Sam Raimi conseguiu
grande parte do seu sucesso na carreira com o cinema de terror, algo
que abandonou para se tornar num realizador mais completo, mas como
produtor nunca abandonou o genero dando-nos alguns dos melhores
filmes dos ultimos tempos e apostantando em novos realizadores. Um
desses é este Fede Alvarez que depois de ter realizado o remake da
noite dos mortos vivos aparece aqui com um filme escrito por si que
se tornou a grande surpresa do box office com resultados muito
consistentes para um filme sem grandes figuras de proa algo que foi
potenciado por uma optima recepção critica que o filme também
obteve.
Eu confesso que tenho
muita dificuldade em ficar maravilhado com filmes de terror
principalmente porque me parece que o campo para fazer optimos
argumentos quase não existe, e não e este filme que muda isso.
Alias o filme quase não tem falas, e é limitado ao jogo do gato e
do rato dentro de um curto espaço concretamente uma casa de um cego
situado no meio de coisa nenhuma. Mas é certo que fora isto o filme
consegue cumprir todos os seus objetivos, alias a sensação de
desconforto e claustrofobia do filme é intensa colocando quase
sempre os espetadores em termos de sensação no filme e isso é um
dos melhores atributos que o filme de terror pode ter, a capacidade
de desconcertar o espetador.
Por outro lado, um
pouco seguindo o que James Wan faz tambem a capacidade de escolher as
melhores imagens para impressionar tambem existe principalmente
quando desligam as luzes, tem dez minutos de uma intensidade muito
elevada, algo que o filme consegue ter ao longo de quase toda a
duração. Do lado mais negativo o facto de o filme não ter uma
mensagem a determinada altura o filme é tão negro nas suas
persoangens que apenas poderia resultar numa opçao sempre falivel.
Mas num universo de
filmes de terror que quase sempre cai em espiritos e sobrenatural
este filme é cru, bastante violento, chegando em momentos a ser
indegesto, intenso e mais que isso um filme que deixa vestigios
fisicos nos seus espetadores, algo que nem sempre pode ser bom, mas
que acaba por ser o objetivo maior de cada filme de terror e este
filme conseguiu-o como poucos.
Em termos de filme a
historia fala de três amigos, assaltantes, que decidem assaltar a
casa de um ex veternado de guerra cego, que vai ser tudo menos a
pessoa indefesa que a sua condiçao indica.
Em termos de argumento
o filme é ainda mais basico do que o normal argumento de terror com
fantasmas aqui quase não temos dialogos, pior que isso não sabemos
onde as persoangens vem, temos apenas um jogo do gato e do rato, em
algumas decisoes entra claramente no exagero o que lhe pode tirar
alguma maturidade, mas em termos esteticos o filme funciona.
Alvarez assina aqui um
trabalho que lhe da o passaporte para os destaques no terror,
consegue transmitir todas as sensaçoes que o filme quer dar muito
pelas opçoes, pela cor e pela definçao curta de espaços que o
filme, tem, e conseguir perceber tao bem o que pode dar ao espetador
principalmente no terror e um feito a sublinhar e Alvarez com o
patrocinio de Raimi pode ser um caso serio no genero.
O terror normalmente
não e um terreno fertil para grandes interpretaçoes já que pede
mais um trabalho fisico do que interpretativo, dai que normalmente os
seus interpretes sejam pessoas em inicio de carreira, ou consagrados
menos conhecidos, é o que aqui temos. Levy já e conhecida no
genero, Minnette tenta dar o salto de juvenil para adulto e este
filme pode ser um interessante trampolim.
O melhor – A
capacidade de fazer o espetador sentir-se enclausurado
O pior – A
simplicidade de um argumento que muitas vezes entra em algum exagero
Avaliação - B-
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