Friday, September 02, 2016

Maggie's Plan

Nos últimos anos e principalmente no território indie tem surgido uma actriz que tem ganho uma protagonismo claro, trata-se de Greta Gerwig, mais conhecida como a mulher e musa de Noah Bumbach um dos realizadores mais conceituados do circuito indie, dai que as suas aparições sejam normalmente como uma figura descontraída em comedias de baixo custo. Aqui surge mais uma vez nesta comédia que foi bastante elogiada pela critica, principalmente em pequenos festivais sendo que comercialmente e tendo em conta que se trata de um filme de pequena expansão o resultado foi também ele positivo.
Sobre o filme podemos dizer que se trata de uma comédia simples, que pese embora tenha o rotulo de independente acaba por ser bastante natural e de fácil absorção. E se inicialmente a simplicidade e os pormenores de cada personagem faz o espectador ficar curioso com todas as circunstâncias do filme, com o passar do tempo acaba por se tornar numa simples comédia romântica com conteúdo que funciona a espaços, mas claramente vai do mais ou menos, sendo que mesmo assim pela sua simplicidade funciona bem melhor junto do grande público do que a maior parte dos filmes do género.
E o que falha no final, o filme adopta diferentes lados de uma relação e quer dar um lado simplista de muitas questões o que o faz não ser realista em quase nada da forma como desenlaça os nós que ata, o final demasiado feliz não tem qualquer sentido a não ser transmitir emoções positivas já que o mesmo tem tanto de feliz como de absurdo o que num filme com este teor é claramente prejudicial para a forma como o filme funciona no geral.
Mesmo assim podemos dizer que se trata de um filme eficaz, que sabe potenciar os seus melhores momentos no filme com bons apontamentos musicais, com um bom decor principalmente no que diz respeito à caracterização da personagem principal, alguns bons detalhes nos secundários, quer pela curiosidade quer pelos elementos mais cómicos do mesmo, sendo que nunca se converte numa comédia com objetivos de ter graça mas acaba mesmo por ter.
A historia fala de uma jovem que deseja ser mãe solteira, mas que acaba por conhecer um professor/escritor casado por quem acaba por se envolver numa paixão súbita. Após três anos de relacionamento e uma filha acaba por perceber que a melhor pessoa para o seu companheiro é a ex-mulher.
O argumento não é propriamente um conjunto de ideias com grande lógica, muito pelo contrário, o absurdo da situação vai com o passar do filme ganhando corpo e tirando algum do realismo que penso que pelo menos as comédias românticas necessitam. Mesmo assim alguns bons diálogos e detalhes muito interessantes.
Se em termos de argumento Rebecca Miller tem um trabalho mediano mas com bons apontamentos já do ponto de vista de realização, é claramente um trabalho feminista, onde os conteúdos estéticos são muito pensados, e as imagens a dois são pensadas sempre de um ponto de vista romântico, não sendo uma explosão de criatividade tem uma realização bonita e colorida.
No que diz respeito ao cast Grewing é uma actriz algo repetitiva no tipo de papel que aborda, aqui mais do mesmo, uma adulta descontraída, despegada e com um estilo particular a vestir, ao seu lado boas interpretações de Hawke, que normalmente domina neste estilo de filme, e uma Moore sempre competente quer no filme mais dramático quer na obra mais descontraída como esta.


O melhor - Alguns pormenores das personagens.

O pior - A forma como o filme perde realismo para trabalhar para o seu final feliz

Avaliação - C+

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