Tem sido impressionante
a cadência de filmes de Woody Allen nos ultimos anos, com a
periodicade de um filme por ano aqui temos visto filme e filmes
sucessivos nos generos mais habituais. Este ano e para apadrinhar o
festival de Cannes veio mais um, mais soft mais comedia. O resultado
tem sido o mais recente, ou seja filmes que ate conseguem avaliações
na generalidade positivas, mas sem grande entusiasmo, e
comercialmente já foi territorio que deu uvas ao realizador que
agora ve o mercado de uma forma quase residual.
Sobre o filme, podemos
dizer que quantos mais filmes Allen lança ano a ano parece obvio que
a sua qualidade vai decaindo, pelo menos na minha opinião, sendo
Blue Jasmin o seu ultimo filme realmente diferenciador. Aqui temos
mais do mesmo, uma boa contextualizaçao temporal, alguma intriga, se
bem que muito menos do que na maior parte dos seus filmes, e dialogos
interminaveis no caso deste filme muitas vezes desligados de uma
acção ou um fio condutor onde realmente quase nunca acontece nada
de particularmende determinante. E por esta falta parece que os
filmes de Allen saem de uma maquina com uma assinatura mas sem
qualquer elemento de arte que diferenciou durante anos os seus
filmes.
Aqui basicamente de
registo encontramos o facto de ter encontrado um protagonista com
grande paralelismo daquilo que foi Allen como actor, ou seja dialogos
longos, e rapidos, muitas vezes sem sentido direto. Mas o filme perde
porque a personagem é aborrecida, repetitiva, nunca com graça, e
para um filme onde a personagem quase domina todas as cenas a falta
de qualidade ou quimica da mesma com o espetador e desde logo um mau
prenuncio para aquilo que realmente acontece na hora e meia seguinte.
Em suma, um filme onde
se percebe ser de Woody Allen, pela musica, pela forma de realizar,
pelos dialogos, mas sem qualidade sem o sumo da maior parte dos seus
filmes, acabando por ser claramente hora e meia de cinama aborrecido
onde parece que Allen quer dar uma mostra de todo o seu conhecimento
sobre as figuras do cinema dos anos 30 deixando a intriga e mais que
isso o corpo do filme completamente de lado.
A historia fala de um
sobrinho de um agente de estrelas que tenta a sua sorte em Hollywood
onde se acaba por apaixonar pela assistente do seu tio. Contudo a
mesma acaba por perferir a relação com o seu tio o que acaba por
colocar toda a definição de vida dele em causa.
Em termos de argumento
a historia de base do filme e particularmente inexistente, não tem
conflito, não tem climax, e um filme que parece criar oportunidades
para dialogos entre personagens e mesmo esses não fazem o filme
evoluir. Muitas personagens completamente indiferentes ao
desenvolvimento da historia.
Confesso sentir-me um
pouco cansado pela falta de inovaçao de Allen tras de filmes para
filmes, sequencias repetitivas, dialogos muito rapidos, a musica
omnipresente. A capacidade de um realizador surpreender e o que lhe
permite manter-se na mó de cima, e pelo menos nos ultimos três
anos, com melhores ou piores filmes Allen tem estado mais proximo da
vulgaridade.
Por fim em termos de
cast, poucas repetiçoes algo que não e muito normal, mesmo
apostando numa dupla que já interagiu junta, nem sempre as coisas
funcionam em termos de quimica, principalmente porque stewart nos
ultimos tempos criou uma imagem demasiado descuidada. Eisenberg tem
muito paralelismo com Woody Allen mas ao longo do tempo pela forma
vincada das suas caracteristicas faz com que a as suas personagens
sejam demasiado parecidas. Necessita de um refresh rapido.
O Melhor – Alguma
simbologia isolada de Allen em algumas frases dos seus dialogos.
O pior – Muitos
filmes tem sido sinonimo de menos qualidade na filmiografia do
realizador
Avaliação - C-
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