Thursday, January 02, 2020

Pain and Glory

Estreado em Cannes no presente ano esta espécie de biografia anónima de Almodôvar recebeu excelentes criticas, ainda que algo ultrapassadas pela unanimidade que tem sido dada à prestação de António Banderas, o qual tem estado bastante associado a prémios. Comercialmente tendo em conta que se trata de um filme de ALmodovaer o resultado foi positivo.
Sobre o filme eu confesso que não sendo um entusiasta do realizador espanhol, quando o mesmo é demasiado excentrico nos maneirismos dos seus personagens, gosto quando o mesmo surpreende o espetador com twist nos seus filmes. Aqui temos um misto de estilos, o que alimenta algum interesse relativo às ligações escondidas entre personagens, mas fica a ideia que no tronco comum o filme é deficitário em alguns elementos.
Acho sempre que um filme que cobre uma fase da vida de alguém num momento particular é sempre redutor naquilo que um filme pode significar e neste filme fica dificil encontrar o seu tronco comum que acaba por não permitir grande intensidade, já que nos situamos num espaço concreto e isso acaba por dificultar a imponencia do filme como um todo.
Não sendo um filme de assinatura obvia de ALmodovar, percebe-se que se trata de um filme proximo a vida de o realizador, principalmente na emoção e cuidado dos flashbacks. Denota-se alguma falta de impacto que conseguiu nos seus thrillers e o filme até podia ter esses espaço.
A historia fala de um conceituado realizador que numa fase de vazio criativo recordda o seu passado enquanto combate uma situação médica adversa que o leva ao contacto com drogas.
Em termos de argumento não me parece nunca um filme completo. E um filme com sequencias com coração, principalmente no lado precoce da vida do protagonista, mas fica sempre a ideia que o impacto da historia não trás particularmente qualquer novidade e que mesmo as suas revelações vão tendo um efeito quase inconsequente.
Na realização ALmodovar tem o seu lado mais emocional na forma como filma as sequencias da infância da personagem onde o contexto fisico escolhido ajuda e muito aquilo que ele quer transmitir. No lado presente do filme o registo habitual de cor e pouco mais, num filme tipico do realizador, o qual continua a ser um dos meninos bonitos da critica.
Na interpretaçao Banderas tem recebido as melhores criticas da sua carreira, algo que na minha otica parece exagerado. Sendo sem duvida um dos melhores papeis de Antonio banderas está longe de ser um desempenho com a unanimidade que a critica lhe quer dar, e que poderá resultar na sua primeira nomeaçao para um oscar.

O melhor - Os Flashbacks de infancia

O pior - Parece que falta alguma cola que ligue tudo o que vimos

Avaliação - C+

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