Sunday, January 19, 2020

Motherless Brooklyn

TOdos os anos por altura do lançamento de filmes para prémios surgem projetos de actores na cadeira da realização com projetos pessoais com o objetivo de tentar cativar como realizador a atenção que tem como atores. Uma dessas figuras este ano foi Edward Norton com este filme sobre ligações politicas num contexto de racismo. Apos as primeiras visualizações em festivais escolhidos percebeu-se que a mediania das valiações não poderiam colocar o filme nas listas, sendo que comercialmente para um filme com estreia wide o resultado foi desastroso.
Sobre o filme eu confesso que não sou propriamente adepto quando um actor produz e realiza um filme com uma personagem deliberadamente a pensar nos prémios, principalmente porque habitualmente corre mal. Aqui parece-me que a exploração do síndrome de la tourrete no filme acaba por ter mais protagonismo do que uma intriga densa, muitas vezes complicada e isso é culpa de um realizador que procura isso para embelezar mais a sua interpretação mas acaba por adormecer ou dar a atenção do filme a outro lado.
Mas nem de perto nem de longe tudo e mau neste filme, a intriga apesar de densa tem algum valor, a personagem na sua dualidade acaba por ter bons momentos e a forma como o filme nos da Brooklyn de uma época em especial acaba também por fazer o filme em momentos funcionar mesmo que nos pareça que o filme entra muitas vezes em caracter circular o que não e positivo tendo em conta a duração exagerada do mesmo.
OU seja um filme que está longe de ser uma referencia de um Norton que me parece necessitado de algum protagonismo. Fica a ideia que as coisas pensadas com mais equilíbrio poderiam resultar num bom filme ainda que me pareça que a base nunca permitiria
uma obra de referencia.
A historia fala de um investigador privado com síndrome de la tourrete que apos a morte do seu patrão acaba por tentar investigar o que esteve por trás de tal morte, numa intriga que envolve políticos e questões sociais.
Em termos de argumento a intriga do filme é densa e não me parece que fosse fácil objetivar, e isso acaba por tornar o filme circular e algo adormecido, mesmo que a conjugação do policial com a questão politica e racial seja sempre de louvar porque não é fácil e o filme tem momentos de competência.
Na realização Norton parece-me bem mais competente neste filme que nos outros segmentos, uma boa reprodução temporal e espacial, de um realizador que parece ter talento nesta cadeira mas que talvez terá de ser menos ambicioso naquilo que tenta potenciar na própria interpretação.
Edward Norton tenta claramente com este filme ter uma interpretação de referencia, mas parece demasiado  colada a outros filmes que já teve e isso não soa a natural e prejudica o impacto da interpretação. Norton tem recursos mas náo deveria na minha opinião os tornar tal direcionados para a sua própria valorização. Nos secundários apenas Dafoe em espaços consegue algum destaque.

O melhor - Brooklyn antiga

O pior - o filme adormece a dor protagonismo ao acessorio

Avaliação - C

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