Saturday, January 11, 2020

Harriet

Desde o momento em que foi anunciado este projeto que de imediato figurou nos candidatos naturais aos prémios, não apenas pelos envolvidos na produção, mas acima de tudo porque a escravatura e principalmente as diferenças raciais sempre foram queridas para Hollywood, ainda mais sob a forma de biopic de uma das suas maiores lendas. Harriet contudo pese embora as boas avaliações de imediato se percebeu que apenas Erivo poderia ter algumas aspirações as nomeações, já que as avaliações embora positivas não eram brilhantes. Comercialmente para um filme sem grandes figuras ate conseguiu resultados bem consistentes.
Sobre filme Harriet e um filme demasiado simples para se diferenciar ou para de alguma forma fazer-se prevalecer quando comparado com outros filmes do género, mais artísticos, mais duros, mais reais e acima de tudo mais intensos. O que nos fica na retina e que mesmo sendo uma historia de impacto claro o filme se torna desde o primeiro minuto demasiado previsível e isso acaba por fazer o filme caminhar a um ritmo lento para o seu desenvolvimento.
Claro que temos uma historia de vida de força, e de convicção que merecia ser contada. Isso e indiscutível, o problema e que o filme tem uma abordagem demasiado simplista, pensando que tudo ia resultar por si só. Mas numa época em que existe risco e mais que isso muitos e muitos biopics com abordagens bem mais competentes, o filme passa claramento para segundo plano, tendo apenas como momentos mais fortes o lado musical da comunicação.
Ou seja um filme com uma mensagem clara, forte, mas que é claramente inferior a outros filmes com o mesmo tempo que nos últimos anos viram a luz. Talvez por isso escondeu-se numa temporada de prémios que pedia mais originalidade e mais arte aos seus filmes, fica a ideia que a historia fica contada e pouco mais.
A historia fala de uma escrava que apos fugir e ganhar a liberdade se dedica a libertar mais escravos de forma a devolver a liberdade e assim acabar com a propriedade de homens pelos homens.
A historia de Harriet e forte e merecia um filme, até aqui tudo de acordo, a abordagem e demasiado simplista, numa época de criação, e aqui parece que o filme tem medo de arriscar. No lado mais mítico dos contactos divinos da personagem nunca consegue fazer esse ponto funcionar a favor do filme, tornando-o mesmo um corpo estranho.
Na realização Kasi Lemmons e uma realizadora com o trabalho totalmente dedicado ao cinema afro americano, usualmente comedia, que denota ter um projeto maior que ela. Fica a ideia que com outra abordagem e mais arte na realização poderíamos ter um impacto diferente de um filme que sabe a pouco e a realização tem culpa.
NO cast Erivo e uma das actrizes em boa forma em Hollywood e tem um papel de impacto obvio. Não sendo propriamente uma interpretação de actriz, parece um papel pensado para premio, pela exigência física e dramática. A actriz cumpre e por isso consta das listas, no restante Alwyn tem alguns bons momentos do outro lado da barricada.

O melhor - Erivo e a historia de Harriet

O pior - Ficar a ideia que se limitam a contar a historia num filme banal

Avaliação - C

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