Wednesday, October 31, 2018

BlackKklansman

Spike Lee está longe de ser um realizador consensual, principalmente por a sua temática normalmente ser unica e exclusivamente racial, e com um tom denunciante. Nos ultimos anos Lee tem estado longe do sucesso critico e comercial dai que foi surpreendente que este filme tenha figurado na seleção oficial do Festival de Cannes onde foi uma das sensações com avaliações muito positivas e que resultaram no grande premio do juri. COmercialmente o filme apenas volvidos alguns meses teve a sua estreia mundial com resultados bastante positivos e longe dos insucessos que Lee tinha tido nos ultimos anos.
Spike Lee e sem sombra de duvida um autor mais conhecido do que propriamente os seus filmes que foram caminhando para uma baixa qualidade e que aqui tem talvez o seu melhor filme, ou pelo menos aquele que consegue ser mais original, interessante sem ter alguns dos condimentos que faz as pessoas se afastarem do cinema acusatorio de Lee. Os temas sao os mesmos o estilo de captação de imagem igual, mas o filme adota um estilo suave e descontraido que o faz sem particularmente interessante, animado, sem nunca perder a intensidade ou o foco na sua tematica de eleição.
A historia é interessante não so por ter um fundamento veridico mas por nos relatar uma operação policial de evelada complexidade num contexto de guerrilha racial, Muitos poderão acusar o filme de ser extremamente partidario, mas isso é um pressuposto que se tem que assumir desde logo num filme de Spike Lee, contudo o filme e divertido, curioso e original mesmo na abordagem de uma realização cheia de homenagens.
Por isso não me custa dizer que este e sem duvida um dos melhores filmes do ano até ao momento, não sabendo que sera suficiente para chegar aos prémios em virtude das suas caracteristicas algo despreendidas certo é que Lee tem aqui um dos seus melhores filmes, e acima de tudo um filme que consegue satirizar com aspetos ate ao momento dificeis de o fazer.
A historia fala de um policia afro americano que acaba por iniciar uma investigação tendo em vista entrar no interior do KKK e recolher as suas ideias para a guerra racial que se instala.
Em termos de argumento temos um filme simples com dialogos que acabam por se tornar interessantes e curiosos e personagens que mesmo não sendo propriamente originais atingem os pressupostos do filme. O tom do filme acaba por ser o maior segredo para o seu sucesso.
No que diz respeito à realização do filme podemos dizer que Lee tem um dos seus melhores trabalhos não só na contextualização temporal do filme mas acima de tudo na forma como consegue a espaços dar toque do seu estilo de realização que o torna num interessante objeto artistico.
Nao sendo um filme com um elenco muito conhecido o mesmo e extremamente funcional para os objetivos do filme David Washington tem uma interpretação baseada no estilo do seu pai Denzel, embora nos pareça que nao tenha o carisma do pai. melhor um Driver com uma das boas interpretações do ano, que mesmo numa papel simples chama a si as cenas em que entra.

O melhor - O estilo descontraido do filme.

O pior - No final Lee tem o seu tom acusatório comum, mas em menos quantidade.

Avaliação - B+

Monday, October 29, 2018

A.X.L

As aventuras juvenios são sempre uma formula que os estudiostem para ganhar dinheiro mas tinha ate ao momento sido algo esquecido pela Netflix nesta sua tentativa de singrar no mundo do cinema. Este filme e a primeira experiencia ainda que pequena neste mundo e com resultados desoladores. Desde logo em termos criticos onde a aventura deste cao robotico foi bastante mal recebida e isso redundou num desastre comercial de tal forma que mesmo a nivel internacional a Netflix se tenha esquecido de apostar no filme.
A inteligencia emocional nos robots foi sempre algo que fascinou o cinema sci fi de hollywood que ja lhe dedicou filmes complexos outros mais de ação, sendo que aqui temos um filme mais juvenil que propriamente uma reflexao sobre qualquer tipo de evolução e numa intriga limitada a uma serie de cliches para sempre usados e uma tentativa basica e pouco convincente de ganhar dinheiro facil.
Alias a forma como o facil segue sucessivamente uma serie de actos pre executados em filmes de serie b de jovens e tão declarada que tudo é feito pelo livro de procedimentos sem qualquer tipo de assinatura e mais que isso sem qualquer tipo de emoçao propia que distinguisse o filme. Por tudo isto este AXL sera um filme que rapidamente caira no esquecimento e acima de tudo custa e tentar perceber a razão pelo que o final e aberto para uma possivel sequela que rapidamente se percebe que nunca vai ter lugar.
Com o crescimento das produçoes de streaming vai ser comum encontrarmos diversas experiencias das produtoras recheadas de verbas em filmes dos diferentes generos de pequena dimensao. Este AXL e talvez a primeira experiencia da Netflix num genero dificil mas que quando resulta e extremamente valioso, mas neste caso a escassez de qualidade e tao gritante que será certamente um  filme facil de esquecer.
A historia fala de um piloto de motocross com poucos meios que no meio de uma partida que e alvo por parte dos seus adversarios acaba por encontrar um cao robotico que mais nao e do que uma arma militar com quem cria uma ligaçao proxima de proteção mutua.
Em termos de argumento este filme e uma sucessao interminavel de actos continuos conhecidos e semelhantes a todos os outros filmes do genero de qualidade duvidosa. Nao temos personagens complexas a intriga igual, apenas o risco de um final de mais impacto marca alguma presença num argumento fraco.
Na realizaçao Oliver Daly marca a sua estreia num filme que se baseia numa curta metragem do proprio. O filme utiliza alguma tecnologia de live action mas pouco mais em termos da capacidade de nos dar um trabalho interessante.
No cast o filme nao tem propriamente muitos motivos de interesse, os jovens sao escolhidos pela sua imagem e nao propriamente pela sua qualidade enquanto interpretes e nos mais velhos temos um Jane distante dos seus melhores momentos que lhe deram algum protagonismo.

O melhor - Nao termos certamente uma sequela.

O pior - A incapacidade do filme ter qualquer inovaçao narrativa

Avaliação - D+

Stella's Last Weekend

Os irmãos Wolf foram desde muito cedo uma dupla habituada ao sucesso principalmente na televisão, mas a sua passagem para o cinema acabou por ser gradual, primeiro com Nat e mais recentemente e com mais sucesso com Alex. Este filme que marca a estreia de ambos em conjunto num filme declaradamente independente esteve longe de ser um sucesso critico com avaliações medianas, pese embora o clima descontraido de comedia independente que o filme adopta. Em termos comerciais num filme claramente pouco ambicioso os resultados acabaram por ser desoladores.
Sobre o filme eu confesso que o filme tem um estilo descontraido principalmente na relação das personagens que até pode funcionar mas que por vezes cai no exagero. Essa vertente que funciona quase como uma assintura do filme se por um lado lhe da o toque diferenciador e que potencia melhor a tipica historia do triangulo amoroso, por vezes faz o filme perder por completo o norte da ligação natural entre personagens e nisso o filme acaba por soar muitas vezes a estranho.
Do lado mais positivo temos o balanço entre as duas personagens centrais, completamente diferentes mas que encaixam numa dinamica que se percebe funcionar muito bem em simbioso ou não fossem os interpretes irmãos em vida real. Pena e que um dos lados, neste caso a personagem interpretada por Alex caia demasiadas  vezes no exagero e se torne mesmo quase sempre absurdo.
Do lado negativo a forma com que o filme acaba por desatar o no do triangulo amoroso e na redenção final das personagens ao contexto familiar aqui o filme quer ser positivo mas esquecesse de uma passagem gradual e desenvolvimento faseado das personagens o que acaba por ser algo que diferencia os bons filmes daqueles como este que sao nada mais nada menos que vulgar. Já agora a Stella do filme so interessa nos ultimos dez minutos com agregador.
A historia fala de dois irmãos que se reencontram numa semana dedicada a homenagear a cadela de ambos que ira falecer. COntudo percebem que ambos se apaixonam pela mesma rapariga enquanto a mãe assume uma nova relação.
Em termos de argumento menos não sendo criativo em nenhum dos aspetos o filme tem diversas intrigas que encaixam bem, assim como os equilibrios entre personagens completamente diferentes. Cai num erro de imaturidade que desgastar o lado diferenciador do seu guião.
Na realizaçao Polly Draper é uma total desconhecida na setima arte que tem aqui um trabalho simplista, com alguns toques independentes mas obviamente assumindo o filme como sendo de baixo custo. Nao sera com este filme que constroi ou deixa de construir qualquer carreira.
No cast os irmãos Wolf são diferentes, Alex parece mais intenso embora neste filme caia no exagero de uma personagem algo irritante. Nat e mais maduro mas menos intenso, algo que encaixa na personagem que aqui nos dá. Funcionam bem em duo mas ao ser irmãos em vida real e o minimo que se exige

