Se existe autor que
está na moda não só no cinema mas também em televisão é John Le
Carré e os seus filmes de espionagem. Com maior ou menos produçao
os filmes vão sendo lançados com resultados diferentes. Este ano e
quase com uma produçao totalmente europeia surgiu este filme que não
conseguiu o impulso critico devido aos resultados demasiado medianos
e comercialmente com pouca expansão até podemos dizer que os
resultados não foram maus.
Quando se fala de um
filme de espionagem existe uma serie de factores a ter em conta para
o filme funcionar, o primeiro é o suspense e o ritmo do filme, algo
que começa desde logo por ser demasiado deficitário, muito cedo o
filme e dividido entre bons e maus e depois temos um simples e nada
intenso jogo do gato e do rato. Por outro lado o filme pode ser
potenciado por interessantes sequencias de acção, mais uma vez o
filme é também algo cinzento neste vetor, quase nunca consegue
potenciar o climax, tando é que quase não dámos por ele quando ele
chega.
Outra das mais valias
que pode ter um thriller se suspense e a capacidade para surpreender
o estetador ou com um twist narrativo, normalmente exigente do ponto
de vista de preparação, ou por outro lado algo de absolutamente
criativo, e aqui o filme também é frouxo, quer na plausabilidade da
historia, sem sentido, mas mais que isso pela forma como o espetador
assiste ao desenvolver do filme sem grande ligação.
Por tudo isto e facil
perceber que se trata de um filme com alguma falta de condimento para
o tornar apetecivel, num genero recheado ou de filmes bem feitos ou
mesmo de filmes completos. Neste particular apenas o destaque por
diferentes locais de filmagem, e por os primeiros dez minutos que
deixa antever um filme mais complexo, e que fosse muito para alem de
um jogo do gato e do rato quase serie b.
A historia fala de um
professor universitario e da sua mulher que ao passar ferias num
resort em Marrocos conhece uma familia russa, que utiliza esta
ligaçao para tentar ganhar abrigo no Reino Unido estando disposto em
troca entregar alguns elementos da máfia russa.
Em termos de argumento
o filme é demasiado linear e simplista, por este mesmo facto
parece-me um filme algo cinzento, sem rasgo quer na criaçao da
historias, quer nas personagens e principalmente por nunca ter a
pertensão de surpreender o espetador.
Na realização temos
Susanna White, uma realizadora inglesa cujo trabalho mais visivel ate
então era a saga Nanny Mcphee e alguns episodios de series mais
conceituadas. O resultado podemos dizer que é simples, poucos
truques algum desconforto nas sequencias mais fisicas, mas para um
trabalho de maior destaque parece-me pouco para qualquer radiografia.
Em termos de cast
parece claramente um filme recheado de actores fora de forma,
Mcgregor e Lewis tem papeis recheados de tiques irritantes,
personagens quase sem dimensões, em papeis que nada dignificam as
carreiras de ambos, ao contrário de prestações mais seguras de
Saarsgard e principalmente de Harris.
O melhor – Os locais
onde o filme decorre
O pior – Le Carre
merece mais intensidade
Avaliação - C-
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