Friday, October 07, 2022

Three Thousand Years of Longing

 Apresentado no ultimo festival de Cannes esta epopeia pelo mundo das fabulas e dos genios sob o ponto de vista de George Miller, demonstrou toda a irreverencia do realizador como criador. O filme acabou por não ser propriamente recebido com entusiasmo pela critica, com avaliaçoes algo medianas, contudo comercialmente o filme em termos mundiais teve muito longe daquilo que Miller fez principalmente com Mad Max, embora seja muito claro que se trata de um filme com menos poder de fogo comercial.

Sobre o filme podemos começar por dizer que não e um filme facil, e quase um livro de historias, pequenas, ao longo do tempo na vida de um genio de uma lampada e o poder dos desejos. O filme nao e propriamente recheado de historias imponentes, parecendo sempre funcionar melhor na relaçao das duas personagens centrais e no encontro que estas tem na solidao de cada uma delas. 

E um filme dificil, muitas vezes desprovido de logica e grandes efeitos. Alias um dos pontos que se questiona e como alguem com a experiencia e com a força de Miller nos da um filme tao rudimentar em termos de efeitos especiais. Provavelmente ele queria o filme assim, mas numa historia ja de si dificil o efeito visual poderia ser uma mais valia se fosse tratada de outra forma.

Resulta assim uma excentricidade, um filme apenas para alguns a todos os niveis. Podem os que gostaram inaltecer o lado de historia infantil, ou de historias no plural, mas do outro lado fica a sensaçao que a cola de tudo o que vemos nem sempre e mais forte para unir os diversos elos que parecem sempre conduzir a um filme bem melhor do que realmente ele acaba por ser.

A historia segue uma solitaria escritora, que em plena Turquia acaba por libertar de uma lampada um genio que se encontrava preso ao longo de diversos anos, com o qual vao partilhar o passado e os estados de espirito ate a proximidade final.

No argumento uma historia dificil, muitas vezes com pouco sentido. Fica a ideia que a historia nao e tao interessante quanto o realizador e argumentista pensa que é. Fica a sensação que a base nao encaixa em lado nenhum e quando assim é, o filme torna-se demasiado estranho.

Miller e um realizador consagrado principalmente nos trabalhos de Mad Max. Aqui e um filme de risco, tenta ser tradicional e estetico mas nem sempre o resultado me parece o mais competente. Fica bem melhor nos momentos historicos do que na conjugação da realidade com o sobrenatural. Mas Miller tem historia sublinhada que pouco depende de uma obra mais intimista como esta.

No cast Elba encaixa bem no estilo do genio de aladino que se encontra como base da personagem. E carismatico, forte, e representa bem a todos os niveis o que o filme quer ser. Por outro lado a personagem de Swinton parece sempre estar algo desaproveitada, principalmente tendo em conta a gama de recursos da atriz.

O melhor - O ligaçao das duas personagens

O pior - Acaba por ser demasiado estranho


Avaliação - C



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