Friday, May 06, 2016

Louder than Bombs

Cada vez mais o cinema europeu, e alguns dos seus cineastas mais jovens têm conseguido colocar nos seus filmes algumas das figuras de hollywood que servem não só para chamar a atenção dos filmes, mas acima de tudo abrir outras portes que seriam impossíveis sem tais presenças. Em 2015, este jovem realizador dinamarquês Joaquim Trier ainda familiar do mítico Lars, lançou este drama que conseguiu entrar na competição de Cannes 2015 com criticas aceitáveis, e que este ano consegue finalmente a divulgação por diversos mercados, com resultados comerciais baixos, mas esta nunca seria um objectivo do filme.
Louder than Bombs e um drama assumido e como tal é nas forma simples com que tenta traduzir emoçoes para o espectador que reside os seus objectivos centrais. Rapidamente percebemos que se trata de um filme de conflitos nas três personagens centrais, e mesmo não sendo um filme equilibrado já que rapidamente percebemos que existe pequenas historias mais fortes do que outras e sempre um filme coeso, e com momentos interessantes em cada uma das personagens.
E claramente um filme que vai do menos ao mais, tendo no último passeio comentado da melhor personagem, o jovem Conrad o explodir do que a personagem sente. É é nessa ambiguidade de sentimentos relativamente a cada personagem criadas com virtudes e defeitos bem assinalados que o filme consegue ser rico do ponto de vista emocional. Ja que criando um conflito constante entre partes ela consegue sempre nos dar, com um bom trabalho de realização justificações para ambos os lados.
Sendo um filme sobre emoçoes consegue ainda ser realista, na forma como todas as mensagens e como tudo se desenvolve sem toques de magia e sem happy endings, e um filme com uma toada negativa não fosse sobre reacções a mortes, mas mesmo sendo um filme com um ritmo lento, por vezes demasiado é um filme que não se fica pela rama e entra dentro daquilo que queremos saber sobre o que as personagens estão a pensar.
O filme fala sobre um pai e dois filhos em fases diferentes de desenvolvimento e na adequação dos mesmos à morte da figura maternal, principalmente quando a forma como esta morte aconteceu se prepara para ser publicada num jornal o que poderá colocar em causa a estabilidade das relações familiares ja elas abaladas pela morte daquele importante elemento.
O argumento é interessante, mais que um posso de criatividade e originalidade, e uma historia que sabe manter-se junto ao chão e pedir das personagens o máximo de emoção o que acaba por dar ao filme um interessante intensidade principalmente na sua conclusão. E um filme que sabe trabalhar todos os lados das suas personagens e nem sempre isso é comum nos filmes de hoje.
Joachim Trier tem uma realização no global eficaz mas com momentos de explosão como realizador, principalmente na forma como nos dá os cinco minutos de reflexão pessoal e escrita da personagem Conrad, é ai que observamos que estamos perante um realizador interessante que com outros meios poderá ser um caso sério para o cinema europeu. Ter conseguido entrar em Cannes já é um bom início para uma carreira que poderá ser um bom caminho.
No cast Bryne, Ryan, Eisenberg e Strathairm tem papeis seguros que funcionam de boa base para as pedras basilares do filme que é uma interpretação cheia de presença de Huppert que dá a intensidade silenciosa que muitas vezes falta aos actores americanos a capacidade de interpretarem sem falar, e do jovem Devin Druid a revelação do filme, com uma interpretação emotiva e intensa de um jovem até então quase desconhecido.

O melhor - O passeio de Conrad e Melanie e a analise da personagem do significado da mesma.

O pior - Nem sempre ter um ritmo elevado

Avaliação - B-

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