Tuesday, December 29, 2015

Carol

Todd Haynes e um dos realizadores mais amados da critica especializada e principalmente pelos mais tradicionalistas, este ano e depois de uma excelente recepçao no festival de Cannes trouxe-nos este filme que rapidamente se tornou num dos filmes mais apreciados pela critica conseguindo estar forte na temporada dos premios e garantir desde já a mais que provavel nomeaçao ao oscar de melhor filme. Comercialmente Haynes não tem grandes objectivos dai que não surpreenda os parcos resultados comerciais do filme.
Pois bem é assim Carol uma obra prima tão sublime que tenha deixado toda a critica entregue ao filme, pois bem na minha opiniao a resposta e claramente não. Temos um filme com alguns trunfos bem definidos, desde logo toda a criaçao do espaço a sensibilidade como todas as cenas sao criadas, e principalmente a banda sonora que pauta todas as cenas do filme. Depois temos um filme tambem com muitos defeitos, o silencio nem sempre e amigo da quimica e principalmente quando se quer fazer uma relaçao tao forte e necessario palavras pontos de contacto algo que o filme nunca da, tornando sempre a relaçao muito mais carnal do que realmente amor.
Dai que e dificil considerar este um filme de amor, é mais um filme politico sobre a homossexualidade e o peso que isso tem em algumas questoes familiares, no tabu na sociedade antiga e uma afirmaçao de que a homossexualidade sempre existiu. Parece-nos claramente um filme com muito mais politica do que propriamente a historia poetica de amor que muitos exclamam que ele e.
Sendo um filme com algumas qualidades e na minha opiniao um filme longe de ser uma obra prima e um filme com bons momentos mas mesmo em termos de homossexualidade esta longe do que Ang Lee fez com o seu Brockback Mountain, e um filme bonito, bem realizado, bem contextualizado e bem produzido mas o resultado esta longe de ser um espando.
O filme fala de uma jovem funcionaria de uma loja que começa a sentir um fascinio por uma cliente mais velha com quem embarca numa aventura que vai definir toda a necessidade uma da outra, mesmo que as barreiras familiares e sociais não aceitem esta liberdade.
Em termos de argumento na minha opiniao estamos longe de estar perante um optimo argumento, poucas falas, uma historia simples, não muito creatividade faz do argumento algo simples de um cinema tradicional mas que não e aqui que o filme tem os seus trunfos.
Mais facil e gostar da realizaçao tradicionalista e detalhada de Haynes, não sendo um fa do realizador por tornar tudo demasiado subtil, parece-me obvio que a sua construçao temporal e interessante e perceber que o som poderia ser o seu maior auxilio em tornar a relaçao muito mais imponente foi o seu segredo.
No proximo mês dificilmente não veremos Blanchet e Mara nos nomeados aos Oscares provavelmente em categorias diferentes mas as nomeaçoes estao seguradas, as prestações mesmo sendo de bom nivel penso não estarem no topo da carreira de ambas que com facilidade conseguem cumprir com elevado nivel o que e exigido não fossem elas duas actrizes de primeiro plano, tambem no cast me parece que as interpretaçoes estao sobrevalorizadas.

O melhor – A realizaçao e a banda sonora.

O pior – A loucura critica por uma obra com muitos tiques de normalidade.


Avaliação - B-

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