Quando foi anunciado o
novo filme de Nicolas Winding Refn, bem como o seu concurso a Cannes,
muita gente pensou que o creativo realizador que nos deu Bronson e
Drive, estava de volta depois de um projeto menos conseguido. Contudo
após as primeiras visualizações percebeu-se que a obra estava mais
perto do seu último filme dos que das suas melhores obras, obtendo
um resultado critico muito extremado, entre o bom e o mau, o que
colocou de imediato de lado todas as hipoteses na corrida aos
premios. Comercialmente não sendo o grande vetor do filme, o
resultado foi o mais esperado.
Será facil dizer que
este jovem realizador, e visualmente um dos realizadores mais
creativos, evoluidos e com sentido de estetica do cinema, contudo
muitas vezes estes atributos só funcionam se foram ligador a um
argumento interessante, ou pelo menos seguro, algo que conseguiu nos
seus filmes mais conhecidos, mesmo que visualmente menos aprumados.
Este é talvez visualmente o melhor filme do realizador, e aquele que
parece ter uma banda sonora mais interessante, nestes pontos parece
termos aqui o melhor lado de um realizador com muitas semelhanças ao
melhor David Lynch.
O problema é que o
filme e o seu argumento se resumem a duas linhas, sendo que a segunda
das quais é apenas o objetivo gratuito de chocar o espetador, mesmo
que leve à letra algumas das metaforas mais usadas na competiçao da
moda. Podemos facilmente dizer que é uma excelente critica e um
exagero mais que toca nos pontos do competitvo mundo da moda, mas o
que resume esta frase não pode dar assim duas horas de filme sem
mais conteúdo, sem mais personagens, sem mais dialogo, dando todo o
protagonismo, à cor e ao som, parecendo mais um trabalho
fotográfico, documentário do que um filme.
Ou seja o resultado é
dual, se por um lado a sua cor, a sua forma de filmas, a espaços um
bom papel dos protagonistas dá vontade de sublinhar o filme, pensar
que rapidamente o filme se resume a uma tagline, e muito pouco
principalmente para um realizador que muitos apostavam em ser um dos
meninos queridos na nova vaga de realizadores. Fica com a sensaçao
do que ele já consegue fazer com a imagem, com argumentos mais
interessantes será um realizador para a historia, mas com este tipo
de abordagens sera apenas um realizador de filmes estranhos.
O argumento é basico
uma adolescente vai para nova iorque para imperar o mundo da moda,
que vai fazer mudar a personalidade e entrar num mundo competitivo
pelo sucesso.
O argumento é
claramente o lado vazio do filme, num campo com tanto por onde
trabalhar e dar, o filme reduz o argumento ao maximo, tem dois ou
tres dialogos curtos, as personagens são limitadas aos sentimentos
basicos, e tudo acaba por ser muito previsivell. No final é
exagerado e parece mais importado em chocar do que assinalar a
mensagem.
Refn e sem duvida um
excelente realizador, a forma como dá todo o peso do filme nas
cores, nas sequencias quase artisticas de cada imagem, e dando-lhe o
lado musical psicadelico perfeito só esta ao alcance de um artista
que ele é. Pena e que nos dois ultimos filmes os argumentos tenham
entrado num campo incapaz de lhe dar o estatuto que pelo que faz com
a camara já devia ter.
Num elenco arriscado
Fanning tem um excelente e dificil papel, aquele que a leva para a
idade adulta, muito potenciado por uma realizaçao sobre si, o certo
é que a jovem sempre ligada a filmes mais infantis consegue dar tudo
que a personagem necessita, sendo uma agradavel surpresa, ao seu lado
o lado escuro de Malone funciona, num capitulo onde o filme ganha com
o lado pouco expressivo de alguns dos seus elementos.
O melhor – A
realizaçao, banda sonora, e algumas interpretações.
O pior – O argumento.
Avaliação - C+
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