Friday, September 09, 2016

Our Kind of Traitor

Se existe autor que está na moda não só no cinema mas também em televisão é John Le Carré e os seus filmes de espionagem. Com maior ou menos produçao os filmes vão sendo lançados com resultados diferentes. Este ano e quase com uma produçao totalmente europeia surgiu este filme que não conseguiu o impulso critico devido aos resultados demasiado medianos e comercialmente com pouca expansão até podemos dizer que os resultados não foram maus.
Quando se fala de um filme de espionagem existe uma serie de factores a ter em conta para o filme funcionar, o primeiro é o suspense e o ritmo do filme, algo que começa desde logo por ser demasiado deficitário, muito cedo o filme e dividido entre bons e maus e depois temos um simples e nada intenso jogo do gato e do rato. Por outro lado o filme pode ser potenciado por interessantes sequencias de acção, mais uma vez o filme é também algo cinzento neste vetor, quase nunca consegue potenciar o climax, tando é que quase não dámos por ele quando ele chega.
Outra das mais valias que pode ter um thriller se suspense e a capacidade para surpreender o estetador ou com um twist narrativo, normalmente exigente do ponto de vista de preparação, ou por outro lado algo de absolutamente criativo, e aqui o filme também é frouxo, quer na plausabilidade da historia, sem sentido, mas mais que isso pela forma como o espetador assiste ao desenvolver do filme sem grande ligação.
Por tudo isto e facil perceber que se trata de um filme com alguma falta de condimento para o tornar apetecivel, num genero recheado ou de filmes bem feitos ou mesmo de filmes completos. Neste particular apenas o destaque por diferentes locais de filmagem, e por os primeiros dez minutos que deixa antever um filme mais complexo, e que fosse muito para alem de um jogo do gato e do rato quase serie b.
A historia fala de um professor universitario e da sua mulher que ao passar ferias num resort em Marrocos conhece uma familia russa, que utiliza esta ligaçao para tentar ganhar abrigo no Reino Unido estando disposto em troca entregar alguns elementos da máfia russa.
Em termos de argumento o filme é demasiado linear e simplista, por este mesmo facto parece-me um filme algo cinzento, sem rasgo quer na criaçao da historias, quer nas personagens e principalmente por nunca ter a pertensão de surpreender o espetador.
Na realização temos Susanna White, uma realizadora inglesa cujo trabalho mais visivel ate então era a saga Nanny Mcphee e alguns episodios de series mais conceituadas. O resultado podemos dizer que é simples, poucos truques algum desconforto nas sequencias mais fisicas, mas para um trabalho de maior destaque parece-me pouco para qualquer radiografia.
Em termos de cast parece claramente um filme recheado de actores fora de forma, Mcgregor e Lewis tem papeis recheados de tiques irritantes, personagens quase sem dimensões, em papeis que nada dignificam as carreiras de ambos, ao contrário de prestações mais seguras de Saarsgard e principalmente de Harris.

O melhor – Os locais onde o filme decorre

O pior – Le Carre merece mais intensidade


Avaliação - C-

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