Sunday, December 22, 2019

Judy

Desde o momento em que este biopic sobre os ultimos dias de Judy Garland foi anunciado se percebeu que o filme poderia conjugar alguns dos problemas da exigencia de hollywood e a forma como a mesma desde cedo acabou por ser determinante na vida dificil do astro do cinema. O filme que estreou com alguns objetivos de premios, foi moderadamente bem recebido pela critica sendo que todas as ambições de premios se resumem a Renee. Ja no que diz respeito em termos de valor comercial para um filme que inicialmente teve pouca expansao os resultados foram excelentes talvez por ainda estar bem presente o mito da atriz.
Sobre o filme podemos dizer que e um biopic pensado num momento proprio final da atriz, embora consiga reunir alguns dos elementos dos anos primeiros da sua carreira e a forma como tudo ficou associado a esses primeiros anos. Nao e um filme particularmente original na abordagem, seguindo o lado mais tradicional dos biopics, dando a prevalencia a interpretaçao e do maneirismos de Zelweeger que levam o filme para o seu maior patamar.
Pensamos que no que diz respeito as razões dos problemas pese embora o filme toque ao de leve nas mesmas um filme sobre os primeiros anos de Judy poderiam mesmo ser um verdadeiro aviso aos perigos da industria e uma auto critica bem mais assertiva sobre os perigos de uma industria dominada por homens e onde a beleza e um ponto fundamental.
Ou seja Judy vale mais pelos promenores, aqui principalmente a personagem a sim, os acontecimentos e as interpretações do que propriamente o filme se torna enquanto conteudo isolado. Pese embora tal facto parece-nos claro que e um dos filmes a ver do ano, muito por culpa de um excelente desempenho da sua protagonista.
O filme traz nos os ultimos tempos da vida de Judy Garland concretamente quando esta se muda para Londres para uma serie de concertos que demonstram bem as suas fraquezas numa altura em que a sua carreira e vida pessoal estão longe de estar no melhor.
No que diz respeito ao argumento temos mais que tudo um filme que tenta detalhar os ultimos tempos de uma vida publica, com o estilo proprio de um biopic deste genero. O filme nao quer fugir a polemicas mas nao quer comprar guerras e ai talvez podesser mais audacioso dando mais tempo de antena aos anos de ouro da atriz.
Na realizaçao Rupert Goold e ainda um novato em hollywood pese embora o seu primeiro filme tenha tido alguma atençao da critica. Em termos de abordagem o filme não arrisca muito, e fica a noção que numa vida em que parte foi passada em Oz o filme poderia ser mais arriscado.
No cast falar do filme e acima de tudo falar de Zelweger, a actriz acaba por nos dar um papel total do primeiro ao ultimo minuto, com drama, interpretação e capacidades vocais e um daqueles filmes que fica relacionado a sua interpretaçao. Nao sei se vai valer oscar, mas e claramente do melhor que vimos este ano.

O melhor - Zelweeger

O pior - Fica a ideia que os primeiros anos mereciam mais atenção

Avaliação - C+

Saturday, December 21, 2019

Lucy in the Sky

Todos os anos existem filmes pensados para a temporada de premios que se posicionam em festivais proprios para essa publicidade mas que rapidamente se percebe que vao ter o efeito contrário e se vao tornar autenticos desastres criticos. De todos os filmes que se lançaram o que melhor encaixa neste procedimento foi este filme sobre uma astronauta que foi a lua e regressou diferente. Criticamente o filme foi um desastre com avaliações muito negativas, o que resultou ainda num percurso comercial pessimo.
SObre o filme podemos dizer que a base ou a historia parece-me que tinha muito por onde funcionar, no que diz respeito ao relate do ajuste a um feito extraordinario. Aqui o filme parte de uma base ou um objetivo que me parece sinceramente funcionar e que poderia resultar num bom filme, contudo acaba por não o ser muito por culpa de ficarmos total sensação que a realizadora nunca encontra a estrada da comunicação do filme.
Se em termos de personagem até acho que o filme é competente, já que nos da um lado perdido de uma Portman em boa forma, nos secundarios o filme nao existe, limitando-se a intercalar momentos de um filme adormecido com cenas onde parece querer adquirir um valor estetico e ideologico que sinceramente ou filme tinha sobre o seu todo, ou assim colado nao faz qualquer sentido.
Ou seja um filme que nos conta uma historia tipo do preço a pagar pelo extraordinario, mas que se centra demasiado numa boa personagem deixando para segundo plano outros aspetos que poderiam ser mais potenciados como os conflitos familiares ou mais que isso a forma como o conflito interno da personagem poderia ter outro impacto nas suas açoes.
A historia fala de uma astronauta que depois de ter estado no espaço regressa a casa, onde se sente uma pessoa diferente tendo dificuldade em regressar as suas rotinas do dia a dia, principalmente em termos conjugais colocando todo o foco em regressar ao local onde foi feliz.
Em termos de argumento mais que uma boa historia o filme nao consegue ter um bom argumento porque nao consegue definir para si as linhas orientadoras. Isso denota-se na forma como evolui bastante a personagem central mas as restantes desaparecem no filme.
Na realizaçao o filme marcava a estreia de Noah Hawley no cinema depois de ter estado associado a series de sucesso como Legion e principalmente Fargo. A realizaçao é desiquilibrada mais que qualquer coisa, tendo momentos em que parece que se quer fazer algo diferenciador, com outros onde deixa o filme se adormecer.
No cast Portman consegue ser intensa numa boa personagem e acaba por ser o que de melhor o filme tem na comunicaçao com o espetador. Hamm e igual a si proprio num papel algo redutor e Stevens basicamente nao existe naquilo que é o desenvolvimento do filme.

O melhor - A personagem central

O pior - O desiquilibrio no restante do filme, principalmente ideologico

Avaliação - C

Friday, December 20, 2019

Zombieland: Double Tap

Dez anos depois desta comedia de ação com Zombies ter sido uma das sensações do ano, surge a sua sequela com o mesmo grupo, embora Breslin se tenha tornado entretanto uma adulta e o lado mais infantil tenha sido perdido. Em termos criticos este segundo filme ficou ligeiramente aquem do primeiro com avaliações bastante mais medianas. Comercialmente os resultados foram basicamente os mesmos, o que com o sucesso do primeiro filme sabe claramente a pouco.
SObre o filme podemos dizer que é uma sequela natural do primeiro filme, dando destaque total ao lado humoristico e ironico das suas abordagens. O filme sem ter um argumento de base muito competente consegue funcionar acima de tudo pela graça do seu humor, e por algumas abordagens de realização, numa comedia soft, que tras o melhor que o estilo Harelsson e principalmente EIsenberg podem trazer em conjugação.
COmo no primeiro filme parece que a logica esta ausente do filme, mas isso acaba por ser uma otima solução para o valor comico do filme. As situações e as regras pautam um filme quase sempre intenso e de ritmo elevado, ficando o concurso de morte mais original de zombie na retina como um dos momentos mais originais do filme.
O unico senão na reuniao do grupo acaba por ser a forma como a personagem de Wichita se molda a algum crescimiento que entretanto Stone foi tendo como actriz dramatica, a personagem desaparece do filme e o seu lado mais sanguinario deixa o filme algo orfão quando comparado com o primeiro filme. COntudo e um filme que serve perfeitamente os seus propositos ser a originalidade do primeiro filme, já que se trata naturalmente de uma sequela.
O filme demonstra o mesmo grupo anos apos o primeiro filme, numa tentativa de se desenvolver perante pessoas. Columbus é rejeitado por WIchita. Little Rock decide que quer conhecer novas pessoas e desenvolve-se mais uma road trip por entre os mortos vivos.
Em termos de base do argumento ao ser um segundo filme, o lado introdutivo interessante para o crescimento das personagens desaparece, dando luz a um segundo elemento que se trata o valor comico das piadas onde o filme e claramente mais funcional.
Desde o primeiro filme muito se esperou da carreira de Fleisher que até a presente data apenas com ZOmbieland conseguiu o sucesso. TOrnou-se num realizador de comedias de açao muito pouco aceites criticamente mas que o publico vai aceitando, mas longe do trajeto que lhe assumiram depois do primeiro zombieland.
Em termos de cast Eisenberg e Harrelson estao extremamente confortaveis nos papeis que encaixam perfeitamente no estilo de ambos enquanto actores. Breslin perdeu a graça como adulta, e Stone nunca se sente confortavel num registo que digamos deixou de ser o seu. Nas novas introduções algum relevo para a personagem tonta de Deutch

O melhor - O valor comico do filme.

