Seria uma questão de
tempo ou saúde até Clint Eastwood dar o seu lado da guerra no
afeganistão, na altura em que o cinema digere com diversos pontos
esta guerra contra os radicais islamicos, nada poderia correr melhor
comercialmente ao filme do que os ultimos acontecimentos que puseram
novamente esta tematica no centro do mundo que muito terá
contribuido para a excelente carreira comercial deste filme pelo
menos no dia do lançamento. Criticamente as coisas tambem correram
bem a Eastwood num terreno que ele domina e tudo ficou melhor com a
reta final dos premios que acabou por garantir duas nomeaçoes
fundamentais como filme e actor para os Oscares.
Na analise do filme
começo desde logo por salvaguardar que dos ultimos filmes de guerra
este é talvez o mais tendencioso e a propagando pro america que me
recordo de ver nos ultimos anos, não só na forma como a personagem
e descrita como quase infalivel em tudo o que faz e como se de um
sexto sentido tivesse de forma a diferenciar tudo que é terrorista à
primeira, mão ou o filme so retrata o lado bom da historia
esquecendo-se de um lado menos bom dos erros de prespectivas naturais
na guerra mas que serao sempre pouco cinematograficos. Por isto digo
que o filme é pouco coeso historicamente principalmente quando
baseado em dados aparentemente reais.
Mas não fica por aqui
os defices do filme, narrativamente o filme é pobre basicamente
temos a ligação de alguem a tropa e não a familia, e os conflitos
ai inerentes e pouco mais, algo que já anteriormente Hurt Locker
tinha feito com muito mais detalhes e muito mais conteudo na forma
como contextualizou eesta problematica dai que as obvias comparaçoes
fazem e muito este filme perder para a sua influencia directa.
Mas eu até compreendo
que os EUA necessitem de propagando para essa actuaçao, nos dias de
hoje, na forma como os proprios tentam justificar perante si uma
guerra que sempre será considerada discutivel, mas a auto critica
sempre foi uma das virtudes do cinema, principalmente de autor, e
quando vejo a falta de auto critica deste filme que poderia conjugar
o seu tragico real e curioso final, para um debate sobre muita coisa,
quase que o indiferencia numa propaganda patriotica que retira todo o
pensar e refletir que o filme poderia ser resultante do seu final.
Enfim, um filme de
clara propaganda patriotica americana como alias já tinha sido Zero
Dark Thirty numa toada bem mais madura, que contudo teve sorte no
timing porque o seu valor esta relacionado com tudo isto.
A historia fala de um
texano que embarca nos Seals e faz quatro tour no afeganistão,
durante as mesmas acaba por perder o contacto emocional com tudo o
resto incluindo a familia e tudo começa a ser viver para a patria.
O argumento é simples,
alias o filme é bastante circular no que diz repeito aquilo que nos
da, ou seja nascimento dos filhos, conflito familiar, e caça ao
homem, ao longo de duas horas de filme, não posso dizer que mesmo
nos dialogos que poderiam abrilhantar um pouco o filme haja qualquer
tipo de risco.
Eastwood e competente
na forma como filme e aqui tem um filme ao seu gosto, e interessante
como alguem nesta idade consegue imprimir ao filme este tipo de
intensidade principalmente em cenario de guerra, já vimos melhores
trabalhos no mesmo contexto mas penso que Eastwood e sempre eficaz
mesmo que desta vez sem grande cunho proprio no filme.
O cast e dominado
totalmente pelo seu protagonista, Cooper tem um papel simples que é
facil de agradar, e penso que o filme exige de si mais fisicamente do
que em termos interpretativos e ele cumpre, contudo sem brilho para
ser nomeado para um oscar num ano que do lado masculino até teve
boas interpretações.
O melhor – Algumas
cenas psicologicamente intensas bem realizadas
O pior – A faciosimo
norte americano no seu expoente maximo.
Avaliação - C
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