O melhor - O tom descontraido

O pior - ABusar do mesmo até à exaustão

Avaliação - C

Sunday, October 28, 2018

A Star is Born

Desde a sua apresentação em Veneza fora da competição que este remake de uma historia conhecida, numa abordagem  actual efetuada por Bradley Cooper começou a liderar as apostas para os premios que ai se avizinham de uma forma clara. Este sucesso quase unime critico impulsinou tambem o filme em termos de bilheteira onde obteve resultados muito consistentes e que podem fortalecer ainda mais a forma como o filme se vai candidatar aos premios principalmente aos oscares.
Sobre o filme eu tenho dificuldade em considerar uma historia conhecida que ja vai no seu segundo remake um filme capaz de impulsionar e marcar o registo de um ano, a não ser que a abordagem seja totalmente diferenciadora. Este filme tem aspetos em que o é principalmente no que diz respeito a uma forma muito propria que o filme tem de captar sequencias de espetaculo, e aqui penso que a forma como Cooper quis entrar em palco e a mais valia do filme.
Tambem emotivamente o filme e forte, criando uma ligaçao forte entre as personagens mesmo que seja a custa de cliche e frases feitas trocadas entre ambos, o filme é de aproximaçao facil com o espetador, na forma como o leva e encaixar na relaçao central. Mas isto e comum e muitos outros filmes romanticos por si so, e nem por isso existe um entusiasmo brutal em torno desses filmes. Aqui resulta alguns apontamentos como o desejo de ver pessoas em papeis diferentes e aqui temos o facto do filme transformar fisicamente Lady Gaga, e mais que isso vermos um Cooper musico.
Mas o filme esta longe de ser um grande filme, muito menos uma obra prima, em um cliche romantico na sua essencia e no desenvolvimento narrativo, que acaba por se tornar previsivel. E um filme em que parece uma tragedia de Nicholas Sparks com musica e com dialogos ligeiramente mais criativos na fase inicial, mas onde tudo aconteceu a personagem central. Existe filmes que a critica quer colocar num patamar que o filme nao tem, este ´obviamente um deles.
A historia fala de uma rock star em degradação por problemas de alcool que acaba por conhecer uma empregada de balcao que canta num estranho bar, iniciando uma relaçao proxima com a mesma que a vai levar ao estrelato.
O argumento e totalmente previsivel, pode-se aqui discutir a força das palavras romanticas nas musicas, e alguns bons dialogos principalmente na fase inicial do filme, mas depois o filme cai na previsibilidade de um guião igual a muitos outros e pouco mais. Um filme com um argumento tao simples como este dificilmente pode ser um filme de topo.
Cooper estreia-se aqui na realizaçao com um trabalho com algum merito principalmente nas sequencias de palco, depois temos um trabalho que visa dota o filme do lado emotivo das personagens que funciona mas esta longe de ser uma assinatura. Certo e que a critica especializada gostou muito e a carreira dele como realizador esta lançada.
No cast Cooper tem um bom desempenho ainda que algo repetitivo, uma boa interpretação fisica e acima de tudo artistica pode-o levar a mais uma nomeaçao de um actor que contudo estou longe de achar um peso pesado e hollywood. Lady Gaga parece-me que vale mais pela voz do que pela interpretação ainda que o facto de ser uma surpresa a sua caracterizaçao fisica pode valorizar externamente o seu papel.

O melhor - A forma como as sequencias de palco sao realizadas.

O pior - E uma historia repetida e que na essencia não tras nada de novo

Avaliação - C+

Friday, October 26, 2018

Juliet, Naked

A comedia romantica simples parece nos ultimos tempos ter desaparecido do espectro das produções de hollywood pelo que muitas vezes tem sido o cinema britanico a arriscar com o tradicionalismo de filmes emocionalmente ricos e com a paixao como pano de fundo. Este ano e sob a produção de Judd Apptow surgiu este pequeno filme com inspiração clara britanica que pela sua simplicidade acabou por convencer a critica e também em termos comerciais sendo um filme com objetivos curtos acabou por ir bem mais longe do que inicialmente se poderia prever.
Sobre o filme eu confesso que tinha saudades de uma comedia romantica familiar, que fizesse as personagens funcionar tão bem umas com as outras, e com uma humor descontraido pouco intenso mas que funciona não só na quimica como nas personagens e mais que tudo no pequeno lugar que é escolhido pela ação, neste particular o filme é um conjunto de coisas simples que funciona bastante bem em conjunto.
E obvio que como a maior parte das comedias romanticas tradicionais joga bastante com o lado pouco vermosivel da realidade, com situações pouco comuns no dia a dia mas que resultam no lado emocional e descontraido do filme, que não sendo um poço de maturidade acaba por ser um filme nos proporciona bons momentos quer no insolito da obcessão da personagem de Duncan pelo seu idolo, bem como da relação que depois se vai criando entre as personagens.
O unico problema do filme parece o cliche demasiado obvio na caracterização da personagem de ex estrela de rock, aqui o filme poderia ser mais comedido, mais original na abordagem e também na potenciação na relação que parece sempre funcionar mais por termos entrado em empatia com a personagem de Annie do que propriamente pela força que a relação em si consegue captar.
A historia fala de um casal que acaba por se separar por o elemento feminino ter efetuado uma critica negativa a um projeto do idolo do seu namorado. Ai acaba por ser contactada pelo cantor em si com quem cria uma relação de empatia que vai mais longe.
Em termos de argumento o filme tem processos simples dentro daquilo que é comum em comedias romanticas mais tradicionais. As personagens sao construidas para os propositos do filme com uma simplicidade que acaba por dar relevo aos dialogos descontraidos e muitas vezes engraçados.
Na realizaçao o trabalho está a cargo de Jesse Peretz um realizador britanico de comedias sem grande sucesso ate ao momento que aqui tem um trabalho que funciona principalmente na escolha do local central da açao que encaixa perfeitamente no lado mais sentimental e simples que o filme quer ter.
No cast poucas pessoas funcionam tao bem neste registo como Rose Byrne, o seu lado simplista e simpatico funcionam muito bem em comedia romantica, balançando com o lado mais rebelde de um Hawke algo desgastado mas que serve bem para este tipo de contexto. Tambem bastante bem Chris O'Down oriundo da tradicional comedia britanica cujos traços são patentes neste filme.

O melhor - A forma como o filme é simples, tradicional e funcional

O pior - A relação central deveria ser mais trabalhada.