O pior - A novidade do conceito ja nao existe

Avaliação - B

6 Undergound

Num ano em que a Netflix conquistou em pleno um espaço muito proprio na 7 arte, neste final de ano a produtora não se ficou pelos filmes para premios tendo também lançado este filme de ação pensado para o grande publico, ou não fosse o novo filme do Blockbuster mor, Michael Bay. Em termos criticos pouca novidade, a relação entr Bay e a critica não é a melhor e este filme marcou mais um capitulo nessa relação. Comercialmente penso que este é um filme que tem tudo para ser um sucesso da aplicaçao embora tenha sido lançado numa fase que os cinefilos apontam bateria para outro tipo de conteudo.
Sobre o filme podemos dizer que não sou nada fá da forma de realizar de Bay, o qual esquece total logica dos argumentos para tentar dar o maior evento de efeitos especiais que há memoria, pois bem neste filme temos mais do mesmo. Uma historia sem qualquer tipo de sentido ou coesão, uma serie de graçolas que é onde o filme ainda melhor funciona, e a tipica açao interminavel com efeitos e slow motions para todos os gostos, num exercicio de estilo de qualidade mais que duvidosa.
A ideia que fica e que Bay faz de proposito na forma como seca por completo o argumento dos seus filmes. Aqui temos uma serie de personagens com caracteristicas proprias sem historia, que aparecem em flashes, num argumento e montagem confusa, que nos leva unicamente a atenção para onde Bay é irrepreensivel que é nos efeitos e utilização massiva dos mesmos, já que no restante o filme é um deserto de ideias, onde apenas algum humor vai libertado o lado repetitivo do filme.
Ou seja temos mais uma obra de Bay, que ficara certamente na historia como um despredicio de dinheiro sem qualquer tipo de valor criativo, tendo no entanto a plena noçao que este tipo de registo funciona bem no estilo desejado e do publico para o qual é direcionado.
A historia fala de um grupo de pessoas que se reune em torno de um bilionario dado como morto, que tem como objetivo capturar e tirar o poder a um ditador de um pais, de forma a substituir pelo irmão o qual parece ser a melhor soluçao para o seu povo.
Em termos de argumento na base o filme é um deserto de ideias, um conjunto de pontas soltas, pouco trabalhadas, e um cliche total na narrativa central. Fica a apenas algumas graçolas e curiosidades que funcionam do ponto de vista humoristico, mas para uma produçao tao cara isso e sabe a muito pouco.
Bay tem uma realizaçao muito propria. Nao gostando do estilo é obvio que ele tem uma assinatura nos seus filmes, de takes curtos e slow motion, e dar total primazia aos efeitos especiais. Este filme é Bay na sua essencia.
No cast temos um conjunto de atores de segunda linha capitaneados por um Reynolds com uma personagem a seu gosto, num misto de açao e comicidade que funciona bem e tem pintado a sua carreira depois do sucesso total de Deadpool. Falta um vilão de peso e tudo o resto no cast.

O melhor - Algumas graçolas

O pior - A sensação que Bay queima dinheiro

Avaliação - C-

Monday, December 16, 2019

Doctor Sleep

Volvidas decadas depois de Kubrik ter supreendido o mundo do cinema com o seu terrorifico Shinning, eis que surge a sequela, novamente escrita por Stephen King, e com a direção a ser entregue a Mike Flannagan realizador de cinema e televisao apostado em devolver algum conceito ao terror. Criticamente as coisas nao foram brilhantes para o filme, embora fosse fiel ao estilo original. Comercialmente tendo em conta o inconico que se tornou o filme também não foi brilhante o percurso do filme.
Shinning e daqueles filmes que pelo estilo e principalmente pela realizaçao se tornou totalmente iconico. Este filme no estilo de realizaçao e principalmente na conjugação das imagens com o terror mantem esse carimbo embora tenha uma historia claramente mais reboscada mas que espremido acaba por ser muito pouco.
Alias ficamos com a sensação que o filme é extremamente longo para o seu objetivo principal que é conduzir todas as personagens para o hotel do primeiro filme, aqui o filme ganha substancia mais pela curiosidade de voltarmos a ver o lado visual de Shinning mais do que aquilo que realmente significa para um novo filme, que tem muita dificuldade em ser mais que homenagem ao primeiro filme.
Ou seja para aqueles que gostaram do filme de base temos um filme interessante do ponto de vista concetual, bem escolhido em termos de vilões, mesmo que a historia seja algo confusa, ou pouco interessante. Sobre naquilo que o podia rentabilizar mais que era os pontos de contacto com o primeiro filme.-
A historia fala de Danny Torrance ja adulto, ainda agonizado pelo seu passado, que devido as suas capacidades vai tentar ajudar uma poderosa menor dotada pelo "brilho" de um grupo de malvados que se alimentam desta habilidade.
Em termos de argumento na base existe uma tentativa de simplificar o conceito que funciona naquilo que realmente interessa. E um filme que numa fase inicial e demasiado confuso a colocar as cartas em jogo mas que percebe o que o publico espera no seu final.
Na realizaçao Flannagan teve sucesso principalmente no sucesso da sua serie de terror para a NEtflix, tem aqui um filme grande nas suas mãos, com um resultado interessante, principalmente na forma como consegue potenciar as sequencias finais proximas do primeiro filme. E um filme com o estilo dele, que o mesmo aproveita para ganhar alguma dimensao na setima arte.
No cast a escolha de Mcgregor penso que nao e brilhante. Parece-me atualmente um ator de recurso que tem dificuldade em nos dar prestações iconicas, algo que teve no inicio da sua carreira. Nos secundarios os maiores louros vai para uma Fergunson em boa forma, no lado negro do filme.

O melhor - A ultima meia hora cheia de memorias passadas

O pior - A confusao inicial do argumento

Avaliação - C+

Friday, December 13, 2019

The Farewell

Num ano em que a critica especializada parece ter descoberto e se apaixonado pelo cinema asiatico, um dos responsáveis maximos por esta aproximação foi esta comedia familiar chinesa, que acabou fruto da unanimidade critica a sua volta, tornar-se não só um fenomeno critico mas também um fenomeno de bilheteira nos EUA muito por culpa da mensagem de familia que passa.
Sobre o filme podemos começar por dizer que é um filme de costumes, somos conduzidos para as tradiçoes e para o modo de vida chines, numa familia que se espalhou pelo mundo ao mesmo tempo que temos um filme sobre personagens tentando ser familia apos a descoberta da doença do pilar de todos eles. Nesse particular o balanço entre a comedia e o drama do filme é muito bem feito sempre com a curiosidade de nos apresentar uma forma de vida.
The Farewell não e um filme grande, é um filme que acima de tudo funciona nas ligações, nas emoçoes, na forma como estas ao longo do tempo nos são partilhadas e escondidas, a forma como consegue conciliar sequencias de emoçao e desespero com insolitos culturais que nos fazem soltar uma gargalhada, que faz desta comedia familiar, um filme singular e acima de tudo bastante competente.
Claro que muitos poderão dizer que é uma historia de vida familiar igual a muitas outras, mas a originalidade não por si so exigida para um filme funcionar, a forma como se prepara os pontos fortes de um filme simples podem conduzir a que este tenha o reflexo desejado no espetador e este filme consegue isso com força.
A historia fala de uma familia chinesa espalhada pelo mundo, que se junta na cidade origem de todos para um casamento, que mais nao e um pretexto de se despedirem da avó a qual foi diagnosticada um cancro que lhe da poucos meses de vida, aproveitanto esse ponto para a despedida anunciada.
Em termos de argumento a historia é bonita na sua plenitude, tem emoção, originalidade e um balanço emocional entre os lados da ponte. Em termos de originalidade fica apenas o insolito de algumas situações.
Na realizaçao  Lulu Wang teve aqui um sucesso muito por culpa da vitoria do publico em Sundance. Mais que uma realizaçao de excelencia o filme consegue misturar a cultura ocidental fazendo-a entrar no lado chines e isso da uma experiencia bastante diferente.
No cast a opçao em exclusivo por atrizes chinesas funciona. Akwafina esta entre os melhores papeis do ano para todos os criticos, e realmente é a ponte do filme, com uma prestação adulta e intensa ainda que por vezes apagada pela sua companheira de cast Shzen Zhao, que e o coraçao do filme.

O melhor - O balanço emocional do tema no filme.

O pior - A historia de base e simples

Avaliação - B+

Thursday, December 12, 2019

The Wolf Hour

Estreado numa semana de novas experiencias no festival de Sundance deste ano, este particular filme pela data de estreia terá alimentado algumas esperanças de fazer alguma presença na temporada de premios. Contudo rapidamente estas esperanças acabaram por se dissipar, ja que criticamente as coisas não correram bem e comercialmente tem as condições todas para se tornar num filme praticamente invisivel do ponto de vista comercial.
Sobre o filme podemos dizer que o filme e pensado do primeiro ao ultimo minuto numa interpretaçao e na possibilidade de dar a Watts uma personagem que a levasse ao sucesso critico e quem sabe a corrida pelos premios. E apesar de ser sem sombra de duvida o que de melhor tem o filme e uma alavanca qualitativa e claramente insuficiente para fazer uma obra escura, nem sempre consistente resultar já que como a personagem e um filme que acaba por deambular em excesso.
O filme tem o lado contextual que é caotico e nos leva as personagens para as situações limite que o filme nos quer dar. Por seu lado o filme perde essencialmente porque nao explica em momento algum a razão da catastrofe emocional da personagem nem tão pouco dá-lhe linhas narrativas para explicar o seu contexto e a sua evoluçao, limitando-se a descrever interações com ou menos sentido da mesma ao longo de um espaço temporal.
Ou seja o ponto de partida espacial e mesmo temporal que permitia um filme claustrofobico no desastre contextual, perde-se numa personagem difusa, e que nem sempre consegue impregar no filme o caos organizado para fazer um filme como este resultar essencialmente junto do espetador.
A historia fala de uma ex- escritora famosa que faz uma retirada para a casa da sua avo situada num bairro social de um bronx destruido em pleno verão quente, com um serial Killer em açao. O filme demonstra a dificuldade social da personagem numa altura dificil para se viver solitario.
Em termos de argumento parece-me que o filme falha em dois pontos centrais, desde logo porque explica muito pouco a personagem central, e mais que isso porque nunca incute uma linha narrativa forte que segure o filme na sua duração. Nos elementos contextuais tudo está la para resultar mas nao os usa de forma conveniente.
No que diz respeito à realizaçao Blank Griffin tem um trabalho competente, principalmente na expressao visual do caos que acaba por funcionar no espectro que o filme quer dar de desorganizaçao. Nem sempre consegue incutir o ritmo esperado ao filme, e isso e um defeito de uma realização demasiado escura.
No que diz respeito ao cast, mesmo longe da sua melhor forma Watts tem um trabalho exigente que funciona na sua expressao emocional. Gosto particularmente dos momentos de uma das revelações do ano, ou seja, Harriso Jr, embora nem sempre a sua personagem tenha a antena devida.

