Monday, November 18, 2019

Earthquake Bird

Numa semana em que a Netflix deu algum descanso em termos de grandes lançamentos, quem sabe ganhando folego para The Irishman, surgiu este filme passado na asia, mas com uma VIkander a procura de novo espaço. O filme nao foi propriamente bem recebido pela critica com avaliações demasiado medianas, e comercialmente nao me parece o produto mais apelativo do momento para a Netflix.
Em termos de historia temos um drama policial, num contexto cultural diferente que ganha alguma diferenciaçao por esse facto. O filme cria demasiado suspense mas a um ritmo pausado que acaba por adormecer a trama. No final com a explicaçao do que vimos ficamos com a ideia que tudo e algo frouxo encaixado umas sequencias nas outras sem grande plano e mais que isso sem que o filme consiga na verdade se empolgar a si proprio.
Alias o grande problema do filme é o ritmo e o tempo demasiado que gasta nas deambulações da personagem. Eu acredito que isso possa de alguma forma tornar o espetador estranho e esconder jogo mas também o faz distanciar-se do seu epilogo, e quando assim o é parece-me que o filme não se consegue encontrar a si proprio, porque intensidade e fundamental para qualquer filme deste ambito.
Ou seja um thriller que nem sempre é funcional, que na maior parte do tempo não utiliza um contexto particular e interessante que é Tokio do final de milenio, numa personagem sofrida em demasia para o que vemos e isso acaba por tornar o filme algo confuso e pouco empolgante.
A historia fala de um tradutora americana em tokio que se apaixona por um misterioso fotografo, sendo que tudo fica particularmente pior quando no meio desta relação se intromete uma amiga, que acaba por desaparecer de forma misteriosa.
No que diz respeito ao argumento fica a ideia que o filme quer dar elementos de thriller negro em demasia para a aquilo que na realidade o filme acaba por traduzir e quando assim é as coisas ficam demasiado confusas para resultar no impacto da evoluçao da historia, das personagens e dos dialogos.
Na realizaçao do filme temos Westmoreland um realizador de segunda linha já com alguns filmes de algum conceito na sua filmiografia mas que aqui nao aproveita as potencialidades de uma tokio misteriosa na sua evolução. Tudo e demasiado sombrio e tira luz ao proprio filme. Talvez por isso o realizador nunca tenha dado o salto para a primeira linha.
Vikander e uma actriz intensa, nao estando na sua melhor fase, parece-me uma actriz com recursos dramaticos suficientes para uma primeira linha, mas neste caso a personagem nao ajuda. Demasiado deambulatoria e pouco mais. Ao seu lado o lado oriental e enigmatico de Kobayashi parece resultar melhor.

O melhor - Tokio e os seus enigmas

O pior - A forma como o filme se adormece e faz perder o norte como a personagem

Avaliação - C-

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