Monday, January 06, 2020

A Beautiful Day in Neighborhood

Desde que foi anunciado que iria surgir um filme sobre a iconica pessoa de Mr Rogers com Tom Hanks como protagonista, que os alarmes dos premios soaram, sendo de imediato o filme apontado como um candidato a todos os premios. Com mais informação sobre o filme percebeu-se que não seria um biopic, mas uma historia paralela. Mesmo com as excelentes criticas percebeu-se que não seria um filme para muitos premios já que não teria a dimensão para alem da personagem. Em termos comerciais o filme conseguiu uma consistente bilheteira tendo em conta que é um filme algo peculiar.
Este é um dos filmes mais surpreendentes do ano, não que seja exclusivamente pelos melhores motivos, mas acima de tudo pela discrepancia total entre aquilo que esperamos do filme, e aquilo que ele na realidade é. Todos pensavamos que iriamos ter uma historia simpatica sobre uma personagem simpatica, e temos acima de tudo um filme muito estranho, sobre uma personagem estranha que se relaciona com uma personagem simpatica. A simbiose entre estes elementos todos não é sempre feliz, pese embora o filme consiga o mais dificil que é nos dar o perfeito Mr Rogers e ai o filme é assertivo por completo.
De resto temos um filme confuso, um filme que não quer ser comercial, que quer introspetivo, esse apontamento reduz muito o ritmo do filme, mas permite criar a dimensão da personagem Mr Rogers, dotando-a de uma luz propria que o tira dos mortais, que seria possivel com a escolha que de alguma forma condiciona o impacto imediato do filme no espetador, tornando-o algo ambiguo
Ou seja temos um filme mais artistico do que o esperado, afastando-o do publico a aproxima-o mais da critica mais dificil. Existe um ponto unanime do filme que é Tom Hanks fica a ideia que existe dois filmes dentro de um, quando ele entra e quando não entra e isso torna o filme estranho.
A historia fala de um jornalista com diversos conflitos familiares, que tem como missão fazer uma reportagem sobre Mr Rogers o amado apresentador de televisão. Com a convivência percebe que a filosofia de vida da figura é um objeto de estudo enquanto se tenta encontrar com o seu passado.
O argumento não é facil, primeiro porque o estilo de comunicação de 1968 não é o atual, ou seja, se vissemos agora o programa de Mr Rogers iamos achar estranho e isso acontece no filme. Na historia de base parece demasiado simples tendo em conta o projeto em si, deixando toda a luz para a figura iconica.
Na realizaçao Heller, que o ano passado tinha surpreendido a critica com o seu Can You Ever Forgive Me, aparece aqui com um trabalho mais artistico. A abordagem do filme, principalmente nas sequencias de estudio de programa são muito bem realizadas, embora compliquem um pouco o filme. Fica a ideia do fascinio pelo programa ja que é nesses momentos que o filme utiliza todas as suas fichas.
No cast Rhys tem um papel injusto, de protagonizar um filme que vai dar total destaque a uma personagem secundaria. E isso acontece, a personagem central é pouco interessante e dá-nos um papel irrelevante que é o que o filme quer para dar destaque a um Hanks que se torna o perfeito Mr Rogers, mas isso todos ja desconfiavamos desde o momento em que tal foi anunciado.

O melhor - Mr Rogers

O pior -A forma como o filme se torna estranho para fugir ao obvio

Avaliação - B-

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