O melhor - A imagem da desorganizaçao

O pior - O filme ser algo preso a um circulo sem grande evolução, porque esconde a personagem

Avaliação - D+

Wednesday, December 11, 2019

The Report

Desde o inicio do ano que este filme que foi lançado cedo no ano em alguns festivais, foi apontado como um possível candidato aos prémios. Criticamente o fervor inicial foi-se dissuadindo ou não estivesse aqui patente uma tematica complicada, e politica e que fratura a opinião publica. Do ponto de vista comercial este arrefecimento acabou também por não permitir uma grande estreia nos EUA, o que de alguma forma poderá ser alterada com o facto do filme ter conseguido uma nomeaçao para os globos de ouro.
Sobre o filme posso dizer que é um filme politico, uma avaliação ainda que parcial a atuaçao da CIA no pos 11 de Setembro. E um filme pesado, que toca no lado mais complidado do reinado Bush Cheeney, sendo o lado mais serio do que satirizou Vice. NEsse particular e um filme detalhado, denunciador, nem sempre fácil devido as condicionantes legais mas que funciona no impacto que quer ter e quem sabe merecia mais visibilidade.
Claro que é um filme parcial, que grande parte do tempo nos dá acima de tudo um dos lados da barricada, acabando posteriormente por dar pouco espaço ao seu contraditório. Na aplicação pratica do filme, pese embora algo circular o mesmo debate a fundo uma questão complicada, e mais que isso a forma como a politica ultrapassou entre si todas as barreiras que lhe foram colocadas.
Ou seja um thriller politico intenso, detalhado, inteligente, embora me pareça grande parte do tempo parcial, dá-nos uma boa versão de um dos lados dos factos bem como o poder associado a cada organização. Mais que um filme de personagens e um filme sobre algo que aconteceu, e que muitos gostavam que tivesse tido outra roupagem.
A historia fala de um inspetor do senado que entra na investigação das tecnicas de interrogatorio utilizadas pelo CIA apos um 11 de Setembro, tentando perceber o lucro ou a falta dele, na forma como foi seguido este estilo.
Em termos de argumento embora parcial temos uma historia detalhada, intensa, mas mais que isso é um filme que consegue criar o impacto de tudo o que ali está em causa, com os seus meandros politicos. As personagens nem sempre são totalmente trabalhadas mas a primazia ao acontecimento parece-me uma boa escolha.
Na realizaçao Scott Z Burns tem aqui a sua estreia como realizador depois de alguns argumentos em filmes que reunem a açao e a politica. Nao era facil num filme tao teorico ter intensidade e a realizaçao consegue isso. Os saltos temporais nem sempre acabam por ser perfeitos mas nao condiciona o efeito pratico do filme.
No cast temos um Adam Driver em boa forma, nao sendo um papel muito dificil, o ator funciona no registo de alguem convicto das suas ideias, deixando mais protagonismo para um Benning intensa, e que lhe valeu mais uma nomeaçao para um globo de ouro, e uma serie de actores secundarios compententes embora com personagens simples.

O melhor - A denuncia

O pior - Algo parcial

Avaliação - B

Tuesday, December 10, 2019

Playmobil: The Movie

Depois do sucesso instantaneo que se tornou o primeiro filme Lego seria uma questão de tempo ate outros brinquedos e formatos terem o seu proprio filme. O primeiro a avançar com o projeto foi o parente mais proximo da lego, ou seja a PLaymobil. COntudo os resultados foram totalmente opostos, criticamente foi um descalabro e pior que tudo comercialmente tornou-se num dos maiores flops da historia do cinema, algo que pode indicar que o original pode funcionar mas o restante tera dificuldades.
SObre o filme confesso que a mistura entre a animaçao e o Liveaction parece-me algo confusa principalmente nas transiçoes e os paralelismos, e facil porque torna o filme mais proximo de todos nos mas a mensagem proxima acaba por nao ser propriamente brilhante, muito por culpa de nao ter trabalhado em momento algum as personagens de base.
Outro dos pontos que parece nao funcional e o facto de rapidamente se esquecer das particularidades dos bonecos enquanto brinquedos, algo que Lego nunca faz, isso torna o filme uma animaçao onde em vez de bonecos temos o formato Playmobil numa viagem pelos seus diferentes universos sem nunca o filme abraçar uma historia ou algo que funcione como corpo narrativo do que quer contar.
Na falta de elementos da narrativa o filme tenta abraçar generos e falha primeiro porque em termos de humor nunca consegue na verdade ser engraçado e pior que isso no lado musical a escolha de interpretes para vozes torna tudo muito denunciado.
A historia fala de dois irmãos que brincam com PLaymobil, mas apos ficarem orfaos acabam por se afastar nesta atividade ate ao momento em que ambos entram para aquele mundo dos brinquedos numa luta pela sobrevivencia.
Em termos de argumento a ideia de base e na essencia aquilo que vimos em Lego Movie, mas com um fio narrativo completamente inexistente numa propaganda simples ao brinquedo. Onde o Lego funciona que e no humor este filme nunca consegue encontrar a melhor forma.
Na realizaçao tudo foi entregue a DI Salvo que faz um trabalho competente mas que perde os pontos fundamentais do brinquedo como as pernas nao dobrarem. A animaçao seria dificil e talvez so com uma produtora de primeira linha poderia nao ser desastroso.
No cast Taylor Joy foi uma escolha que pareceu interessante mas a personagem dela e inexistente assim como Bateman. SObre uma serie de vozes e cantores para secundario que servem apenas para alguma curiosidade e os momentos musicais.

O melhor - As expressoes faciais dos bonecos

O pior - A historia nao existir

Avaliação - D+

Monday, December 09, 2019

The Aeronauts

Felicity Jones e Eddie Redmeyne protagonizaram uma das duplas de maior sucesso no cinema moderno na sua ida ao cinema como Hawkings e a esposa, que resultou no oscar para o ator britanico. Pois bem o reencontro surgiu este ano a cargo de um realizador ingles em autentica zona de tiro para os premios. O filme contudo pese embora tenha sido bem avaliado nao teve o impacto suficiente para ser um verdadeiro candidato. Sobrava a vertente comercial onde as coisas tambem tiveram longe do sucesso.
SObre o filme eu confesso que por vezes não consigo perceber a razão pela qual um feito unico nas mãos do cinema acaba por ser um exagero disparatado que acaba por tornar absurdo a historia veridica e entusiasmante que esta a ser transmitida. Parece-me claro que o filme tem uma boa historia, e bem realizado, arrisca mas depois exagera tornado a personagem feminina num super homem com mais poderes do que o homem de ferro.
Percebe-se que o filme não consegue trabalhar o argumento para lhe dar mais que um funcional filme de ação, mas que do ponto de vista produtivo e estetico tem algum cuidado dando-nos boas imagens e algumas sequencias de açao, onde JOnes funciona bem. Fica tambem a ideia que rapidamente quando se tem Redmeyne ao dispor tem que se trabalhar a excentricidade das personagens que neste caso e totalmente escusada.
Ou seja um filme curto em termos de tamalho, que fica a ideia que cai no erro de tornar o brilhante no impossivel. Tecnicamente e um filme com louros esteticos mas fica a ideia que a historia com mais rigor e mais personagens no lado do argumento e com pes na terra na ambiçao de potenciar as personagens poderia dar um filme bem mais valioso.
A historia fala no projeto de um ambicioso cientista e de uma aeronauta em bater o record de altitude de um ser humano num balão, numa altura em que o feito significa muito mais do que o record que acaba por ser batido.
Em termos de argumento o filme pensa acima de tudo no prazer imediato do espetador, colocando de lado os dialogos de primeira linha ou grande desenvolvimento dos personagens. COmo entertenimento rapido funciona embora critique a abordagem demasiado james bond que faz do feito.
TOm Harper e um realizador que teve o maior sucesso em series mas que ja teve alguns filmes como realizador. O seu caracter estetico e a forma como o filme consegue unir a imagem a descoberta e interessante, sendo um dos bons apontamentos do filme, num realizador que me parece ter qualidade para funcionar num argumento mais capaz.
No cast eu gosto de Jones como heroina de açao, penso que tem recursos e qualidades interpretativas que permitem ser uma boa lider de filmes de açao e nao so. AO seu lado tem um Redmeyne que encontrou um boneco que funcionou e repete-o vezes sem conta colocando em duvida se ter a versatilidade para se tornar uma referencia em Hollywood, para ja nao me parece.

