Wednesday, September 07, 2016

Wiener-Dog

Sempre que o irreverente realizador Todd Solondz anuncia um novo filme, Hollywood fica expectante do que dali vai sair, não só em termos de argumentos no minimo estranho, mas também em sequências com pouco sentido, e muitas vezes surpreendentes pela forma como choca a plateia. Este filme estreado em Sundance 2016 com este cunho, conseguiu criticas positivas, mesmo que ligeiramente menos entusiasmantes do que os trabalhos mais reconhecidos do realizador. Em termos comerciais, um terreno onde Solondz não tem grande impacto os resultados foram bastante curtos não conseguindo atingir a barreira do milhão de dolares.
Sobre um filme desde logo o que podemos dizer é que tudo que se espera de um filme irreverente o filme tem, desde logo uma base narrativa no minimo estranha, ou seja, um filme que aborda a vida de uma especie canina, com diversos donos e situações com aquele tipo de cão como pano de fundo. Muitas das sequencias são absolutamente surpreendidas, estranhas e sem grande sentido, o que acaba por esse facto ter alguma graça, principalmente mais umas que outras, já que determinados segmentos são tão estranhos que é muito dificil perceber o alcance do filme.
Agora é indiscutivel que estamos perante um filme original, com momentos non-sense mas que são deliciosos com particular destaque para o intervalo sob a balada da balada do cão salcinha, absolutamente deliciosa. Mas é certo que alguns segmentos acabam por ser tão particulares que são aborrecidos como o interpretado por Greta Gerwing e Kieran Kulkin. Ao ser um filme constituido por diferentes blocos muitas vezes sem ligação, parece um conjunto de curtas metragens o que é claramente mais facil de fazer, mas dificulta a análise do resultado final como protejo global.
Mesmo assim e mesmo sendo um filme diferente, e estranho, parece claro que temos momentos interessantes mas não se trata de um filme muito equilibrado, muitos dos momentos de situações particulares e promenores não funcionem, mesmo que outros tenham o impacto esperado que o horrivel final. Ou seja nunca será um filme de massas, mas é um filme que a espaços cumpre de forma vincada os seus objetivos.
O filme fala de diferentes momentos de diferentes personagens que têm em comum o facto de serem donos de um cão da raça salsicha. Assim em diferentes momentos a presença do cão, acaba por unir personagens em conflitos quer pessoais quer com terceiros.
O argumento é fracionado em diferentes historias com resultados difrentes, temos historias que funcionam na mensagem e no insólito, sempre procurado por Solondz, temos outras que funcionam apenas na mensagem, outras na curiosidade de aspetos, e temos por fim um ou outro momento que não funciona. Por isso não podemos dizer que temos um filme excelente, mas sim um filme com bons momentos narrativos.
Solondz e um realizador que procura o que mais ninguém procura em imagens sem grande sentido mas que narrativamente ele conjuga em torno dessas sequencias. Parece claro que por vezes gosta de chocar como o exagero da cena final, mas a sua assinatura é esta, e mesmo podendo ser criticada ninguém pode dizer que não tem marca de autor. Será sempre um realizador independente para um número pequeno de pessoas.
No cast, ao ser um filme fracionado não dá espaço a interpretações completas mas apenas a alguns bons momentos, onde o maior destaque vai para Danny DeVito, que algo distante dos papeis mais visiveis, tem aqui um papel dramaticamente forte, na historia mais intensa e com mais mensagem do filme. Bons desempenhos ainda para Burstyn. Nos restantes a historia é demasiado pequena ou insignificante para qualquer sublinhado nas suas interpretações.

O melhor - O intervalo musical

O pior - A historia da "caquinha"

Avaliação - C+

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