Sunday, November 25, 2018

Widows

Quando se analisa a carreira de Steve McQueen como realizador há luz do seu filme mais conceituado e dificil perceber que o seguimento da sua carreira se tenha feito por um filme mais de açao do que drama sobre um golpe quase perfeito num contexto politico. Contudo este e o territorio onde Mcqueen fez carreira e talvez aquele que esteja na origem do seu cinema. Este filme apresentado no ultimo festival de Toronto, embora de imediato considerado pouco oscarizavel recolheu boas criticas, sendo que comercialmente as coisas nao correram bem nao conseguindo no mercado domestico ultrapassar o seu valor de produçao.
Widows e um filme que pela sua base nos deixa em alguma expetativa, principalmente por ter um realizador tao premiado como McQueen, o filme começa bem com uma boa sequencia de açao muito bem realizada pelo realizador, mas depois baixa demasiado o ritmo, dando primazia a um argumento algo reboscado com diversa intriga e personagens que liga o mundo da politica ao crime. Neste emaranhado excessivo de personagens e vontade o filme perde algum fulgos, principalmente porque as personagens nem todas parecem estar ao mesmo nivel, e porque o excesso retira tempo a personagens que merecia bem mais. Parece sempre que o filme ou necessitava de mais tempo, e ai tinha de gerir melhor o ritmo ou foi pensado para outro formato.
Isso retira algum do impacto imediato do filme, que no final pode dar a sensação de ser quem sabe demasiado pausado e lento, nao deixando quem saba dar o real valor a algumas interpretaçoes de primeira linha, a discussao politica entre formas diferentes de ver o assunto, e mais que isso ir trabalhar mais o aspeto relacional. Fica no final a possibildiade de sequela, que me parecia natural mas aqui penso que os parcos resultados comercia so filme nao o permitirão.
Ou seja um filme que sem nunca ter a força ou o tamanho para ser na verdade um candidato a premios consegue ser um filme interessante com alguns aspetos de primeira linha, mas que nem sempre consegue gerir com eficacia o numero excessivo de personagens e pontas narrativas que lhe tira algum efeito ou proximidade imediata. Mesmo assim denota-se apontamentos de realizador que deverão o diferenciar do tipico filme de açao para multidoes.
A historia fala de tres viuvas que apos a morte dos seus maridos se juntam  para continuar o golpe por estes planeado e ai conseguirem sobreviver a pressao de forças politicas maiores.
NO argumento o filme tem uma excelente base, numa boa introduçao de personagens, so que em numero demasiado elevado para a dimensao ou para o tempo que o filme depois lhes da. Isso desiquilibra o filme, principalmente na qualidade dos dialogos de umas pertes para as outras. Mas sem duvidas tem momento de cinema muito bem escrito.
Mcqueen conseguiu em 12 anos escravo uma dimensao que antes nao tinha, sendo um realizador mais proximo de elites do cinema independente. Aqui o seu lado mais escuro esta novamente de volta, com momentos de realizaçao de autor, num filme que nem sempre e coeso mas que demonstra bem as qualidades de um realizador de primeira linha.
No cast Davis acaba por ter um papel algo previsivel e algo igual a outros que ja nos deu, pelo que a sua personagem nao nos parece das suas melhores exibiçoes. E nos secundarios que o filme tem os seus melhores apontamentos com destaque para um Kaluya a demonstrar uma versatilidade muito interessante num dos melhores apontamentos secundarios do ano ate ao momento.

O melhor - A capacidade de algumas personagens secundarias terem os melhores momentos e os melhores dialogos.

o pior - Fica a ideia que duas horas e curto para o que o filme tem para dar e isso condiciona o ritmo do filme.

Avaliação - B-

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