O melhor - Tecnicamente e um filme bonito

O pior - O feito nao necessitade de ser de um filme de açao de super herois para o ser

Avaliação - B-

Sunday, December 08, 2019

Freaks

O sci Fi mais relacionado com o cinema independente tem sido responsavel por alguns dos filmes mais surpreendentes dos ultimos tempos, principalmente porque sem a necessidade de um registo fulcral de bilheteira pode arriscar em guiões menos convencionais. Isso foi tentado neste pequeno filme que ganhou alguns festivais da especialidade do fantastico conseguindo avaliaçoes razoaveis. Por sua vez comercialmente a falta de figuras de primeira linha acabou por condicionar em toda a escala o resultado comercial.
Sobre o filme podemos dizer que o mesmo e ambicioso ao permitir que a sua personagem central esteja em diversos planos temporais do mundo e com poderes quase interminaveis torna o filme arrojado mas nem sempre na minha opiniao essa componente acaba por ser suficientemente forte para dar um filme diferente acabando o filme por se baralhar muitas vezes com todas as possibilidades que tem.
Por tudo isto parece-me que Freaks poderia ser um filme negro, envolvente mas que acaba por nao o ser muito por culpa de ser algo confuso nos seus principios ou nao os simplificar para poder dar ao filme o ritmo ou a envolvencia que se pedia, o que torna imediatamente o filme algo deconetado e algo mesmo aborrecido.
Ou seja fica apenas a ideia do caos que o filme consegue implementar na relaçao pai filha e pouco mais, parece-nos que num filme sem a exigencia de bilheteira poderia tornar-se bem mais capaz na comunicaçao com o espetador e tornar-se mais objetivo.
A historia fala de um pai que guarda em casa uma filha com super poderes que é preseguida pelo mundo. COntudo com o crescimento e ao aumentar a curiosidade pelo que esta la fora a busca de respostas começa a tornar um perigo.
No argumento o principio do filme e dificil mas poderia resultar de forma competente se tivessemos um trabalho objetivo. FIca a ideia que o filme é algo parco nessa linha e que o resultado final nem sempre funciona porque o filme nao consegue simplificar certos apontamentos do filme.
Na realizaçao deste filme temos um dupla de realizadores quase desconhecida associada ao sci fi independente que tiveram aqui o seu trabalho mais visivel. COm um filme de poucos meios a realizaçao e simplista e pouco arriscada, mas algum reconhecimento que este filme trouxe pode abrir novas portas no futuro.
Na interpretaçao temos um sempre intenso Dern que tem aproveitados estes ultimos anos para ganhar um conceito ate entao inxeistente. AO seu lado um Hirch que tem ganho algum impacto em termos de cinema independente embora nos pareça longe de ser um ator de primeiro plano.

O melhor - ALguns principios narrativos do filme.~

O pior -Nao conseguir simplificar procedimentos

Avaliação - C

Thursday, December 05, 2019

Artic Dogs

A netflix tem adotado em alguns casos uma estrategia algo estranho no que diz respeito à distribuição dos seus produtos. Ora lançou diretamente Klaus no streaming ora optou por uma estrategia completamente diferente para este filme de animaçao muito por culpa do cast de vozes. Contudo este tornou-se um verdadeiro falhanço em todos os sentidos, criticamente foi um dos filmes piores avaliados do ano, sendo que também comercialmente a estrategia falhou com resultados muito fracos, tornando-se no pior resultado de animaçao do ano.
Sobre o filme eu ate confesso que conjeturalmente o filme começa bem, o ambiente gélido permite-lhe ser carinhoso na definiçao do espaço, mesmo que rapidamente percebemos que o filme sera mais tonto do que racional, com algumas personagens a procura de um efeito comico imediato que acabam por nunca conseguir e que por isso o filme fica demasiado absurdo para funcionar. Nao so na ideia dos correios, mas no vilao e mais que isso no humor.
Ou seja em termos de valor de qualidade parece que o filme apenas consegue funcionar no plano estetico ao conduzir as personagens para o artico, aqui o filme consegue ser familiar e principalmente agradavel na sensação de espaço que acaba por desaproveitar com um argumento disparatado que até pode ter uma boa mensagem moral, mas que se perde numa abordagem demasiado ridicularizada do contexto.
Ou seja um filme de animaçao que segue o que de pior se tem feito no que diz respeito a um genero que sofre alguma crise de identidade. Nao deixa de ser curioso a Netflix estar no que de melhor e pior se fez neste terreno, numa abordagem mais concetual e nesta mais comercial.
A historia segue uma raposa do artico que tem como objetivo ser distribuidora de correio trabalho feito por caes fortes, de repente percebe estar no centro de um plano maquiavelico que pode colocar em causa a sobrevivencia da sua localidade.
O argumento do filme parte de um bom valor moral, mas nao o consegue traduzir minimamente num bom filme com boas personagens, um bom argumento nem tão pouco valor comico, por ser excessivo e algo caricaturado, isso acaba por tonar o filme essencialmente mais do mesmo que ja vimos noutros projetos de pouco sucesso na animaçao.
Em termos de realizaçao o filme Aaron Woodley e um realizador com pouco valor de animaçao que aqui ate começa bem na forma como caracteriza esteticamente a cidade onde tudo acontece mas que depois torna-se algo rudimentar. nao nos parece uma grande produçao mas nao e na estetica que o filme perde.
Muito se percebe da qualidade duvidosa de um argumento de animaçao quando a aposta e total nas vozes. Aqui temos atores de primeira linha que encaixam bem nas personagens mas nao conseguem salvar um guião pobre de si.

O melhor - A cidade onde tudo acontesse.

O pior - O humor disparatado

Avaliação - D+

Wednesday, December 04, 2019

Before you Know It

Existe uma serie de autores oriundos do teatro que normalmente tentam os seus projetos cinematograficos a grande parte das vezes interpretadas pelos mesmos. Este pequeno filme foi um desses filmes que compareceu na sempre competente montra de Sundance, com criticas razoaveis embora nao entusiasmantes. Em termos comerciais a falta de figuras de primeira linha acabou por limitar em muito a competencia comercial do filme.
Sobre o filme temos um filme familiar passado no mundo artistico que acima de tudo tenta perceber o que uma dinamica entre irmãs à procura do sucesso. O filme tem demasiadas pontas tipicas deste tipo de filmes independentes, principalmente no que diz respeito à excentricidade quase irrealista das personagens. O filme tenta adquirir um caracter ligeiro que nem sempre parece funcionar porque em termos humoristicos o filme nunca consegue ser empolgante.
Existe um ponto intimista que o filme funciona bem, e na contextualizaçao fisica do teatro de casa das personagens, a degradação, as dificuldades mas ao mesmo tempo o amor à causa estão bem patentes naquele pequeno local, o que torna o filme engraçado, sendo que os momentos passados naquele espaço dao o caracter intimo que é uma boa base para o filme mesmo que nem sempre consiga potenciar com o resto.
Ou seja temos aqui um tipico filme independente, que acaba por ser pouco empolgante, embora tenha bons momentos. Fica a ideia que talvez com outros atores o filme poderia ter sido mais convincente ou mesmo mais trabalhado no que diz respeito ao seu resultado final. Mas e sempre de louvar quando alguem abraça um projeto como este em todas as vertentes.
A historia fala de uma jovem argumentista que vive com o pai, irmã e sobrinha que tenta rentabilizar a peça do seu excentrico pai, o qual acaba por falecer e leva a mesma a ter de encontrar a famosa mãe e restruturar este relacionamento.
Em termos de argumento temos uma historia simples com personagens excentricas do mundo da arte, que acaba por ser algo estranho. E um filme nem sempre equilibrado que conjuga bons momentos com outros claramente menos fortes.
Na realizaçao temos uma boa escolha da residência e do espaço familiar contudo no restante parece-nos um trabalho simples, sem grande brilho, com o caracter intimista que a realizadora parece querer entregar ao filme do primeiro ao ultimo minuto,.
As escolhas para interpretaçao das duas argumentistas funcionam porque da a ideia que ambas vao para onde querem ir, embora com prestações demasiado pessoalizadas. Fica a indicaçao da bela pretação de Mandy Pantikyn, que merece algum destaque no filme.

O melhor - O cenario da casa e do teatro familiar

O pior - Demasiada excentricidade das personagens

AValiação - C

Tuesday, December 03, 2019

Hustlers

Hustlers foi uma das sensações deste Outono no cinema atual, ao misturar o lado mais comercial e fisico de Jennifer Lopes com o sub mundo da prostituição de luxo, numa historia veridica. Criticamente Hustlers foi uma das boas surpresas do ano sendo indicada mesmo como possivel candidato a premios. Comercialmente os resultados tambem foram muito positivos talvez porque a forma fisica de Lopez tenha chamado a atenção.
Sobre o filme podemos dizer que temos alguns momentos bem trabalhados, principalmente nas dinamicas dos clubes noturnos, da ligação entre as mulheres, de algumas sequencias bem realizadas e mais que isso na metafora que aquelas mulheres utilizaram para escolher as suas vitimas. Nestes pontos o filme funciona e acaba por ser interessante na sua comparação.
O problema e que no golpe em si o filme não consegue ter intensidade e mais que isso o filme acaba por deixar morrer o entusiasmo inicil. Tambem na linhagem temporal deveriamos ter mais reflexo do tempo nas personagens o que nao leva o espetador a perceber muito a forma como o tempo foi passando tratando-se nesse particular de um filme algo confuso nestes procedimentos.
COntudo tendo em conta que se trata de um assunto que nem sempre tem a sua atençao, o resultado e positivo, fica a ideia que conseguimos a espaços entrar no mundo destas mulheres e criar empatia, mesmo percebendo o errado de toda a sua atuaçao. O filme vai perdendo força mas e obvio que é muito melhor do que o esperado.
A historia fala de um grupo de mulheres de alterne que depois da crise de 2008 e com dificuldade em vender o seu produto decidem golpear homens da alta sociedade com aliciamento, e drogas para depois gastarem o seu cartao de credito.
Em termos de argumento o filme é basicamente interessante nos seus primeiros momentos, uma introduçao conjetural bem fundamentada, mas no golpe perde esse impacto, muito por culpa do nao crescimento das personagens, mesmo assim um filme arriscado que funciona.
Na realizaçao Scarfia tem aqui o seu filme mais mediatico que vale principalmente pelas sequencias de bar, onde adopta um estilo in loco muito presente, fica a ideia que por vezes poderia ter ido buscar mais irreverencia a outros filmes mas o resultado final funciona.
No cast a lideraçao e entregue a Wu que nos da uma personagem simples, sem grande dificuldade deixando ser LOpez a ter o mediatismo principalmente pelas sequencias de dança, terreno onde se sente bem. Pese embora os louvores parece-me que temos a Lopez de sempre a funcionar onde sempre funcionou

