Friday, November 30, 2018

Venom

Existe aquilo que podemos considerar uma praga de adaptações de filmes de super herois ao cinema, depois dos mundos DC e Marvel, também a SOny graças a alguns direitos que tem de historias da Marvel tem apostado em rentabilizar ao maximo este produto, tendo lançado este ano um filme sobre um vilao numa saga que parece ter começado alguns anos antes com Life. Venom foi um dos filmes mais mediaticos do ano, desde logo pelas pessimas criticas com que foi avaliado o que contrastou com a opinião publica em geral que gostou do seu jeito desajeitado e fez dele um dos grandes sucessos comerciais do presente ano, e sem duvida um filme a repetir em termos de sequela.
Venom é um filme estranho, principalmente pelo seu estilo desajeitado muito por culpa de uma personagem central algo perdida, desajeitada e que parece a pessoa errada para um filme de super herois. Mas e precisamente por tudo funcionar menos bem que o registo acaba por ser singular e ficar proximo de nos, principalmente na fase final, em que o tom descontraido da relação do corpo com a mente acaba por ser quase de uma comedia satirica.
Agora parece-me obvio que em termos de historia e qualidade de argumento o filme simplesmente nao existe, nao existe trabalho em nos dar uma narrativa elaborada, coesa, com vilões imponentes, nada disso, o filme prefere a relaçao intensa entre o corpo e o ser que o habita, com uns efeitos pouco trabalhados e mais que isso com muitos apontamentos que acabam quase por ser irrelevantes para o filme.
Ou seja Venom e razoavel por ser mau e isso o diferenciar de alguns filmes de super herois que se levam demasiado a serio. Se esta descontraçao foi algo planeado ou fruto de uma incapacidade de dotar o filme de outros atributos nunca vamos saber mas que se trata de um filme obviamente singular isso nao existe a menor duvida.
A historia fala de um reporter que tenta descobrir os segredos cientificos de um jovem cientista e acaba possuido por um ser do espaço que o torna num monstro com uma capacidade acima da media para lutar.
Em termos de argumento o filme é muito limitado, desde logo na intriga central, na forma rudimentar com que nos da as diferentes personagens e mesmo na construçao do vilao. Parece sempre um filme sem argumentos narrativos para funcionar.
Na realizaçao a cadeira foi entregue a Fleisher que depois do sucesso de Zombieland nunca mais conseguiu encontrar o caminho do sucesso. Aqui pouco risco, pouco autor, mas acaba de ter a sorte que de tão mal que o filme caiu que as coisas acabaram por se recompor.
No cast Hardy nao e claramente actor para este registo e demonstra bem isso no facto de ter conduzido o filme para o seu estilo e nao o contrario. O filme perde a capacidade de se levar a serio e isso talvez seja o seu segredo, num Hardy longe de ter caracteristicas de figura de açao. A falta de argumento nao permite qualquer outro motivo de analise para alem de um curioso Harelsson na post credit scene.

O melhor - A forma como os erros de produçao e argumento do filme parecem planeados para serem assim.

O pior - FIca a sensação que o filme adota esta postura por falta de recursos para ser diferente

Avaliação - C

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