Todd Haynes e um dos
realizadores mais amados da critica especializada e principalmente
pelos mais tradicionalistas, este ano e depois de uma excelente
recepçao no festival de Cannes trouxe-nos este filme que rapidamente
se tornou num dos filmes mais apreciados pela critica conseguindo
estar forte na temporada dos premios e garantir desde já a mais que
provavel nomeaçao ao oscar de melhor filme. Comercialmente Haynes
não tem grandes objectivos dai que não surpreenda os parcos
resultados comerciais do filme.
Pois bem é assim Carol
uma obra prima tão sublime que tenha deixado toda a critica entregue
ao filme, pois bem na minha opiniao a resposta e claramente não.
Temos um filme com alguns trunfos bem definidos, desde logo toda a
criaçao do espaço a sensibilidade como todas as cenas sao criadas,
e principalmente a banda sonora que pauta todas as cenas do filme.
Depois temos um filme tambem com muitos defeitos, o silencio nem
sempre e amigo da quimica e principalmente quando se quer fazer uma
relaçao tao forte e necessario palavras pontos de contacto algo que
o filme nunca da, tornando sempre a relaçao muito mais carnal do que
realmente amor.
Dai que e dificil
considerar este um filme de amor, é mais um filme politico sobre a
homossexualidade e o peso que isso tem em algumas questoes
familiares, no tabu na sociedade antiga e uma afirmaçao de que a
homossexualidade sempre existiu. Parece-nos claramente um filme com
muito mais politica do que propriamente a historia poetica de amor
que muitos exclamam que ele e.
Sendo um filme com
algumas qualidades e na minha opiniao um filme longe de ser uma obra
prima e um filme com bons momentos mas mesmo em termos de
homossexualidade esta longe do que Ang Lee fez com o seu Brockback
Mountain, e um filme bonito, bem realizado, bem contextualizado e bem
produzido mas o resultado esta longe de ser um espando.
O filme fala de uma
jovem funcionaria de uma loja que começa a sentir um fascinio por
uma cliente mais velha com quem embarca numa aventura que vai definir
toda a necessidade uma da outra, mesmo que as barreiras familiares e
sociais não aceitem esta liberdade.
Em termos de argumento
na minha opiniao estamos longe de estar perante um optimo argumento,
poucas falas, uma historia simples, não muito creatividade faz do
argumento algo simples de um cinema tradicional mas que não e aqui
que o filme tem os seus trunfos.
Mais facil e gostar da
realizaçao tradicionalista e detalhada de Haynes, não sendo um fa
do realizador por tornar tudo demasiado subtil, parece-me obvio que a
sua construçao temporal e interessante e perceber que o som poderia
ser o seu maior auxilio em tornar a relaçao muito mais imponente foi
o seu segredo.
No proximo mês
dificilmente não veremos Blanchet e Mara nos nomeados aos Oscares
provavelmente em categorias diferentes mas as nomeaçoes estao
seguradas, as prestações mesmo sendo de bom nivel penso não
estarem no topo da carreira de ambas que com facilidade conseguem
cumprir com elevado nivel o que e exigido não fossem elas duas
actrizes de primeiro plano, tambem no cast me parece que as
interpretaçoes estao sobrevalorizadas.
O melhor – A
realizaçao e a banda sonora.
O pior – A loucura
critica por uma obra com muitos tiques de normalidade.
Avaliação - B-
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