Monday, September 05, 2016

Genius

Depois de ver o trailer de um filme como este a questão que fica naturalmente
e, como é que um filme como este acaba por passar totalmente despercebido na sua produção e estreia com pouca pompa e circunstancia. É obvio que o biopic nunca foi um genero particularmente apelativo para o grande publico e talvez a razão de ser um filme discreto. Os resultados criticos tambem demasiado medianos não permitiram que o filme fosse devidamente potenciado, e o resultado comercial é o possivel face à distribuição, mas modesto tendo em conta o leque de actores.
Sobre o filme, um biopic sobre a relaçao de um editor de livros conhecido por potenciar os maiores nomes americanos do inicio de seculo de Thomas Wolfe, tem linhas e limites dificeis de cruzar em termos do que realmente o filme poderia ser. Ou seja tinha de ser um filme de personagens fortes e excentricas, o que o filme é em longa escala, mas tambem me parece que teria de ser um filme com uma abordagem menos tradicionalista e o filme aqui acaba por não ser, tornando-se repetitiva principalmente no que diz respeito à relaçao central.
O enfoque do filme tambem poderia ser diferente abordar uma das personagens de uma foma completa e ai deveria ser sempre a de Max, na vida familiar que é sempre reduzida a uma ou duas cenas de simples resolução, sem nunca ter conflito. E o facto do filme ser quase sempre sobre a mesma coisa torna-o maçudo e muitas vezes não muito interessante pese embora o mesmo descreva em pleno a loucura de Wolfe.
Ou seja parece um daqueles filmes que muitos querem fazer por ser um filme sobre escritores conhecidos, percebemos que actores conhecidos quase entram para uma ou duas cenas, mas com o objetivo de encarnar algumas figuras carismaticas do seculo passado. O resultado e mesmo isso parece sempre um filme em que as personagens mesmo antes do projeto sao maiores que o filme, e este nunca as quer ultrapassar.
A historia fala da relação entre um jovem excentrico escritor Thomas Wolfe e um rigoroso e famoso editor, e a forma como a relaçao de ambos conduz a um projeto com sequelas na vida familiar de ambos.
Em termos de argumento o filme e algo repetitivo e muito poetico e literal, condiçao necessaria tendo em conta o tema do filme, mas que lhe tira algum ritmo, tornando-o algo maçudo e aborrecido. O enfoque do filme poderia ser ligeiramente diferente para potenciar mais conflito, e mais movimento ao filme.
Na realizaçao Grandage conhecido por fazer parte de crew de filmes conhecidos tem aqui a sua estreia no cinema, com uma realizaçao simples mas eficaz, com um bom trabalho de produçao. Pode faltar algum rasgo de artista mas para primeiro filme e para os meios humanos ao dispor fez a melhor escolha de os deixar brilhar.
No cast temos um elenco interessante com interpretaçoes umas mais vistosas que outras, Firth é repetitivo e o personagem é mais do mesmo na sua carreira, pouco extrovertido e rigoroso, Law está mais fisico, mais dramatico e intenso mas nem sempre competente, parece exageram em overacting em muitas das sequencias. A melhor acaba por ser Kidman num intenso e sombrio papel de uma actriz que a espaços consegue demonstrar recursos interessantes com o seu amadorecimento.

O melhor – As personagens e a sua historia


O pior – A incapacidade do filme ganhar vida


Avaliação - C

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