Nos ultimos anos Lars Von Trier tem sido tudo menos um realizador unanime, alimentando polemicas não só nas suas declarações publicas mas também nos registos dos seus filmes, que acabaram lhe retirar algum do fulgor critico do inicio da sua carreira. Este ano em Cannes mais um filme mais uma polemica com este violentissimo filme, que dividiu por completo a critica, o que culminou com a destruição de qualquer esperança do filme na temporada de premios, o que seria sempre dificil tendo em conta o realizador. Comercialmente, um campo onde Trier nao e propriamente um sucesso as coisas foram desastrosas principalmente no contexto norte americano.
Sobre o filme eu confesso que o risco e principalmente a rebeldia são caracteristicas que gosto num realizador e Trier tem essas caracteristicas em excesso. isso faz com que os filmes nunca sejam indiferentes, ou pelo menos que os mesmos nos entegue sensações diferentes. O problema de alguns filmes e quando o mesmo ao longo do seu tempo nos da sensações positivas e muito negativas, e este e o caso deste peculiar filme.
Eu confesso que os primeiros dois terços do filme são muito interessantes, ambiciosos, crus, com aquilo que melhor Trier sabe fazer que é conjugar o lado cru das imagens com dissertações morais e biblicas sobre a existência, e tudo decorre com alguns momentos de cinema de primeira linha, com outros apenas violentos. Mas confesso que as primeiras duas horas de filme me convenceram que provavelmente poderia estar a ver um dos melhores filmes do ano.
O problema e quando Trier foi ele proprio e dá-nos um dos epilogos mais sem sentido, compeltamente distante de todo o caracter que o filme tem, numa declaração de irreverência pura, e indiferente que essa alucinação acabasse por completo com aquilo que o filme deveria ser. E este final que de alguma forma faz todo o registo final do filme ser meramente engraçado, e não a força que o filme poderia ter. Este e um dos problemas de mentes arriscadas como Trier, de um momento para o outro podem deitar a casa abaixo.
A historia fala de um serial Killer e das diferentes mortes dele, enquanto discute a sua existência com um ser supremo. Durante esse periodo Jack tenta ainda construir uma casa perfeita.
Em termos de argumento o filme não é equilibrado, mas funciona muito bem em alguns segmentos no que diz respeito a dialogos de primeira linha. Noutros o filme e mais silencioso e mais cru. O final do filme, e o seu epilogo são totalmente desnecessarios para o rumo do filme.
E indiscutivel que Lars Von Trier e um criativo e um cineasta que arrisca tudo nos filmes. Independentemente da logica ou nao das sequencias tudo e bem filmado, e a polemica esta em todos. Nao estara na melhor fase da carreira mas e sem sombra de duvida um predestinado.
No cast Matt Dillon dá-nos talvez a sua melhor interpretaçao da carreira, a intensidade, o lado simples do psicopata e muito bem criado pelo actor, que merecia talvez melhor companhia e um filme com um desfecho mais logico que poderia quem sabe levar o filme para outros patamares.
O melhor - Alguns segmentos, principalmente o primiro e o quarto.
O pior - O Epilogo
Avaliação - B-
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