Avaliação - B

Incredibles 2

Catorze anos depois da Pixar nos ter levado ao mundo dos super herois com o seu fantastico Incredibles finalmente surgiu a sua sequela, tendo ao leme o mesmo realizador Brad Bird, depois de algumas passagens do mesmo pela live action. Este segundo filme no seguimento daquilo que ja tinha acontecido com o primeiro filme conseguiu novamente otimas criticas e um entusiasmo generalizado do publico. Em termos comerciais poucos conseguem render como a Pixar com mais um filme a ultrapassar a barreira do bilião em termos universais.
Sobre o filme eu confesso que considero o primeiro filme da saga um dos melhores filmes da pixar, talvez so ultrapassado pela saga de Toy Story. Este segundo filme deixou-me com pensamentos mistos, se por um lado em termos tecnicos o filme consegue potenciar o mundo da animação para niveis de execução quase nunca vistos, em termos narrativos parece-me obviamente a todos os niveis um filme inferior não só na moratoria mas mesmo na intriga central algo previsivel algo que nem sempre e comum na Pixar.
O filme tem desde logo uma valencia de conceito que funciona e demonstra bem a preocupação do estudio pelos valores atuais, que é a gestão da não diferenciação de genero, temos aqui a questão de ser a mulher a ir trabalhar e o homem a cuidar da casa, um apontamentos que mesmo não sendo central na historia do filme acaba por ser o sublinhado moral maior do filme e nisso o filme tem o seu feito.
Pelo lado negativo a excessiva duração de um filme de animação, quase duas horas parece-me demasiado para um filme que obviamente tem como objeto central os mais pequenos mas que me parece demasiado parado para um duração longa, contudo mesmo um filme medio mais da Pixar e sempre superior aos bons filmes das outras produtoras.
A historia fala da saga da familia de super herois que acaba por ficar no desemprego depois de terem sido considerados ilegais. Ai surge um empresario apostado em reativar estes mesmos herois principalmente depois do surgimento de um vilão com poderes hipnoticos.
O argumento esta longe de ser dos melhores que a Disney nos habituou, principalmente no que diz respeito a intriga do filme. Tem o apontamento moratorio que acaba por ser acessorio mas bem trabalhado da igualdade de genero, mas falta algum impacto da surpresa final.
Na execução e produçao Bird levou os patamares da animaçao para abordagens criativas e tecnologicamente superiores, demonstrando bem um maior sucesso do mesmo para filmes de animaçao do que o sucesso que nao teve nos live action.
No cast de vozes a equipa do primeiro filme fica intacta com a integração de Odenkirk e Keener nas novas aquisições, ambos funcionam bem nas personagens que  lhe são fornecidas, mas parece-me que de todos filmes de animaçao os da pixar sao os que menos dependem das vozes.

O melhor - O nivel tecnico do filme.

O pior - A duração

Avaliação - B-

Wednesday, October 24, 2018

The Sky Who Dumped Me

Nos ultimos anos Mila Kunis tem se tornado numa actriz de comedia de grande estudio, tentando arrecadar um valor comercial nos seus filmes com um estilo desajeitado mas que parece funcionar junto do grande publico. Este ano neste misto de comedia com filme de ação recebeu a ajuda da comediante Kate McKinnon. Esta comedia de ação acabou por não convencer a critica com avaliações acima de tudo medianas bem como comercialmente esteve bastante longe daquilo que foram os resultados das suas comedias de maior sucesso.
Sobre o filme podemos dizer que o mesmo parece-me com muitas dificuldades em conseguir definir um genero, por um lado em termos humoristicos o filme apenas existe na personagem de Mckinnon e por outro lado não consegue ter uma intriga que alimenta o suspense necessario para um filme de ação e espiões, o que resulta numa confusão não só em termos de argumento mas acima de tudo um filme com pouca coerência e acima de tudo com muito pouco nervo no que diz respeito à capacidade de transmitir sensações ao espetador.
Em termos comico e um filme esforçado principalmente por entregar essa pasta por completo a kate Mckinnon, a sua personagem parece contudo demasiado estranha e um corpo completamente à parte naquilo que o filme é. Ou seja parece que estamos num filme de espiões preocupado em passar por diferentes cenarios, mas depois tem muita incapacidade de juntar as peças dos diferentes generos que quer tocar.
Ou seja parece obvio que se trata de um filme com uma produção grande mas que me parece ser um filme que conjuga uma serie de actos falhados. Nao tem graça natural, não tem impacto de ação, sofre da falta de um vilão de uma primeira linha e o twis final e das coisas mais sem sentido que me recordo em cinema de grande estudio.
A historia fala de uma jovem que depois de abandonada pelo namorado um espião, a pedido deste embarca ate a europa com a sua melhor amiga para salvar um objeto que não pode cair na mão errada.
O argumento e um conjunto de pontas soltas sem união e mais que isso, um conjunto de personagens pouco interessantes com papeis demasiado difusos no filme, e um filme que falha principalmente em todos os generos que quer embarcar.
Na realização desta produçao temos Susanna FOgel uma realizadora quase desconhecida que me parece sempre algo perdida com os meios e com os generos que o filme quer dar. Nota-se inexperiencia para lidar com este tipo de registo.
No cast Kunis tem um papel pouco forte e isso acaba por se fazer sentir num filme onde o destaque maior pelo lado comico vai para a estranha Mckinnon com o seu estilo de humor habitual, que acaba por preencher o filme nas suas maiores dimensões. Ou seja um filme que me parece longe de ser um bom campo de batalha para qualquer actor.

O melhor - As paisagens de Viena

O pior - A incapacidade do filme ter graça

Avaliação - D

Tuesday, October 23, 2018

Sorry to Bother You

Estreado no festival de Sundance do presente ano e com o patrocinio do mesmo, esta estreia na realização do musico Boots Riley foi sem duvida uma das surpresas do ano, principalmente em termos criticos onde conseguiu um reconhecimento interessante e que inclusivamente já resultou em duas nomeações para os Gotham Awards. Comercialmente e tendo em conta que é um filme obviamente pensado em minorias os resultados foram consistentes, e não fosse um espirito demasiado rebelde e poderiamos estar a falar num filme a ter em conta na temporada de premios.
O primeiro adjetivo que me sai depois de ver este filme é surreal, contudo sublinha-se que se trata de um filme surreal pelo lado positivo de uma criatividade acima da média, num filme que mais não é do que uma satira bastante original da exigencia profissional dos nossos dias, com sequencias absolutamente absurdas mas que funcionam num humor proprio e mais que isso numa realização de primeira linha.
Este e daqueles filmes que ou se gosta porque conseguimos entrar no espirito do filme, que foi o meu caso, ou se odeia já que tudo nos parece uma opera sem sentido, cena apos cena, onde a excentricidade e mais que isso a incorreção se encontra presente. Os detalhes do filme são deliciosos e dá-lhe uma roupagem completamente diferente daquilo que se pode esperar. Pode nao ser o melhor filme do ano, mas será sem sombra de duvidas uma das experiencias mais originais que vamos poder assistir no presente ano.
Mas se pensamos que o filme é apenas a excentricidade do conceito estamos bastante enganados, é um filme com conteudo com uma moratória muito bem assinalada, mesmo que por vezes nos pareça que o filme lance este ponto para segundo plano para fazer resultar o seu lado mais non sense e mais que isso o seu lado mais controverso, contudo a preocupação pela mensagem esta presente do primeiro ao ultimo minuto.
A historia segue um rookie operador de telemarkting que ve a sua vida mudar no momento em que consegue triunfar na arte, e muda por completo o seu estilo de vida, enquanto tudo à volta não o acompanha, contudo começa a perceber que a empresa para a qual trabalha está longe de ser algo convencional.
Em termos de argumento podemos dizer que o filme é uma explosão de criatividade quer na narrativa central que vai adicionando constantemente novos elementos, mas principalmente nos detalhes, onde me parece claro que o filme é mais forte e as escolhas são claramente mais planeadas para a mensagem final. Um dos grandes argumentos ate ao presente momento de 2018.
Na realização o trabalho de Riley é surpreendente, com claras inspirações em diversos estilos de realizador o resultado final e brilhante num filme com risco, com creatividade com rebeldia, ingredientes que faz talvez deste filme uma das melhores estreias de realizadores no presente ano. Com esta assinatura podemos ter uma realizador de futuro.
No cast o filme tem ao leme Lakeith Stanfield, oriundo da serie comica Atlanta, o jovem actor tem uma personagem complexa, bem desempenhada e que funciona principalmente no seu desleixe. Ao seu lado uma das revelações afro americanas dos ultimos tempos Tessa Thompson, acabam por lideram um cast interessante e que serve por completo os propositos do filme.


O melhor - A originalidade dos promenores de argumento e realização do filme.

