O cinema mais independente tem normalmente dois campos de trabalho distintos, um que potencia a criatividade, mesmo que ela nem sempre seja entendida por todos, e um outro campo mais simplista sobre vidas normais, abordadas de uma forma também normal. É neste segundo quadro que se encontra este filme, que foi estreado no festival de Sundance com boas criticas insuficientes contudo para valer qualquer prémio. Em termos comerciais, um filme com resultados residuais, o que acaba por ser expectável tendo em conta a falta de figuras de proa.
Sobre o filme, podemos dizer que o objecto do filme nem sempre é fácil de agradar, ou seja tentar relatar a vida de uma doente terminal do ponto de vista de um filho, é desde logo um filme com uma toada emocional muito negativa, que apenas pode resultar sobre um ponto de vista mais emocional, o que acaba por acontecer, na forma como de uma forma suave nos dá não só o degradar da doente, mas também o desespero de quem está próximo e nisso o filme funciona, principalmente na forma como percebemos que a personagem central tem noção da proximidade da morte.
COntudo o filme não focaliza apenas este conflito e aqui é que o filme se perde um bocadinho, principalmente em alguma falta de objectividade, que é na vida profissional do protagonista e na sua homossexualidade, aqui o filme é circular, não consegue nunca criar um conflito que dê fulgor ao filme, com excepção da conturbada relação com o progenitor que apenas surge a espaços, mas que parece insuficiente para tornar o filme mais que o diário de acompanhamento de uma doente terminal.
Outro ponto que me parece que o filme tem algum objectivo e que nem sempre funciona eé o estilo comédia dramática, principalmente quando o filme sai fora do conflito central nota-se a preocupação em o filme ser mais descontraído, mas o balanço entre o lado dramático e o lado mais ligeiro, pesa sempre mais para o lado do primeiro, e sentimentos que temos um filme triste, algo que me parece que nem sempre é o objetivo central do filme.
A historia fala de um jovem escritor homossexual, que regressa à casa para acompanhar o último ano da vida da sua mãe que se encontra com uma doença terminal. Neste ano para além deste acompanhamento tem avanços e recuos na sua carreira profissional, na sua relação e principalmente na inexistente relação com o progenitor.
Em termos de argumento o filme é simplista, objetivo, parece nem sempre balançar bem os conflitos que quer abordar, e isso enfraquece ligeiramente o filme, que consegue cumprir plenamente os seus intuitos no que diz respeito ao peso emocional dramático, falha quando tenta ser mais descontraido.
Na realização, podemos dizer que Chris Kelly tem uma realização simples, consegue em alguns momentos um bom simbolismo sem grande força criativa mas que funciona, para estreia nas longas metragens parece-me funcionar melhor como argumentista do que como realizador.
No cast optimas prestações do duo de protagonistas Plemons, a cada dia que passa para além de omnipresente demonstra uma grande versatilidade, nesta mistura de Seymor Hofman e Matt Damon, que o torna familiar, mas o maior destaque vai para Molly Shannon, intensa, com impacto, num papel a ser registado, e que com mais visibilidade do filme poderia ter impacto na awards season
O melhor - O duo de protagonistas
O pior - O objetivo de balançar o drama com um lado mais descontraído nunca funciona
Avaliação - C+
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