O melhor - A entrada num mundo ainda enigmatico

O pior - A forma como o filme deixa morrer onde deveria ter mais ritmo

Avaliação - C+

Monday, December 02, 2019

Abominable

A dreamworks parece nos ultimos anos ter desacelerado no que diz respeito a sua produçao de animaçao contudo este ano surgiu mais um projeto proximo de How to train your dragon mas agora com um abominavel homem das neves. Em termos criticos as coisas passaram ainda com alguma modestia tendo em conta o que de melhor se conseguiu no genero. Comercialmente parece que tirando projetos mais continuos a animaçao nao passa pelos melhores dias e este filme teve longe de grande sucesso.
Sobre o filme desde logo temos que valorizar a abertura da animaçao a outros contextos, algo que ja tinha sido efetuado em Big Hero Six e que agora continua pela mao da Dreamworks. O lado cultural e global das personagens e da sua cultura e bem introduzida nos primeiros momentos do filme, algo que devera ser valorizado.
QUando entra na açao em si o filme torna-se muito mais previsivel e vulgar, com uma personagem do imaginario longe de ser muito desenvolvida quer narrativamente mas principalmente tecnicamente o filme depois tem os perceitos morais tipicos dos filmes de animaçao e torna-se mais do mesmo, num terreno que necessita urgentemente de novas formulas.
No final um filme vulgar, que fica a ideia principalmente pelo inicio que poderia ser mais proativo se trabalhasse mais a universalidade cultural. Rapidamente se torna num filme de açao com pouco humor ou curiosidades e isso sao normalmente elementos chaves para fazer a animaçao resultar.
A historia fala de uma jovem que sonha em viajar pela CHina que de repente percebe que no topo do predio onde vive reside uma criatura das neves a quem vai ajudar a regressar a casa contra uma empresa que quer rentabilizar o valor da criatura.
Em termos de argumento o filme na sua genese e mais do mesmo, não sendo a historia de base muito original, trabalhada, acabando por cair sempre na previsibilidade. O inicio e o lado cultural enquanto dura funciona, mas falta alguma graça ao projeto.
Na realizaçao Jill Culton depois de escrever alguns filmes de animaçao tem aqui a sua estreia. Tecnicamente nem sempre me parece um filme feliz ou arriscado. A personagem central merecia mais atributos e sentido estetico e isso diminui o poder central do filme.
No cast de vozes pouco ou nada a registar. Figuras quase desconhecidas com o sotaque oriental para contextualizar o filme e pouco mais. Apenas Poulson como vila mas numa personagem com pouco carisma  para a voz se fazer notar.

O melhor - O inicio cultural do filme.

O pior - O design da personagem

Avaliação - C

The Irishman

Desde que foi anunciado este projeto que se percebeu que se trataria do maior lançamento de sempre de uma companhia de streaming, desde logo por todos os envolvidos, mas mais que isso porque seria o primeiro grande acontecimento a ser potenciado ao maximo por uma aplicaçao de streaming sendo facil prever que nada depois deste filme sairia igual. A critica venerou o novo trabalho de Scrocese que apelidou como um regresso ao cinema que ele mais gosta. Comercialmente em termos da estreia as coisas nao foram brilhantes mas tudo aponta que se torne rapidamente num dos objetos mais vistos da netflix.
SObre o filme podemos dizer que regressamos a um dos conceitos onde Marty se sente mais a vontade e onde temos aquilo que fez dele um dos maiores cineastas de todos os tempos. Os dialogos, a forma como entra dentro das dinamicas da mafia nova iorquina o sublime da realiaçao, e inegavel que o filme tem qualidade. Mas tambem tem defeitos principalmente quando comparado com os melhores filmes do genero, o maior deles e nao ter ritmo suficiente para aguentar uma duraçao demasiado longa, e isso reflete-se muito no resultado final do filme.
Parece-nos que de muitos filmes que poderiam marcar esta colaboraçao Irishman nao e o mais feliz para ser visto em streaming pois e lento e mais que isso longo, e os elementos distratores de uma casa influenciam algum desligar do espetador, que regressa nos momentos em que as cenas vao ao que de melhor Marty sabe fazer, mas isso nao esta sempre presente.
Ou seja mesmo sendo um bom e completo filme de mafia, esta longe do que de melhor Marty ou mesmo outros fizeram. Fica o saudosismo de percebermos como De niro e Pesci funcionam bem juntos e com um Pacino que encaixa perfeitamente no registo, mas ao mesmo tempo fica com a ideia que a duraçao do filme e uma presunçao do realizador que nao lhe saiu perfeitamente.
A historia fala de uma camionista que rapidamente se torna num homem de mao da mafia americana aproximando-se de Hoffa e da forma como este quer controlar um dos sindicatos mais importantes da historia.
No argumento temos dialogos de primeira linha com o simbolismo e ironia do que de melhor se faz em Hollywood. Contudo mesmo neste particular o filme nao consegue sempre manter este nivel, tornando-se algo repetitivo nas personagens e isso acaba por adormecer o ritmo.
A realizaçao de Scrocese e imponente, temos sequencias perfeitas e originais temos outras que nem tanto. Fica a ideia que num filme com  esta duraçao era fundamental nao adormecer o filme e isso nem sempre e conseguido.
No cast eu confesso que gostei particularmente da ausencia presente de De Niro, nao sendo um papel brilhante parece-me consistente e de longe o melhor que tem feito nos ultimos anos. Pacino tem o papel mais vistoso, e Pesci demonstra que e dos melhores neste tipo de registo.

O melhor - O cast

O pior - A duraçao tendo em conta o ritmo algo lento

Avaliação - B

Saturday, November 30, 2019

Knives Out

Deve ser dificil para qualquer realizador sobreviver a um pos Star Wars, pois bem Rian Johnson escolheu esta especie de policial tradicional para recuperar o seu cinema de autor e pelos vistos saiu-se bem, desde a sua primeira estreia se percebeu que a critica gostou do conceito, mas mais que isso, comercialmente e com este elenco as coisas tem tudo para resultar tambem do ponto de vista comercial.
A primeira vista este é um filme que nos chama a atençao pela riqueza do seu guião, cheio de figuras conhecidas de linhas e oriunda de projetos diferentes mas que nos dao talvez um dos melhores cast do ano. Sobre o tema, o conceito do tradicioinal filme sobre saber quem matou quem ainda para mais numa mansao fez diversos filmes de sucesso mas a muito tempo que ninguem pegava num argumento de base refrescante como Jonhson fez e o filme funciona principalmente porque consegue ser coeso, surpreendente e mais que isso moralmente interessante.
Podemos dizer que se trata de um filme com principios limitados a situaçao do homicidio e depois a investigação parece a primeira vista curto para um filme que foi anunciado como podendo ter algumas ambiçoes a premios. Eu confesso que concordo que é um filme parecido com muitos outros na base para conseguir imperar, mesmo que seja um bom especie de um genero que ja teve muitos filmes.
O que faz este filme diferente e que as personagens funcionam de forma isolada e mais que isso em simbiose, que o final embora nao seja o cumulo da surpresa nao faça o filme depender totalmente dele, embora o melhore. Nao e uma obra prima mas e uma obra competente de um genero que estava algo esquecido.
A historia e a tipica, um rico magnata aparece morto, e diversas pessoas tinham interesse na sua morte, um investigador privado acaba por começar a tentar desvendar um crime onde todos sao suspeitos.
Sobre o filme a base do argumento e um classico do cinema, o homicidio e a investigação, com a tradiçao de apontar numa direçao diferente daquela que acaba por ser. O filme e interessante em alguns volt face mas mais que isso tem personagens dinamicas que lhe permite ser interessante.
Johnson parece-me melhor realizador nos seus projetos de base do que propriamente quando teve de pegar numa franchising forte. Nao sendo uma realizaçao de primeira linha, sabe respeitar a tradiçao, nao sendo contudo uma abordagem totalmente diferenciadora.
Este e um caso de um otimo cast a todos os niveis, cada personagem e muito bem interpretada pelo seu interprete com exceção de Evans que me parece pouco subliminar para uma personagem importante. Parece-me que Armas se assume como uma figura interessante em Hollywood mas o maior destaque vai para um Craig fora do habitual.

