendente e a falta de figuras conhecidas levaram o filme a um previsivel desastre comercial.

Sobre o filme podemos dizer que Fear tem todos os defeitos que um mau filme de terror acaba por ter, começa com uma premissa confusa entre o lado sobrenatural, que mistura a pandemia e personagens no minimo peculiares, e mais que isso esconde o terror durante uma hora adormecendo o filme tentando dar dimensão a personagens desinteressantes em vez de se assumir como um basico filme de terror.

Estas escolhas faz com que tudo seja um desastre, as personagens tentam esconder tanto delas, ou são tão mal caracterizadas que não deixam qualquer tipo de possibilidade de desenvolvimento, a intriga e confusa, e pior que isso o terror ou o impacto das imagens apenas aparecem a segundos e completamente desconetados do restante do filme.

Por tudo isto Fear e um exemplo do pior que por vezes o cinema de terror surge, ficando mesmo a ideia que e nos pontos mais indiferentes que o terror mais funciona como na forma sinistra com que o personagem principal surge, ou no espaço, ja que quando quer assustar o filme nao consegue.

A historia fala de um conjunto de personagens que em plena pandemia viaja para um alojamento rural para festejar o aniversário de um dos elementos ate que algo relacionado com os medos individuais de cada um começa a matar um a um associado ao passado do espaço.

No argumento reside quase todos os problemas do filme, desde logo as personagens, desinteressantes e demasiado estranhas, negativamente falando. A premissa é confusa, tirando impacto a historia e humor nunca tenta ter.

Na realizaçao do projeto Deon Taylor e um realizador afro americano assodiado a policiais de baixa qualidade que tenta no terror ter o sucesso que nunca conseguiu no genero habitual, e falha, porque o filme é confuso, porque não consegue imprimir o ritmo e estetica de terror quando o filme exigia por completo isso.

No cast um conjunto de desconhecidos que continuaram a ser ja que parece que devido a pouca qualidade das personagens todos acabam por estar desconfortaveis com os seus papeis, num dos piores cast e personagens que tenho memoria nos ultimos anos.


O melhor - A insignificancia que o projeto se tornou

O pior - A forma como o terror teima em lançar produtos pessimos como este


Avaliação - D-



Scream VI

 Scream é talvez o franchising de terror juvenil mais famoso das ultimas decadas, que teve inicio ainda na decada de 90 pela mão de Wes Craven, mas que foi tendo as suas sequelas, remakes e mesmo series com maior ou menor sucesso. Nesta nova roupagem com novas personagens surge aqui a sua primeira sequela, sempre com o cinema como pano de fundo. Criticamente este novo episodio de Scream conseguiu boas avaliações, algo que já outros filmes tinham conseguido. Do ponto de vista comercial Scream voltou a ser funcional, principalmente apostando no bom momento comercial da sua protagonista Jena Ortega.

SObre o filme podemos dizer que o filme está orfão da sua figura maior, ja que Neve Campbel ficou de fora desta sequela, sendo apenas Cox a regressar. O estilo do filme é o mesmo com muitas alusões ao passado das personagens e aos filmes anteriores, mas também ao estilo do cinema de terror. Depois o filme fruto de já ir em seis filmes acaba por ser algo previsível nos avanços e recuos e isso acaba por ser fruto da tradição.

UM dos aspetos onde o filme acaba por ser algo diferente acaba por ser a violência, temos um filme graficamente mais sanguinário, sem que isso seja trabalhado do ponto de vista artístico. Fica a ideia que em termos de originalidade de abordagem o filme não é propriamente rico, algo que já não tinha acontecido nos filmes anteriores, e isso acaba por tornart Scream, mais do que algo um filho das grandes produções.

Ou seja um filme igual a muitos que foram sendo feitos no Scream com pouco risco em termos da base narrativa que foi sendo construida, e tendo em vista ir de encontro aos objetivos minimos da saga, talvez com mais sangue e pouco mais. Não e claramente um filme vetor da saga abrindo a porta para outros que se seguem com estas personagens ao leme.

No que diz respeito ao filme, o mesmo segue principalmente o filme anterior, com as personagens de base do filme anterior com novas mortes na rede de ligação dos mesmos, e acima de tudo a necessidade de descobrir quem esta por trás deste novo Ghostface.

O argumento do filme vai de encontro aquilo que os filmes anteriores fizeram, na ligação da historia mas tambem nos momentos mais descontraidos de humor cinefilo. Na base narrativa o filme acaba por ser previsivel, e isso nem sempre acaba por relevante no espectro geral da saga

Na realização foi entregue a batuta a uma dupla de realizadores que já tinha estado ao leme do primeiro filme desta nova roupagem. Em termos de estilo o filme tornou-se mais violento, mas não mais artistico assumindo claramente um lado de estudio que não e propriamente rico para o desenvolvimento das carreiras.

Em termos de cast podemos dizer que as novas condutoras desta saga Barrera e Ortega tem encaixe no estilo das personagens, sendo que a última acaba por estar num lado mais forte comercial que o filme não aproveita por completo. No que é acrescentado pouco, os secundários são quase inócuos


O melhor - A tradiçao ser mantida no estilo.

