A homossexualidade e a forma como a mesma é observada pelas comunidades mais conservadoras foi claramente um dos temas mais vincados no cinema em 2018. Este filme demonstra bem essa probemática num contexto religioso. Este filme foi apontado como sendo um dos candidatos aos Oscares mas as avaliações positivas não fulgurantes acabaram por diminuir as chances do filme, que apenas conseguiu marcar alguma presença nos globos de ouro. Comercialmente para um filme que nao teve grande expansao nos cinemas os resultados foram consistes sem nunca serem brilhantes.
Boy Erased tem desde logo um problema que condiciona muito do impacto que vimos, o facto de o vencedor de Sundance deste ano, e um filme que foi lançado meses antes, concretamente a Miseducation of Cameron Post, ter a mesma tematica, numa abordagem mais intimista mas que consegue entrar em algum plano mais na vertente pessoas da personagem. Este filme funciona bem melhor em termos da dinamica familiar e da força da mesma, e isso acaba por o tornar um filme mais objetivo e mais forte emocionalmente.
Mas parece que o filme tem alguns receios principalmente na forma como nao detalha os tratamentos que pouco mais e do que algumas palestras, sendo que apenas numa personagem conseguimor ir mais longe sobre a pouca coerencia dos metodos, contudo o facto de ser na base uma historia veridica acaba por dar ao filme uma força que de outra forma nao teria.,
Ou seja uma historia actual, pertinente, bem interpretada, que por vezes parece limitar em demasia os dialogos e isso acaba por trazer um filme competente mas longe de se tornar uma obra prima. So a espaços nas relaçoes familiares o filme consegue ter o impacto emocional que deseja e isso provavelmente condiciona o poder de explosao do filme.
A historia fala de um filho de um pastor batista que acaba na adolescencia por perceber que e homossexual, embarcando numa clinica para tentar "curar-se" dessa condição. No interior da mesma percebe que mais que a "cura" necessita de aceitação familiar.
Em termos de argumento a historia tem o impacto claro da atualidade do tema. Podemos dizer que a historia e bem montada, e as personagens tem dimensao, no quadrante familiar. Parece menos desenvolvimento na riqueza e mais isso na exploração emocional dos dialogos.
Na realizaçao Edgerton tem partilhado uma interessante carreira de actor com alguns bons filmes como realizador. Nao sao filmes muiito esteticos, mas é certo que consegue ser competente na escolha de historias e temas. Parece claramente um actor/realizador em alta.
No cast o filme e dominado por Hedges, um jovem actor numa forma incrivel quer nas interpretaçoes versateis quer na escolha de filmes. Num ano que poderia ser mais forte em termos de premios, tem aqui uma excelente prestação que o torna facilmente como um dos melhores actores da nova geração. nos secundarios penso que Crowe é mais real que Kidman, e Edgerton perde pela sua personagem ser pouco trabalhada.
O melhor - O impacto de um tema real
O pior - Os dialogos familiares nao terem a envolvencia emocional que poderiam ter
Avaliação - B-
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