O melhor - A forma como consegue ser inovador dentro da tradiçao

O pior - E um filme do quem matou quem

Avaliação - B

Friday, November 29, 2019

Dowton Abbey

Depois de longos anos em que se tornou uma serie de referencia tornou-se comum nos ultimos anos que estes sucessos encaminhem-se para o grande ecra. Nem sempre esse contexto funciona muito por culpa dos filmes nao serem mais do que episodios mais longos. POis bem para este filme tivemos uma visita real no contexto conhecido. Comercialmente as coisas ate correram bem sendo que os seguidores da serie responderam positivamente a chamada. Criticamente as coisas ate correram bem mas longe do sucesso critico que foi a serie.
Sobre o filme eu confesso que depois de tantos episodios dificilmente poderiamos ter aqui algo de novo ou substancialmente diferente no filme para fugir a questao do episodio grande. Pois bem e um episodio grande com alguns reencontros mas pouco mais. Parece-me que e um filme que segue os passos da serie no balanço entre o drama e a comedia mas que depois fica demasiado preso aquilo que a serie ja deu.
Em termos de novidade fica a ideia que poderiamos ter algo mais imponente principalmente na visita real. Poderiamos quem sabe que deixasse alguns maneirismos de lado e colocasse a familia num maior embroglio. O ritmo e o tipico da serie pausado e de epoca, com os maneirismos tipicos sendo que o filme vale essencialmente pelo detalhe tecnico e de epoca algo que ja era impressionante na serie.
por tudo isto Dowton Abbey e um interessante para quem seguia a serie, mas em termos daquilo que significa para a setima arte tenho muita duvida em considerar o filme forte, ou uma obra de qualidade. Parece-me um episodio longo comemorativo, mas nada mais, e para um produçao de cinema isso parece-me insuficiente.
A historia segue os donos e os criados da casa na visita real a DOwton Abbey, sendo que ai surgem os conflitos quer entre criados reais e os da casa e alguma definiçao das personagens.
EM termos de dialogo o filme e fiel ao espirito da serie na toada suave mas mais que isso no lado quimico dos empregados e tambem no rigos britanico dos patroes. Nao e um filme surpreendente e parece-me que a historia de base e algo indiferente para o acontecimentos cinematografico em si.
Na realizaçao do filme da serie surge Michael Engler um realizador ligado a serie e a outros objetos da tv que filmou o filme da forma rigorosa com que filmou a serie, fica a ideia que o filme e mais rigoroso na epoca, mas isso parece pouco para lhe dar um sublinhando especial.
O rigor da intepretaçao britanica foi bem presente na serie e aqui volta nas personagens que ficaram. Nao existe nada de novo e aqui o filme poderia ser maior e ter algumas apariçoes que dessem ao filme uma dimensao maior. As personagens e os interpretes sentem-se confortaveis uns com os outros e nisso o filme arrisca pouco.

O melhor - O rigor tecnico ja presente na serie

O pior - E mais um episodio

Avaliação - C+

Overcomer

O cinema religioso tem-se tornado uma autentica fabrica de montagem alimentando não apenas actores de uma quarta linha sem facilidade de entrar em grandes projetos mas tambem ja construiu os seus proprios realizadores e produtores. Neste filme temos um trabalho de um desses realizadores que aqui vai tambem para ator. COmo a maioria dos filmes do genero o resultado critico foi pessimo. Comercialmente o filme atingiu valores bem melhores do que o filme em si muito por culpa de um publico fiel ao conceito.
Sobre o filme podemos dizer que e o esperado, a tipica historia de domingo a tarde sobre feitos de algumas personagens e mudança da outra do ponto de vista de um professor apenas com bondade dentro de si e tudo acaba bem para a mensagem de redenção funcionar, o problema e que no restante e principalmente no argumento o filme e um autentico deserto de ideias.
Mas onde estes filmes nunca funcionam e na sua produçao e principalmente na sua direçao de atores. Temos sequencias que tem dos dialogos mais inacreditaveis em termos do basico que nos temos memoria e mais que isso pensamos durante grande parte da duraçao do filme onde e que o filme foi buscar um contexto tao programado com linhas religiosas a serem introduzidas a pressa em dialogos ja eles sem grande sentido.
POr tudo isto e dificil perceber como uma industria que nao consegue trazer um filme minimamente diferenciador continua a conseguir alimentar-se minimanente. Este e mais um produto de um pessimo cinema com uma missao mas cuja dimensao dos projetos ja exigia mais qualidade.
A historia fala de uma jovem orfa que acaba por encontrar no corta mato a sua grande vocaçao, ate ao momento em que começa a ser treinada por um professor que ficou sem equipa de basketball mas que a vai conduzir ao seu passado.
Em termos de argumento tudo e pessimamente escrita, as personagens sao autenticos cliches do primeiro ao ultimo minuto, mas pior que isso os dialogos sao absolutamente inacreditaveis na forma como sao introduzidos elementos que surgem sem qualquer coerencia.
Na realizaçao pouco ou nada a dizer sao filmes simples, de realizaçao simples, com o defeito de serem produçoes pequenas Alex Kendrick tem feito carreira neste genero que lhe levara a ganhar bem mais dinheiro do que tentasse um cinema de autor.
NO cast Kendrick e completamente inexistente enquanto ator, um cliche do primeiro ao ultimo minuto semelhante a personagem central. Fica a ideia que nos secundarios as coisas sao piores sendo um filme que nao chama atores de linha nenhuma.

O melhor - A mensagem e sempre positiva

O pior - A forma como os dialogos parecem escritos por um aluno da escola primaria

Avaliação - D-

Wednesday, November 27, 2019

Rambo: The Last Blood

Tem sido comum de espaço a espaço Stalllone tentar trazer e reavivar as suas personagens mais carismaticas. Isso conduziu a que pelo menos Rocky tivesse uma nova vida, algo que realmente nunca conseguiu com Rambo, talvez por se tratar de um filme claramente mais limitado em termos de historia e contexto social. Este novo episodio de um John Rambo envelhecido estreou com pouco amor critico que acabou por negar por completo o filme. Tambem em termos de carisma cultural apenas os saudosistas do heroi de açao se associaram ao filme que esteve longe de brilhar nas grandes salas.
Sobre o filme e claro que nenhum dos filmes de Rambo e particularmente rico numa narrativa complexa ou com um significado moratorio de assinalar. Ou seja na realidade trata-se de filmes de açao com uma base serie B apostandos nos feitos heroicos de uma personagem movida pela vingança e pouco mais. E nesse particular este filme e mais do mesmo, apostando todas as fichas nas sequencias de violencia suprema que realmente existem.
O contexto para a açao acaba por ser totalmente basico, mais que isso e triste ver a forma como Stallone ainda tenta sobreviver como heroi de açao, pese embora tenha ate dificuldades em andar. Nesse particular o filme um autentico anti rambo ja que a debilidade da personagem acontece do primeiro ao ultimo minuto. A escolha de Stallone e claramente errada ja que deveria tentar um reboot com novas personagens do que fazer estre triste filme.
Apenas no fim quando começa a chacina tipica de Rambo temos algo que nos leva aos filmes originais, com todo o exagero tipico de um filme de serie B, com dialogos e personagens inexistentes que conseguimos no priimeiro minuto perceber como tudo vai acabar.
O filme fala de Rambo envelhecido que se ligou a uma jovem e mãe suas vizinhas, até que a primeira embarca para o mexico para conhecer o pai e acaba numa rede de trafico de mulheres que vai conduzir a que John a va procurar e comece assim a retaliaçao.
Em termos de argumento o filme é um vazio completo naquilo que sao os ornamentos tipicos de um bom argumento. A base narrativa do filme é demasiado basica, a forma como o filme não consegue minimamente surpreender e outro defeito e o absurdo do carne para canhão torna tudo ainda pior.
Na realizaçao a batuta ficou entregue a Adrian Grunberg que se estreia no grande ecra com uma abordagem simples, sem grande fulgor ou arte limitando-se a nos dar um filme que poderia ser de Rambo ou outro heroi de açao de outra figura dos anos 80. Nao me parece que tao cedo tenha destaque noutro projeto desta dimensao.
Em termos de cast este Stallone não é Rambo e o filme sente isso do primeiro ao ultimo minuto. Este esforço de sobreviver tem sido penoso num ator que deveria reformular a sua carreira e encontrar um espaço condizente com a idade porque este estilo e claramente pouco funcional.

O melhor - A curta duração do filme.

O pior - O rambo novo não era propriamente uma arte do cinema imaginem agora um velho

Avaliação - D

Sunday, November 24, 2019

Ready or Not

Esta especie de comedia de terror foi uma das sensações de final de verao muito por culpa de ter conseguido uma estreia global que a tornou surpreendente tendo em conta o genero do filme, claramente minoritario e mais que isso a falta de figuras de primeira linha. Esta historia acabou por convencer a critica com avaliaçoes positivas e talvez por isso em termos comerciais o filme tenha salvado o abismo que outros filmes do genero caem neste tipo de registo.
SObre o filme podemos dizer que se trata de um filme irreverente sem grande sentido logico mas que acaba por na sua irreverencia funcionar não so no terror grotesco, mas acima de tudo na comedia que todo o absurdo da situação acaba por criar, dando-nos hora e meio de um filme sem sentido mas que na sua rebeldia acaba por ser minimamente agradavel.
Claro que quem procura significado ou logica neste filme e melhor abandonar o mesmo antes de começar, para chegar ao ponto deste filme tem se partir do pressuposto do filme, chegado a esse ponto temos um jogo do gato e do rato com horror, nojo e absurdo mas que acaba por combinar razoavelmente.
Claro que nao e um filme significativo, ou uma comedia de gargalhada permanente, nem tao pouco uma abordagem totalmente diferenciadora. E uma comedia de terror um genero que poucos arriscam mas que por vezes nos trazem alguma novidade como acaba por ser o caso deste filme.
A historia fala de um jovem casal que apos o matrimonio junto da familia do noivo, segue a tradiçao de lhe ver um jogo ser atribuido, contudo o jogo acaba por ser tudo menos lazer para a noiva, entrando num jogo de sobrevivencia.
EM termos de argumento a historia de base parte de um pressuposto perigoso que é arriscar fazer o absurdo funcionar. E em termos de entertenimento as coisas ate funcionam, posicionando as personagens em cada papel concreto para a diversao.
Na realizaçao deste peculiar filme temos uma dupla de terror que tem aqui o seu melhor trabalho, quer em termos de historia mas acima de tudo em termos de conceito, deixando alguma expetativa para o que se segue.
O filme e liderado do primeiro ao ultimo minuto por uma quase desconhecida Samara Weaving oriunda da televisao que tem uma interpretaçao de recurso fisico e explosiva interessante que merece desta neste ano. Ao seu lado uma especie de familia adams em que todos encaixam mas que tudo no boneco.