O pior - Pode ser demasiada rebeldia para um filme so

Avaliação - B+

Monday, October 22, 2018

Boundaries

Familia destruturadas de diversas formas têm e vão continuar sempre a ter a atenção do cinema de estudio e mesmo dos trabalhos mais independentes. Este pequeno filme pensado para nos dar uma historia de vida sobre personagens no limite tinha ambiçoes criticas que acabaram por desaparecer de imediato depois das primeiras visualizações já que os seus resultados acabaram por ser pouco fortes. Talvez por isso este pequeno filme estreou de uma forma silenciosa e com resultados comerciais inexistentes.
Sobre o filme as relações entre mãe sozinha e filhos são usualmente filmes de impacto emocional elevados, principalmente porque os filmes nos dão usualmente personagens infantis ou juvenis algo estranhas ou pelo menos com caracteristicas vincadas proximas do espetador. O filme aqui resulta, alias parece-me claro que a na personagem de Henry que o filme tem o seu melhor apontamento perdendo por em tudo o resto ter a preocupação de ser excentrico mais do que propriamente competente.
E a competencia do filme perde-se essencialmente pelo facto de ter uma narrativa pouco objetiva ou mais que isso uma narrativa que parece não ter o caminho traçado para um objetivo. Temos ao longo do filme o potenciar de uma relação de extremos entre avô e neto, temos a procura de uma mãe pela felicidade dentro da sua especificidade e pouco mais em termos daquilo que é o sumo da historia do filme.
POr tudo isto parece-me um daqueles filmes independentes com boas intenções mas que não tem sumo para alimentar um filme de primeiro linha, pelo que se esconde no lado emocional principalmente das relações construidas e desconstruidas que o filme acaba por ter. Fica a sensação que o filme a determinada altura tenta divagar demais para aquilo que na realidade nos consegue dar.
A historia fala de uma mãe "solteira" amante de animais que embarca numa road trip com o seu disruptivo filho adolescente e com o seu progenitor também ele longe de ser uma pessoa dentro da lei.
Em termos de argumento a base ou pelo menos o contexto do filme e interessante mas depois em termos de intriga e mesmo na complexidade das personagens parece-me um filme algo vazio em conteudos o que acaba por o tornar pouco interessante.
Na realizaçao o trabalho a cargo de Shana Feste vai no sentido da carreira da realizadora ate ao momento filmes algo simples para o lado independente e sem força particular para triunfar comercialmente, numa carreira com ja alguns filmes mas com pouca força curricular.
No cast Farmiga e Plummer são dois actores de primeira linha que executam sempre bem os seus papeis mesmo que sejam interpretações de dificuldade baixa como neste filme. Melhor registo para o jovem MacDougall que depois de ja ter tido uma boa participação A Monster Calls aqui parece-me uma interpretação mais versatil que me parece diagnosticar um futuro interessante.

O melhor - MacDougall

O pior - A falta de um rumo difinido no filme.

Avaliação - C-

Friday, October 19, 2018

Look Away

Em termos de thrillers por vezes os filmes mais pequenos conseguem ser mais escuros do que a maioria dos filmes do genero de grande estudio porque a coragem de arriscar e maior já que tem menos a perder. Escuro será certamente um dos adjetivos que este filme sobre o ajustamento de uma adolescente pode ter. Um filme sem grandes estrelas que acabou por estrear com total indiferença das avaliações criticas e que comercialmente pelo facto de ficar desde logo disponivel em plataformas de streaming acabou por nao lhe dar dimensão.
Este e um daqueles filmes que começa com algum misterio mas que depois de se revelar acaba por ser previsivel do primeiro ao ultimo momento, mesmo tocando em pontos interessantes como a obcessão pela componente fisico perde pelo facto de tudo ocorrer de uma forma simples, sem suspeitas e mais do que isso por o filme ser totalmente previsivel em todas as sequencias.
Mesmo assim podemos dizer que a questao da multipla personalidade pode ser interessante, as interpretações e o ambiente gelado do filme ser bem escolhido mas isso acaba por nao conseguir capturar o filme de um argumento basico, sem personagens e previsivel do primeiro ao ultimo momento.
Este e normalmente do sentido do cinema de segunda linha, ideias usadas, com roupagem diferente em termos de actores e um e outro apontamento e fe que o filme por algum motivo ganhe alguma visibilidade que neste caso o filme nao foi capaz de o conseguir fazer, sendo que na sua maioria o filme acaba por ser um mediocre thriler para passar o tempo rapido.
A historia fala de uma adolescente introvertida vitima de bullyng em casa e na escola que a determinada altura assume a personalidade da sua irma gemea falecida para alterar tudo na sua vida.
Em termos de argumento os grandes problemas do filme, personagens unidimensionais, com pouco desenvovimento e uma historia previsivel do primeiro ao ultimo momento, numa repetiçao de um argumento ja de si gasto.
Na realizaçao Bernestein tinha como filme mais conhecido o original de THe Debt que aqui tem um trabalho interessante em termos de cor e de ambiente e pouco mais. Parece-me o apontamento mais razoavel do filme mas isso nao quer dizer que seja brilhante.
No cast os creditos vao para a jovem India Eisley que tem em si o trabalho todo de interpretaçao do filme que funciona pela sua bipolaridade que encaixa nas necessidades do filme. Isaacs e sempre positivo como vilao e uma SOrvino longe dos apontamentos que lhe valeram um oscar.

O melhor - O ambiente escuro do filme.

O pior - O argumento repetitivo ao maximo

Avaliação - C-

Monday, October 15, 2018

Teen Titans Go! To the Movies

COm a febre cada vez mais intensa dos super herois e acima de tudo a luta constante entre os universos DC e Marvel, esta serie que junta herois mais infantis e um estilo de humor satirico relativamente a todos os contextos, que tem aqui o seu filme depois de grande sucesso da saga. Criticamente este filme foi um sucesso com avaliações positivas o que surpreende tendo em conta o estilo produtivo e de base do filme. Em termos de resultados comerciais podemos dizer que os mesmos nao foram brilhantes tendo em conta que se trata de uma serie de grande sucesso junto dos menores e ter em causa o contexto de super herois.
SObre o filme eu confesso que nao consigo perceber muito bem qual o publico alvo de um filme como este. Por um lado acaba por ter em si uma satira demasiado mordaz para funcionar junto dos mais pequenos, e por outro lado a animaçao em 2D e principalmente a intriga narrativa central ser muito pouco complexa, parece-me distanciar este filme tambem dos mais adultos.
O filme tem um estilo proprio que dura ao longo da sua curta duração. O filme nao perde quase tempo nenhum na sua intriga central, apostando num estilo ironico das suas especificidades e assim o filme acaba por ser demasiado difuso e irreverente de uma forma gratuita o que acaba por ser pouco para um filme de animaçao que encaixa com algum tradicionalismo naquilo que os filmes Lego fizeram com Batman.
Este e o tipo de conceito que pode funcionar bem em termos de serie mas que nao funciona como filme principalmente porque se trata de uma episodio de maior dimensao e onde toda a gente vai estar a espera mais do seu humor mordaz do que propriamente qualquer outra coisa, por isso parece-me um filme que nao estava destinado ao sucesso.
Em termos de historia temos a luta do grupo de adolescentes herois no sentido de conseguir um filme so deles e um lugar no olimpo em termos de super herois, e a luta contra um vilao de primeira linha.
Em termos de argumento parece-me que estamos perante um filme que nao existe na intriga central, nao temos personagens, nao temos qualquer tipo de coerencia em termos da historia, sobrando apenas a ironia dos momentos de humor o que é pouco para adultos e demais para crianças.
Apostar uma realizaçao 2d neste periodo parece-me estranho, dai que o filme seja fiel a serie mas pouco interessante no panorama actual de animaçao A dupla de realizadores vem da serie e segue o seu estilo, num trabalho que provavelmente nao tera seguimento.
Em termos de cast de vozes e nos secundarios que o filme acaba por ter as maiores apostar, que funcionam no lado mais comico do filme e pouco mais. Nao e um filme com grande capacidade explosiva neste sentido deixando como aspeto mais relevante finalmente termos Cage como super homem.

O melhor - Alguns apontamentos de humor podem funcionar nos adultos.

