Friday, November 30, 2018

Halloween

Quarenta anos depois e principalmente depois de muitos filmes que acabaram por dissecar tudo o que tinha sido possivel pensar sobre Michael Meyers surgiu a ideia de John Carpenter de apagar todos os filmes com excepção do primeiro e dar-lhe uma sequela como se nada tivesse existido entretanto. Este exercicio exigente e dificil acabou por resultar num filme bem avaliado pela critica na sua genese, sendo que comercialmente os fas do tradicionalismo de terror acabaram tambem por o tornar num sucesso comercial.
EU confesso que nao me recordo do primeiro Halloween ou o consiga diferenciar dos outros filmes todos que entretanto foram saindo com o mesmo tema. O risco de tentar apagar quarenta anos de registo e dificil e o filme teria de ser de tal forma imponente para se sobrepor a tudo o que existiu, e o filme na realidade nao consegue fazer isso, nao consegue ser a obra tao brilhante que seque tudo o que existio no que a Halloween diz respeito.
O filme tem uma virtude que o faz funcionar muito bem do ponto de vista estetico que e a forma como trata Michael com máscara e sem mascara, permite sempre que o filme cavalgue às costas de um personagem mitico, bem construido e mais que isso um filme que sabe que Meyers e o seu ovo de ouro e principalmente esteticamente sabe tratar isso levando o filme para a toada que necessita.
Do ponto de vista do argumento em si ja tenho mais dificuldades em diferenciar a historia de muitas outras que ja foram saindo com o carimbo da saga. Temos o confronto final, bem potenciado, mas temos demasiado tempo em mortes irrelevantes que quase so chegam para provar o que todos já sabemos que Meyers e o diabo em pessoa.
A historia fala de Meyers que depois de quarenta anos preso sai da cadeia, e decide tenter vingar-se de Laurie, contudo não espera que esta esteja totalmente preparada para o receber pois dedicou toda a sua vida para este encontro.
Em termos de argumento alguma mais valia no facto de nos dar o prisma de prisão psicologica da vitima ao agressor, e isso o filme acaba por ser o mais forte nesta analise. No restante um filme igual a tantos outros de terror que perde demasiado tempo no acessorio.
David Gordon Green num realizador que nasceu na comedia que aos poucos esta a tentar vincar no drama tem aqui uma passagem pouco esperada pelo terror. O filme sabe tratar bem a estetica de Meyers e um estilo vintage que o associa ao primeiro filme, mas esta longe de conseguir fazer com o terror o que outros entretanto ja conseguiram. A ver como Green segue a carreira que começa a ter alicerces mas necessita de uma parede.
No cast pouco a referir Lee Curtis tem aqui uma das personagens mais marcantes da sua carreira e regressa a ela com a intensidade e carisma dos primeiros filmes. No restante o filme é limitado nas personagens e acima de tudo no que exige delas.

O melhor - A imagem e o carisma da personagem de Meyers

O pior - O argumento é algo semelhante na base a outras sequelas de menos sucesso.

Avaliação - C+

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