O melhor - O filme consegue ser engraçado

O pior - Mesmo sendo absurdo

Avaliaçaão - B-

The Goldfinch

Desde que foram anunciadas as produçoes para 2019 que esta nova adaptaçao literaria de James Crowley figurava como um dos filmes a seguir, principalmente no que a premios poderia dizer respeito, quer pelo realizador, pelo cast e por ser a adaptaçao de um livro de sucesso. COntudo rapidamente apos a antestreia se percebeu que o filme nao teria qualquer hipotese nesta luta ja que a sua receçao critica acabou por ser a todos os niveis desastrosa para um filme com aspiraçoes. COmercialmente as coisas foram tambem desastrosas sendo sem duvida um dos grandes floops do ano.
Depois de passadas duas horas e meia de duraçao parece-me claro perceber as razoes pelas quais este filme nao funcionou, desde o seu ritmo extremamente pausado, a uma montagem totalmente desalinhada dos vetores ou mesmo dos objetivos do filme, mas mais que isso interpretaçoes que nunca conseguem conduzir o filme ao seu real significado, acabam por tornar um filme num desastre que se percebe perfeitamente que caminha para esse sentido tendo o epicentro no desastroso final.
O filme nem começa mal com algumas personagens a parecerem querer segurar o filme, desde logo a personagem de uma madrasta peculiar, ou de um amigo no risco, ou ate um passado que so depois de mostrado e explicado. Mas depois abandona personagens principalmente personagens como Hobbie e Pippa sao totalmente aniquiladas por uma montagem desastrosa que deixa um filme sem grande ritmo se tornar ainda mais adormecido
OU seja GOldfinch é daqueles filmes que com menos expetativa era um filme sem grande objetividade que passava quase desprecebido, mas com estes intervenientes o filme nao poderia nunca ser tao apagado em si, fica a ideia que o filme desde cedo percebe que nao funciona e extende-se para alem do razoavel.
A historia fala de um jovem que ve a mae a falecer num ataque terrorista a um museu e acaba por conhecer uma familia de acolhimento em primeira instancia e num segundo momento reside com o seu progenitor que o conduz a uma adolescencia contorbada com efeitos naquilo que se vai tornar depois.
O argumento do filme e complexo mas nem sempre me parece uma historia tao imponente para alimentar um livro de referencia. A forma como o filme e montado temporalmente nao ajuda uma historia mediana com personagens tambem elas medianas.
Eu confesso que gostei muito do filme anterior de Crowley tendo alguma expetativa para o que se seguia. O filme nao funciona em momento algum tirando os momentos num condominio abandonado o filme é um autentico marasmo, lento e sem irreverencia de autor. MUito longe do que conseguiu em Broolklyn.
Muitas das criticas do filme foram centradas em Elgort, o jovem ator que tem o mediatismo comercial consigo ainda me parece limitado nos recursos interpretativos e este filme evidencia esses mesmos problemas. Nos secundarios apenas Poulson consegue ter momentos interessantes muito por culpa de ser mais que tudo uma personagem diferente na sua carreira.

O melhor - O condominio inabitado.

O pior - A forma como o filme se alonga sem nunca encontrar o caminho do espetador

Avaliação - C-

Friday, November 22, 2019

Where'd You Go Bernardette

Richard Linklater e um realizador e um argumentista que gosta de exprimentar, e alguns dos seus projetos tornaram-se autenticas referências em termos do cinema moderno. Contudo nem sempre o realizador tem conseguido manter esse nivel em projetos mais comuns com uma produçao mais normal. Este filme com alguns objetivos em torno da receção critica não foi propriamente o maior sucesso com avaliações medianas. Comercialmente pese embora o filme tenha conseguido distribuição wide os resultados estiveram longe de ser brilhantes e nem o status de Blanchet deu ao filme resultados de bilheteira consistentes.
Sobre o filme podemos dizer que é um filme que se centra em demasia na excentricidade da personagem central, com quem confesso existe alguma dificuldade de naturalmente ser criada empatia. O filme depois cresce bem naquilo que sao os conflitos familiares e na forma como isso conduz a explosao emocional final, sempre com o lado positivo das coisas mas a forma como e criada a personagem central deixa que esse impacto natural do filme nao seja tao forte junto do espetador.
Contudo tambem temos de dizer que sao essas particularidades da personagem que permitem os melhores momentos em termos de dialogos, o que torna a analise do filme algo dual e dificil. Fica a ideia que o filme é bem escrito, que principalmente sabe potenciar bem as ligaçoes e a quimica entre os tres elementos da familia mas perde algum norte quando os coloca no contacto com o exterior tornando-se o filme algo estranho.
Ou seja Linklater funciona onde melhor tem funcionado na sua carreira, nos lugares comuns da familia, na naturalidade com que nos da os dramas familiares e em que os conflitos se tornam oportunidades de união, falha onde o seu cinema por vezes tem sido menos categorico que é quando tenta dar aos seus filmes algo diferenciador em termos de historia ou personagem.
A historia fala de uma ex arquiteta de sucesso que vive retirada da sociedade apenas com a sua familia numa casa degradada, contudo tudo se torna bem mais dificil quando as suas particularidades de vida começam a criar dificuldades na adaptaçao com as pessoas mais proximas inclusivamente com familiares.
Em termos de argumento o filme tem bons momentos principalmente potenciado por dialogos bem escritos. Tambem emocionalmente o filme resulta criando um bom laço entre os tres elementos da familia. Mas nem tudo sao rosas no filme, pois parece-me que por um lado algumas personagens sao demasiado cedo abandonadas e principalmente o filme tem dificuldade em tornar funcionar a excentricidade da personagem na sua realizaçao emocional.
Linklater e um otimo realizador quando nos da inovaçao. Quando tenta um projeto comum as coisas normalmente sao menos vistosas. Este filme e simples tendo apenas a sequencia final filmada na Gronelandia como adoçante, mas na generalidade esta longe da envolvencia de outros projetos.
A personagem de Bernardette nao e facil mas o risco foi nulo na aposta em Blanchet, a atriz tem recursos que sobra para a personagem acabando mesmo por nos dar alguns momentos de uma interpretaçao iconica que nem sempre a personagem acompanha. Parece-me importante sublinhar a personagem de Crudup um ator de segunda linha que nem sempre teve o foco merecido mas que funciona como poucos nas sequencias de emoçao.

O melhor - Alguns segmentos de dialogos

O pior - O filme nem sempre consegue controlar a excentricidade da personagem para os seus propósitos

Avaliação - B-

Thursday, November 21, 2019

Killerman

Existem figuras mediaticas juvenis que a determinada altura das suas carreiras optam por filmes mais negros de forma a tentar reconstruir a sua carreira com mais versatilidade. Poderá ter sido esse o pensamento de Liam Hemsworth na participaçao neste filme no seio do crime. Em termos criticos as coisas nao correram bem com avaliações algo medianas ainda assim bem melhor do que a opinião do publico do filme. Comercialmente o filme foi um desastre e nem a presença de Hemsworth levou os cinemas a adquirirem o filme ou as pessoas aos poucos cinemas onde o mesmo foi exibido.
Sobre o filme podemos dizer que a primeira hora de filme é um despredicio completo de tempo e de personagens, temos um jogo de golpe e contra golpe criminal, com policias corruptos e amnesia ao mesmo que acaba por ser uma confusão de peões e da forma como o filme se organiza que acaba por tirar por completo o espetador do filme, já que nunca consegue alimentar um fio que cause interesse ao espetador, deambulando o filme em diversos pontos sem nunca na realidade conseguir fazer funcionar algum.
No final o filme joga embora que de uma forma que a determinada altura chega a ser previsivel com o twist que dá algum ar à historia principalmente na sua conclusao e no lado que poderia ser real do que acabamos de ver. Ai o filme funciona mas parece que ja vai tarde ja que grande parte da sua duraçao temos um filme no seio do lado negro do crime que nunca consegue realmente evoluir uma linha e mais que isso nunca consegue ser concreto nos seus objetivos.
Por tudo isto Killerman e obviamente um thriller de segundo nivel, com executantes de segundo nive escuro, que nunca consegue ser minimamente apelativo para o espetador. Fica a ideia que com a base e principalmente a sua conclusao deveria ter sido muito melhor potenciado em termos de preparaçao para o seu final, na definiçao das personagens.
A historia fala de dois amigos, que se encontram a trabalhar para uma organizaçao criminosa de forma a lavarem dinheiro que de repente estão com dinheiro e droga na mão e sao seguidos por policias corruptos que o vão levar a um jogo do gato e do rato que se torna mais dificil quando um perde por completo a memoria de quem e.
A historia em termos de argumento e confusa, mal desenvolvida e articulada na sua base. Parece que o filme tenta tocar diversos aspetos sem na realidade eles serem importantes e mais que isso sem que em momento algum consiga desenvolver uma das partes, isso enfraquece as personagens e os dialogos.
Na realizaçao escura deste filme temos Malik Bader um desconhecido que tem aqui a sua obra mais mediatica, optando por um filme escuro no submundo do crime algo que é comum neste tipo de experiencias. O filme e a realizaçao nao sao brilhantes e isso pode fazer com que a carreira do mesmo permaneça igual.
No cast Hemsworth nao e um grande ator e isso denota-se a cada filme que passa. Fica a ideia que quer aqui alterar a imagem de menino bonito mas a personagem nao tem crescimento para o fazer acabando por ser mais do mesmo. Cohen foi um jovem ator que prometeu muito mas que nos ultimos tempos tem perdido demasiado tempo em filme pouco recomendaveis.