O pior - Um filme sem grande sentido em termos de publico alvo

Avaliação - C-

Searching

Este filme em ambiente online com um elenco a partida nada apelativo acabou por ser uma das grandes surpresas do ultimo festival de Sundance, onde acabou por ganhar o premio para filme de estreia. Em termos de resultados criticos este filme foi bem recebido pese embora sem a capacidade para lutar por premios este thriller acabou por ser um dos filmes sensaçao deste ano. E esta sensação acabou transpirar tambem para o valor comercial do filme ja que os resultados do filme foram bem acima daquilo que se esperava.
Searching e um filme original ja que passa todo ele no ecra de um computador, e fá-lo de uma forma competente com a capacidade de nos dar uma intriga competente, numa abordagem propria e que nos prende ao ecra passando pelos diferentes perigos e pelas diferentes conjugaçoes em termos online. Pena e que anos antes tenha surgido um filme de terror de qualidade mediana mas com uma abordagem semelhante que tenha sido o original deste filme passado em ecra de computador contudo sem a qualidade ou a maturidade que este filme consegue ter.
O filme começa bem no lançamento da sua historia, mas acima de tudo parece-me que o filme funciona melhor quando entra no paradigma moral da internet, aqui o filme usa alguma satira para funcionar. Os lapsos temporais tambem me parece interessante pois todos sabemos que depois de um acontecimento choque e usual algum afastamento. O filme funciona pior na parte final, o final do filme surge de uma forma demasiado rapida e aqui parece que o filme perde algum impacto nesta sua conclusao.
Mas Searching pega na ideia base de Unfriended e da-lhe a roupagem de um filme mais adulto, competente e o filme funciona no impacto, na capacidade de surpreender e mais que isso na capacidade do filme lidar com diversos pontos relacionados com a internet e o ambiente online trabalhando-os de uma forma madura e abrindo a discussao
O filme fala de um pai que depois de ver a sua filha desaparecer de forma a auxiliar a investigação acaba por aceder ao computador e redes sociais da sua filha.
EM termos de argumento a base do filme funciona em termos de intriga mesmo sendo um filme que nao e original na sua base descritiva ao contrario do seu estilo é um filme competente, intenso e isso acaba por deixar as personagens principalmente a central crescern.
Na realizaçao e um filme complicado porque todo ele é passado em ambiente online. Este filme de estreia pese embora nao seja original na sua base acaba por ser o melhor filme com este conceito. E um filme pensado bem e executado também. Por este facto fica bem esta estreia de Chaganty e deixa-nos na expetativa do que vem em seguida.
No cast Cho esta a tornar-se um actor mais dramatico e podemos dizer que ate funciona com alguma intensidade, pese embora esteja demasiado preso a imagem de comediante de segunda linha. Em segunda linha uma Messing mais intensa que acaba por ser uma das surpresas do filme.

O melhor - A abordagem do filme.

O pior - Unfriended ser um filme pior mas que ja tinha esta abordagem tirando a sensação deste estilo.

Avaliação - B

Friday, October 12, 2018

The Happy Prince

Oscar Wilde é sem sombra de duvida uma referência para todos os ativistas LGBT, entre os quais se insere Ruppert Everett, o actor britanico assumidamente homossexual assumiu sempre que um filme sobre Oscar Wilde era o projeto da sua vida, assumindo pela primeira vez neste filme diversos papeis na produçao do filme. PEse embora a expetativa em ver o resultado desta obra, depois da sua apresençao em Berlim percebeu-se que existia muito trabalho de pesquisa mas que o resultado era apenas moderadamente satisfatório. Em termos comerciais aguardam-se dados mais vincados mas parece claro que a historia está longe de ter alto valor comercial.
Sobre o filme parece claro no filme o fascinio de Everett por Oscar Wilde, principalmente na forma dedicada como explora todos os seus lados e os seus maneirismos na interpretação, mas o filme perde por ter que ser o simbolo de alguem que era um simbolo, então o filme acaba por ser quase um musical com poucos contactos com a vida real, num turbilhão de relações e festas que vão passando ao longo da duração do filme.
Essa pouca objetividade do filme naquilo que quer transitir faz com que principalmente as personagens secundarias e que têm relevância para a historia não existam no filme, que perde grande parte do seu tempo a explorar os desvaneios e a degradação mental e fisica de uma persoangem perdida num contexto social que não o aceita, e ai o filme acaba por ser repetitivo e sem força.
Parece um dos grandes problemas dos filmes de Oscar Wilde, nunca se transmite aquilo que ele foi mas tenta-se sempre dar uma novelização daquilo que ele significa e os filmes acabam sempre por ser demasiado excentricos ou estranhos faltando-lhe sempre a capacidade de entrar realmente no personagem.
A historia fala dos ultimos anos da vida de Wilde, depois de condenado pela homossexualidade e deambular entre cidades à procura de conseguir retomar a vida depois de uma condenaçao que aniquilou a sua aceitação no contexto onde estava inserido.
Em termos de dialogo parece-me que o filme é pouco fluido, que se perde demasiado na linhagem temporal, e perde muito tempo na componente estetica e poetica do autor e pouco na vida real do mesmo, e principalmente das personagens com quem interagia e isso faz o filme ser mais pequeno do que aquilo que podia ser.
Na realizaçao e inquiveco o fascinio de Everett por Wilde, na forma como o realiza, na forma como nos declara a sua obra, uma homenagem a um idolo. A realizaçao tem coração mas a abordagem nem sempre nos parece a mais objetiva e isso faz o filme ser no minimo um pouco estranho.
A construçao de Everett é forte, recheada de maneirismo que pecam por ser demasiado teatrais e em cinema isso ser ligeiramente menos interessante. Um actor que nunca foi de primeira linha que aqui acaba por tentar atraves de si mais força. Os secundarios nunca tem palco para mais.

O melhor - Alguns apontamentos de realização e a construção fisica da personagem

O pior - A forma como o filme perfere o simbolo à pessoa

Avaliação - C-

Loving Pablo

É habitual por vezes o cinema num curto espaço de tempo se enamorar por personagens da vida real, dando-lhe atenção em diversos generos como diversos filmes e algumas series. Uma dessas personagens é sem sombra de duvida Pablo Escobar, que nos ultimos anos ja vimos diversos filmes, documentários e uma serie de fama mundial como foi Narcos. Este filme, produzido em espanha mas com uma dimensão mais global não foi propriamente o produtor mais aperciado pela critica com avaliações tendencialmente negativas.Também comercialmente e principalmente nos EUA o filme acabou por ser um pequeno desastre, talvez porque o produto já estava devidamente usado.
Sobre o filme podemos desde logo dizer que tinha tudo para ser o grande trabalho sobre Escobar, primeiro porque era baseado numa biografia de alguem que conviveu de perto com o narcotraficante, depois porque tinha como interpretes dois dos melhores actores de lingua espanhol que ainda para mais são um casal da vida real e como realizador um jovem valor do cinema espanhol. COntudo o filme está longe de funcionar, principalmente pelos buracos narrativos, e isso ainda se nota mais quando quase todas as pessoas que viram este filme, viram a mesma historia muito mais detalhada em Narcos.
Por outro lado a opçao pela lingua inglesa no filme parece totalmente estranha e condiciona o realismo do filme, mesmo que ambos os actores consigam ser  competentes neste ponto, parece-me claro que o filme perde um lado independente que a historia pede, com esta opção. Mesmo que em termos produtivos, e principalmente nas execuções o filme adquira uma brutalidade que nao foi vista nos outros filmes e algumas sequencias bem realizadas que são a mais valia do filme.
Ou seja Loving Pablo funciona pouco principalmente porque o objeto do seu filme esta completamente gasto de principio a fim, mesmo que seja uma abordagem mais dura do que por exemplo fez Narcos o certo é que em termos da novidade que transmite ao espetador ela não existe e pior que isso a relação central quase sempre e pouco trabalhada.
A historia fala de Pablo Escobar e os momentos mais conhecidos da sua relaçao com a jornalista Virginia Vallejo e a forma como a ascenção no mundo do crime de Pablo foi condicionado a relação entre ambos.
Em termos de argumento eu confesso que é mais facil fazer uma serie detalhada do que um filme detalhado sobre alguem. mas depois do sucesso de Narcos e abrangencia que teve relativamente à vida de Escobar o filme parece claramente curto e pouco denso mesmo na sua parte central que é a relaçao entre os protagonistas.
Sobre o realizador Leon de Aranoa é um realizador conceituado em Espanha e cujo produto americano até tinha funcionado minimamente bem. Este filme tem bons momentos principalmente na força das imagens das execuções mas pouco mais em termos daquilo que na realidade o filme quer ser. Nao foi nem de perto nem de longe o resultado que o realizador necessitava para mais altos voos.
No cast e obvio que Bardem funciona como Escobar, principalmente no seu lado mais escuro e criminal, Uma excelente construção fisica de um excelente actor que esta ao nivel esperado. Cruz está menos forte mas a sua persnagem e muito menos trabalhada, pese embora o filme seja baseado na auto biografia da propria.

