Sunday, October 09, 2022

A Jazzman's Blues

 Tyler Perry principalmente com a sua personagem Madea é ja um icon da população afro americana de classes sociais inferiores, os quais se associam ao humor negro da personagem que tem pautado a carreira de Perry como realizador. Mas ao longo do tempo Perry tem tentado alguns filmes dramaticos ou dramas de amor sem grande sucesso, dai que poucos esperavam que com este filme que junta amor e musica pela primeira vez Perry tenha conquistado, ainda que de forma moderada a critica com avaliações positivas. Do ponto de vista comercial, a aposta da Netflix modesta e os poucos atores conhecidos tornaram o seu mediatismo na plataforma quase residual.

Sobre o filme podemos dizer que temos o tipico Perry dramatico, com personagens limitadas, desenvolvimento muito simplista e muito drama de telenovela, que me leva a ter dificuldade, em grosso modo de o diferenciar do que por exemplo fez nos filmes fora da sua personagem base. A grande diferença acaba por ser o plano produtivo ao ser conduzido para um filme nos anos 30, mas acima de tudo com muita musica a mistura que da ao filme uma maior dimensao mesmo que isso acabe por nao ser muito diferente para o resultado final.

Onde parece que mais falha Perry, tambem neste filme é na direçao de atores, a aposta por atores desconhecidos sempre foi a sua formula no que diz respeito a forma como quer dar impacto aos seus filmes. Mas parece que mais uma vez isso e um grande handicap, nao so porque o filme não potencia personagens, mas os atores também nunca se sentem confortavel mesmo em personagens com grande grau de simplicidade.

Ou seja um filme simples, no ritmo de novela de segunda linha, com uma historia basica de telenovela das oito, mal interpretada, mas que acima de tudo fica desalinhado por interpretes de segunda linha. Claro que o aspeto produtivo de Perry pode surpreender por alguma maior dimensão, mas que na essencia acaba por ser mais do mesmo na carreira de Perry enquanto realizador e argumentista.

A historia fala de uma familia de classe baixa em que um dos filhos busca o sucesso como musico e o outro vive um amor proibido por uma estranha mulher, que se torna ainda mais proibida quando esta fica noiva do politico da terra, numa altura de clara segregação racial.

O argumento tem na base uma historia simples, de amor, e conflitos familiares, com personagens de telenovela muito definidas e pouco pluridimensionais. Os temas das diferenças raciais estão bem patentes mas tudo misturado e uma telenovela de baixa qualidade.

Perry e um realizador mediatico, mas longe de ser considerado um cineasta de referência. Aqui arrisca mais com a transposição para uma epoca diferente, e o lado musical, mas o filme e mais do mesmo na essencia do que nos foi dando ao longo do tempo. Um realizador com mais valor mediatico do que qualidade.

O cast recheado de desconhecidos sofre com essas escolhas. No duo de protagonistas e obvio que nem Boone nem Solea Pfeiffer se sentem confortaveis ou tem qualidade e carisma para liderar um projeto e o filme ressente-se disso embora fica a clara noçao que a forma como as personagens foram escritas tambem nao ajuda. 


O melhor - O lado produtivo do filme que nos leva para um tempo diferente

O pior - Os interpretes


Avaliação - C



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