O melhor - O final

O pior - A forma como o filme passa grande parte do seu tempo a divagar

Avaliação - D+

Gemini Man

Com a evolução tecnologica e comum que os estudios deem a batuta das suas experiencias a realizadores conceituados e de primeira linha. podemos dizer que este Gemini Man tinha esse rotulo de experciencia cinamtografica ao dar protagonismo a uma personagem criada digitalmente. Pese embora esse rotulo cedo se percebeu que nem Ang Lee iria salvar o projeto da mão pesada da critica que foi bastante agressiva para o filme como um todo. Comercialmente nos EUA as coisas foram muito negativas, contudo no restante territorio os danos foram mitigados talvez pelo lado ainda comercial de Smith.
Sobre o filme temos de diferenciar dois pontos, o filme como experiencia evolutiva no mundo do cinema, ou a resposta e dual, ja que existe momentos em que o filme nos dá uma experciencia unica de um Smith novo, com emoçao, e realismo principalmente quando se encontra parada, com as dificuldades e limitaçoes tecnicas do movimento onde o filme obviamente esta longe de ser perfeito nesta junçao da imagem real com o CGI, mas convenhamos dizer de todos os filmes ate ao momento talvez tenha sido este o filme que mais arriscou
O problema do filme acaba por ser o guião e a historia de base. Neste particular o filme parece um filme de serie B de baixa qualidade, num drama emotivo que pouco ou nada funciona, principalmente porque nunca consegue minimamente ter uma intriga bem formada ou que o suspense das conspirações alimentem o filme de alguma forma, tornando-o apagado e mais que isso pouco intenso muito por culpa de um argumento pouco feliz.
O que parece ter acontecido neste filme foi a aposta total na inovaçao tecnologica que o filme represente e falha naquilo que e o centro nevralgico de qualquer filme que é a historia e a intriga. O filme sofre por personagens lineares e por um registo demasiado serie B que nao e condizente com um realizador como Ang Lee.
A historia fala de um assassino profissional que apos a sua reforma começa a ser seguido pelos seus anteriores patrões, de forma a tentarem colocar termo a sua vida, percebendo que tudo faz parte de uma intriga maior tendo em vista uma estrategia militar que envolve clones.
Em termos de argumento o filme e fraquissimo, depois da desilusão do final de guerra dos tronos Bienoff parece não estar em bom momento num filme vazio em termos de intriga, personagens e dialogos nada condizente com o nome do autor.
Na realizaçao Ang Lee tem uma tarefa dificil que é desafiar a evoluçao tecnologica. Aqui o resultado e dual, tem momentos onde e muito positivo, principalmente nas expressoes faciais e mais que isso nos momentos mais pausados, mas nas sequencias de açao nao consegue disfarçar o excesso de digital. Ang Lee nao esta no seu melhor momento.
Na açao Smith sente-se confortavel nos filmes de açao embora goste dele num tipo mais descontraido que ultimamente tem abandonado. O vilºao Owen nao esta em boa forma e Winstead e a unica que consegue dar ao filme a leveza de entertenimento que o filme necessitava.

O melhor - O risco cientifico do filme

O pior - o argumento

Avaliação - C-

Monday, November 18, 2019

Klaus

A Netflix esta apostada em tornar-se rapidamente numa referencia global em termos de produçao de cinema. Nesta altura natalicia temos aqui um filme de animaçao sobre a alegada base da historia do pai natal. Um filme peculiar que aposta no 2D mais artistico que acabou por convencer a critica com avaliaçoes positivas, sendo que comercial o filme ate pode resultar embora me pareça ser mais dificil para o conceito brilhar entre os mais pequenos.
Sobre o filme podemos começar por analisar a sua componente tecnica, e onde a opçao pelo 2D consegue melhor dar o lado grotesco ainda que artistico de base do local onde tudo ocorre. Essa escolha permite o exagero artistico e é uma boa base para a alteração que vai surgindo que da ao filme essa capacidade de transformaçao de tornar o feio em bonito.
Em termos de historia e criativa nao sendo particular diferente no nivel moral de outros filmes de natal, certo e que a historia tem uma boa base, com a originalidade de uma abordagem mas que acaba por resultar, principalmente na forma como a personagem moralmente vai crescendo algo que tambem acaba por ser uma mensagem clara do filme e que nos fica na retina por esse lado mais moratorio.
Claro que em termos de produçao ou mesmo naquilo que o filme realmente é no principio de abordagem ainda fica algo longe do significado e da criatividade de mundos completamente metaforicos para a nossa realidade. Contudo num terreno novo podemos dizer que a netlix ate consegue passar com alguma qualidade.
A historia fala do filho da empresa de carteiros que e colocado a prova pelo seu pai sendo colocado uma longinqua ilha de guerra entre dois povos, com um desafio impossivel de fazer aquelas pessoas comunicar por carta.
Em termos de argumento o filme funciona na originalidade desta abordagem na origem do pai natal, e principalmente no aspeto do crescimento moral que vai tendo. Funciona menos base naquilo que é a base do filme e mesmo em algumas personagens demasiado unidimensionais.
Na realizaçao deste projeto o leme foi entregue a Sergio Pablos um estreante ja envolvido na produçao de filmes da Imagination de algum sucesso. A escolha do 2D tendo em conta a estetica que o filme escolhe e muito interessante e funciona numa altura em que o estilo ja nao se usa. A perceber como ira se desenvolver uma carreira que começa bem.
Na escolha de vozes denota-se a preocupação de procurar atores com carreiras proximas das personagens o que e sempre a opçao mais inteligente.

O melhor - Conseguir com o 2d ser um filme artistico

O pior - Já vimos mundos de animaçao mais originais

Avaliação - B

Earthquake Bird

Numa semana em que a Netflix deu algum descanso em termos de grandes lançamentos, quem sabe ganhando folego para The Irishman, surgiu este filme passado na asia, mas com uma VIkander a procura de novo espaço. O filme nao foi propriamente bem recebido pela critica com avaliações demasiado medianas, e comercialmente nao me parece o produto mais apelativo do momento para a Netflix.
Em termos de historia temos um drama policial, num contexto cultural diferente que ganha alguma diferenciaçao por esse facto. O filme cria demasiado suspense mas a um ritmo pausado que acaba por adormecer a trama. No final com a explicaçao do que vimos ficamos com a ideia que tudo e algo frouxo encaixado umas sequencias nas outras sem grande plano e mais que isso sem que o filme consiga na verdade se empolgar a si proprio.
Alias o grande problema do filme é o ritmo e o tempo demasiado que gasta nas deambulações da personagem. Eu acredito que isso possa de alguma forma tornar o espetador estranho e esconder jogo mas também o faz distanciar-se do seu epilogo, e quando assim o é parece-me que o filme não se consegue encontrar a si proprio, porque intensidade e fundamental para qualquer filme deste ambito.
Ou seja um thriller que nem sempre é funcional, que na maior parte do tempo não utiliza um contexto particular e interessante que é Tokio do final de milenio, numa personagem sofrida em demasia para o que vemos e isso acaba por tornar o filme algo confuso e pouco empolgante.
A historia fala de um tradutora americana em tokio que se apaixona por um misterioso fotografo, sendo que tudo fica particularmente pior quando no meio desta relação se intromete uma amiga, que acaba por desaparecer de forma misteriosa.
No que diz respeito ao argumento fica a ideia que o filme quer dar elementos de thriller negro em demasia para a aquilo que na realidade o filme acaba por traduzir e quando assim é as coisas ficam demasiado confusas para resultar no impacto da evoluçao da historia, das personagens e dos dialogos.
Na realizaçao do filme temos Westmoreland um realizador de segunda linha já com alguns filmes de algum conceito na sua filmiografia mas que aqui nao aproveita as potencialidades de uma tokio misteriosa na sua evolução. Tudo e demasiado sombrio e tira luz ao proprio filme. Talvez por isso o realizador nunca tenha dado o salto para a primeira linha.
Vikander e uma actriz intensa, nao estando na sua melhor fase, parece-me uma actriz com recursos dramaticos suficientes para uma primeira linha, mas neste caso a personagem nao ajuda. Demasiado deambulatoria e pouco mais. Ao seu lado o lado oriental e enigmatico de Kobayashi parece resultar melhor.

O melhor - Tokio e os seus enigmas

O pior - A forma como o filme se adormece e faz perder o norte como a personagem

Avaliação - C-