O melhor - Bardem e as sequencias de execuções

O pior - Narcos ter ido muito mais longe no mesmo tema

Avaliação - C-

Thursday, October 11, 2018

Mamma Mia! Here we go Again!

Dez anos depois do primeiro Mamma Mia, surge a sua sequela natural em face do primeiro filme ter sido um sucesso. Seguindo a personagem as duas personagens centrais do primeiro filme em tempos diferentes este segundo filme acabou por conseguir resultados criticos proximos do primeiro filme, até ligeiramente melhores, contudo em termos comerciais os resultados foram claramente inferiores, muito por culpa da falta de novidade.
Eu confesso que pese embora ache original a abordagem do primeiro filme o resultado final do filme esteve longe na minha opinião de ser minimamente interessante, ou seja um filme emocionalmente forte mas com conteudos demasiado previsiveis. Este segundo filme tem um ponto que acaba por ser mais interessante do que o primeiro filme que é a nostalgia. Ao termos um paralelismo entre a personagem mãe e filha nos mesmos periodos o filme acaba por dar bastante nostalgia a personagem de Streep e isso funciona muito bem em termos emotivos para o filme. Mesmo que em termos do desenvolvimento narrativo o filme seja básico sem grande intriga ou sem qualquer capacidade para surpreender.
E um filme com alguns detalhes interessantes e aqui parece importante revelar os cenarios incriveis, a adaptaçao musical, embora nos pareça que muitas das sequencias não encaixam perfeitamente nas musicas e o estilo do primeiro filme, embora nos pareça que é na capacidade de ser nostalgico que este segundo filme não só valoriza este filme bem como as circunstancias do primeiro.
Mamma Mia gostando-se ou nao e um filme que marcou pelo seu mediatismo, mais do que propriamente pela sua qualidade, principalmente tendo em conta os defeitos da interpretações musicais. O filme tem neste caso tambem muitas dificuldades na caracterização de idade das personagens.
A historia segue Sophie agora empenhada em cumprir o sonho da mãe de abrir o hotel, ao mesmo tempo que o filme nos conta os primeiros tempos de Donna na ilha grega e a forma como foi conhecendo os seus três homens. O filme vai seguinte o paralelismo das duas personagens até ao momento do nascimento de Sophie.
Em termos de argumento o filme é algo basico, algo alias que já tinha acontecido com o primeiro filme. Parece menos natural o encaixe musical do que no primeiro filme, mas ao mesmo tempo parece-nos que se trata de um filme que consegue trabalhar bem o aspeto emotivo.
Na realizaçao Ol Parker um realizador de comedias romanticas teve aqui o seu filme mais mediatico, numa realização que fica facilitada pelos cenarios do filme, e isso acaba por ser suficiente para o estilo do filme, mesmo que não tenha outros promenores.
No cast quase nenhum risco com repitições de papeis, ainda que menos trabalhados. A unica entrada foi james que acaba por ter o estilo de Streep e com qualidade vocal reconhecida. De resto os serviços do filme são cumpridos mesmo que em termos interpretativos o filme esteja longe de ser birlhante.

O melhor - A nostalgia da personagem Donna

O pior - Porquê, Cher?

Avaliação - C+

Sunday, October 07, 2018

Operation Finale

Desde a separação dos irmãos Weitz ambos tiveram sempre muita dificuldade em se assumir com realizadores de referência pese embora ao longo dos tempos tenham efetuado experiencias em generos diferentes. Este ano Chris em colaboração com a Netfilx lançou este filme do pos holocausto e a tentativa de deter um dos generais maiores dos campos de concentração. Criticamente o filme este longe do sucesso com avaliações medianas que acabaram por colocar em causa de imediato a possibilidade do filme estar nas disputas pelos premios. Por sua vez comercialmente mesmo tendo em conta o facto de estar disponivel na platanforma online o resultado comercial do filme não foi um um desastre.
Sobre o filme podemos dizer que temos um eficaz e simples filmes historico, com algum cuidado em fazer prevelecer o lado emocional das personagens e mais que isso o lado descritivo de uma operação de grandes dimensoes tendo em vista um objetivo. Ao mesmo tempo em alguns apontamentos o filme consegue ser tambem um filme de personagens nao se limitando ao lado mais simples que contar uma historia conhecida.
E obvio que do ponto de vista de estetica e de abordagem o filme acaba por ser demasiado simples, sem qualquer risco. Fica a ideia que o filme poderia ser maior naquilo que quer transmitir e assim ganhar mais dimensão sobre os outros filmes que relatam factos do mesmo periodo. No final fica a ideia de alguma previsibilidade que não lhe permite ser um filme de referencia.
Mesmo assim um filme interessante para quem quer conhecer mais um episodio a uma abordagem a um episodio do pos holocausta, com boas escolhas nas interpretaçoes centrais mas um filme que nao consegue ter na sua produçao algo mais do que a historia que quer contar e isso normalmente diferencia um filme interessante de um grande filme.
A historia fala de uma serie de agentes especiais israelitas que se dirigem para a Argentina no sentido de tentar capturar um ex-general nazi exilado naquele pais, e com uma identidade disfarçada.
Em termos de argumento o filme para alem de um ponto de partida historico interessante acaba por ter no filme personagens bem construidas e mais que isso alguns dialogos emotivamente fortes. Pode perder por alguma previsibilidade mas isso e sempre um problema dos filmes sobre dados historicos, todos sabemos como vai acabar.
Na realizaçao Chris Weitz esta longe de ser um prodigio e aqui nao arrisca nada, dando uma produçao mediana, realizada de  uma forma simples o que pode explicar o facto do realizador nos ultimos anos estar mais funcional na escrita do que propriamente na realizaçao.
No cast uma excelente escolha de Kingsley. Poucos conseguem ser tao versateis e ao mesmo tempo tao intensos como o veterano actor que mais uma vez convence de inicio ao fim do filme. Isaac parece mais em piloto automatico beneficiando do facto da sua personagem nao ser tao forte em termos de dimensao.

O melhor - A historia que o filme conta.

O pior - ALguma falta de risco na abordagem da realizaçao

Avaliação - B-

Friday, October 05, 2018

Ant-Man and Wasp

Três anos depois da Marvel ter dado a conhecer um dos seus herois mais improvaveis e talvez aquele que teve em si o filme mais engraçado do ponto de vista comico de todos eis que surge a sua sequela, que surge apos a Guerra Civil. Os resultados criticos deste segundo filme que acaba por ser bastante fiel ao primeiro são parecidos, avaliaçoes essencialmente positivas e talvez por isso mas acima de tudo por se tratar de mais um capitulo da MCU resultados comerciais interessantes ainda que longe dos melhores registos da saga.
ANt-Man é para mim o mais divertido heroi da Marvel e aquele que consegue dar os filmes mais interessantes do ponto de vista de curiosidade e comico. Ja tinha achado isso no primeiro filme e este segundo filme e uma fiel sequela que vai buscar muito do primeiro filme naquilo que funciona em termos de humor, juntando-lhe um argumento eficaz onde não temos um vilao de ponta mas uma serie de personagens a atrapalhar o que acaba por ser interessante para o registo descontraido que o filme quer ter.
Alias o filme em termos de efeitos especiais é delicioso na forma como gere de forma eficaz o encolher e aumentar da personagem. Claro que podemos dizer que não é um filme profundo mas penso que o objetivo central da MCU é o entertenimento e nisso penso que poucos conseguem conciliar também os efeitos, a curiosidade e o humor com este heroi de pequenas dimensões mas com um valor comico incomparavel naquele universo.
Claro que podemos dizer que estes filmes nunca sao surpreendentes filmes de açao, ou tem sequencias de primeiro nivel, penso que o lugar deste heroi e diferente, quer na sua nascença mas acima de tudo no seu desenvolvimento. Este segundo filme mantem o nivel do primeiro filme pensando que em termos de humor ate podera superar e isto em sequelas em que se mantem a equipa muitas vezes acontece.
O filme segue as aventuras de Ant-Man agora com a ajuda da Wasp numa tentativa de encontrar no nano universo a mãe desta enquanto uma peculiar laboratorio de experiencia começa a ser procurado por diversas pessoas pelas quais os herois vao ter de combater.
Em termos de argumento na base narrativa do filme nao temos particularmente nada de grande novidade, mas o filme funciona e bem em termos humoristicos tendo diversas personagens para este trabalho e que funcionam bem em conjunto. Essa e a maior virtude de um argumento com objetivos bem definidos.
Peyton Reen realizador de comedias tem nesta saga talvez os seus melhores trabalhos, consegue conjugar bem o humor e os efeitos especiais, sendo que o ponto de partida do filme ajuda bastante naquilo que seja a conjugação destes dois pontos. Provavelmente nunca sera uma mente brilhante de hollywood mas sera sempre um bom tarefeiro.
No cast nada de particularmente novo, Rudd funciona bem naquilo que é esta personagem e conjuga bem com um Douglas descontraido, uma Lilly que é das boas surpresas da passagem da televisao para o cinema, e um Michael Pena que funciona como poucos em termos de humor. Falta obviamente um vilao de grande dimensao.

