Depois de um sucesso inesperado é sempre complicado para alguns realizadores ainda sem carreira sustentada saberem o que fazer de seguida. Lenny Abrahmson depois do fantastico The Room apostou pelo cinema de terror e de casas malignas, num genero que nem sempre tem trazido sucesso a quem o tenta, como por exemplo Guillermo Del Toro. Assim e apos as primeiras visualizações percebeu-se que pese embora a critica até o tenha avaliado na generalidade como positivo estava longe de ser uma obra de referência perdendo o impacto que o seu filme anterior poderia trazer. Talvez por isso tambem comercialmente as coisas tiveram longe do sucesso com resultados completamente modestos.
Eu confesso que o terror ou pelo menos o suspense de horror são generos dificeis, ou os filmes conseguem uma intensidade de sequencias que os tornam por vezes algo vazios em termos de argumento ou por outro lado os filmes tentam preencher demais o argumento com os diversos vetores das personagens e acabam por perder o impacto natural exigido a um filme de terror. Pois bem este filme nunca consegue encontrar esse balanço, pois nunca tem o impacto visual de terror que os filmes mais comuns do genero tem, e por outro lado a linhagem narrativa não é suficientemente rica para sustentar o filme.
Posto isto confesso que o filme defraudou-me em toda a linha as expetativas, se o inicio até me parece consistente no sentido em que nos leva obviamente para o passado das personagens, rapidamente o filme perde essa uniao pelo menos como forma de ir dando ao espetador alguns detalhes do passado, regressando ao mesmo no fim, quando provavelmente o publico ja adormeceu com o ritmo demasiado lentificado que o filme adquire em mais do que metade do seu tempo.
Tambem em termos esteticos me parece que nao é um filme muito trabalhado, para além do efeito natural da casa e caracterizaçao fisica de algumas personagens o filme nunca tenta ir mais longe, nem nos efeitos estranhos da casa nem na violencia das mortes, parecendo quase sempre um filme algo vago para os generos que tenta abraçar.
A historia fala de um medico que e requisitado para ir a uma casa de familia em tempos conhecida pelo glamour mas que aos poucos se vai destroindo a si e aos seus habitantes, sendo que a relação do medico com a familia rapidamente ultrapassa o comum entre medico e paciente.
Em termos de argumento parece-me uma historia demasiado comum, com um desfecho previsivel e com dificuldade de fazer manter a intensidade em termos de dialogo e desenvolvimento de personagens. Parece que reside aqui o grande problema do filmle.
Na realização depois de The Room o trabalho nao seria facil, mas penso que a escolha do genero e a execução é algo pobre para alguem com um curriculo recente tão intenso. Parece claro que nao se sente confortavel no genero e isso pode dar alguns passos atras numa carreira que estava bem direcionada com a nomeaçao para o oscar.
Em termos de cast, Gleeson tem o ar sombrio que a personagem necessita mas sofre de pouco desenvolvimento da mesma, sendo algo repetitivo. Wilson é uma actriz que também encaixa bem em personagens perturbadas, sendo o maior destaque para um Poulter que tem uma intensidade de sublinhar para um actor da sua idade, beneficiando do papel mais facil de agradar.
O melhor - Poulter.
O pior - A forma como o filme nunca encontra um ritmo certo
Avaliação - D+
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