O pior - Fica a ideia que se trata de um filme mediano no estilo


Avaliação - C+



 

Wednesday, May 03, 2023

Jesus Revolution

 Nos ultimos anos o cinema de pendor cristão tem ganho algum protagonismo, principalmente comercial já que em termos criticos este tipo de produtos tem tido alguma dificuldade, muito associado a argumentistas, atores e realizadores de segundo plano. Este foi a aposta inicial e mais forte do genero para . Em termos criticos os resultados foram medianos, mas mesmo assim ligeiramente melhor do que outros projetos conseguira. Em termos comerciais os resultados foram bastante capazes principalmente nos EUA:

Sobre o filme podemos dizer que e o tipico filme cristão, sobre crença, fé e redenção das personagens, algo que e comum a quase todos os filmes do genero, os quais acabam por ser sempre básicos, idilicos e realizados de forma bastante simplista. Aqui temos um filme baseado numa historia real, numa epoca muito propria, mas o filme acaba por ser mais do mesmo, e acima de tudo acaba por transmitir os valores religiosos de uma forma vazia.

Outro do problema do filme, é que as personagens são tão esteriotipadas que não as conhecemos, principalmente dois dos vetores, como Lonnie e Chuck. O filme tenta ter uma emotividade que nunca passa para o lado do espetador, e as duas horas acabam por ser propaganda religiosa algo mal trabalhadas, mas que vai tendo alguma aceitação comercial.

Por tudo isto Jesus Revolution e o apontamento catolico do ano, nas mãos do realizador que mais sucessos tem neste genero mas que acaba por ser o lado cinzento do cinema que todos os filmes vão tendo. Nota-se a tendencia de aproximar em alguma ligeireza os temas junto dos jovens mas parece claro que isso nem sempre acontece, e o filme é uma obra claramente cinzenta.

A historia segue um conjunto de jovens proximos do movimento hippie e a forma como se juntam a uma igreja mais conservadora para fazer chegar a mensagem junto dos mais novos, unindo a fé e a arte.

O argumento é um conjunto de valores e acima de tudo o sublinhar da religião, numa historia básica, com personagens quase inexistentes e um estilo monocordico e acima de tudo um desenvolvimento narrativo longo para um final pouco emotivo.

Na realizaçao Erwin principalmente é uma das figuras maiores deste tipo de cinema, mesmo com um estilo pouco original ou artistico, tem um estilo de emoção, mas neste caso sabe a pouco, principalmente porque o projeto foi pensado para ser uma bandeira no genero.

Este tipo de filmes nunca conseguiu chamar atores de primeira linha, Courtney foi um ator juvenil de algum sucesso que náo teve continuidade e tenta aqui sobreviver num filme com algum mediatismo, embora num papel quase nulo, o mesmo para Gramer, longe do sucesso de outros tempos que o tornou numa referência de Hollywood.


O melhor - Os valores da redenção sao sempre positivos


O pior - A falta de criatividade de todos estes projetos


Avaliação - D+



Life Upside Down

 Seria obvio que a época estranha que vivemos nos últimos anos iriam dar origem a diversos filmes, umas com maior produção que outras de forma a debruçar sobre os diversos pontos de Covid 19. Este foi um dos projetos menores, estreado em Janeiro com a estrutura tipica de personagens com os seus proprios conflitos. O filme criticamente passou por alguma indiferença e em termos comerciais foi um autentico floop principalmente pela presença de um ator com algum valor comercial atual.

Sobre o filme temos um filme igual a muitos outros sobre o Covid, com personagens com um passado cujo Covid conduz a uma seria de definições. O filme tem o problema da maioria dos filmes sobre esta tematica, a capacidade de manter o ritmo, e acima de tudo porque o tema ainda está a quente para fornecer prazer cinematografico a quem o ve.

O filme tem uma estrutura simples sobre a definiçao de relações em Covid  quer em aproximação, quer em afastamentos, o filme tenta ainda abraçar aspetos como dificuldades financeiros da situação, mas nunca entra a serio nelas, acabando por ser um filme simples sobre personagens, ligeiro e acima de tudo previsivel.

Ou seja um pequeno filme covid, que tenta tocar nos pontos e dificuldades da epoca que vivemos, mas o faz pela rama, sendo quase uma especie de comedia romantica de tema ligeiro, sem graça e sem drama onde o Covid e o ator principal, mas fica claramente a ideia que os filmes mais fortes sobre o que passamos vira mais a frente.

A historia segue três pessoas que se conhecem numa galeria de arte com relações muito particulares, que tem que lidar com as suas reaçoes individuais as quais vão se mutando ao longo do aumento do periodo de isolamento.

EM termos de argumento o filme é simplista, tenta em tocar em diversos pontos associados ao Lock Down, mas acaba por não ir a fundo em nenhum. Se em termos de dinamicas amorosas o filme até acaba por ter alguns pontos que funciona, embora de uma forma muito superficial, previsivel e sem ritmo.
Na realizaçao Cecillia Miniuchi é uma desconhecida que tem aqui talvez o seu trabalho mais visivel, o qual acaba por ser simples, sem grandes rodeios, com pouco orçamento. Nao e daqueles filmes que fica no olho pela sua realização, sendo apenas mais um filme Covid.

No cast temos um Oderink em forma, principalmente em televisáo, que tenta aqui ter alguma  visibilidade no grande ecrã, mas que me parece ser mais do mesmo no seu estilo habitual. Mitchell tenta ganhar aqui algum conceito que foi perdendo, e Houston e uma figura que se torna apenas um adereço.


O melhor - Lembrar um Covid que parece distante

O pior - A forma como o filme fica sempre pela rama


Avaliação - C-