Thursday, January 23, 2020

Queen & Slim

A historia do cinema esta feita de duplas fatais em road trips numa escalada de dano, se foi assim em Bonnye & Cleyde, temos aqui a sua versão atual afro americana com a questão da raça bem emergente e principalmente a dualidade do tratamente policial. Este filme lançado no final do ano com alguma expetativa de prémios pese embora tenha sido bem recebido pela critica acabou por nunca ser um competidor claro na temporada de prémios. Por seu lado em termos comerciais tendo em conta que se trata de um filme sem grandes figuras os resultados foram razoáveis.
SObre o filme podemos dizer que tudo começa muito bem, a interação e a forma como as personagens divergem e deliciosa num ritmo ligeiro que percebemos que não pode durar para sempre mas que nos deixa na esperança que o que vamos ver seja divertido sem nunca perder o seu lado de denuncia. As personagens são introduzidas parecem-nos que encaixam perfeitamente um no outro.
COm o passar do filme as personagens vao desaparecendo para dar espaço ao motivo, as questões raciais e ai penso que o filme para alem de entrar numa escalada extremamente exagerada, perde porque perde a graça e a química que as personagens tinham na fase inicial, tornando-se apenas circular, sendo que mesmo os secundários começam a perder toda a graça e impacto que os primeiros vao tendo e o filme vai perdendo também ele a qualidade inicial, sem nunca perder o norte dos seus objetivos.
Fica a ideia que mesmo sendo um filme interessante o filme deu demasiada prevalência a politica mais que as personagens que serviram apenas de mero contexto, o que tendo em conta a qualidade nas mesmas percebida nos primeiros minutos de filme me parece um erro e que torna um filme que poderia ser de muita qualidade numa obra razoável.
A historia fala de dois jovens que se encontram pelo tinder sem grande química entre ambos, que acabam por no regresso dessa viagem vivenciarem uma situação com o policia que os leva a serem fugitivos procurados por toda a policia.
EM termos de argumento o filme tem muito melhor especificidades nas personagens e nos diálogos do que propriamente depois se torna em termos de historia de base, onde e apenas um road trip com final esperado. O filme vai de mais ao menos e isso náo e brilhante.
Na realização Matsoukas tem um trabalho simplista muito no seguimento do cinema afro americano de luta, sem grande risco ou arte. E um filme que da aos protagonistas a sua força e isso e a melhor escolha porque ambos estão num ótimo nível.
Kaluuya deve ser um dos melhores e mais intensos atores que nos últimos anos tiveram espaço e protagonismo e neste filme volta a mostrar versatilidade e impacto, que o fazem ser uma das pessoas a seguir. A seu lado a desconhecida Turner-Smith tem o lado mais forte, de um papel mais físico mas que funciona no registo que o filme quer.

O melhor - Os primeiros dez minutos

O pior - A forma como a questão racial seca por completo o que poderia ser uma boa historia de personagens

Avaliação - B-

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