O melhor - O humor do filme em termos de curiosidades e nao so.

O pior - A falta de um vilao imponente.

Avaliação - B

Thursday, October 04, 2018

The Darkest Minds

Quando se pensava que a febre das aventuras juvenis, ou mais concretamente a adaptaçao das aventuras juvenis tinham acabado a Fox surgiu com esta nova saga, pensada em Franchising sobre crianças com poderes em grupos contra poderes instalados. Em termos criticos esta adaptação de uma nova saga foi um fiasco total e isso pode condicionar e muito a continuaçao da mesma. Comercialmente as coisas tambem nao correram melhor o que corrobora a possibilidade de termos ficado pelo primeiro capitulo e com um final em aberto.
Eu acho que acima de tudo as pessoas estão fartas de historias sobre crianças dividadas em grupo oprimidas e a ter de lutar pela sobrevivencia. Nos ultimos anos foram diversas as sagas, ou tentativas das mesmas que tiveram lugar uma com mais sucesso que outras mas todas muito iguais, e esta saga acaba por ter em grande dimensao esse problema, e de principio a fim mais do mesmo a todos os niveis, na base, no desenvolvimento e na sua conclusao aberta a pensar em novos capitulos.
Dai que este filme tenha dois problemas para alem da falta de originalidade que o condenam de imediato ao fracasso. Desde logo falta-lhe carisma nas personagens aqui falta obviamente a presença de actores mais conhecidos ou pelo menos um elemento narrativo que lhe de uma roupagem propria e por outro lado nao tem dimensao para efeitos de primeira linha sendo tudo demasiado previsivel desde o primeiro ao ultimo minuto, numa historia que nunca tem ingredientes suficientemente fortes para fazer funcionar.
Por tudo isto so um suicidio monetario podera dar continuidade a uma saga morta a nascença, numa altura em que este tipo de historias passou de moda, e mais que isso onde a falta de ingredientes proprios ou mesmo de alguma abordagem diferente, fazem destes filmes tao previsiveis que ninguem tem curiosidade de os alimentar.
A historia fala de uma jovem que depois de uma doença nas crianças que as divide por habilidades tenta fugir ao grupo repressor onde esta instalada iniciando uma road trip pelo novo mundo na companhia de tres amigos, um de cada grupo, tentando recuperar a liberdade e a familia
Em termos de argumento quer a historia, quer as personagens e a execução e do mais previsivel que os grandes estudios fizeram nos ultimos anos, parece-me claro que um filme como este teria de ter ingredientes novos e este nao tem, nem nunca trabalha nesse sentido. Tudo e feito pelo esperado e isso acaba por ser cansativo.
Na realizaçao de estreia na saga tivemos Yuh Nelson uma realizadora de origem asiatica conhecida pela realizaçao de animaçao dos dois ultimos Kung Fu Panda, que aqui tem um trabalho de grande estudio sem grande arte ou ambiçao. Os efeitos nao sao de ponta e a abordagem demasiado tradicional. Nao foi propriamente a melhor passagem para o Live Action.
No cast o filme perde muito da sua força, a aposta em Stenberg oriunda de Hunger Games nao funciona porque a actriz nao tem carisma e isso parece evidente nas apostas que tem sido feitas na mesma. Ao seu lado os secundarios tambem me parecem faltar empatia com o publico. Sendo que Moore nos grandes dá o lado carinhoso e pouco mais.

O melhor - A divisao de grupos e obvia

O pior - O filme e uma colagem total de outros produtos

Avaliação - D

Don't Worry He Won't Get Far on Foot

A carreira de Gus Van Sant não tem sido facil colecionando uma serie de filmes de referencia que sao intercalados com diversos filmes de resultados criticos e comerciais pessimos e que fazem dele um realizador desiquilibrado pese embora as atençoes sejam sempre presentes nos seus novos lançamentos. Neste filme desde logo existia a curiosidade de ser um biopic e ter no protagonismo Phoenix. APresentado em Berlim o filme foi bem recebido embora sem grande entusiasmo o que claudicou de imediato qualquer esperança de premios. Comercialmente os resultados foram modestos algo que vem sendo comum na filmiografia recente do realizador.
Sobre o filme desde logo podemos dizer que temos uma personagem central interessante com um sentido de humor proprio e que o filme nem sempre consegue tirar o beneficio total do seu estilo de humor, muito por culpa de uma montagem estranha que faz o filme avançar e recuar sem grande sentido e perder assim algum sentido de orientaçao que seria fundamental para o impacto maior do filme.
Mesmo assim temos bons momentos principalmente criados por uma interpretaçao de primeira linha de Phoenix e mais que isso pelos problemas da personagens e a forma como ele os tenta ultrapassar a sua maneira. Nao e um filme esplendido e muitas vezes um filme mais curioso do que bem feito, que poenso perder demasiado tempo na excentricidade da auto ajuda que acaba por nao ser uma mais valia para o filme que perde mais tempo nisso do que na relaçao de namoro que poderia ser bem mais impactante.
Assim tem um filme com bons apontamentos longe do melhor de Van Sant, mas tambem longe do seu pior. Parece-nos que o filme tem demasiada necessidade de ter uma abordagem diferente quando pensamos que neste terreno fica a meio termo insuficiente para ser artistica e demasiado estranho para ser simples.
A historia fala-nos na vida de John callhan e a forma como o mesmo se tornou num cartonista de referência mesmo apos um acidente que lhe pos completamente debilitado fisicamente a forma como o mesmo lidou com um problema grave de alcoolismo.
O argumento é interessante embora nos pareça que principalmente nos dialogos poderia utilizar mais o estilo de humor da personagem e aqui parece-nos que falta ao filme alguma capacidade de risco. melhor nas personagens principalmente na central.
Van Sant nao esta no seu melhor momento, colecionando desastres sucessivos, aqui temos um filme realizado com competencia mas se a arte que ja demonstrou noutros filmes. Parece com algum medo de dar mais cunho ao filme e este tinha espaço para isso.
No cast Pheonix tem um papel dificil que cumpre com qualidade ou nao fosse ele um dos melhores actores da atualidade, melhor fisicamente que em termos interpretativos onde acaba por recorrer a alguns maneirismos constantes, e sem duvidas um dos bons papeis do ano, que com outra força do filme poderia estar presente na temporada de premios, ainda para mais quando os secundarios sao meras figuras de corpo presente.

