e, como é
que um filme como este acaba por passar totalmente despercebido na
sua produção e estreia com pouca pompa e circunstancia. É obvio
que o biopic nunca foi um genero particularmente apelativo para o
grande publico e talvez a razão de ser um filme discreto. Os
resultados criticos tambem demasiado medianos não permitiram que o
filme fosse devidamente potenciado, e o resultado comercial é o
possivel face à distribuição, mas modesto tendo em conta o leque
de actores.
Sobre o
filme, um biopic sobre a relaçao de um editor de livros conhecido
por potenciar os maiores nomes americanos do inicio de seculo de
Thomas Wolfe, tem linhas e limites dificeis de cruzar em termos do
que realmente o filme poderia ser. Ou seja tinha de ser um filme de
personagens fortes e excentricas, o que o filme é em longa escala,
mas tambem me parece que teria de ser um filme com uma abordagem
menos tradicionalista e o filme aqui acaba por não ser, tornando-se
repetitiva principalmente no que diz respeito à relaçao central.
O enfoque
do filme tambem poderia ser diferente abordar uma das personagens de
uma foma completa e ai deveria ser sempre a de Max, na vida familiar
que é sempre reduzida a uma ou duas cenas de simples resolução,
sem nunca ter conflito. E o facto do filme ser quase sempre sobre a
mesma coisa torna-o maçudo e muitas vezes não muito interessante
pese embora o mesmo descreva em pleno a loucura de Wolfe.
Ou seja
parece um daqueles filmes que muitos querem fazer por ser um filme
sobre escritores conhecidos, percebemos que actores conhecidos quase
entram para uma ou duas cenas, mas com o objetivo de encarnar algumas
figuras carismaticas do seculo passado. O resultado e mesmo isso
parece sempre um filme em que as personagens mesmo antes do projeto
sao maiores que o filme, e este nunca as quer ultrapassar.
A
historia fala da relação entre um jovem excentrico escritor Thomas
Wolfe e um rigoroso e famoso editor, e a forma como a relaçao de
ambos conduz a um projeto com sequelas na vida familiar de ambos.
Em termos
de argumento o filme e algo repetitivo e muito poetico e literal,
condiçao necessaria tendo em conta o tema do filme, mas que lhe tira
algum ritmo, tornando-o algo maçudo e aborrecido. O enfoque do filme
poderia ser ligeiramente diferente para potenciar mais conflito, e
mais movimento ao filme.
Na
realizaçao Grandage conhecido por fazer parte de crew de filmes
conhecidos tem aqui a sua estreia no cinema, com uma realizaçao
simples mas eficaz, com um bom trabalho de produçao. Pode faltar
algum rasgo de artista mas para primeiro filme e para os meios
humanos ao dispor fez a melhor escolha de os deixar brilhar.
No cast
temos um elenco interessante com interpretaçoes umas mais vistosas
que outras, Firth é repetitivo e o personagem é mais do mesmo na
sua carreira, pouco extrovertido e rigoroso, Law está mais fisico,
mais dramatico e intenso mas nem sempre competente, parece exageram
em overacting em muitas das sequencias. A melhor acaba por ser Kidman
num intenso e sombrio papel de uma actriz que a espaços consegue
demonstrar recursos interessantes com o seu amadorecimento.
O melhor
– As personagens e a sua historia
O pior –
A incapacidade do filme ganhar vida
Avaliação
- C
No comments:
Post a Comment