Antes da sua estreia
catastrófica no festival de Cannes de 2015 este era um dos filmes
apontados como candidatos aos oscares de 2015. Depois do desastre que
foram as recepçoes criticas no festival, expandidas um pouco por
todo o mundo, o filme acabou por apenas este ano e de uma forma muito
silenciosa estrear nos EUA e com resultados absolutamente
deprimentes, principalmente para um filme com o leque de
protagonistas como este e com um realizador como Gus Van Sant.
Sobre o filme é obvio
que com este massa humana nos diferentes pontos do filme esperava-se
um filme unico, algo de absolutamente genial, algo que o filme nunca
consegue ser. Contudo a ser um desastre deste tamanho, tambem me
parece exagerado. Temos aqui um filme simples, algo previsivel na sua
premissa, muito colado a alguns dos livros de Nicholas Sparks, mas
temos tambem uma historia de sobrevivencia e o abordar de um mito,
algo que preenche um pouco mais do que as lamechas historias do
escritor. Por tudo isto e facil concluir que temos um filme emotivo,
que agrada principalmente o publico feminino, mas que fica muito
longe do que Gus Van Sant com a sua rebeldia costuma dar aos filmes,
alias este parece mais um filme de Halstroom do que prorpiamente do
criador de Good Will Hunting.
O filme começa
demasiado lento, dando quem sabe alguma toada dos filmes mais
independentes de Van Sant, mas rapidamente se torna num filme simples
e romantico de matine de fim de semana, na forma como se torna por um
lado num previsivel filme de sobrevivencia muitas vezes com
sequencias impossiveis de acontecer, como explica as razões de uma
das personagens estar ali naquele contexto. Neste particular
parece-me que o filme é mais feliz mesmo que seja neste ponto que
toca mais no tipo Nicholas Spark.
Mas e no final que um
filme como este tem em si o maior trunfo, não podemos dizer que o
final é tão surpreendente como muitos esperariam que fosse e que
este conduzisse o filme para outro tipo de impacto. Mesmo assim é um
final que fortifica a mensagem romantica do filme, dando-lhe um lado
bonito e sentimental, que poucos esperavam ver num filme, que muitos
queriam, mais real e mais maduro, e penso que foi nessa gestão de
expetativa que o filme falhou.
A historia fala de um
viuvo que desiludido com a vida dirige-se para o Monte Fuji no Japão
com o objetivo de se suicidar num local escolhido por muitos para
este fim. Aqui e antes de efetuar o proposito da sua viagem conhece
um local com os mesmos objetivos com quem vai reconsiderar a sua
opçao e entrar na luta pela sobrevivencia.
Em termos de argumento,
temos claramente uma historia muito mais narrativa do que
cinematografica, e obvio que tem alguns problemas de realismo, e é
marcadamente romantica. Tambem pensamos que passa muito rapido para
um filme calado para explicar tudo. O final funciona a meio gas e
tinha nas suas costas muito do peso final que o filme poderia ter.
Gus Van Sant e um
realizador de extremos ora consegue fazer filmes de primeira linha e
autenticos filmes para a historia ora deambula por terrenos mais
indies, aqui talvez tem o seu trabalho mais tarefeiro menos de autor,
e por isso mesmo o resultado do ponto de vista de realizaçao ser
pouco apetecivel, mesmo assim alguns bons momentos principalmente no
aproveitamente do contexto estetico do filme.
No cast o filme aposta
muito num actor acabado de ganhar o oscar, e que aqui prometia ter
mais um papel para registo. Ele é fisicamente exigente e tambem do
ponto de vista dos recursos interpretativos. Encontra-se a um bom
nivel sem nunca ser brilhante, mas mesmo assim mantém a intensidade
que tem sido comum nos seus ultimos desempenhos. Ao seu lado bons
registos de Watanabe e Watts.
O melhor – As
interpretações.
O pior – Ser muito
parecido com um filme de Nicholas Sparks mas com melhores actores
Avaliação - C+
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