O melhor - O humor da personalidade

O pior - Uma montagem algo confusa

Avaliação - C+

Wednesday, October 03, 2018

Black '47

O cinema britãnico é sempre um ninho para novos valores não nó na interpretação mas muitas vezes também em termos de argumentistas ou realizadores. Este filme cru é mais um produto de um cinema irlandês que durante muitos anos foi pioneiro na intensidade dramatica mas que nos ultimos anos perdeu alguma da sua dimensão e visibilidade. Este filme demonstra essa menor visibilidade já que pese embora as criticas maioritariamente positivas acabou por ser quase invisivel em termos comerciais.
Sobre o filme eu confesso que a intensidade e a capacidade de nos dar filmes fortes é uma forma que gosto principalmente num estilo de filmes britanico, que nao tem problema de nos dar o pior das pessoas e a sujidade dos ambientes com pouco sol. Essa fotografia acaba por ser o ponto mais forte e carismatico de um filme forte, pesado, que se aproxima facilmente do espetador na capacidade de transmitir a capacidade de sobrevivencia e impeto das suas personagens.
Pese embora esta força o filme cai por vezes em alguma previsibilidade exagerada dos seus twists que acabaou por tirar do mesmo algum impacto, mesmo assim temos um filme bem realizado e interpretado que pese embora nao fosse nada de novo e competente na forma como em termos emotivos e do que transmite se aproximar do espetador.
E pena que filme acom alguma qualidade como este sejam usualmente subjugados em termos de visibilidade por filme menos interessantes, e isso deve-se ao facto de cada vez se procurar historias de sofrimento ou de honra para historias futoristas e aqui este filme perde ainda por nao ter figuras de primeira linha.
A historia fala de um desertor de guerra que regressa a terra natal percebendo que a sua familia foi dizimada pelo poder instalado começando um plano de vingança contra todos eles
Em termos de argumento nao temos um filme com grandes dialogos ou com uma narrativa bastante diferenciadora acabando por ser o parente mais pobre de um filme que nos outros elementos tem o maior destaque.
Na realizaçao Lance Daly é um realizador de filmes de curto custo que aqui demonstra algum sentido estetico principalmente na facilidade com que usa a pouca cor para aquilo que sao os seus objetivos em termos de transmissao de ideias. Parece-me um realizador competente a estar atento num futuro proximo.
No cast o filme tem um quase desconhecido James Frencheville como protagonista ele que ja tinha sido destaque no consagrado Animal Kingdom, aqui temos um papel intenso, disponivel e vistoso de um actor que nos parece merecer mais destaque. Nos secundarios um Weaving usualmente competente acaba por ser o balanço para a furia de Frencheville em todo o filme.

O melhor - A capacidade do filme ser duro de uma forma muito epica

O pior - Os twis serem algo previsiveis

Avaliação - B

Monday, October 01, 2018

Eight Grade

Com uma historia simples sobre a vida de uma adolescente, sem grandes figuras de primeira linha, sem grandes produtoras por trás, este pequeno e simples filme catapultou-se em Sundance devido à sua magnifica recepção principalmente junto do publico onde ganhou o premio do mesmo. Fruto quem sabe dessa brilhante recepçao o filme acabou por conseguir uma distribuição wide que lhe deu resultados consistentes que provavelmente ninguem consideraria ser possivel no momento em que o filme foi pensado.
Eight Grade não é um poço de novidade, criatividade ou um filme que nos va surpreender pelas artimanhas narrativas. Pelo contrario é um filme simples sobre a adolescencia vista do prisma de alguém que normalmente não tem filmes sobre si, e é nesta simplicidade de tornar as coisas vulgares como uma possibilidade de analise que o filme tem o seu maior trunfo, na forma como nos dá tudo ao natural do ponto de vista de alguém com problemas e sem bola de cristar.
No balanco deste conflito interno e principalmente na forma metodica com que o filme nos consegue dar a adolescencia temos a força do filme e a razão do seu sucesso critico. Eight Grade e um filme de impacto que acaba no final por aligeirar sem o tornar num produto comercial MTV. Ficamos a pensar em soluçoes que nao existe, num filme que despe os contos de fada juvenis para nos dar a vida real de muitas jovens.
Talvez por esta simplicidade o filme conseguiu tanto mediatismo e buzz positivo, mesmo sendo um filme pouco artistico, um filme descritivo, ou que seja um filme que a sua maior força foi despir de maquilhagem e autopsiar uma adolescente com dificuldades de interação. Fica a excelente caricatura real dos nossos adolscentes.
A historia fala de uma adolescente introvertida pouco popular nos ultimos dias do Middle School e a forma como a mesma gostaria que este rescaldo desta fase fosse diferente para si.
Em termos de argumento o filme vale por aquilo que significa e pelo realismo das personagens e das situaçoes, sem tornar o filme comicamente absurdo ou um drama de fazer cair lágrima, isso deve-se a um balanço narrativo muito ponderado que funciona bem no filme.
Na realizaçao Bo Burnham um jovem actor de 28 anos que teve aqui a sua estreia com o pe direito, nao que o filme seja um poço de forma em termos de realizaçao ou de conceito, mas o realismo dos detalhes faz com que muitas vezes o obvio possa ser a melhor soluçao. A perceber o que se segue num realizador tao jovem.
No cast a escolha de Elsie Fischer e brilhante de uma jovem que nao teve medo de dar o seu lado pior com quilos a mais e borbulhas para uma interpretaçao de impacto na forma como transmitiu as indecisões, a incapacidade de adaptaçao faz deste papel algo a estarmos atentos na proxima temporada dos premios, já que a jovem actriz e o caração e o impacto do filme.

O melhor - A simplicidade de uma historia comum e real, pensada como deve ser pensada.

O pior - A forma como no final o filme se torna mais ligeiro

Avaliação - B

Hotel Artemis

Depois de diversos anos a servir de argumentista de alguns blockbusters este ano Drew Pearce ganhou a emancipaçao juntando as tarefas de argumenista o seu projeto de estreia como realizador conseguindo reunir um elenco no minimo interessante. Pese embora este facto e termos aqui uma produçao de alguma dimensao os resultados criticos do filme foram medianos o que nao lhe permitiu o impulso para grandes resultados comerciais onde o filme acabou por ser um total desastre.
SObre o filme podemos dizer que se trata de um Thriller negro futorista, com alguns toques de humor, o tipico filme rebelde mas que nunca consegue ter impacto nas dimensões que quer ter, desde logo naquilo que é a ligaçao das personagens num filme de impacto os pontos de contacto entre as personagens tem de ser mais fortes do que este filme nos dá, acabando com isso pela intriga ser tambem ela de pouco impacto.
E certo que principalmente em alguns dialogos mais comicos servidos pela personagemd e Charles de Day e por vezes de Dave Bautista o filme consegue ter a rebeldia engraçada que faz de um estilo de filme aparentemente estranho em obras com alguma qualidade, o problema do filme e que tem dificuldade em lhe dar o lado negro do crime e muito menos o lado futorista que o filme nunca aproveita para lhe dar qualquer apontamento de referencia.
Fica a ideia que Hotel Artemis e um filme que tem dificuldade em se levar a serio, que quer ser um filme estranho e curioso e isso acaba por ser mais na primeira vertente do que na segunda, porque o resultado final como um todo nunca é particularmente interessante e isso deve-se ao facto das personagens nao servirem de força natural do filme.
A historia fala de um hotel futurista que mais nao e do que uma clinica para associados criminosos com uma capacidade infinita de tratamento, tudo vai ficar em risco quando ali entra alguem que roubou diamantes ao maior criminoso e dono do hotel o que coloca em causa todas as regras que faz o conceito funcionar.
EM termos de argumento o filme e original nas ideias e consegue alguns pontos interessantes em alguns dialogos. COntudo a falta de personagens fortes acaba por nao deixar o filme ser mais que uma mediania pouco interessante mesmo que se perceba em muitos momentos que o filme tem um criador de dialogos de primeira linha.
Na realizaçao o filme escolhe o lado mais negro num estilo que nao sendo brilhante não e propriamente um desastre. E um filme de estudio com pouco risco, mas ao mesmo tempo parece que essa falta de risco faz o filme parecer mais serio e isso parece no final uma boa escolha.
A falta de personagens acaba por nao permitir grandes papeis, Day consegue alimentar o lado comico do filme, Boutella a parte de lutas e Brown a intensidade de uma personagem que perde pela falta de dimensoes.
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O melhor - ALguns dialogos com algum valor de humor.

O pior - As personagens centrais

Avaliação - C